Fanfic: A Química - Adaptação Vondy | Tema: Rebelde
— Quem está aí? Quem é você?
— Realmente não faz diferença quem eu sou, Christopher.
— Onde estou?
— Também é irrelevante.
— O que você quer? — disse ele, quase gritando.
— Agora sim; acertou. Essa é a pergunta que interessa.
Ela caminhou ao redor da mesa de modo que ele pudesse vê-la, embora ainda estivesse iluminada por trás e seu rosto estivesse tomado pelas sombras.
— Não tenho nada — protestou ele. — Nem dinheiro, nem drogas. Não tenho como ajudar.
— Não quero coisas, Christopher. Eu quero... ou melhor, eu preciso de informações. E a única maneira de você sair daqui é me dando essas informações.
— Não sei de nada... nada importante! Por favor...
— Pare — interrompeu ela, com rispidez, e ele engoliu uma respiração assustada. — Está me ouvindo agora, Christopher? Esta parte é realmente crucial.
Ele assentiu, piscando rápido.
— Tenho que conseguir essa informação. Não existe alternativa. E se precisar, Christopher, vou machucá-lo até você me contar o que preciso saber. Vou machucá-lo de verdade. Não necessariamente quero fazer isso, mas não me importo se tiver que fazer. Estou lhe dizendo isso para você tomar uma decisão agora, antes de eu começar. Diga o que quero saber, e vou soltá-lo. Simples assim. Prometo não lhe fazer mal algum. Vou ganhar tempo, e você vai evitar muito sofrimento. Sei que não quer me contar, mas por favor tenha em mente que você vai me contar de qualquer maneira. Pode levar um tempo, só que no fim você não vai conseguir se controlar. Todo mundo cede. Então, escolha o caminho mais fácil agora. Vai se arrepender se não escolher. Entendeu?
Ela havia feito o mesmo discurso para muitos, muitos alvos em sua carreira, e era de fato muito eficiente. Em cerca de quarenta por cento das vezes, esse era o momento em que o alvo começava a confessar. Nem sempre terminava a confissão, é claro, e sempre tinha algo a esmiuçar, mas havia uma chance razoável de que a primeira admissão de culpa e alguma informação parcial fossem concedidas nessa altura. A estatística variava dependendo da pessoa para quem ela discursava; com militares homens, o primeiro relato acontecia antes que sofressem qualquer tipo de dor em aproximadamente metade das vezes. Apenas de cinco a dez por cento dos espiões autênticos diriam alguma coisa sem qualquer aflição física. A mesma proporção para os fanáticos religiosos. Para os bajuladores de baixo nível, o discurso funcionava cem por cento das vezes. Nunca uma pessoa em cargo de comando havia confessado um único detalhe sem sofrer alguma dor.
Ela realmente tinha esperanças de que Christopher não passasse de uma versão melhorada de um bajulador.
Enquanto ela falava, Christopher a encarava com o rosto crispado de medo. Mas então, quase no fim do discurso, ele estreitou os olhos e franziu a testa, em claro sinal de confusão. Não era uma expressão que ela esperasse.
— Você me entende, Christopher?
— Dulce? Dulce, é você? — disse ele, com perplexidade na voz.
Era exatamente por isso que não se devia fazer contato prévio com um alvo. Agora ela estava fora do roteiro.
— É claro que esse não é meu nome verdadeiro, Christopher. Você sabe disso.
— O quê?
— Meu nome não é Dulce.
— Mas... você é médica. Você me ajudou.
— Não sou esse tipo de médica, Christopher. E não o ajudei. Eu dopei e sequestrei você.
O rosto dele estava sério.
— Você foi gentil comigo.
Ela teve que conter um suspiro.
— Fiz o que tinha que fazer para trazer você até aqui. Agora, preciso que se concentre, Christopher. Preciso que responda a minha pergunta. Você vai me dizer o que quero saber?
Ela mais uma vez percebeu a dúvida na expressão dele. Descrença de que ela poderia de fato machucá-lo, que isso realmente fosse acontecer.
— Eu lhe conto qualquer coisa que você quiser saber. Mas, como já disse, não sei de nada importante. Não conheço números de contas bancárias nem, sei lá, mapas do tesouro ou coisa parecida. Certamente nada que valha todo esse esforço.
Ele tentou gesticular com a mão amarrada. Olhando para si mesmo, pareceu notar pela primeira vez que estava despido. Sua pele se ruborizou — rosto, pescoço e uma linha no centro do peito —, e ele puxou automaticamente as mãos presas como se tentasse cobrir o corpo. A respiração e a frequência cardíaca se descontrolaram de novo.
Nudez; fossem agentes de operações especiais ou apenas terroristas de baixo escalão, todos detestavam.
— Não quero um mapa do tesouro. Não estou fazendo isso para ganho pessoal, Christopher. E sim para proteger vidas inocentes. Vamos falar sobre isso.
— Não estou entendendo. Como posso ajudar? Por que eu não desejaria ajudar?
Ela não estava gostando da maneira como o interrogatório transcorria. Aqueles que se agarravam à alegação de ignorância e inocência frequentemente levavam mais tempo para ceder do que os que admitiam a própria culpa, mas estavam determinados a preservar seu governo, sua jihad ou seus companheiros.
Ela caminhou até a escrivaninha e pegou o primeiro retrato. Era uma das fotos bem nítidas tiradas por quem vigiava De la Fuentes, um close.
— Vamos começar com este homem — disse ela, segurando a foto no nível dos olhos dele e usando uma das luminárias como spot.
Olhar completamente vazio, nenhuma reação. Mau sinal.
— Quem é esse?
Dessa vez ela permitiu que seu suspiro fizesse barulho.
— Você está tomando a decisão errada, Christopher. Por favor, pense no que está fazendo.
— Mas não conheço esse homem!
Ela o fitou com um ar resignado.
— Estou sendo totalmente franco, Dulce. Não conheço esse homem.
Ela suspirou de novo.
— Nesse caso, acho que é hora de começar.
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Autor(a): ana
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 5
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Manuzinhaa Postado em 24/04/2018 - 17:32:56
MULHER DO CÉU, CONTINUA
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heloisamelo Postado em 15/12/2017 - 02:20:44
Contt
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julianafontes Postado em 13/12/2017 - 05:15:11
Ansiosa para que o Chris apareçaaaa, continuaaa
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julianafontes Postado em 05/12/2017 - 01:19:33
Estou amando demais, continua logooo
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beatris Postado em 04/12/2017 - 00:51:11
ctn logo pfv pq eu estou realmente curiosa e levemente perdida...