Fanfic: A arte da vida ( adaptada) ayd | Tema: Portinon (ayd)
Eu geralmente via os dias passarem rapidamente, toda a correria que vinha com o meu trabalho faziam os dias parecerem extremamente curtos, mas quando a noite chegava era como se a hora jamais passasse. Não havia cama confortável, os braços acolhedores de minha esposa e muito menos o seu corpo quente ao meu lado; não havia um bom ar condicionado ou sequer um edredom cheiroso e macio para me esquentar.
Trabalhar para o exército dos Estados Unidos da América sempre seria uma das maiores realizações de toda a minha vida, assim como um dos meus maiores orgulhos, mas também era um fardo que me impedia de ser completamente feliz.
Minha faculdade de medicina foi um verdadeiro sonho, assim como minha residência e consequentemente especialização, foi logo após meu último teste que recebi a proposta de salvar vidas no meio da guerra. Meus familiares odiaram, assim como Anahí, mas aceitaram ao verem que era realmente aquilo que me fazia feliz.
- Nos vemos logo, minha Barbie. – Sussurro antes de beijar sua fotografia e fechar os olhos para descansar.
Durante a noite tive um pesadelo horrível com Anahí aonde ela corria no meio da cidade abandonada enquanto barulhos de tiros ecoavam ao fundo, ela berrava por mim, implorando a minha ajuda e eu não conseguia de maneira alguma alcança-la e muito menos impedi-la de levar um tiro e então morrer na minha frente.
Pela manhã acordei ainda mais exausta, como se aquilo fosse possível, vesti a roupa pesada e quente necessária para prosseguir com aquele dia e entrei naquilo que chamavam de banheiro da base, rapidamente fiz todas as minhas necessidades e aproveitei para escovar meus dentes e passar uma água no rosto.
- DOUTORA SAVINON TEMOS UMA EMERGÊNCIA! – Gritam assim que eu saio do banheiro, prontamente começo a correr.
- O que está acontecendo aqui? – Afasto o pano da entrada da tenda.
- Três dos nossos sofreram graves ferimentos voltando da ronda. – Lovato apressa em informar enquanto fazia massagem cardiovascular em um homem – Eles estavam trazendo esse homem ferido, era uma isca para tentarem acertar o nosso pessoal.
- Tudo bem, eu preciso que vocês peguem mais... – Paro de falar no mesmo instante.
Aquele era o marido de Waliyha em minha mesa de cirurgia. Seu rosto tinha alguns arranhões e seu corpo diversas marcas de queimadura, seu abdômen estava com um corte profundo. Ele estava vivo, quase morrendo, mas existia uma grande chance dele sobreviver caso eu desse tudo de mim para aquilo acontecer.
Rapidamente me virei e coloquei minhas luvas para poder auxiliar aquele homem e garantir que ele saísse daquela mesa com vida.
- Dra. Portilla não querem você cuidando desse, e eu tenho certeza que seria melhor você usar nossos recursos para salvar o soldado Jones, que é um dos nossos. – Continuo concentrada no que fazia.
- Eu não me importo nem um pouco com o que você acha. – Digo sincera.
- Mas ele é um dos nossos e ele é...
- Ele é uma pessoa, como ele. – Olho para Demétria – Mais luz, por favor. – Prontamente ajeita a luz sobre o corpo – E existem outros médicos para auxiliarem, Dra. Hansen estava tomando café da manhã, tenho certeza que ela ficará muito feliz em salvar um dos nossos. – Escuto Demi abafar uma risada – Agora, se afaste, tenho que me concentrar e você não me ajuda nada falando aqui do lado. – O homem comprime os lábios e me fuzila com o olhar.
- Mas senhora...
- Por favor, vá embora. – Rosno irritada.
- Sim, senhora. – Bate continência, se afastando.
- Siga sempre seus instintos, Sra. Lovato, e jamais abaixe a cabeça para qualquer pessoa que não puder te despedir. – Pisco e Demi apenas assente – E bem, se for algum superior, desafie do mesmo jeito, as vezes isso é bom, a não ser que o superior seja eu. – Continuo falando enquanto continuava trabalhando rapidamente – Uh ele não vai aguentar sem uma transfusão.
Não demorou muito para que não autorizassem a transfusão, já que nosso estoque estava escasso e usaríamos o necessário do dia em nossos soldados feridos, que não eram poucos, ordenaram no mesmo momento que eu parasse de gastar recursos em uma causa perdida e foi exatamente o que eu fui obrigada a fazer, mesmo que meu corpo e coração implorassem para que eu não fizesse tal.
