Fanfic: Autodestruição - AyA | Tema: Ponny

P.O.V. Anahi

- Isso não tá funcionando, Poncho.

- Vamos lá, Anny. Você consegue.

- Não consigo. Tá doendo muito.

- Relaxa. Respira fundo e vamos tentar de novo.

- Não dá, Poncho. Não tá entrando.

- Você não tá fazendo força o suficiente.

- Eu to fazendo força, mas não tá adiantando.

- Anny, nós não vamos conseguir nada se você continuar nervosa assim.

- Eu não consigo relaxar se você ficar a todo tempo me dizendo o que fazer.

- Vamos tentar outra vez.

- Continua doendo, Poncho.

- Eu não quero que você sinta dor. Só tenta de novo, mais se acalma primeiro.

- Assim não dá. Eu não vai entrar nenhum pensamento positivo na minha cabeça com você me pressionando desse jeito.

Estávamos eu e Poncho em meu quarto, ele tentando me ajudar a me sentir melhor. Seu método realmente estava funcionando com ele. Poncho estava tão bem nesses últimos dias. Ele tinha adotado para sua vida esse mantra de pensamentos positivos. Acordava todos os dias agradecendo pelas coisas boas. Durante o decorrer do dia, focava em cada pequena coisinha que lhe agradava. E antes de dormir, pensava sobre tudo o que queria conquistar em sua vida. Funcionava muito bem para ele, mas não para mim.

Parecia que o meu inconsciente simplesmente rejeitava o seu método. Todas às vezes que tentava focar em alguma coisa, a imagem não durava nem cinco segundos em minha mente. Eu não sei o que me acontecia, o por que de subitamente parecer que eu tinha déficit de atenção. Os pensamentos sumiam como fumaça e em seu lugar aparecia um de meus demônios internos.

Poncho não entendia que o que dava certo para ele, podia não dar para mim. Ele continuava insistindo em tentar, e isso era frustrante demais para mim.

- Tive uma ideia melhor. – Falei

- Qual é? – Ele me perguntou. Me aproximei dele e deslizei minha mão por debaixo de sua camisa, acariciando seu abdômen.

- Muito melhor, não acha? – Disse em tom sedutor.

- Anny, você está me seduzindo para fugir de tentar o método? – Perguntou com um sorriso tão lindo. Passei minhas mãos às suas costas e arranhei-as inteiras. Ele gemeu baixo.

- Não... Só estou querendo botar pensamentos felizes na minha cabeça do meio jeito. – Sorri provocante e então lambi seu pescoço. Pude senti-lo se arrepiar.

- Talvez esse seu método funcione. Deveríamos realmente testá-lo e ver... – Interrompi-o.

- Pare de falar.

No mesmo instante, Poncho agiu. Pegou em minha cintura com ambas as mãos e me levantou. Enlacei-o com minhas pernas e ele enfim colou sua boca na minha de modo selvagem e rápido. Estávamos muito quentes um pelo outro. Ele me levou até a parede mais próxima e nos chocamos contra ela com força. Estávamos fervendo de desejo, como se cada partícula de nossos corpos implorassem por aquilo. Sua língua se enroscava na minha, me levando a loucura.

Quando nos beijávamos, era puro fogo. A volúpia consumia cada pensamento, cegando nos para qualquer coisa que não fosse a pessoa em nossa frente. Tudo o que queríamos naqueles momentos eram que os beijos nunca tivessem que acabar. Eu poderia certamente beijá-lo por toda a eternidade, ininterruptamente.

Minhas mãos estavam em seu cabelo, segurando-o fortemente e puxando para mim. Ele segurava uma de minhas coxas com sua mão, apertando-a e me fazendo delirar. A outra mão estava em minha garganta, enforcando-me levemente.

Quando o ar faltou, passei os beijos para seu pescoço, dando alguns fortes chupões. Ele me acariciava pelas laterais do corpo, vindo da altura de meus seios até meu quadril. Passava suas mãos de maneira firme por mim, me atiçando.

Voltamos a nos beijar e ele começou a chupar minha língua. Acariciei sua nuca delicadamente antes de cravar minhas unhas ali. Arranquei outro gemido dele, que dessa vez se perdeu em minha boca.

Poncho começou a levantar a minha blusa e incomodada, encerrei o beijo. Ele então me encarou confuso enquanto soltava a barra de minha camisa.

