Fanfic: Nosso Pedido de Natal - Ponny - Adaptada | Tema: RBD, AyA

— Não se ela for para casa quando sair daqui. — Bruno já pensara nisso. Estava esperando por esse mo­mento e, quando a viu, atacou. — Portilla! Aqui, srta. Portilla!

Alfonso não se mexeu. Não conseguiu. Alguma coisa acontecera enquanto estava sentado na terceira fileira, observando-a no palco. Ele a vira sorrir, vira as lágri­mas em seus olhos. Só vira Anahi.

Estava apaixonado! E nunca experimentara aquela sensação. Não sabia como lidar com aquilo. Correr parecia a solução mais inteligente, mas ele achava que não conseguiria se mexer.

— Olá! — Ela agachou-se para abraçar os meni­nos, apertando-os com força, beijando as bochechas de cada um. — Gostaram do concerto?

— Foi bom mesmo. Julie foi a melhor.

Anahi inclinou-se para ficar perto da orelha de Bruno.

— Também acho, mas isso tem que ficar em segredo.

— Somos bons em guardar segredos. — Ele sorriu, presunçoso, para o irmão. — Estamos guardando um há semanas.

— Poderia vir até nossa casa, Srta. Portilla? — Breno agarrou-lhe a mão e colocou todo o seu charme no olhar que dirigiu a ela. — Por favor? Venha ver nossa árvore e as luzes. Colocamos luzes em todos os lugares e a senhorita já vai conseguir vê-las por todo o cami­nho na estrada.

— Eu gostaria muito. — Ela levantou o olhar para Alfonso. — Mas o pai de vocês deve estar cansado.

Ele não estava cansado, estava abalado. Ela ainda tinha os cílios úmidos, e o broche que as crianças ha­viam dado cintilava na jaqueta de veludo.

— Você é bem-vinda para vir conosco, se não se importar com a distância.

— Eu gostaria muito. Ainda estou agitada. — Ela ficou de pé, buscando por algum sinal de boas-vindas ou de rejeição no rosto de Alfonso. — Se você tem certe­za de que não é uma hora ruim.

— Não. — Ele percebeu que sua língua parecia grossa. Como se ele tivesse bebido. — Quero falar com você.

— Irei assim que terminar aqui. — Ela piscou para os meninos e voltou a se misturar com a multidão.

— Ela fez maravilhas com aqueles garotos. — A Sra. Gomes acenou com a cabeça para Alfonso. — Seria uma vergonha perdê-la.

— Perdê-la? — Alfonso olhou para os filhos, mas eles estavam grudados um no outro, sussurrando. — O que quer dizer?

— Ouvi do sr. Jones, que ouviu de Addie McVie, que trabalha na secretaria da escola de ensino médio, que Anahi Portilla foi convidada a voltar para seu antigo cargo na escola em Nova York. Para começar no pró­ximo outono. Anahi e o diretor tiveram uma reunião esta manhã. — A Sra. Gomes continuou tagarelando, enquanto Alfonso olhava inexpressivamente por sobre a cabeça dela. — Odeio pensar que ela pode nos deixar. Ela fez diferença com essas crianças. — Então, a Sra. Gomes avistou uma companheira de fofocas e abriu caminho a cotoveladas pela multidão.

***

Alfonso sempre fora um homem controlado. Pelo menos nos últimos sete anos. Agora, esta­va precisando usar todo esse autocontrole para evitar que os filhos percebessem seu péssimo humor.

Eles estavam tão animados porque ela ia visitá-los, ele pensou amargamente. Quiseram se certificar de que todas as luzes estavam acesas, que havia biscoitos e que a coleira de Zark estava enfeitada com um sino.

Eles também estavam apaixonados por ela, perce­beu Alfonso. E isso criava uma enorme confusão.

Ele deveria ter adivinhado. Tinha que ter adivinha­do. De algum modo, deixara que isso acontecesse. Se deixara mergulhar naquilo e afundara. E arrastara os filhos consigo.

Bem, precisava consertar as coisas, não é mesmo? Alfonso pegou uma cerveja e bebeu. Era bom em conser­tar coisas.

— As senhoras gostam de vinho — Breno lhe infor­mou. — Tia Maite gosta.