Levaram exatamente quinze minutos para que o marido de Waliyha morresse em minha mesa de cirurgia, as sete e vinte e sete da manhã, sem que eu pudesse fazer absolutamente nada para impedir isso.
Me recusei a sair do lado do corpo do homem, permaneci ao seu lado observando seu rosto para que eu jamais me esquecesse dele. Não podia esquece-lo. Era um pai de família, que provavelmente também arriscou sua vida para salvar pessoas e foi infeliz de acabar na mão dos inimigos, era o marido de alguém que sacrificou a própria vida para salvar a de muitas outras.
Aquilo provavelmente era uma das partes mais difíceis do meu trabalho, ali eu não escolhia quem sobrevivia ou quem morreria, isso dizia respeito somente a meus superiores, os superiores que eu não podia sonhar em desafiar.
- SAVINON! – Ajeito meu boné assim que noto quem se aproximava.
- Sargento. – Prontamente bato continência.
- Descansar. – Fala prontamente – Está vendo como as coisas estão em seu posto?
- Acabei de terminar uma cirurgia, senhor. – Respondo – Que foi malsucedida por conta de falta de recursos. – Me observa surpreso.
- Está dizendo que se houvessem recursos você teria salvo o homem?
- Estou dizendo que se revessemos a distribuição de recursos, eu definitivamente tinha a chance de salvar a vida de um civil. – Arqueia as sobrancelhas surpreso com minha fala – Afinal estamos aqui para salvar a maior quantidade de vidas o possível...
Eu estava possessa de ódio, tinha certeza absoluta que o soldado idiota que havia me implorado para salvar seu amigo havia reportado minha resposta para nosso superior e consequentemente conseguiu com que meus recursos para salvar um inocente fossem cortados. Odiava os soldados em posições inferiores à minha que não aceitavam receber ordens ou serem repreendidos por uma mulher.
- Tem a minha palavra de que irei rever esses pequenos detalhes. – Assinto com a cabeça, permanecendo na mesma posição - A quanto tempo está aqui mesmo, Savinon?
- A nove meses, senhor. – Mantenho minhas mãos atrás de meu corpo, analisando sua expressão rígida.
- E pretende ficar aqui por quanto mais tempo?
- Por quanto tempo meu país necessitar de mim, Sargento. – Respondo prontamente, desviando o olhar de seu rosto.
O Sargento-Chefe Cowell é responsável por informar todos os seus superiores de como as coisas estão na base militar, desde as coisas mais certas até as mais erradas, ele também é responsável de acompanhar novos militares que chegam na base e anunciar os que vão para casa passar algum tempo descansando.
- A senhorita tem uma família te esperando em casa?
- Sim, sargento. – Trago minha saliva – Sou casada a quatro anos, daqui a algumas semanas farei cinco anos de casada, senhor.
- Oh isso é surpreendente. – Murmura – Bom, então comece a arrumar suas coisas, você irá voltar para casa para comemorar seu aniversário de casamento. – Comprimo os lábios, sentindo meus olhos arderem – O avião chegará no final da tarde de terça-feira, até lá você não sairá da base. – Concordo com a cabeça, ainda sentindo meus olhos arderem.
- Obrigada, senhor. – Sussurro com a voz tremula, batendo mais uma vez continência.
- Descansar, Savinon, agora vá se alimentar. Temos um longo dia pela frente. – Assinto e prontamente começo a me afastar.
Eu amava estar ali, mas andava tão exausta que ouvir que finalmente poderia voltar para a minha família era simplesmente excitante e maravilhoso, não via a hora de poder finalmente caminhar sem sentir medo, de dormir em um lugar confortável, de tomar banho quente e principalmente de estar junto a todos aqueles que amo.
Enquanto caminhava não pude evitar de respirar fundo milhares de vezes para não chorar, chorar no meio de todos aqueles homens poderia ser considerado sinal de fraqueza. Sorri diversas vezes e passei a mão pelo rosto, não demorando nada para entrar no nosso refeitório.
Eu finalmente voltaria para casa.
(...)
Tiro meu cinto e olho para todos aqueles militares ao meu lado, que tinham a mesma expressão que a minha: alivio por finalmente estar em nosso país novamente e alegria em finalmente poder rever a família. Desço do avião, ajeitando minha enorme mochila nas costas, sendo a primeira de uma fila, ao avistar o Tenente prontamente firmo meus braços ao lado do meu corpo e paro de andar, virando meu corpo para o lado direito, ouvindo todos atrás de mim fazerem o mesmo.
