Fanfics Brasil - É preciso saber perder Tizith Chronicles - Missão na selva vermelha

Fanfic: Tizith Chronicles - Missão na selva vermelha | Tema: Ação, RPG, Comédia


Capítulo: É preciso saber perder

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Iniciaram caminho de volta para o posto. Pela estrada havia muita lama, que começava a dificultar a passagem do grupo. Pedaços de moskeras eram encontrados ao longo do caminho. Alguns eram remetentes dos monstros derrotados pelos guardas do posto. Mas a grande maioria, eram cadáveres produzidos pela tropa de expedição. Haviam até, pontos onde chegava a se concentrar uma pequena pilha de monstros mortos. E as visões de todos aqueles monstros mortos no chão, acenderam uma esperança no grupo: “Talvez, afinal a tropa da expedição tenha obtido sucesso e retomado o controle do posto.Talvez nem precisemos lutar!”. E acesos por essa fagulha de esperança, aceleraram o passo, como quem anseia por boas notícias.


Caminharam por algumas horas, até avistarem uma nuvem de fumaça ao longe, parecendo meio rosa, meio roxa. Ela cobria toda a área do posto, levando à conclusão de que tudo dentro das muralhas estaria tomado. Contrastando com a visão da nuvem no horizonte, pontinhos com tom de cinza chamavam a atenção do grupo. Era a mesma cor do uniforme dos soldados da tropa de expedição.


- Aquilo lá… Não é a expedição? - Pediu Broki


- Talvez estejam concentrados preparando o ataque. - Continuou Guardy


- Vamos acelerar o passo até lá. Se eles vão invadir o posto, nós iremos com eles. - Disse o recruta


A medida que se aproximavam, os pontinhos ficavam maiores, e com mais fácil identificação.


- Isso é estranho… Não parecem se mexer. É quase como se estivessem deitados, descansando - Interrompeu Jhonson, com um pensamento rápido que lhe surgiu a mente - Ah não! Magos malditos!


- O que foi? - Ysor assustou-se com a reação do recruta


- Acelerem! Estou com um mal pressentimento!


Jhonson usou sua velocidade e foi na frente do grupo, temendo pelo pior. Era espantoso para eles, a diferença de velocidade em relação ao recruta. Fisicamente ele não era muito diferente dos guardas do posto, ou dos soldados da tropa de expedição. Mas presenciar aquela performance com os próprios olhos, fazia com que, em alguns momentos, o recruta parecesse até um super herói.


O grupo viu, já não muito distante, Jhonson chegar primeiro que eles, e ficar próximo aos soldados, de pé, parado.


- Vamos logo, tá quase! - disse Broki.


Pouco antes de chegarem até os soldados da expedição, a visão que o grupo tinha já lhes permitia discernir mais detalhes… E a cada passo dado, a cena era mais difícil de se encarar: Pedaços de roupas rasgadas por todos os lados, algumas pernas e braços amputados, orgãos expostos, olhos já revirados, espadas fincadas no peito de alguns, e até cabeças separadas do corpo. Ysor, assim que percebeu a situação, tapou os olhos do filho com as mãos. Não havia necessidade de tal brutalidade ser presenciada por crianças.


O silêncio havia tomado conta do lugar… Todos do grupo estavam sem reação.


- Eram 10 soldados… E estão todos mortos… - Broki estava aterrorizado.


- Se eles ficaram nesse estado, que chance nós temos?


- Vamos embora… Vamos voltar! Se entrarmos aí, não vamos salvar ninguém, e ainda vamos morrer - Disse Ysor


- Eu não quero morrer! - Gritou keny


- Gente barulhenta… - Disse uma voz estranha


- Quem- Sério galera, não é hora pra brincar… - disse Jhonson, arrepiado


- Recruta… atrás de você…


- Bú! - disse um soldado muito ferido no chão


- Aaah! … Você! É um filho da puta! ... Seu filho da puta! - disse Jhonson


- Tá bom… Eu sou… Mas me ajuda aqui… - disse o soldado no chão, prestes a desmaiar novamente


- Vamos ajudar ele logo! - Disse Ysor


Ysor apoiou a cabeça dele em seu colo, enquanto o Maheck fazia uma talha e estancava o sangramento da perna do soldado. Por sorte não morreu, considerando a quantidade de sangue perdido.


