Fanfics Brasil - Capitulo 1 - Estranho Perfeito Anjo Caído - Abismo

Fanfic: Anjo Caído - Abismo


Capítulo: Capitulo 1 - Estranho Perfeito

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CAPITULO UM


Estranho Perfeito


 


 


Setembro iniciou já fazia uma
semana. Uma semana torturante para o meu pobre coração. Que ridícula que eu
sou. Mas o dia finalmente chegou e eu estava pronta para vê-los novamente.


Mas eu estava mesmo é com saudade de
Madison, nós estudávamos juntas desde pequenas e ela com suas habilidades
ninjas conseguiu fazer com que nossos horários ficassem iguais. Novamente. Ela
sempre fazia isso, e apesar de ser um erro, eu gostava. Não conseguia me
imaginar em uma aula completamente isolada e perdida. Ela era minha única
relação social, fora a minha mãe.


Era outono, fazia um frio ameno.
Haviam várias folhas secas na região da Lincol Park High School, o que deixava
a escola muito bonita, apesar de não ser o ambiente mais agradável de todos. E
eu adorava o outono, porque era uma estação linda e era nele que sempre se
iniciava um novo ciclo em minha vida. Um novo começo. Eu esperava aproveitar
esse novo ano letivo, era o último antes da faculdade e o último com Madison.
Mesmo sabendo que depois de uns cinco anos nos veríamos de novo.


Parecia que eu me afastava cada vez
mais da adolescência e me aproximava da maturidade. Isso me assustava de alguma
forma. As pessoas dizem que quando uma garota completa 15 anos ela já uma
mulher. Mentira. Eu não era ainda e nem estava pronta pra ser uma.


 


Quando me aproximei da escola, me
peguei vasculhando com o olhar o estacionamento do colégio. Em algum lugar por
ali o Jaguar estaria parado e reluzindo no sol, assim como seus ilustres donos.


Mas não estava.


Respirei fundo e continuei o caminho
até a entrada da escola quando algo pulou em cima de mim.


- Nick! – me assustei com a pessoa,
mas reconheci a voz na hora. Só depois de alguns segundos percebi que estava
sendo abraçada. E eu achando que havia caído no chão.


- Oi Mad! Que saudades! – retribuí o
abraço.


- Como foram suas férias? As minhas
foram um fiasco como sempre, mamãe e papai viajaram, mas não me levaram porque
tavam sem grana – ela contou irritada – Sabe, às vezes acho que eles não gostam
de mim...


- As minhas foram normais – eu a
interrompi, antes que ela dissesse algo muito feio.


- Você não viajou? – ela indagou.


- Quase – respondi frustrada – Mamãe
e eu íamos fazer uma excursão por Illinois e em seguida ir pro
Tennessee. Mas, quando estávamos em Springfield ela jogou uma garrafa de
Coca-cola pela janela que acertou em um carro e causou uma derrapagem na
pista... – balancei a cabeça negativamente – Você acredita que ela tentou
seduzir o guarda?


Madison não estava escandalizada
como eu, estava rindo tanto que sua face estava vermelha. As situações mais
constrangedoras da minha vida aconteceram quando minha mãe estava presente. Ele
sempre fazia nós parecermos as “Doidas do bairro”.


 


Entramos na escola e fomos indo na
direção de nossos armários – que graças a Madison, ficavam um do lado do outro.


Meus olhos percorreram o local.
Aproveitei a distração de Madison – que tentava lembrar-se desesperadamente de
sua senha – para esticar um pouco a cabeça, a procura
 dele.


- Tá procurando quem? – fui
surpreendida pela voz atenta dela.


- Ninguém – menti e desviei o rosto,
concentrada no interior de meu armário.


- Acha que Victor Drown não veio? –
ela indagou indiferente e vitoriosa. Nunca menti muito bem.


- Não sei, vamos descobrir isso na
aula de Física – respondi, tentando parecer estável.


- Adivinha – ela falou alarmada.
Parecia ter ignorado o assunto de Victor.


- Hã, você... não viajou com seus
pais? – brinquei.


- Não – ela fechou o armário e se
focou em mim – Igualei nossos horários com o de Peter.


- Sério? – me virei pra ela.


- É – ela sorriu, como se tivesse
feito uma proeza.