O Tenente Walk prontamente bateu continência e todos nós fizemos o mesmo, permanecendo na mesma posição enquanto olhávamos para o horizonte e permanecíamos em silencio. Após pedir para 'descansarmos', o Tenente deixou claro que por ser uma equipe pequena de volta, teríamos que dar nosso jeito de voltar para casa, não haveria evento qualquer para anunciar nossas voltas.
Acontece que Anahí não tinha qualquer ideia de que eu estava de volta, por esse motivo eu poderia fazer uma grande surpresa ao visita-la na faculdade em uma de suas aulas.
Haviam grandes vestiários para a utilização daqueles que chegavam de missões, e a primeira coisa que eu quis fazer foi tomar um longo banho. Após sentir que estava realmente cheirosa e apresentável sequei meu cabelo da melhor maneira que consegui e o prendi, vesti novamente o meu uniforme quente, já que não podia transitar na base sem usá-lo.
Após assinar diversos papéis e cumprimentar diversos conhecidos coloquei minha grande mochila em um dos táxis e entrei no mesmo, pedindo para que ele seguisse para 'Howard University', aonde minha esposa provavelmente estava dando uma de suas milhares de aulas diárias.
Conforme caminhava com minha mochila e o buquê de rosas pelo campus podia ver diversas pessoas apontando e comentando, era sempre assim. Na diretoria fui recepcionada por uma mulher muito educada, que guardou minha grande mochila e não mediu esforços em me ajudar a encontrar aonde minha esposa estaria dando aula, muito menos para libera-la de todas as aulas que ela teria no dia, que eram apenas mais duas.
- Com licença, Professora Portilla-Savinon você poderia me acompanhar? – Escuto a voz da doce mulher chamar minha esposa.
Escutei a voz de Anahí, mas não consegui compreender qualquer coisa que ela havia dito, mas permaneci escondida e escutei os passos de ambas pelo corredor, rapidamente corri em direção a sala aonde ela estava dando aula e entrei na mesma. Olhares assustados me encararam, logo diversos sorrisos foram lançados em minha direção.
- Vocês podem me ajudar a fazer uma surpresa para a Professora Portilla-Savinon?
- Não fique aí na frente, vai ser mais legal se ela não te ver a princípio. – Uma menina exclama animada.
- Moça, se esconda aqui, ela não vai te ver. – Rio, subindo os degraus entre os assentos e logo ocupando o mesmo – Coloque o buquê no chão, ela vai te notar assim que ver ele se você continuar segurando assim.
- Tem razão. – Coloco o mesmo no chão – Finjam que nada aconteceu! – Todo mundo ri e vira para frente, esperando em silencio minha esposa voltar.
- Vocês são irmãs?
- Somos casadas. – Sussurro e noto o olhar surpreso do menino ao meu lado – Não a vejo a nove meses.
- Isso é muito tempo. – Uma menina exclama – Tenho certeza que vai ser romântico, você quer que eu grave? – Sorrio de canto.
- Isso seria muito gentil, minha mãe vai gostar de ver isso mais tarde. – Estendo o celular que havia ficado guardado por muito tempo em meu armário na base principal.
Todos se calaram momentaneamente quando o barulho da porta se abrindo ecoa pela sala, foi então que eu finalmente a observei depois de longos nove meses sem vê-la ao vivo.
Anahí estava estonteante. Vestia um lindo vestido cinza curto de gola alta, um jaqueta de couro preta com as mangas arregaçadas até metade de seu antebraço e botas pretas de cano alto com saltos que provavelmente faziam seus pés ficarem doloridos ao final do dia. Ela havia cortado o cabelo recentemente, qualquer um poderia notar, assim como provavelmente havia ficado com preguiça de pentear o cabelo já que ele estava charmosamente bagunçado.
Me peguei com uma gigantesca vontade de chorar, a minha Anahí estava viva, estava bem e estava respirando. Diferente de todas as anah'is em meus sonhos nos últimos dias. A Anahí de verdade estava segura ali e isso enchia meu peito de alegria.
Minha esposa não pareceu notar nada, analisou imagem de uma obra de arte que estava sendo reproduzida em sua lousa e pegou o controle que provavelmente mudaria para o próximo slide, sentou-se na mesa e cruzou levemente as pernas para dar continuidade em sua aula.