- Ei… Escuta… - Resmungou o soldado ferido, tentando falar alguma coisa


- Fique parado cacete! Você não tá em condição de discurso agora - Ordenou Ysor.


- Fomos… Cercados… Nuvem rosa… Plantas carnívoras…


- Chega! Você vai apagar de novo! - Gritou Ysor


- Não! Deixa ele falar! - Jhonson interrompeu


- E tinham dois… Homens… Espada… Magia… Eram… Fortes… Não… conseguimos… Vencer ~COF~COF


- Chega já! Tá bom! Já falou o suficiente! - Insistiu Ysor


Ysor percebeu a fraqueza do corpo do soldado ferido.


- Vai desmaiar… Seu corpo tá ficando fraco… - Ysor foi apoiando-o no chão


- Enfermeira! - Disse o soldado ferido


- Mas eu não sou enfer- Tá… o que foi? - Ysor permitiu que ele falasse


- Eu… Eu prefiro… Melão…- E então, desmaiou outra vez.


- E agora? Vamos deixar o cara aqui? - Broki questionou


- Não sei o que é pior… Levar ele pro posto, infestado de monstros, ou deixá-lo aqui… - Indagou-se Guardy


- Deixa ele aqui. Vamos colocar ele um pouco mais próximo as árvores, na entrada da floresta. Carregar um corpo enquanto lutamos, não vai ajudar em nada. Talvez até, ele tenha mais chance de sobreviver aqui, do que conosco. - Disse o Recruta


- Jhonson tem razão… vou reforçar as bandagens. Algum dos guardas coloca ele encostado em alguma árvore. E deem essa poção de cura para ele. - Maheck estendeu a mão com os itens para os guardas


- Vamos logo até o posto - Jhonson comandou -. Está logo a frente. Não temos mais o que esperar.


Não demorou muito para que chegassem até a entrada do posto, ou pelo menos, até onde ela deveria ficar. O portão não estava visível. Uma nuvem rosa pairava sobre toda área onde o posto deveria estar. O problema não era passar por ali, mas sim lidar com o que muito provavelmente estaria do outro lado. No caso dos moskeras, a situação era outra.


- Chegamos… Vamos entrar logo - Disse Jhonson


- Ei, segura aí. Saca só ali do lado… - Broki observou


- Hm? Aqueles insetos ali? - Jhonson apontou para sua direita


- É… Saca só… Eles não passam da nuvem de fumaça…


- Não era esse afinal o plano de Ketrof? - Indagou o recruta


- Parece que já temos um culpado aqui então… - Concluiu Guardy


- Vamos entrar, ou matar esses monstros primeiro? - Ysor estava apreensiva com a possibilidade imediata de uma batalha.


- Ah, não. Vamos entrar. No roteiro dizia que nós mataríamos eles primeiro, mas eu tenho que ir logo, ou vou ficar sem poções - disse Jhonson - Ok, vamos entrar todos juntos - continuou - no três: Um! Dois! Três!


Correram então para dentro da nuvem, e por um instante toda a paisagem do grupo resumiu-se a uma visão rosa em 360º. Até que, enfim, saíram do outro lado.


- Aehoo! À postos, todos vocês! Você também Keny! Pega umas pedras no chão aí, sei lá. - Comandou o recruta


E ao comando de Jhonson, as espadas foram desembainhadas, machados vieram a mão, e a magia corria pelos braços dos usuários de poderes arcanos. E então…


- … Hã…? - Guardy estava curioso quanto a situação


- Esse lugar tá realmente uma bagunça, mas… Não to vendo nem gente, e nem monstro… - Constatou Broki


- Ali, recruta. As caravanas… - Ysor avistou-as


- Pois é… Não se afastem, por favor. Vamos ficar em grupo. O mais óbvio é que isso seja uma armadilha. Não abaixem a guarda...