- Anny, já estamos nessa amizade colorida há mais de uma semana. Eu acho que já é hora de nós... – Interrompo-o.

- Eu sei, Poncho. Honestamente estou surpresa de só estarmos tendo essa conversa agora. Do jeito que estávamos nos pegando, é realmente surpreendente que tenha demorado tanto.

- Então qual é o problema? – Ele me pôs no chão e começou a acariciar meu cabelo.

- O problema... – Suspirei. – É que eu tenho medo. Medo de tomar esse passo com você. Acho que no fundo eu ainda temo pela nossa amizade. Transar é algo muito mais sério que uns pegas. E se as coisas mudarem entre nós?

- Mudarem como?

- Como... Sei lá, ficarem esquisitas. – Abaixei a cabeça, não conseguia encará-lo.

- Anny, não está tudo maravilhoso entre a gente agora? – Assenti. – Você também tinha medo de me beijar antes, achando que estragaria tudo. Mas não estragou, só melhorou. Se nós transarmos, vai acontecer o mesmo. – Ele pegou em minha mão e acariciou-a em círculos com seu polegar.

- E-eu só estou com medo. – Abracei a mim mesma.

- Não, não é isso. Você não está me contando alguma coisa. – Ao ouvir suas palavras, meus olhos se arregalaram, me entregando.

- O-o q-quê? N-não estou escondendo n-nada. – Maldita gagueira que sempre aparecia quando ficava nervosa. Eu era a pior mentirosa do mundo.

- Anny, desiste. Você não sabe mentir. – Eu bufei.

- Está bem. Eu vou dizer. É só que... Eu nunca fiz isso, Poncho. – Ele coçou a cabeça.

- Isso o quê? – Me olhava confuso. Será que eu teria que desenhar?

- Você sabe... – Não queria ter de dizer as palavras, então insinuei.

- Continuo sem saber. – Me irritei com sua momentânea lerdeza.

- Sexo, Poncho! Eu nunca fiz sexo! – Soltei de maneira rápida.

- Não. Isso não é...Possível. – Me olhou perdido. – Como?

- Não fazendo, ora.

- Mas... E o Rodrigo? Você nunca fez com ele? – Me olhava com expectativa.

- Nunca. – Ele abriu um sorriso maior que sua cara, mas depois franziu o cenho.

- Como isso é possível? Ele te pressionava para fazer tantas coisas. E vocês passaram uma semana juntos depois que fugiram. Como? – Poncho parecia ter dificuldade para acreditar.

- Ele me pressionou, sim. Até tentou forçar... – Ele cerrou os punhos, contendo a sua raiva.

- Desgraçado! – Socou a parede. Fui até ele e o acariciei nos braços.

- Mas eu consegui escapar. Eu nunca quis fazer com ele. Sempre quis que fosse especial, com alguém que eu amasse.

- É por isso que você não quer fazer comigo? – Me olhava triste. Me partiu o coração vê-lo assim.

- Não é nada disso. Eu estive pensando desde que as coisas mudaram entre nós. E percebi que não quero que nenhum outro seja o meu primeiro. Tem que ser você, Poncho. – Agora me olhava de forma tão intensa que podia sentir minha pele queimar. – Mesmo que eu me apaixone por alguém depois, não seria tão especial como seria se eu passasse por esse momento com você. Somos almas gêmeas, está lembrado? Sei que me fará sentir segura. Será carinhoso comigo. Que quando já tivermos acabado, me puxará para seu peito e me dará um beijo prolongado na testa. – Sorrio ao imaginar a cena. – Sei que você vai me fazer sentir completa de um modo que nenhum outro poderia, nem mesmo o amor de minha vida.

- Anny, eu realmente quero ser o seu primeiro. Te dar a experiência que você merece. Te fazer sentir amada. Se você deixar, eu vou fazer de tudo para que seja a melhor noite de nossas vidas. Da sua e da minha.

- Eu só preciso de um pouco mais de tempo, Poncho. Me entenda.

- Eu entendo. Leve o tempo que você precisar. – Veio até mim e me abraçou.

Seus braços eram o melhor lugar do mundo para mim. Encostei minha cabeça em seu peito enquanto sua mão deslizava de maneira lenta por minhas costas, fazendo um gostoso carinho. Me afastei o suficiente para mirá-lo nos olhos.

- Obrigada. – Lhe dei um beijo na bochecha.