Peter Wilcock, o novo veterano da
escola, era nosso novo amigo. Ele havia chegado de Aspen, no Colorado porque o
pai aparentemente fora transferido. Ele havia dito que no começo relutou um
pouco, mas depois viu que Chicago não era tão ruim quanto parecia ser. Não
fiquei nem um pouco ofendida. Minha indiferença em certos pontos políticos,
religiosos e esportivos às vezes assusta as pessoas.


Ele também era inteligente. Não era
o tipo de garoto igualável com os outros idiotas da minha escola. Ele era como
 aqueles garotos.


Aqueles.


 


Foi aí que toda minha concentração,
meus pensamentos, idéias e reflexões desapareceram. Minha mente viajou e meu
corpo pareceu ficar mole. Como se estivesse sem vida.


Aqueles acabaram de entrar. Refletindo toda a perfeição
que a natureza lhes dera. E fazendo com que seu brilho cegasse as pessoas. Como
se eles fosse apenas uma ilusão muito real ou como se fosse um véu misterioso e
opaco – quando se dá pra ver o que há por trás, mas a compreensão não chega a
ser tanta. Não o suficiente para entender que eles – de alguma forma –
existiam.


Eu acho que a escola inteira parou
para admirá-los.


Aqueles estranhos.


Algo lá no fundo soou. Era o sinal
de que deveríamos entrar em sala de aula. Logo a câmera lenta voltou a sua
velocidade normal e todos retornaram a realidade suas vidas tão entediantes.


Voltei a respirar e junta com
Madison segui para nossa primeira aula: História.


 


A sala estava uma bagunça. Os
discentes se organizavam e escolhiam a cadeira em que iriam sentar. Eu, como
sempre, segui para o fundo da sala, mas Madison tentou me arrastar pras
primeiras carteiras. O resultado foi que nós nos sentamos no meio. O lugar mais
concentrado da escola. Tudo que existia fora daquela área: conversas, fofocas,
gritos, bagunça, colas... ali era duplamente pior.


Bufei e olhei indignada para
Madison. Nós não estávamos na nossa zona normal, aquela não era nossa área.
Éramos clandestinas.


Pude perceber que alguém conhecido
entrou. Ele era esguio, talvez até mais que Aqueles Estranhos. Peter tinha um
corpo magro, seus músculos eram compridos e finos.


Era também alto, e seus cabelos
negros contrastavam com seus olhos verdes – que refletiam nas lentes de seus
óculos.


Ele sorriu ao nos encontrar e veio
caminhando em nossa direção, sentando em uma carteira atrás de mim.


- Ei! – ele saudou animado.


Virei e sorri, Madison também ficou
animada.


- Obrigado Maddie – ele sorriu. Com
certeza se referia a mudança de horários.


 


Peter contara tudo sobre sua viagem
a Aspen nas férias. Nossa conversa tomara todo o tempo da aula de história. A
aula estava bastante entediante, mas foi aí que percebi que a próxima aula era
a de Física. Senti meu coração quase ser vomitado através da boca quando entrei
na sala.


Ele 
estava lá e
 me esperava.


Eles já estavam lá e nos esperavam.


Fui tímida até a carteira atrás de
Victor. Havia um sorriso estampado em seu rosto. Peter não pôde deixar de ficar
animado também e logo se dirigiu até a região onde ficavam Arthur, Scarlet,
Chastity e Henrique. Madison ficou sozinha, eu senti um pouco de pena, mas logo
esqueci quando apreciei os traços perfeitos da divindade na minha frente.


- Oi Nicole – ele disse gentil, da
sua boca parecia sair um aroma inexplicavelmente doce – Senti saudades.


Ele realmente disse que havia sentido saudades?
Os estranhos me surpreendiam cada vez mais.


- Oi – consegui falar uma palavra de
duas letras sem gaguejar na frente dele. Milagres acontecem – Também senti
saudades.


Eu senti uma certa liberdade pra
falar isso.


- E então, como foram as férias? –
ele perguntou e em seguida mordeu o lábio. Uma coisa também muito estranha
entre Os estranhos é que eles tinham um maxilar forte.


- Minhas férias? Normais, sabe, em
casa... assistindo a programas matinais infantis – sorri. Não iria contar da
experiência ridícula com minha mãe e percebi que seus olhos caramelados
faiscaram em meu rosto – E você?


- Entediantes – ele respondeu
indiferente e desviou um pouco o rosto. Era meio impossível imaginar algo
entediante na vida de Victor Drown.