 


O recruta e seu grupo não sabiam, mas muito próximo de onde estavam, residia a verdadeira ameaça…


- Mas vejam só, que maravilha… Eu pensei que teria que ir à caça dos sobreviventes, mas me pouparam o trabalho… E de brinde - Ketrof olhou Jhonson de longe, reconhecendo, pelo seu uniforme, sua posição como recruta - me trouxeram alguém interessante… Não é nada pessoal, Recruta… mas vou iniciar minha vingança à vila, começando por você!  “O mais óbvio é que seja uma armadilha” É óbvio que é uma armadilha! Quero ver é tu sair dessa, “Xeroque Holmes”.


 


O grupo vasculhou cautelosamente ao redor do posto, procurando por sobreviventes.


- Com esse aqui, são 4. - Disse Broki


- Mais os 3 comerciantes que achamos do outro lado. 7 mortos… - Completou Guardy


- 7, até agora. Tinha mais gente aqui quando conseguimos escapar. Ou fugiram, ou morreram todos. - Constatou Maheck


- Nem mesmo as plantas estão aqui… - Observou Ysor


- Mas a nuvem que cobre o local continua forte. Mesmo que não estejamos vendo-as, devem estar por perto. - Disse Jhonson


- Keny, viu alg- A mãe de Keny reparou que ele não estava ali, mas estava a poucos metros de distância, ao lado de uma carroça tombada.


- Keny! Não se afasta! Volta! Tá perigoso demais aqui! - Gritou Ysor


- Mãe! Achei uma! - Todos olharam em direção a Keny…


- … Que…? - Ysor amoleceu as pernas por um momento.


- Mas essa aqui parece morta… - Disse Keny


- Sai daí Keny! - Gritou Jhonson, se movendo rapidamente em direção ao garoto - Tu nunca viu um filme de ação cara? Essa coisa tá fingindo!


Antes que Keny pudesse pensar, a planta se moveu, e foi em direção ao braço do garoto. Não fosse a velocidade de Jhonson, que com uma trombada jogou a planta longe, o garoto teria perdido um membro. A planta foi arremessada com violência contra o muro que ficava ao redor do porto de observação. Keny, assustado com a situação, correu para os braços da mãe.


O impacto no muro da planta arremessada por Jhonson, provocou um grande estrondo. Imediatamente em seguida, outros sons mais fracos ao redor do grupo começaram a surgir. Madeiras sendo movidas, matagal sendo pisado, objetos sendo deslocados. Eram as plantas carnívoras. Elas estavam se escondendo, fingindo-se de mortas assim como a primeira, até enfim partirem em direção aos guerreiros.


 


As plantas tinham por volta de 1 metro e 30 centímetros, quatro tentáculos que se moviam como pernas, e mais quatro, sendo dois em cada lado que serviam como braços. Sua boca era repleta de dentes, e sua mordida capaz de quebrar ossos de humanos normais sem treinamento. Elas não tinham olhos, mas pareciam ter alguma forma de perceber o que acontecia ao seu redor - talvez alguma maneira olfativa. A velocidade com que andavam de um lugar para o outro não era das mais rápidas, mas em compensação tinham grande agilidade com os tentáculos, e os usavam para atacar. Estes, tinham uma espécie de espora na porta, usada para ferir mais facilmente as presas.


O grupo foi recuando enquanto as plantas iam cercando eles pelos lados, até que ficaram com as costas coladas em uma carroça tombada no meio do pátio.