Notei que diversos alunos me encaravam, esperando que eu finalmente tomasse uma atitude para revelar que eu estava ali. Mas eu não conseguia me mover ou dizer qualquer coisa. Era magnifico simplesmente observa-la e ouvi-la depois de tantos meses sem ouvir e vê-la, era reconfortante saber que ocupávamos o mesmo metro quadrado e que estávamos seguras ali.
Quando ela virou para apontar para a imagem refletida na lousa me levantei, notando que diversos alunos já tinham o celular em mãos, Anahí continuava falando sem parar e eu peguei o buquê, indo para os degraus que davam para a área do professor, ou seja, a área aonde minha esposa se encontrava.
- Professora Portilla-Savinon, eu tenho uma pergunta! – Falo em alto e bom som.
Minha esposa prontamente virou sua cabeça e logo em seguida o seu corpo, conforme eu descia os degraus em sua direção. Anahí já tinha a mão sobre a boca e a expressão de choro dominava sua expressão antes calma e serena.
- Você sentiu minha falta? – Questiono quando chego no último degrau e ela prontamente corre em minha direção, me abraçando com tudo enquanto todo mundo da sala gritava e comemorava.
O abraço de Anahí me sufocava, de uma maneira boa, seu choro era intenso e me fazia aperta-la ainda mais contra o meu corpo. Ficamos um bom tempo abraçadas enquanto podia ouvir o barulho de câmeras e todo mundo comentando alguma coisa, mas eu não conseguia me importar com mais nada que não fosse tê-la em meus braços naquele momento.
Nós chorávamos, como se fossemos duas crianças, mas não nos importávamos nem um pouco com o que iriam pensar ou dizer de nós. Sabia o quanto Anahí ficava perturbada comigo estando em uma zona de guerra, assim como ela sabia que o fato de eu estar ali, vê-la bem e ainda me amando é a melhor coisa do mundo.
- Você está aqui. – Sussurra, roubando um selinho – Ai meu Deus. – Me abraça mais uma vez e eu rio baixo, beijando seu pescoço.
- Eu estou aqui, Anie. – Beijo sua testa.
Minha esposa fez questão de abraçar meu pescoço para que fosse possível ela finalmente me beijar, os gritos ficaram mais uma vez altos, afinal Anahí estava determinada a me dar muitos selinhos longos apenas para checar que eu realmente estava ali.
- Eu te amo tanto. – Murmura olhando no fundo dos meus olhos.
- Eu também te amo. – Acaricio seus cabelos.
- Professora gostou da surpresa? – Uma menina pergunta e Anahí se vira, sem me soltar.
- Sim, melhor surpresa de todos os tempos. – Todo mundo ri e minha esposa continua abraçada em mim – Por que ninguém me avisou? Ou me deu um sinal? Meu Deus. – Limpo seu rosto das lágrimas que ainda rolavam por ele.
- Porque senão não seria uma surpresa, né?! – Um menino fala e todo mundo ri, inclusive nós duas.
- Oh meu Deus, eu ainda não acredito. – Me abraça apertado, deitando sua cabeça em meu peito.
Obviamente que a aula de Anahí teve que ser encerrada, e seus alunos entenderam, a aluna da minha esposa que estava com o meu celular se aproximou antes de sair com o rosto completamente inchado de tanto chorar e devolveu o aparelho para mim pedindo desculpas por tremer tanto enquanto gravava.
Coloquei Anahí sentada em sua mesa logo depois que todos os seus alunos deixaram a sala e não pude me conter, acariciei seu rosto e a puxei para mais perto do meu, finalmente selando nossos lábios mais uma vez; chupei seu lábio inferior e passei minha língua pelo mesmo, pedindo passagem para que nossas línguas se encontrassem finalmente e pudéssemos aprofundar nosso beijo.
Meu corpo inteiro ficava arrepiado com o simples fato de ter sua pele quente contra a minha; meu coração acelerava ao perceber que ela estava respirando e me tocando da maneira que só ela sabia fazer; era como se minha alma agradecesse a todos os instantes o fato de estarmos juntas mais uma vez.
Repentinamente Anahí me afastou, apertando minhas bochechas e logo em seguida começando a me apertar por inteira, puxando meu uniforme de um lado para o outro e arrancando meu boné para passar a mão na minha cabeça. Ela sempre fazia isso, era uma maneira super estranha dela assegurar que eu estava bem e que tinha voltado inteira.
- Sem nenhum arranhão?
- Apenas um. – Rio baixo – Me cortei na coxa enquanto saia correndo com uma maca. – Recebo um soco e não consigo evitar de gemer de dor.
