Fanfic: A Química - Adaptação Vondy | Tema: Rebelde
Por volta das três e meia da manhã, ela estava de pé, vestida e alimentada, pronta para começar, embora exausta. Christopher continuava dormindo, inconsciente e tranquilo. Ele se sentiria descansado quando acordasse, mas desorientado. Não faria ideia da hora nem mesmo do dia. O desconforto era um instrumento importante no tipo de trabalho que ela fazia.
Ela puxou o travesseiro e o cobertor dele, reconhecendo que aquilo a deixava com remorso. Mas era importante; por mais bem treinado que fosse, todo alvo sentia um grande desconforto em ficar nu e indefeso diante do inimigo. Remorso seria o último sentimento a que ela se permitiria por alguns dias. Os outros sentimentos já foram bloqueados. Fazia mais de três anos, mas ainda sentia os bloqueios se formando dentro dela. Seu corpo se lembrava dos procedimentos. E ela sabia que tinha a força de que precisaria.
Seu cabelo ainda estava molhado da tintura feita às pressas, e a maquiagem no rosto parecia espessa, embora ela usasse muito pouco na verdade. Não sabia fazer nada complicado, então só tinha aplicado sombra escura, rímel pesado e batom vermelho-sangue. Não havia planejado mudar a cor do cabelo tão cedo, mas os fios pretos e a camuflagem no rosto faziam parte da nova estratégia. O jaleco branco de laboratório e o pijama cirúrgico azul-claro que ela havia comprado estavam cuidadosamente dobrados na mala. Em vez disso, vestia novamente camisa preta colada com calça jeans preta. Era uma vantagem que a casa dispusesse de máquina de lavar e secar. A blusa precisaria de uma lavagem em breve. Bom, na verdade já era para ter sido lavada.
Era estranho como um pouco de pó colorido e creme podia alterar o modo como um observador percebe uma pessoa. Ela se examinou no espelho do banheiro e ficou satisfeita com a aparência do rosto, bem severo. Passou um pente no cabelo, puxando-o para trás, depois atravessou o celeiro até a sala de interrogatório.
Ela havia colocado refletores pendurados na parte de cima da estrutura de PVC, no momento apagados. Acesas, somente duas luminárias que ficavam na linha da cintura. O revestimento de espuma cinza e a fita adesiva preta pareciam da mesma cor na penumbra. A temperatura havia baixado com o avanço da noite. Os pelos da barriga e dos braços do alvo estavam arrepiados. Ela passou o termômetro novamente na testa dele. Ainda dentro da média.
Finalmente, ela ligou o computador e instalou os protocolos. Entraria na proteção de tela depois de vinte minutos de inatividade. No outro lado do computador, havia uma caixinha preta com uma pequena luz vermelha na lateral e com um teclado em cima, mas ela ignorou a caixa por ora e começou o trabalho.
Havia um sentimento que lutava para chegar à superfície à medida que ela injetava no acesso do soro a substância que faria o alvo recobrar a consciência. No entanto, ela o reprimiu com facilidade. Christopher Uckermann tinha duas faces, assim como ela. Agora ela assumia sua outra identidade, aquela que o departamento chamava de a Química, e a Química era uma máquina. Impiedosa e implacável. O monstro dela estava livre agora.
Se tudo desse certo, o dele também apareceria para participar.
A nova droga gotejou para as veias, e a respiração dele ficou menos regular. Uma mão de dedos longos se fechou e puxou, presa às amarras. Embora a consciência ainda não tivesse voltado de fato, seus traços revelaram um franzir de testa quando tentou virar para o lado. Os joelhos torceram, fazendo força contra os grilhões nos tornozelos, e de repente seus olhos se abriram.
Ela permaneceu em silêncio na cabeceira da mesa e observou o pânico do homem; a respiração dele ficou ofegante, a frequência cardíaca aumentou, o corpo se agitava para se livrar das amarras. Ele encarava descontroladamente a escuridão, tentando compreender onde estava e encontrar algo familiar. Parou de repente, tenso e com os ouvidos atentos.
— Olá? — sussurrou.
Ela permaneceu em silêncio, esperando pelo momento adequado.
Durante dez minutos, ele alternou entre tentar arrancar com violência as amarras e escutar ao redor, apesar do ruído dissonante de sua respiração.
— Socorro! — gritou, por fim. — Tem alguém aí?
— Olá, Christopher — respondeu ela com voz baixa.
Ele virou a cabeça para trás de modo abrupto, esticando a garganta, enquanto procurava o ponto de onde vinha a voz. Não era o instinto de um soldado profissional expor a garganta daquela maneira, observou ela.
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Autor(a): ana
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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— Quem está aí? Quem é você?— Realmente não faz diferença quem eu sou, Christopher.— Onde estou?— Também é irrelevante.— O que você quer? — disse ele, quase gritando.— Agora sim; acertou. Essa é a pergunta que interessa.Ela caminhou ao redor da mesa de modo que ele p ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 5
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Manuzinhaa Postado em 24/04/2018 - 17:32:56
MULHER DO CÉU, CONTINUA
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heloisamelo Postado em 15/12/2017 - 02:20:44
Contt
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julianafontes Postado em 13/12/2017 - 05:15:11
Ansiosa para que o Chris apareçaaaa, continuaaa
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julianafontes Postado em 05/12/2017 - 01:19:33
Estou amando demais, continua logooo
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beatris Postado em 04/12/2017 - 00:51:11
ctn logo pfv pq eu estou realmente curiosa e levemente perdida...