- Galera, a gente veio aqui preparado pra lutar, e agora é a hora. Você também, crianço. Agora é a hora de tu brincar de mago - Jhonson incentivou o grupo à batalha


Percebendo-se totalmente cercados, começaram o ataque. As espadas dos guardas chocavam-se com os tentáculos das plantas, ao mesmo em que eles tinham que esquivar dos outros ataques simultâneos. Keny e sua mãe, evocaram cada um uma bola de fogo, e dispararam contra as plantas, forçando-as a recuar a força com o impacto. Os guardas aproveitaram a distração dos monstros, e abandonaram seus oponentes para ir até elas, e arrancando-lhes os tentáculos com um único ataque de cima para baixo. Atrás deles, Jhonson cruzou suas katanas em frente a seu rosto, e começou a concentrar magia arcana em seus braços. Uma luz azul brilhava desde os ombros até as lâminas das katanas de Jhonson.


- Sai da frente! - disse o recruta.


Os outros guerreiros do grupo, abriram um corredor entre Jhonson e as plantas, e tiveram tempo de ver o feroz golpe do guerreiro


- Lâmina Crescente!


 


 


O guerreiro desferiu um golpe à sua frente, mesmo não havendo ninguém ao alcance de suas lâminas. Porém, a rajada de ar que saiu de suas katanas, cortou tudo no caminho, parando apenas após abrir um buraco no muro do posto de observação. Os guardas e Maheck, ficaram por um momento, impressionados com a diferença do poder entre Jhonson e eles. Havia agora, um corredor de plantas mortas. Todavia, mais plantas prontas para atacar, vinham da direita e da esquerda. Em uma troca de olhares entre os pais de Keny e os guardas, eles dividiram-se em dois grupos. Jhonson, Keny e Ysor, foram para o lado direito, enquanto os dois guardas, e Maheck, atacaram as plantas pelo lado esquerdo.


 


O recruta correu em direção aos monstros. Ao se aproximar do primeiro inimigo, desviou de seus tentáculos, e saltou para o centro das plantas - onde havia aproximadamente 30 deles. Enquanto estava no ar, os tentáculos das plantas tentaram lhe atingir, mas bolas de fogo disparadas por Keny e sua mãe, atingiram-lhes antes de eles alcançarem o guerreiro, fazendo com que as plantas errassem o alvo. Livre de ameaças em sua queda, Jhonson aterrisou com os dois pés na cabeça de uma das plantas, e sem perda de tempo, concentrou a magia arcana, em suas armas, e girou, no mesmo golpe que já havia usado anteriormente contra as moscas. Com sua investida, Jhonson cortou vários tentáculos que tentaram lhe acertar, e destruiu algumas plantas, além de dar tempo para Keny e Ysor carregarem mais ainda sua magia. Mas agora, ele se encontrava cercado por todos os lados, e teria que encontrar uma maneira de reverter a situação.


Do lado oposto, Maheck e os guardas travavam uma batalha muito mais desesperadora. Nenhum deles tinha habilidades equivalentes a do recruta, nem sequer seu conhecimento em magia. O número de plantas desse lado era um pouco menor, cerca de 20, mas isso não significava uma boa notícia. Guardy atacou a planta mais próxima, com um corte em diagonal pela direita, mas o monstro conseguiu bloquear. Os tentáculos que não estavam bloqueando, e estavam livres, foram usados para atacar Maheck, que vinha logo a frente, girando seu martelo. Broki bloqueou o ataque, deixando assim a planta vulnerável, à uma porrada de baixo para cima, desferida pelo martelo do pai de Keny. A força do impacto foi tamanha, que arrancou a cabeça da planta fora.


 


Enquanto o corpo da planta caia lentamente para trás, Maheck virou-se para a direita, e atirou o machado na cabeça de outra planta que vinha daquela direção. A planta foi arremessada para trás com o impacto, derrubando outras que vinham logo atrás dela. Correu para buscar o machado que havia caído no chão, quando sentiu dois tentáculos cravar as pontas em suas costas, impedindo-o de se mover. Ao mesmo tempo, os dois guardas alternavam seus movimentos para lutar com uma outra planta. Invertendo entre ataque e defesa, alternando também o lado do ataque de cada, um fazendo com que a planta errasse seu ataque por um momento, e ficasse exposta para ter seus tentáculos cortados. Após isso, um chute duplo arremesso-a em cima de outros monstros. Ouviram então, o som do pai de Keny sendo atingido. Moveram por trás da planta, surgindo um de cada lado, cortando-lhe os tentáculos, e decapitando-a depois.