- Eu mandei tomar cuidado. – Rio e ela me fuzila com o olhar enquanto eu acariciava meu braço.
- E eu tomei, estou inteira, certo? – Ela faz um bico e respira fundo, ficando com os olhos marejados novamente – Estou aqui, na sua frente.
- Você está. – Me abraça apertado e eu rio, acariciando suas costas – O que acha de sairmos para comer? - Confesso que apenas queria ir para casa e relaxar.
- Podemos ir para casa? – Anahí prontamente concorda com a cabeça – Apenas quero voltar para nossa casa e matar um pouco a saudades, ficar relaxada. – Acaricio seu rosto e Anie sorri compreensiva.
- Como quiser, Dra. Savinon. – Pisca, se esticando para pegar sua bolsa – Vamos.
Não demoramos muito para sair de sua sala e atravessar o campus após passar na secretaria, entrando no carro de Anahí. Joguei minha mochila no banco de trás do carro e prontamente coloquei o cinto de segurança, deixando minha mão no colo de minha esposa, vendo ela dar a partida e sair de sua vaga. Durante o trajeto fui informada que nosso cachorro estava no veterinário, Apolo estava doente e partiu meu coração saber que só poderia ver meu cachorro no dia seguinte. Assim que minha esposa estacionou na frente de casa abri um largo sorriso, prontamente pegando minha mochila e entrelaçando minha mão com a de Anahí para que pudéssemos finalmente entrar.
A casa permanecia a mesma, entretanto, tinha apenas o cheiro do perfume delicioso de Anahí. Nossa sala de leitura tinha mais livros na estante e a lareira mostrava que havia sido usada a pouco tempo, mas os outros cômodos demonstravam que não eram usados frequentemente, o que partia meu coração. Nossa casa era grande e pouco aproveitada.
Dulce informou que subiria as escadas para tomar um rápido banho, aproveitei a deixa para levar minhas coisas na lavanderia e colocar todas as minhas roupas para lavar, passei na cozinha e abri a geladeira vendo que não estava tão bem abastecida, peguei um pouco de água gelada e me aproximei da porta que dava para o quintal aonde Apolo sempre brincava, observando tudo em silencio.
Era tudo deliciosamente silencioso. Não haviam pessoas gritando, sons de caminhões, tanques ou aviões sem parar. Estar em casa fazia uma paz surreal se instalar em mim, como se nada de ruim pudesse acontecer.
Subi as escadas após beber água e tirei minhas botas, deixando-as ao lado da porta do nosso quarto e entrando no mesmo. A porta do banheiro estava aberta aonde uma fumaça saía, podia escutar o barulho de gavetas e não demorei nada para me aproximar do pequeno closet a tempo de ver minha esposa.
Minha esposa estava enrolada em uma toalha procurando uma roupa, tão concentrada que sequer notou minha presença, apoiei o peso do meu corpo contra o batente da porta e me permiti observa-la por alguns instantes. Quando Anahí ficou de costas e soltou a toalha no chão para que pudesse vestir sua calcinha neguei com a cabeça e em passos silenciosos me aproximei de vez.
- Que susto, Dulce. – Rio baixo, acariciando seu abdômen.
- Você permanece estonteante, Anahí.... – Roço meu nariz em seu pescoço, sentindo o cheiro delicioso de sabonete e o cheiro natural da minha esposa – Extremamente deliciosa...
- Espertinha... – Me empurra rindo – Viemos para casa para que você pudesse relaxar! – Me acusa, vestindo a calcinha.
Era engraçado, como ficávamos meses sem nos vermos Anahí sentia muita vontade de transar comigo, mas morria de vergonha de ficar nua em minha frente, eram precisos alguns dias até que ela se acostumasse novamente com minha presença e consequentemente pouco se importasse em andar completamente nua na minha frente.
- E eu sei um jeito incrível de fazer isso. – Viro seu corpo, vendo seus seios – Mas você precisa me ajudar. – A coloco contra a porta de correr feita de vidro, vendo sua pele se arrepiar.
- Dulce.... – Suspira quando começo a distribuir beijos por seu pescoço e maxilar.
- Eu senti tanta falta de você... – Roço nossos lábios, deixando minhas mãos passearem livremente por suas curvas.
- Eu também... – Abraça meu pescoço – Você não tem noção do quanto. – Começa a desfazer meu coque, sorrindo ao sentir minhas mechas compridas ficarem completamente soltas.
