Fanfic: A Química - Adaptação Vondy | Tema: Rebelde
Sentiu-se reconfortada com essa avaliação, que mudou um pouco seu plano. Havia um grande componente de espetáculo no que ela fazia. Para alguns alvos, um personagem mais clínico e sem emoção funcionava melhor — jaleco branco, máscara cirúrgica e aço inoxidável —; para outros, era a ameaça do sádico enlouquecido (embora Barnaby fosse sempre mais bem-sucedido com esse papel; ele tinha o rosto e o cabelo ideais — cabelo branco, com pontas desgrenhadas, do tipo acabei-de-ser-eletrocutado). Toda situação tinha suas nuances — alguns temiam a escuridão; outros, a luz. Ela tinha planejado ser clínica — era o papel mais confortável, sua especialidade —, mas decidiu que Christopher precisava ser envolto pela escuridão para deixar o outro lado vir à tona. E o Christopher Negro era aquele com quem ela tinha que conversar.
Ela fez um trajeto de modo a despistar os outros. Se alguém estivesse rastreando os pertences ou as roupas de Christopher, ela não queria que essa pessoa se aproximasse mais.
Reconsiderou as possibilidades pela milionésima vez. Hipótese um, trata-se de uma armadilha muito bem-elaborada. Hipótese dois, trata-se de uma situação real e um milhão de vidas estavam em risco. Inclusive a dela própria.
Durante o longo trajeto de carro, a balança finalmente pendeu com vigor para um dos lados. Não era um agente do governo que estava ali no carro, disso tinha certeza. E, se fosse um cidadão inocente, selecionado ao acaso para expô-la, então eles já haviam perdido suas melhores oportunidades de capturá-la. Não houve ataque nem tentativa de segui-la... que ela tivesse visto.
Pensou nas montanhas de informações incriminatórias contra Christopher Uckermann e concluiu que era inevitável. Ela acreditava. Então era melhor se mexer e começar a salvar vidas.
Chegou à entrada do sítio por volta das onze horas, exausta e morrendo de fome, mas noventa e cinco por cento segura de que não havia rastro que pudesse levar o departamento ou De la Fuentes para a porta de sua casa. Deu uma olhada rápida na casa, checando se alguém tinha invadido (e sido morto, o que teria acontecido se alguém tivesse aberto a porta). Após desarmar os dispositivos de segurança, levou o carro até o celeiro. Assim que fechou a porta e rearmou o “alarme”, pôs-se a preparar Christopher.
Todas as outras tarefas já estavam realizadas. Ela havia comprado marcadores de tempo em uma loja para artigos de casa na Filadélfia e conectado luminárias a eles em diversos cômodos da casa; como alguém que fosse viajar por algumas semanas, queria dar a impressão de que o local parecia ocupado. Um rádio estava conectado em um dos marcadores de tempo, para que também ruídos preenchessem o ambiente. A casa era uma boa isca. A maioria das pessoas iria checá-la antes de prosseguir para o celeiro escuro.
O celeiro permaneceria escuro. Ela havia levantado uma espécie de tenda no meio do lugar de forma a ocultar a luz e abafar o som, além de manter Christopher inteiramente alheio ao ambiente ao redor. Era um cubo retangular, de cerca de dois metros de altura por três de largura e quatro e meio de comprimento. Foi construído com tubos de PVC, lona preta e cordas elásticas de bungee jumping, e era revestido internamente com duas camadas de espuma acústica presas com fita adesiva. Era rústica, só que mais funcional do que uma caverna, e ela já tinha se virado assim no passado.
No meio da tenda havia uma enorme prancha de metal com pés pretos ajustáveis e regulagem de altura. Era uma espécie de mesa de cirurgia veterinária e ficava exposta no celeiro — para dar autenticidade, sem dúvida. Era maior do que o necessário — o veterinário em questão lidava com vacas, e não gatinhos —, mas ainda assim se tratava de um achado e tanto. Foi um dos itens que a levaram à loucura de alugar essa armadilha extorsiva para turistas. Havia outra mesa com tampo de metal que ela transformara em escrivaninha, com o computador, os monitores e uma bandeja de coisas que ela esperava que fossem apenas acessórios. O suporte para soro estava perto da cabeceira da mesa e tinha uma bolsa de soro fisiológico pendurada. Um carrinho de metal com rodas, que ficava na cozinha, estava posicionado atrás do suporte; uma porção de seringas diminutas, mas ameaçadoras, estava enfileirada e bem à vista em uma bandeja de aço inoxidável. Havia uma máscara de gás e um aparelho de medir pressão na estante de metal embaixo das seringas.
E, evidentemente, os acessórios para imobilizar pacientes, do tipo usado em hospitais penitenciários, adquiridos no eBay, que ela havia prendido em orifícios laboriosamente perfurados na prancha de aço inoxidável. Ninguém conseguiria se desvencilhar dessas amarras sem ajuda. E, para ajudar, a pessoa em questão talvez precisasse de um maçarico.
Ela deixara duas saídas, nada mais do que aberturas, como a junção de duas cortinas. Fora da tenda, havia um catre, um saco de dormir, um fogão elétrico, um frigobar, além de todas as outras coisas de que ela precisaria. Ela também contava com um banheiro pequeno e modesto anexado ao quartinho dos fundos, mas era muito distante para ela dormir, e nem havia banheira, apenas um chuveiro. Nesse fim de semana teria que alterar sua rotina.
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Autor(a): ana
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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Ela usou cintas para mudanças a fim de mover o corpo inerte de Christopher de dentro do automóvel até um carrinho de carga, batendo a cabeça dele algumas vezes no processo. Provavelmente nada forte a ponto de causar uma concussão. Depois ela o levou no carrinho, baixou-o ao máximo e o virou sobre a mesa. Ele ainda estava profundament ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 5
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Manuzinhaa Postado em 24/04/2018 - 17:32:56
MULHER DO CÉU, CONTINUA
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heloisamelo Postado em 15/12/2017 - 02:20:44
Contt
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julianafontes Postado em 13/12/2017 - 05:15:11
Ansiosa para que o Chris apareçaaaa, continuaaa
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julianafontes Postado em 05/12/2017 - 01:19:33
Estou amando demais, continua logooo
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beatris Postado em 04/12/2017 - 00:51:11
ctn logo pfv pq eu estou realmente curiosa e levemente perdida...