- Você está bem, Maheck?


- Agora não é hora pra isso, meu chapa. Lá vem mais uma.


Notou com o canto do olho, que havia um ataque vindo em sua direção. Ainda não havia conseguido resgatar seu machado do chão, e não haveria tempo para tal. Virou seu corpo para a planta, deixando com que os tentáculos atingissem seus braços, perfurando lhe a carne. Ao mesmo tempo, agarrou os tentáculos com as mãos, e puxou a planta em sua direção, acertando-lhe uma cabeçada. A planta foi jogada para trás, mas o ele não soltou seus tentáculos, deixando-os esticados, na melhor posição possível para serem cortados pelos guardas que estavam logo ao seu lado. Por fim, recuou para recuperar seu machado, enquanto os guardas perfuravam simultaneamente a cabeça da planta. E apesar de todo o esforço, ainda havia uma grande quantidade de monstros para serem derrotados.


Do outro lado, Jhonson corria em direção a Keny e sua mãe, que estavam sendo cercados e encurralados por 3 plantas em um canto. Keny e Ysor tentaram conjurar bolas de fogo para tentar, ao menos, retardar o movimento das plantas. Mas já haviam usado muita magia,e estavam fatigados pelos combates anteriores. Keny, nem ao menos conseguiu disparar magia, e a conjuração Ysor foi tão fraca que as plantas nada fizeram para defender-se. O recruta correu pela lateral das plantas para tentar impedir o ataque. No momento em que a planta mais próxima atirou seus tentáculos, Ysor se jogou sobre seu filho para protegê-lo. O ataque lhe abriu feridas nas costas, mas não atingiram Keny. As outras duas plantas preparavam-se para também investir sobre a mãe de keny, quando Jhonson chegou em incrível velocidade, dando uma joelhada na planta da direita, e arremessando as três para longe.


- Ei… Você tá bem? - Jhonson fez uma breve pausa - A pergunta é idiota, eu sei…


- Não, mas não dá pra parar agora - Disse Ysor, ofegante


- Vem… Me deixe ajudar vocês… Vamos reagrupar.


Jhonson apoiou Ysor em seu ombro, enquanto Keny seguiu andando ao seu lado, e foram em direção a Maheck e aos guardas.


Assim que o pai de Keny viu sua esposa ferida, deu as costas para a planta com quem lutava, e foi em direção a ela. Por pouco não foi atingido, já que os guardas lhe davam cobertura, e desviaram o golpe da planta, antes de correrem também para junto do Recruta.


- Meu bem! - Maheck se aproximou da esposa preocupado


- Calma querido… Estou apenas ferida.


- Aqui, dona - disse Jhonson para Ysor, estendendo o braço para que ela pegasse algo de sua mão - Tome um pouco dessa poção. Divída com os outros também.


Os guardas aproximaram-se de Jhonson:


- Ei recruta, vamos continuar com isso? Fomos feridos e tivemos sorte por não ter sido nada grave. Matamos umas 10, mas já devem ter entrado mais 20 pelos portões. - Questionou Broki


- Por mais que você seja forte recruta, isso tá sendo loucura. - Confirmou Guardy


- É… tsc. Merda - Admitiu o Recruta


- E o que faremos então? Fugir? - Perguntou, Guardy


- Exato. - Respondeu Jhonson, mantendo a calma.


- Pera… Como? Nós estamos cercados aqui. - Perguntou Guardy


- Todo mundo: por aqui! - Jhonson virou-se para um dos lados onde havia uma menor concentração das plantas, e avançou rapidamente para cima delas.


- Hã? Não, pera… - Broki ficou confuso


- Aaah! O que a gente faz agora? Segue ele? - Guardy também se sentia perdido


- Não dá pra pensar! Foda-se! - Gritou Broki - Todo mundo! Segue o recruta! - e o grupo moveu-se em direção ao guerreiro.


