Fanfic: Nosso Pedido de Natal - Ponny - Adaptada | Tema: RBD, AyA

ginja2011: Vou concluir sim, pode deixar q nao vou abandonar.

theviraquel: continuando

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Anahi percebeu que ele sempre levara suas responsa­bilidades a sério, e que sempre levaria. Bastava olhar para Alfonso para perceber que era uma pessoa confiável.

— Você não falou nada sobre amor.

— Não, não falei. — Aquilo era uma coisa que ele não encarava levianamente. — Eu me sentia atraído por ela e vice-versa. Ou achei que ela sentia a mes­ma coisa. O que não sabia é que ela mentira sobre o fato de estar usando contraceptivos. Só depois que nos casamos foi que descobri que ela havia planejado "fisgar o filho do patrão". Estas foram as palavras dela — acrescentou Alfonso. — Angie viu em mim uma possi­bilidade de melhorar seu padrão de vida.

Ele ficou surpreso que mesmo naquele momento, depois de tanto tempo, ainda sentisse o orgulho e o co­ração feridos por saber que fora usado tão friamente.

— Para encurtar a história — continuou, no mes­mo tom inexpressivo —, ela não contava com a vinda de gêmeos, ou com as inconveniências da materni­dade. Assim, cerca de um mês depois de os meninos nascerem, Angie limpou minha conta do banco e se mandou.

— Sinto muito, Alfonso — murmurou Anahi. Ela dese­jou saber a palavra, o gesto certo para apagar aquela indiferença fria dos olhos dele. — Deve ter sido hor­rível para você.

— Poderia ter sido pior. — Ele relanceou o olhar para ela e encolheu os ombros. — Eu poderia estar apaixonado por Angie. Ela entrou em contato comigo uma vez, para me dizer que queria que eu arcasse com as custas do divórcio. Em contrapartida, eu poderia ficar com as crianças, com seu consentimento total e absoluto. Consentimento total e absoluto — repetiu Alfonso. — Ela falou deles como se fossem móveis e uten­sílios... e não crianças. Eu fiz com que cumprisse o prometido. Fim da história.

— Foi assim? — Anahi foi até ele e pegou suas mãos. — Mesmo que você não a amasse, ela o magoou.

Ela ficou na ponta dos pés e beijou o rosto dele, para acalmá-lo e confortá-lo. Viu a mudança nos seus olhos... e, sim, viu mágoa também. Aquilo explicava muita coisa, pensou Anahi, depois de ouvi-lo contar a história. Depois de ver aquela expressão no ros­to dele. Alfonso ficara desiludido, devastado. Em vez de enfraquecer diante da situação, ou de se encostar nos pais para ajudá-lo com o fardo, ele pegara os filhos e começara uma vida nova com eles. Uma vida para eles.

— Ela não merecia você, ou os meninos.

— Não foi nenhuma provação. — Alfonso não conse­guia desviar os olhos dos dela, agora. Estava impres­sionado, não tanto pela simpatia que ela demonstrava, mas pela compreensão dos fatos sem questionamen­tos. — Eles são a melhor parte de mim. Não queria que parecesse que isso é um sacrifício.

— E não parece. — O coração de Anahi pareceu der­reter quando ela o abraçou. O gesto tivera a intenção de confortá-lo, mas acabara mexendo com alguma emo­ção muito mais profunda dentro dela. — Você deixa claro que faz o que faz porque os ama. É muito atraente ouvir um homem dizer que considera seus filhos uma dádiva, e saber que ele realmente pensa assim.

Alfonso estava abraçado a Anahi, e não tinha muita cer­teza de como isso acontecera. Parecia tão fácil, tão natural, tê-la aconchegada em seus braços.

— Quando recebemos um presente importante, te­mos que cuidar bem dele. — A voz de Alfonso traía uma mescla de sentimentos. Ela. Seus filhos. Alguma coisa no modo como ela erguia os olhos para ele, a forma como seus lábios se curvavam. Ele ergueu a mão e aca­riciou-lhe os cabelos, mas logo se lembrou de recuar. — Tenho que ir.

— Fique. — Anahi descobriu que era fácil pedir isso a ele. Muito fácil, no fim, precisar dele. — Você sabe que quero que fique. Sabe que quero você.

Alfonso não conseguia afastar os olhos do rosto dela, e seu desejo era muito maior e muito mais doce do que ele jamais imaginara.

— Isso pode complicar as coisas, Anahi. Eu carrego uma bagagem pesada. A maior parte dela está arqui­vada, mas...

— Eu não me importo. — A respiração dela estava trêmula. — Não tenho nem mais orgulho, neste mo­mento. Faça amor comigo, Alfonso. — Com um suspiro, ela puxou a cabeça dele para baixo e beijou-o. — Ape­nas me ame esta noite.