Fanfic: A Química - Adaptação Vondy | Tema: Rebelde
Ela estava enferrujada, só isso. Já fazia três anos. Era por isso que estava se sentindo assim. Era por isso que esse alvo a estava afetando. Não era nada exceto o fato de ela estar fora do jogo havia muito tempo. Ainda podia pegar o jeito de novo.
Entrou no cômodo uma vez durante a sessão para manter o computador funcionando, mas não ficou para assistir. Voltou apenas após a dose começar a perder o efeito, cerca de quinze minutos mais tarde.
Ele estava ali, deitado, arfando novamente; dessa vez sem chorar, embora ela soubesse que a dor havia sido bem pior do que antes. Sangue da sua pele esfolada agora manchava todas as amarras e pingava na mesa. Talvez ela precisasse paralisá-lo na próxima rodada para evitar que suas feridas piorassem. Essa era uma sensação igualmente aterrorizante; podia ajudar.
Ele começou a tremer. Ela chegou a se virar em direção à saída da tenda um milésimo de segundo antes de perceber que estava indo buscar um cobertor para ele. O que havia de errado com ela?
Foco.
— Você quer falar alguma coisa? — perguntou ela gentilmente quando a respiração dele ficou mais estável.
A resposta saiu em arfadas ofegantes, exaustas.
— Não sou eu. Juro. Não estou... planejando... nada. Não conheço o cara das drogas. Eu queria poder ajudar. Sério, sério, sério... queria poder ajudar. Sério mesmo.
— Humm. Você está mostrando resistência a esse método, então talvez eu tente algo novo.
— Resis... tência? — disse ele com a voz rouca, sem acreditar. — Você acha... que estou resis... tindo?
— Para ser franca, estou um pouco preocupada em bagunçar sua cabeça com alucinógenos... parece que já tem problema suficiente aí dentro. — Enquanto falava, tamborilava com os dedos no couro cabeludo suado dele. — Talvez não nos reste escolha senão fazer as coisas à moda antiga... — Continuou a tamborilar os dedos despreocupadamente na cabeça dele enquanto observava a bandeja de instrumentos na mesa. — Você é sensível?
— Por que. Isso está... acontecendo comigo. — A pergunta foi apenas retórica, ele não esperava uma resposta para o sussurro débil. De todo modo, ela lhe respondeu:
— Porque isso é o que acontece quando se planeja espalhar um vírus de gripe letal em quatro estados americanos, com potencial para matar um milhão de cidadãos americanos. O governo americano desaprova esse tipo de comportamento. E me mandaram obrigar você a falar.
Os olhos dele focaram nos dela, o terror de repente sendo superado pelo choque.
— Que. Verdadeiro. Inferno!
— Sim, é terrível, apavorante e perverso, eu sei.
— Dulce, sério, isso é loucura! Acho que você está com algum problema.
Ela o confrontou.
— Meu problema é que você não me conta onde está o vírus. Já está com você? Ainda está com De la Fuentes? Quando será liberado? Onde?
— Isso é loucura. Você é louca!
— Eu provavelmente aproveitaria bem mais a vida se isso fosse verdade. Mas estou começando a achar que mandaram a médica errada. Nós precisamos do médico para malucos aqui. Não sei como fazer o outro Christopher vir aqui!
— O outro Christopher?
— O que eu vejo nessas fotos!
Ela girou e pegou um punhado de fotos da mesa, esbarrando no computador com raiva ao passar.
— Olhe — disse ela, colocando-as diante do rosto dele, tirando uma depois da outra e jogando-as no chão. — É o seu corpo. — Ela bateu uma foto no ombro dele antes de deixá-la cair. — Seu rosto, está vendo? Mas não a expressão certa. Outra pessoa está olhando através dos seus olhos, Christopher, e não tenho certeza se você sabe disso.
No entanto, ali estava novamente, o reconhecimento. Ele sabia alguma coisa.
— Escute, por enquanto, vou me contentar com que você me conte apenas o que vê nesta foto.
Ela ergueu a primeira foto do bolo, o Outro Christopher esquivando-se na porta dos fundos de um bar mexicano. Ele olhou para ela, angustiado.
— Não posso... explicar... não faz sentido.
— Você vê algo que eu não vejo. O que é?
— Ele... — Christopher tentou balançar a cabeça, mas mal se moveu, de tão fatigados que estavam seus músculos. — Ele se parece com...
— Com você.
— Não — sussurrou ele. — Quer dizer, sim, claro que ele se parece comigo, mas consigo notar as diferenças.
O jeito como ele falou. Claro que ele se parece comigo. A sinceridade transparente novamente; mas alguma coisa ainda retida...
— Christopher, você sabe quem ele é? — Uma pergunta de verdade dessa vez, sem sarcasmo, não retórica. Ela não estava bancando (mal) a psiquiatra agora.
Pela primeira vez desde que o interrogatório começara, sentiu que estava realmente descobrindo algo.
— Não pode ser — disse ele baixinho, fechando os olhos menos por exaustão e mais para não ver aquela foto, pensou ela. — É impossível.
Ela se inclinou para a frente.
— Me diga — murmurou.
Ele abriu os olhos e a encarou de maneira inquisitiva.
— Tem certeza? Ele vai matar pessoas?
Tão natural a opção dele por usar a terceira pessoa.
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Autor(a): ana
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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— Centenas de milhares de pessoas, Christopher — prometeu ela, tão séria quanto ele. Também usou a terceira pessoa: — Ele tem acesso a um vírus mortal e vai espalhá-lo a mando de um chefe do tráfico psicopata. Ele já tem hotéis reservados... no seu nome. Fará isso em três semanas.— N ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 5
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Manuzinhaa Postado em 24/04/2018 - 17:32:56
MULHER DO CÉU, CONTINUA
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heloisamelo Postado em 15/12/2017 - 02:20:44
Contt
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julianafontes Postado em 13/12/2017 - 05:15:11
Ansiosa para que o Chris apareçaaaa, continuaaa
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julianafontes Postado em 05/12/2017 - 01:19:33
Estou amando demais, continua logooo
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beatris Postado em 04/12/2017 - 00:51:11
ctn logo pfv pq eu estou realmente curiosa e levemente perdida...