Indo à frente do grupo, Jhonson limpava todas as plantas no caminho. Aproximou-se rapidamente do primeiro monstros, saltando com a katana em punho, e caindo enquanto realizava um corte em seu inimigo. Sem dar tempo entre os movimentos, cravou as duas katanas no chão, concentrou seu punho direito fechado, e deu um soco em direção a planta que havia atacado. Misturando força física com magia arcana, disparou uma onda de impacto que paralisou o movimento das plantas instantaneamente.


- Agilizem vocês aí! Corram em direção à saída! - Gritou Jhonson


- E você também! - disse Keny


- Eu vou sim… Mas vocês vão na frente - Disse Jhonson


O grupo ia passando pelas plantas paralisadas, e assim que Jhonson ia iniciar sua corrida atrás deles, um tentáculo atingiu seu ombro, fazendo-o parar. O recruta virou-se, cortando o que havia lhe atingido, e desviando de outros ataques que tinham ele como alvo. A cada golpe, porém, Jhonson ficava mais e mais cercado. Por outro lado, o grupo conseguia escapar tranquilamente, tendo que desviar apenas de uma planta que passava sozinha pela entrada. Tarefa essa que seria fácil, se não estivessem extremamente cansados das batalhas anteriores. Broki tentou atacar a planta pelo lado direito, mas teve suas armas arremessadas para longe, assim que seu ataque colidiu com o monstro. Indefeso, foi atingido em cheio pela planta. Lembrando-se do pai de Keny, tentou segurar seus tentáculos, mas não tinha tanta força quanto o ferreiro. A planta conseguiu recolhê-los, e feriu o guerreiro no processo. Quando o monstro preparava uma nova investida, Guardy deu-lhe uma ombrada, e aproveitou a guarda baixa da planta, para fincar-lhe a espada. A planta soltou uma espécie de grito de dor, mas ainda sim, conseguiu envolver o guarda em seus tentáculos, prendendo-o numa espécie de abraço mortal.


O recruta percebeu que seus companheiros já estavam próximos à saìda, e decidiu parar de atrair a atenção das plantas para si, e fugir com eles. Deu dois cortes circulares, derrubando algumas plantas, aumentando absurdamente a velocidade, chegando a desaparecer da visão do resto do grupo por um instante. Re-apareceu logo depois em meio às plantas, saindo do chão, saltando em um ataque que derrubou 5 plantas, e o colocou a quase 3 metros de altura. Nesse momento, Jhonson olhou para trás quase que de relance, e viu na janela do segundo andar de um dos edifícios, duas silhuetas: uma de um homem magro, e a outra de um homem gordo, e que pareciam observar a luta do grupo contra as plantas. Todavia, aquela não era mais hora para investigar.


- Tsc! Malditos! Juro que eu volto pra pegar vocês! - Jhonson estava revoltado - Mas se eu não tirar essa galera daqui, alguém pode acabar morrendo… O mais sensato agora é recuar… Malditos! Cagaram meu uniforme todo! Eu não vou perdoar vocês!


O recruta correu em direção ao grupo, chegando em tempo de ver um dos guardas sendo sufocado por uma planta. Jhonson jogou sua arma com o cabo voltado para Broki que estava desarmado, que, meio atrapalhado, conseguiu segurá-la. Segurando-a firme com as duas mãos, o guarda desferiu um golpe de cima para baixo, no lado esquerdo da planta, cortando os tentáculos daquele lado. Porém, antes de se desvencilhar, a planta conseguiu morder seu ombro. Com a dor, Broki soltou a arma, e com seu grito, Keny e seus pais que estavam correndo, pararam e olharam para trás assustados com a situação.


Jhonson que vinha correndo, passou ao lado da planta, antes mesmo que ela conseguisse esboçar qualquer reação, e foi para as costas dela. O monstro ainda cravou mais fundo os seus dentes, antes do movimento da katana de Jhonson decapitá-lo. A cabeça do monstro permaneceu grudada no guarda, e foi necessário que Guardy abrisse a boca da planta, já sem vida, com as mãos.