- Oh eu tenho, babe. – Ataco seus lábios.
Minha língua invadiu sua boca sem qualquer permissão para um beijo apavorado, nossas línguas buscavam uma a outra para que pudéssemos sufocar todo o desejo reprimido de tantos meses. Minhas mãos apertavam seu corpo e passeavam pelo mesmo enquanto suas mãos maltratavam toda a região dos meus ombros para cima. Escutei seu gemido baixo se misturar com meu suspiro quando pressionamos nossos corpos um no outro.
Queríamos demais uma a outra para sairmos dali.
Ergui o corpo leve de Anahí e permaneci apertando o mesmo contra a porta do armário sem separar nossos lábios naquele beijo apressado e delicioso. Quando minha esposa arranhou minha nuca e puxou meu cabelo com força para que pudesse separar nossos lábios, respirando fundo, aproveitei a deixa para traçar uma trilha de beijos por todo o seu pescoço pouco me importando com a intensidade deles.
- Po/rra. – Estremece quando beijo seu pescoço por mais tempo, fazendo questão de arranhar a lateral de seu corpo.
- Eu te quero tanto. – Sussurro contra seus lábios – E quero agora.
- Sou toda sua, Dra. – Sorrio de canto e afasto um pouco meu corpo para que Anahí fique em pé sozinha.
- Não exista nada que me faça mais feliz do que saber que você é minha, Anahí...
Nossos corpos já estavam suados e nossas respirações falhas sem que nós mal tivéssemos nos tocado, mas esse era o maldito controle que uma tinha sobre o corpo da outra. O desejo se tornava algo desesperador, como se uma tocar no corpo uma da outra fosse mais uma necessidade da alma do que algo carnal.
Meus beijos começaram a descer de seu pescoço para o seu busto, então para o seu peito até que finalmente chegassem em seus seios. Seus mamilos estavam entumecidos e prontos para receberem caricias. Necessitava sentir o gosto e a textura de sua pele. Sem qualquer cerimônia levei minha boca de encontro com um de seus mamilos, gemendo junto de minha esposa com tal contato, rodeando o local com minha língua e fazendo uma pressão delicada contra o mesmo consegui arrancar novos suspiros e então caricias em meu cabelo vindos de Anahí.
Optei por ficar de joelhos para que ficasse mais confortável e pudesse fazer o que fazia melhor ainda. Podia notar minha esposa se apoiando em meu ombro com uma das mãos enquanto a outra mão fazia questão de me guiar com as caricias que eu fazia com minha língua. Escutei um gemido estrangulado mais longo delicadamente puxei seu mamilo com a boca.
- Eu amo ver a reação de seu corpo aos meus toques, Anahí... – Aproveitando que estava de joelhos distribuo beijos por seu abdômen, descendo minhas mãos e levando para sua bun/da para que pudesse dar um apertão de mão cheia em sua bun/da maravilhosa.
- Dul, eu quero mais... – Acaricia minha cabeça, empurrando delicadamente minha cabeça mais para baixo, sorrio, beijando a região abaixo de seu umbigo.
- Eu posso fazer isso, baby. – Acaricio o interior de sua coxa direita e automaticamente Anahí afasta levemente as pernas – Você está quente... – Sorrio de canto ao subir um pouco mais minha mão, sentindo a textura de sua pele quente – E molhada... – Sorrio ao passar dois de meus dedos sobre a calcinha, sentindo a mesma bem úmida.
- Dulce. – Aperta minhas mechas entre seus dedos – Por favor. – Implora e eu sorrio.
- Me deixe te apreciar... – Sussurro fazendo movimentos circulares contra o nervo inchado de Anahí sobre a sua calcinha.
Esticou um de seus braços contra a porta com espelho, usando a outra mão para continuar segurando meu cabelo com força. Eu continuava a masturbando e acariciando toda a sua intimidade, apenas para ter o prazer de vê-la ficando cada vez mais molhada. Notando Anahí ficar cada vez impaciente e notando que nem eu mais aguentava mais aproximei minha boca da sua intimidade e passei minha língua por toda a extensão, pouco me importando se Anahí continuava usando a peça.
- Por/ra. – Puxa meu cabelo – Po/rra. – Empurra meu rosto contra sua intimidade.
- Espere. – Afasto minha boca.
- Dulce. – Rosna.
- Cale a boca. – Ela me fuzila com o olhar e eu levo minhas mãos para a sua calcinha, puxando a mesma para baixo – Eu quero fazer isso direito! – Sorri triunfante, jogando a peça para qualquer lugar do closet.
