Fanfic: Nosso Pedido de Natal - Ponny - Adaptada | Tema: RBD, AyA

ginja2011: Verdade, vms ve o que eles conseguem fazer pro coral permanecer firme e forte

continuando....

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Ela se interrompeu, furiosa demais para repetir a opinião do homem sobre as pessoas que trabalhavam com música.

— Eles nem mesmo sabiam que Júnior estava na minha turma. Pensavam que ele havia escolhido a ofi­cina de marcenaria como eletiva este ano. Tentei amaciá-los, disse que Júnior precisava de um crédito em belas-artes para se formar. Não me saí muito bem. O sr. Rohrer mal conseguiu engolir a ideia de Júnior per­manecer na minha turma. Ele continuou resmungando que o filho não precisava de lições de canto para tocar uma fazenda. E que, com certeza, não iria permitir que Júnior tirasse um sábado para ir a um teste quan­do o garoto tem trabalho para fazer lá onde moram. E disse, ainda, que eu parasse de colocar ideias absurdas na cabeça do garoto.

— Eles têm quatro filhos — disse Alfonso lentamente. — Instrução deve ser um problema.

— Se esse fosse o único obstáculo, eles deveriam ficar gratos diante da possibilidade de uma bolsa de estudos. — Ela fechou com força o caderno onde ano­tava as notas dos alunos. — O que temos é um rapaz brilhante e talentoso, que tem sonhos. Sonhos que nunca vai poder levar adiante porque seus pais não irão permitir. Ou o pai não vai. A mãe não disse nem duas palavras durante todo o tem­po em que estiveram aqui.

— Talvez ela prefira conversar com ele a respeito quando estiverem sozinhos.

— Ou talvez ele a contamine com a contrariedade que sente a meu respeito.

— Hank não é assim. Ele está acomodado no seu jeito de ser e acha que tem todas as respostas, mas não é um homem mau.

— É difícil para mim tentar ver alguma virtude no homem, depois de ele ter me chamado de... — ela pa­rou e respirou fundo — uma moça da cidade grande, de mãos lisinhas, que estava desperdiçando o dinheiro suado dos impostos que ele pagava. Eu poderia ter feito alguma diferença na vida daquele garoto — mur­murou Anahi, sentando-se — Sei disso.

— Tudo bem, talvez você não consiga fazer a dife­rença com Júnior, mas fará com outra pessoa. Aliás, já fez, com Julie.

— Obrigada — Anahi deu um rápido sorriso. — Isso ajuda um pouco.

— Mas é verdade. — Alfonso odiava vê-la daquele jei­to, toda aquela energia brilhante, todo aquele otimis­mo, — Ela ganhou confiança em si mesma. Julie sempre foi tímida para cantar e para muitas ou­tras coisas. Agora está realmente se abrindo.

Ouvir aquilo realmente ajudou e, dessa vez, o sor­riso de Anahi foi espontâneo.

— Então devo parar de remoer.

— Não combina com você. — Alfonso surpreendeu a si mesmo, e a Anahi, ao correr os dedos pelo queixo dela. — O sorriso, sim.

— Nunca fui capaz de ficar de mau humor por mui­to tempo. Rodrigo dizia que era porque sou superficial.

— Quem diabos é Rodrigo?

— Aquele que tirei da minha vida.

— Com certeza, era isso mesmo o que ele merecia. — Anahi riu.

— Estou feliz que você tenha passado por aqui. Eu, provavelmente, ficaria aqui por mais uma hora, ran­gendo os dentes.

— São belos dentes — murmurou Alfonso, e se afas­tou. — Agora tenho que ir. Preciso arrumar fantasias de Halloween.

— Precisa de ajuda?

— Eu... — Era tentador, tentador demais, mas muito perigoso, ele pensou, começar a compartilhar tradições familiares com ela. — Não, já tenho tudo sob controle.

Anahi aceitou o desapontamento e até conseguiu disfarçá-lo.

— Você vai trazê-los aqui no sábado à noite, não vai? Para as "gostosuras ou travessuras"?

— Claro. Até mais. — Ele virou-se para sair da sala, mas parou sob a porta e virou-se. — Anahi?

— Sim?

— Certas coisas levam um tempo para mudar. As mudanças deixam algumas pessoas nervosas.

Ela inclinou a cabeça.

— Você está falando sobre os Rohrer, Alfonso?

— Entre outros. Vejo você no sábado à noite.

Anahi ficou olhando para a porta vazia, enquanto os passos dele ecoavam no corredor. Será que Alfonso acha­va que ela estava tentando mudá-lo? E será que ela esta­va mesmo tentando? Ela se recostou, afastando a pape­lada. Não seria capaz de se concentrar naquilo agora.

Sempre tinha dificuldade de se concentrar quando Alfonso Herrera estava por perto. Quando se tornara tão suscetível àquele tipo lento, meticuloso e quieto? No momento em que ele entrara no auditório para pegar Julie e os gêmeos, admitiu.

Amor à primeira vista? Com certeza, ela era sofis­ticada demais, esperta demais, para acreditar numa coisa dessas. E com certeza, acrescentou, era esper­ta demais para se colocar na posição vulnerável de se apaixonar por um homem que não retribuía seus sen­timentos.

Ou que não queria retribuir, pensou. O que era ain­da pior.

Não deveria importar o fato de ele ser doce, bom e devotado aos filhos. Não deveria importar ele ser tão bonito, forte e sexy. Ela não deixaria que fizesse diferença o fato de que estar com ele, pensar nele, a deixasse ansiando por certas coisas. Por um lar, uma família, por risadas na cozinha e paixão na cama.

Anahi deixou escapar um longo suspiro, porque, no fim, importava. Importava muito quando uma mulher estava balançando bem na beira do abismo que era se apaixonar.