Guardy que não estava ferido devolveu a arma para Jhonson, e correu para recuperar a sua. Enquanto isso, Jhonson e Broki iam saindo do posto lentamente.


- Cara, se apoia em mim... isso. Aqui, toma essa poção. - Jhonson ajudou o guarda ferido


- Aê! Voltei. Peguei a espada. - Retornou Guardy


- Beleza, vamos embora daqui. Eu vou apoiando Broki enquanto a poção faz efeito. Você pega essas poções e vai até os outros, talvez eles precisem. Eu alcanço vocês depois. - Jhonson organizou o grupo


- Pra onde vamos? - Pediu Broki


- Pra caverna que existe no meio do caminho, vamos reagrupar ali.


Seguiram pelo caminho de volta, até o ponto onde os soldados da tropa de expedição haviam sido encontrados mortos anteriormente.


Chegando lá, o soldado que o grupo havia ajudado anteriormente, estava consciente, quieto e sem se mexer, na mesma árvore em que ele havia sido deixado.


- Ei… Ei! Socorro! Me ajuda… Por favor! - Gritou o soldado ferido


- Ei recruta. Parece que ele sobreviveu… Olha lá… - Apontou Ysor, para o homem escorado na árvore.


- Ei, guarda. Você que não tá tão ferido, carrega ele, E você, meu amigo - disse Jhonson para Broki - já deve conseguir andar sozinho…


- Sim… Eu me viro… - Broki passou a andar sozinho


- Obrigado… Por um momento pensei que eu ia apodrecer aqui… - Disse o soldado ferido da tropa de expedição


- Tudo bem, tudo bem, depois você - Ah! Pera! O relatório! - Gritou o recruta - Vocês fizeram o relatório? Cadê?


- Com um guarda com… a braçadeira… amarela… - O soldado da tropa apontou para os corpos mutilados da tropa de expedição


- Tsc… Tá! Vão na frente vocês! - Disse Jhonson - Eu vou achar o relatório primeiro! Não devem ter muitos monstros aqui, depois do tanto que matamos ao longo do caminho.


- Ok! Vamos! - Confirmaram os guardas


E assim como disse, o recruta ficou para trás, para procurar pelo documento.


- Vamos ver… braçaceira amarela… bem… tô vendo porra nenhuma… se bem que, alguns corpos foram mutilados… então… talvez nem estejam exatamente aqui. Quem sabe na floresta…


Olhou para a direita, e ele viu um braço sem corpo, com uma braçadeira amarela.


- Ah… Que beleza… E agora?... “Vôm” vê... Um cara sem braço…


- Opa! Achei um careca aqui. “Xô” ver aqui… Vom vê, vom vê… Bingo! Que cagada! - exaltou a própria sorte - Ta meio manchado de sangue esse negócio aqui, mas deve ter bastante informação aproveitável ainda. Valeu careca!


Jhonson então recolheu o relatório, limpou com restos das roupas dos próprios soldados no chão, e partiu em direção a caverna, onde haviam combinado de se encontrar.


Logo ao aproximar-se da gruta, Jhonson viu os dois guardas saindo de dentro dela.


- Recruta! Quase nos alcançou!


- Parece que sim… Onde estão todos?


- Estão lá no fundo, como antes. Nós estávamos indo arrumar alguma lenha para manter o fogo.


- Ainda tem poções, recruta? - perguntou Guardy


- Tenho algumas sim.


- Agradeceríamos se pudesse reparti-las conosco. Os outros ainda estão se sentindo fracos. Talvez possa ajudá-los.


- Era minha ideia desde o começo. Irei até eles. E boa sorte pra vocês encontrarem lenha.


- Obrigado.


Caminhou até o fundo da caverna.


- E aí… todo mundo vivo?


- Até agora, sim - Respondeu Ysor


- Tenha algumas poções aqui. Toma aqui, Keny. Divide essa com sua mãe primeiro. Ela deve restaurar o sistema de controle de magia de vocês, o que faz muita diferença pra vocês que são magos.