- Sim. – Joga a cabeça para trás quando minha língua vai em contato com a sua intimidade novamente.
Foquei em seu clitóris, sabendo que aquele ponto daria muito prazer a minha esposa, e eu estava certa já que desde o começo do meu oral nela apenas escutava suspiros altos e muitos gemidos. Sua mão estava em meus cabelos e empurrava meu rosto com força contra a sua intimidade, minhas mãos acariciavam suas coxas e então subiam para apertar sua bun/da. Quando levava minhas mãos até lá aproveitava para empurrar ainda mais sua intimidade contra a minha boca, algo que sempre fazia Anahí gemer ainda mais.
Assim que as pernas da minha esposa fraquejaram e eu ouvi seu gemido mais alto rapidamente arrastei minha língua por toda a sua intimidade e não demorei absolutamente nada para descobrir que ela finalmente havia goza/do.
Ajudei-a se deitar no chão, deixando ela se recuperar alguns instantes comecei rapidamente a retirar toda minha roupa, jogando minha blusa e calça para fora do closet. Nós estávamos apenas começando a matar nossas saudades naquela tarde, havia muito "chão" pela frente.
- Quero que você tire isso. – Diz puxando meu top para fora de meu corpo – Quero ver você por inteira, Dulce. – Arranha meu abdômen e sorri ao ver as marcas vermelhas permanecerem nele.
- Deus, senti tanta falta disso. – Murmuro deitando meu corpo sobre o seu para que pudesse alcançar sua boca – Senti tanta falta de você. – Repito mais uma vez, acariciando seu rosto e lotando o mesmo de beijos.
- Por mim você jamais iria embora. – Sussurra contra meus lábios, me puxando pela cintura para que que eu pudesse sentar em uma de suas coxas como forma de aliviar minha excitação.
- Você sabe que só precisa pedir. – Mordo seu lábio inferior e puxo o mesmo.
- Então fique. – Sorrio movimentando meu quadril para que ela sinta o quão excitada ela me deixava – Não me deixe mais.
- Seu pedido é uma ordem, stra Portilla-Savinon – Beijo seus lábios repetidas vezes, descendo minha mão pelo seu corpo.
Sem qualquer aviso prévio invadi sua intimidade com dois dedos, o que fez minha esposa jogar sua cabeça com tudo para trás e gemer roucamente. Meus dedos faziam um movimento frenético, dando estocadas fortes e rápidas, fazendo Anahí puxar o meu cabelo com força enquanto sua boca continuava deixando sons excitantes escaparem, me ainda mais excitada. Quando o polegar da minha outra mão pressionou o seu clitóris enquanto os outros dedos não paravam com os movimentos Anahí levou suas mãos para minha cintura me instigando a me esfregar contra sua coxa para que eu buscasse algum alivio momentâneo.
Quando finalmente gemi seu nome após go/zar diminui a velocidade e força das estocadas, o que fez minha esposa inverter nossas posições para que ela pudesse assumir o controle por alguns instantes. Senti seus beijos por todo o meu abdômen e perto do meu ventre, me dando um frio na barriga.
- Oh Dra. Savinon... – Beija minha virilha – Colocando em perspectiva, eu deveria te promover após o excelente oral que você me fez... – Deixa um beijo sobre o meu clitóris, me fazendo estremecer.
- Eu não preciso de uma promoção, apenas preciso da sua boca em mim nesse momento. – Anahí ri maliciosamente e finalmente coloca sua boca de encontro com a minha intimidade.
Prendi a respiração e joguei a cabeça para trás quando Anahí passou sua língua da minha entrada até o meu clitóris, fazendo questão de fazer alguns movimentos com sua língua ali para só então chupa-lo. Os dedos finos de Anahí apertavam minhas coxas com força conforme ela me chupava cada vez com mais gana e eu me contorcia de prazer sem conseguir controlar a maneira que meu corpo regia aos seus toques. Enrolei seus cabelos em meus dedos e empurrei ainda mais sua cabeça contra a minha intimidade quando a senti me penetrar com sua língua habilidosa.
Aquela provavelmente era uma das coisas que eu mais sentia falta, todo o contato e intimidade que tínhamos quando estava em casa, naqueles momentos somente nossos desejos, amor e saudade realmente importavam.