Só que ele, pra minha imensa
tristeza, se virou para olhar o professor e prendeu sua atenção na aula. A
única coisa que eu podia ver eram seus cabelos que pareciam ondas douradas.


Virei o rosto para olhar os amigos
de Victor. Instantaneamente, as pedras azuis de Scarlet van Trent lampejaram na
minha direção. Tentei sorrir, mas ela não parecia ser a pessoa mais simpática
do mundo. Seus cabelos louros balançavam a cada movimento da cabeça dela, e
depois paravam graciosamente no mesmo lugar.


Arthur West emanava de si um charme
peculiar. A força sexual exercida pelas garotas sobre ele não o afetavam. Ele
as ignorava, como se fosse um desperdício na atmosfera.


Chastity Muse prestava atenção na
aula. Seus olhos fatais estavam concentrados nas palavras do prof. Buckley.
Sempre que ela movia a mão, escrevendo delicadamente no papel, parecia que sua
pele aveludada farfalhava e voltava a ser dura como diamante negro. Perfeita.


Henrique Septimus, assim como
Arthur, arrancava suspiros das garotas. Ele olhava para o vazio, pensando em
algo muito distante. Sua indiferença com a aula deixava as pessoas meio
irritadas. Ele era lindo e irresponsável. Fazia bem o estilo bad boy.


E lá estava Peter Wilcock. Rodeado –
talvez – das pessoas mais lindas e graciosas do universo. Os olhos esverdeados
do garoto iam de estranho para estranho. Ele estava profundamente mergulhado no
encanto dos seres perfeitos. E eu estava bem atrás do mais perfeito de todos.


 


- O que tá achando do “ano novo”? –
ouvi a voz dele novamente. Eu não estava prestando atenção na aula. Ninguém
presta no primeiro dia. Aparentemente, o prof. Buckley acabara de se virar para
escrever na lousa alguns problemas de Física. E Victor aproveitara a chance
para se virar e falar comigo.


Às vezes eu me perguntava se ele
realmente me achava uma garota legal ou era só uma caridade pra eu não ser
extinta da sociedade. Ainda não fazia sentido O estranho mais perfeito de todos
conversar com A Garota Invisível Por Toda A Vida.


- Estou gostando... por enquanto –
completei enquanto olhava os exercícios a serem feitos.


Ele riu.


Eu também.


- E você? O que tá achando? – era
incrível que sempre que ele fazia uma pergunta eu fazia a mesma pra ele. Sou a
pessoa mais sem assunto do mundo.


- Estou gostando... por enquanto –
ele disse irônico.


E como sou tola. Em uma das minhas
tentativas de jogar charme, balancei os cabelos (tentando imitar Scarlet).
Victor não gostou, ele não fez careta nem nada, apenas recuou o rosto. E eu
fiquei parecendo uma retardada oscilando a cabeça.


Em seguida comecei a anotar os
exercícios no caderno. Alguma coisa tinha que me fazer desviar o olhar. E eu
não podia olhar para nenhum dos estranhos, eu sei que perderia a concentração.


Não eram problemas difíceis de
Física. Esse último ano era mais ou menos uma revisão de todo o assunto que nós
vimos nos últimos três anos. A tarefa abordava Mecânica e Termologia, nós
deveríamos começar a fazer em sala e depois terminar o resto em casa.


Mas a aula de Física acabou e agora
era a vez de Geografia. Ele não estaria lá.


Respirei fundo, hoje nós só
estaríamos juntos na aula de Física.


Levantei e ele se despediu, me dando
um abraço. Foi quase como um choque.


O corpo de Victor era
desconfortavelmente frio, como se não houvesse sangue. E era confortavelmente
macio. Parecia o pano mais liso que já havia tocado em minha vida.


Ele se despediu e com os outros sumiu da sala de Física.


Aí notei que não estava pronta pra
esse ano.


Eu não agüentaria ficar longe dele.


Percebi que nas férias eu não estava com saudades de
Madison ou de Peter. Eu estava com saudades de Victor e tinha sido hipócrita
com meus melhores amigos.


 


Mas eu estaria sendo mais hipócrita
comigo mesma se não admitisse que estava contando os segundos para o almoço.
Para a hora em que eu poderia apreciar cada ponto enigmático e magnificente do
belo rosto de Victor Drown.


 


O rosto do estranho perfeito.  


 




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Autor(a): mrinvisible

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).




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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • lovedyc Postado em 24/02/2010 - 21:08:03

    ameeiii a web

    postar ++++++++


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