- Ei, Maheck… Segura aí. - Jhonson arremessou - é uma poção de cura. Seu combate foi difícil. Tome o quanto achar necessário. ainda tenho mais uma dessas.


- Aqui, Mãe… Uma pra você também - Keny entregou para a mãe a poção.


- Obrigada, filho...


- Você não tá machucado? - Keny perguntou à Jhonson


- Ah, um pouco… mas tomei uma, e vim regenerando no caminho até aqui.


- Você é muito forte Jhonson! - Disse Keny, ainda fraco pelo esforço excessivo.


- Nem tanto crianço… Nem tanto.


Passou-se algum tempo em que todos já estavam dentro da caverna. Até os guardas, que já tinham buscado a lenha, e acendido a fogueira.


- Bem, estamos todos aqui. E temos o relatório da expedição conosco agora - Disse Jhonson


- E o que faremos agora recruta? Atacamos outra vez? - Questionaram os guardas


- Nem pensar. Usaremos usar meu último recurso - Disse Jhonson


- Eu sabia! Sabia que você tinha um poder especial! - Disse Keny


- Exato! E ele se chama Lápis!


- … Lápis? … hã? - Keny se mostrou desapontado


- Isso aí cara. Vamos usar o restante do papel do relatório que a expedição não preencheu e colocar nossas anotações sobre tudo o que passamos, e tudo o que vimos acontecer. E então, levaremos para as autoridades da vila.


- Eu entendi, recruta. Mas, se vamos levar o relatório até a vila, porque precisamos perder tempo aqui, escrevendo?


- Porque não são todos que voltarão até a vila. Perigos ainda existem no caminho de volta até lá, e talvez nem todos cheguem vivos no final. Por mais que seja provavelmente menos perigoso, do que voltar ao posto de observação.


- Mas você é muito forte! Os moskeras são muito mais fracos que você! Eu vi quando você me salvou. - disse keny


- Bem, pode até ser, mas… Eu não vou com vocês.


- Hã!? E onde você vai!? - Pediu Broki


- Vou voltar pro posto de observação.


- Tá maluco? - Reagiu Maheck- Nós acabamos de correr de lá. Estávamos em grupo e tivemos sorte de sobreviver. O que você acha que vai conseguir indo sozinho até lá?


- A ideia é no mínimo, atrasá-los. Mas pelo que pude perceber, posso acabar com tudo aquilo sozinho.


- Você tá deixando a força lhe subir a cabeça, recruta - Advertiu Guardy


- É justamente o contrário, seu guarda. A maior parte do meu poder é desconhecida por vocês.


Os guardas não quiseram questionar Jhonson. Apesar de não concordar com o recruta, era fato que, se alguém tinha alguma chance de conseguir isso derrotar o inimigo, era ele.


- Vocês - Jhonson apontou para  Keny e seus pais - vão voltar pra vila. Não importa como, esse relatório deve chegar até as mãos do oficial.


- Sobre os guardas - Jhonson direcionou sua fala para Broki e Guardy -, sintam-se livres para fazer como acharem melhor. Podem voltar para vila, ou podem me acompanhar no caminho até o posto de observação, desde que estejam cientes de que podem nunca mais voltar. De qualquer jeito, passa o lápis e o papel pra cá, que é minha vez de escrever.


Jhonson iniciou suas anotações. E depois foi a vez dos guardas. E depois os pais de Keny, e até o próprio Keny. Todos tinham algo a relatar. E assim caiu a noite. E assim terminou esse capítulo.



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Autor(a): peacemaker

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Caiu a noite, entrou a madrugada, e o dia amanheceu. Por sorte, a noite foi tranquila. Sem qualquer monstro, para importunar, todos conseguiram descansar um pouco. As poções serviram bem para manter os guerreiros e os sobreviventes minimamente bens, mas visivelmente não estavam em sua melhor performance. - E aí… quem ainda não tiver ...


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