Minha esposa afastou sua boca da minha intimidade quando sentiu que eu já estava excitada o suficiente para fazermos a posição que ela mais gostava. Anahí prontamente se ajeitou entre minhas pernas e sorriu triunfante quando sentiu nossos sexos se encontrarem pela primeira vez em um atrito incrível. Nossos corpos suados e quentes mostravam claramente nosso alto nível de excitação, assim como nossos sexos que tornavam todo contato íntimo mais e mais prazeroso.
Assim que desfizemos em prazer minha esposa deixou seu corpo cair sobre o meu, permitindo que nossas respirações descompensadas se misturassem e nossos corpos
Autor(a):
Este autor(a) escreve mais 11 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Durante as poucas horas de sono foi impossível não acordar com um dos meus pesadelos, Anahí não pareceu notar, e então eu não pude evitar. Puxei minha esposa para mais perto de mim e zelei seu sono, pouco me importando com cada célula do meu corpo exausta de tanto sexo, me implorando para que eu dormisse mais u ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 22
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
siempreportinon Postado em 08/01/2018 - 22:55:11
Estou amando suas histórias, cada dia leio uma. Sei que não comento muito mas estou sempre acompanhando suas publicações!
-
natty_bell Postado em 03/01/2018 - 17:42:09
SCRRR EU TO APAIXONADA POR UMA ESTORIA AAAAAAA <3 tem muitas histórias ainda?? To amando serem varias em uma
Emily Fernandes Postado em 03/01/2018 - 19:10:48
Sim, as histórias são muito boas. Ainda tem algumas ou várias pra colocar em prática. Então que viva as histórias aleatórias da fic. Que história vc mais gostou?
-
Nix Postado em 08/12/2017 - 19:51:32
Owt que capítulo incrível, amei a surpresa pra Any, o amor que elas fizeram não foi apenas de saudade mas sim de um amor que supera barreiras
Emily Fernandes Postado em 12/12/2017 - 18:03:21
Concordo com tudo que vc disse. O amor delas é lindo mesmo. Vamos ver sexta a onde mais uma vez a arte vai ser pintada.
-
Nix Postado em 05/12/2017 - 17:10:33
Acredito que vou chorar horrores nessa história.
Emily Fernandes Postado em 08/12/2017 - 15:46:17
Espero que a história realmente agrade. Pq ela é linda e encanta.
-
Nix Postado em 01/12/2017 - 19:28:21
Momento fofo amei, não há palavras para descrever esse capítulo
Emily Fernandes Postado em 05/12/2017 - 15:44:40
Não nunca há palavras pra descrever coisas simples E belas. Aproveite outra história.
-
Nix Postado em 28/11/2017 - 09:14:53
Isso ai Anahi não desiste da Dulce Concordo com a Angel o destino delas estão traçados.
Emily Fernandes Postado em 01/12/2017 - 08:49:26
Sim, Anahí não desisti tão fácil. Porém acho que o destino ainda vai aprontar muito com as duas. Isso será inevitável.
-
candy1896 Postado em 27/11/2017 - 11:32:28
Continuaa
Emily Fernandes Postado em 28/11/2017 - 07:52:35
Continuei kkk bjs
-
Evelyn Postado em 25/11/2017 - 16:16:12
Olá maninha eu estou perplexa com suas histórias. Mas vamos ler não é. Bjs amor meu, eu sou a única com tal liberdade pra isso não é. Ahahahahahah
Emily Fernandes Postado em 28/11/2017 - 07:51:46
Olá quem seria vc mesmo. O assim. Não diga que minhas histórias não estão te agradando. Perplexa fica eu com sua ousadia. Mas te amo da mesma forma. Bjs evy. Ps sim vc é a única que pode me chamar do que quiser.
-
siempreportinon Postado em 25/11/2017 - 11:05:01
Marquei presença aqui, amo suas histórias já pode continuar!!!
Emily Fernandes Postado em 28/11/2017 - 07:46:28
Vc sempre marca. Seu pontinho mesmo. Irei continuar.
-
Lern Jauregui Postado em 25/11/2017 - 09:37:17
O primeiro encontro delas já vou uma arte rsrs .....A Annie uma fotógrafa de olhos azuis e sexy e a Dul uma garota linda e intrigante... E acho que a Annie meio que já se interessou,só acho rs. Mal posso esperar pros próximos capítulos.... Já pode continuar.. Bjs Emm.
Emily Fernandes Postado em 28/11/2017 - 07:45:05
Obrigada lern, acho que a arte está em tudo O que fazemos seja boas ou ruins, o importante É saber apreciar. Não é bjs pra vc tbm.