Fanfic: Autodestruição - AyA | Tema: Ponny

P.O.V. Poncho

Estávamos os seis sentados no restaurante à beira-mar ao lado do estacionamento. Era todo decorado com objetos marítimos, como estrelas-do-mar, cordas e âncoras nas paredes. Além de uma coleção de mais ou menos umas quarenta fotografias de faróis vermelhos. O dono daquele lugar deveria ter um fetiche bizarro por faróis. As mesas eram em madeira pintada de azul e tinham velas em formato de concha. No teto, pisca-piscas amarelos clareavam todo o local, além da iluminação natural vinda de uma parede inteira de vidro de frente para a praia.

A garçonete que nos atendia tinha se interessado muito por Ucker e volta e meia arranjava um motivo banal para ir até nossa mesa e se insinuar mais um pouco para ele. Dulce ficou bastante irritada e começou uma discussão com ele.

- Por que você não diz logo pra essa oferecida que você não está interessado? Assim ela para de vir aqui a toda hora se mostrar pra você. – Ela estava vermelha de raiva.

- Já passou pela sua cabeça que talvez eu goste da atenção que ela está me dando? – Ela o fuzilou com os olhos.

- Como é que é, Uckermann?

- Isso mesmo que você ouviu. Eu estou solteiro, que problema vai ter se eu pegar o número da garota?

- O problema é que essa garçonetezinha é uma piranha oferecida! – Ela estava quase gritando e certamente a garçonete pode ouvir.

- Eita que hoje tá sendo um carnaval de ciúmes. Primeiro o Poncho, agora a Dulce Maria. Só falta você sentir um ciúminho de mim, Mai. – Maite ficou bastante embaraçada com o comentário de Christian.

- Não é ciúmes! – Eu e Dulce falamos ao mesmo tempo.

- Vamos mudar de assunto né, porque esse já deu. – Anny falou.

- Eu concordo, Anny. – Lhe dei um beijo na bochecha.

- O que vocês vão fazer amanhã? – Maite perguntou.

- Eu tenho a festa de noivado do meu irmão mais velho. Vou ser o padrinho. – Ucker falou.

- Eu vou num festivalzinho que vai ter na cidade vizinha. – Dulce deu de ombros.

- Vou sair com um amigo da minha antiga escola. – Christian disse. – E você, Mai? – Ela enrubesceu-se com o interesse de Christian por seus compromissos.

- Eu vou visitar a minha vózinha. – Falou enquanto mexia nos dedos.

- Meus pais voltam de viagem e disseram que vamos jantar juntos. – Anny disse despretensiosamente e eu a olhei surpreso.

- Jura?

- Por que você está fazendo essa cara?

- Porque meus pais me disseram a mesma coisa. E disseram também que o jantar seria na casa de uns amigos.

- Será que você vem jantar na minha casa? – Ela me olhava agora com a mesma expressão que eu fazia segundos antes.

- Nossos pais são bastante amigos, é bem capaz. Anny, eles adorariam saber que estamos juntos. – Eu sorri pensando na aprovação de meus pais a um namoro com Anny.

- Só que nós não estamos juntos, Poncho. Isso não é um namoro. Não esqueça disso.

- Eles não precisam saber que é uma amizade colorida, vamos contar que estamos em um relacionamento, só não dizemos que tipo de relacionamento.

- Por que você quer tanto que eles saibam de nós? – Ela me analisava.

- Porque isso os deixaria feliz. – Dei de ombros fingindo fazer pouco caso.

- Você ainda tenta ganhar a aprovação dos seus pais? – Seu tom de voz era preocupado comigo. Essa conversa estava ficando bastante íntima e não gostaria de tê-la, ainda mais na frente dos outros quatro, que nos olhavam atentamente.

- Podemos falar disso depois? – Falei em tom baixo para só ela me ouvir. Ela assentiu.

Nesse momento, a garçonete voltou a mesa e o foco de todos voltou a ser Ucker e o piti de Dulce.

(...)

Quando voltamos para o colégio já de noite, me despedi rapidamente de Anny pensando que assim escaparia de termos aquela conversa. Virei-me e dei um passo, mas ela me segurou pela camisa e não consegui ir a lugar nenhum.

- Fale, agora. – Usou seu delicioso tom autoritário.

- Já te disse como você fica linda assim, toda mandona? – Dei meu melhor sorriso.

- Você não vai me distrair, não dessa vez. – Bufei e desisti.

- Está bem. Por onde você quer começar?

- Pela pergunta que você não respondeu. Você ainda tenta ganhar a aprovação dos seus pais? – Abaixei minha cabeça e olhei meus pés.

- Sim.

- Já não falamos sobre isso? Você nem eu precisamos da aprovação de nossos pais. Não importa o quanto nos esforcemos, eles nunca vão se importar. Mesmo que fossemos exatamente como eles querem que nos sejamos, o que estamos bem longe de ser, não adiantaria de nada. O problema não somos nós, Poncho. E sim, eles. Não conseguem nem mesmo se preocupar quando estamos com febre ou quando passamos a noite fora sem dar nenhuma explicação. Sabe, as vezes eu acho que eu fui um acidente.

- Não diz isso, Anny. – Acariciei seus braços, reconfortando-a.

- Não finja que não pensou a mesma coisa que eu. – Suspirei pesado.

- Eu pensei. – Ela me olha bem fundo em meus olhos, como se pudesse ver minha alma.

- Só isso explicaria tanto descaso pelos próprios filhos.

- Ei, não vamos mais ficar pensando nisso, tá bem? – Dou-lhe um selinho.

- Só não vamos fingir nada amanhã, por favor. – Ela segurava de maneira forte em minha mão.

- Foi uma ideia estúpida minha, realmente.

- Vai ser um jantar bem cansativo. – Ela disse mirando o nada.

- Vai ser horrível, mas sabe qual vai ser a pior parte? – Ela voltou novamente sua atenção a mim.

- Qual?

- Não poder te beijar a noite inteira. – Levantei-a no ar e enchia ela de rápidos beijos enquanto ela ria. Depois, botei-a no chão novamente.

- Mas isso é muito fácil de resolver. – Me olhou provocante. – Podemos nos beijar escondidos no banheiro, na cozinha, no meu quarto...

- Faz tempo que não vou no seu quarto. Ele ainda é cor de rosa com pósteres do Justin Bieber? – Falei de maneira zombateira.

- Deus me livre! Nossa, ainda bem que aquela fase passou. Agora ele é cheio de fotos de homens sem camisa. – Arregalei meus olhos.

- Você só pode estar de brincadeira!? – Ela ria de mim. – Anny, me diz que isso é mentira. – Falei desesperado.

- Você vai ter que esperar para descobrir amanhã.

- Anahi, você não pode me deixar com essa dúvida na cabeça por vinte e quatro horas. Eu vou enlouquecer, é sério.

- Que pena, mas não é problema meu. – Ela sorriu sapeca. – Tchau Ponchito. – Acenou com a mão e foi embora rindo.

Essa garota ainda iria me matar.

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Eu devo estar louca, só isso explica eu estar postando a essa hora. Sendo que eu tenho prova amanhã na faculdade e tenho que acordar as 5 da manhã.

Esse era o último capítulo que eu já tinha escrito, vou passar o mês inteiro tendo provas mas vou tentar de verdade postar 1 capítulo por dia pra vocês.

Próximo capítulo enfim esses pais sem coração aparecem hahah