Fanfic: Autodestruição - AyA | Tema: Ponny

POV Poncho

- Aí eu cheguei na gatinha e disse “Você gosta de estrelas? Conheço um motel que tem cinco.” e ela gostou! Geralmente, quando eu solto cantadas, elas riem da minha cara e vão embora. Essa foi a primeira vez que deu certo. – Christian contava sobre a garota que conheceu na noite anterior.

- Essa foi péssima, Chris. Eu prefiro umas cantadas mais românticas, como “Penso em você 25 horas por dia, porque meu coração faz hora extra”. – Ucker comentou.

- Péssima foi essa sua cantada cafona, a minha pelo menos funcionou. – Christian disse.

- A minha também funcionou. – Ele se defendeu.

- Com a Lola, aquela pirralha do 2º ano. Francamente Ucker, não tem vergonha de ir atrás de garotinhas de 14 anos?

- Gente. – Chamei a atenção deles. – Eu tenho a melhor cantada, ela sempre funciona.

- Fala aí Poncho. – Ucker pediu.

- É, divide com os companheiros.

- “Quer brincar de adivinhação? Você senta no meu rosto e eu tento adivinhar o seu peso”.

- E isso realmente funciona? – Ucker perguntou atônito.

- Todas as vezes. – Dei um sorriso safado.

- Você usou na Anahi? – Christian me perguntou.

- Olha o respeito, mané. – Dei um tapa em sua cabeça.

- Não é possível que isso funcione, é tão vulgar. – Ucker comentou.

- Ah Ucker, você as vezes parece uma menina. Eu achei é ótima, vou usar agora mesmo. – Christian falou.

- Eu duvido você usar naquela morena logo ali. – Apontei para uma garota que estava sentada a duas mesas de distância na área externa do colégio.

- Desafio aceito. Ela vai se derreter nos meus braços. – Falou convencido.

Christian se levantou e foi até a menina. Ucker e eu ficamos olhando atentamente enquanto ele trocava algumas poucas palavras com ela. Em seguida, levou um belo tapa, daqueles de deixar a marca dos dedos na pele.

Voltou até nossa mesa com o rosto abaixado. Ucker e eu estávamos explodindo em risadas.

- Você me disse que funcionava. – Falou desapontado.

- Funciona comigo, não com essa sua cara feia.

- Então vai você lá e diz isso pra aquela garota. – Christian me desafiou.

Embora eu realmente quisesse provar que comigo daria certo, não pude deixar de pensar na Anny. Depois do que aconteceu por conta da minha estupidez de beijar a Angelique, não queria flertar com outra nem que fosse de brincadeira.

- Tá maluco? Eu to com a Anny, não vou ficar dando moral pra nenhuma outra.

Eles começaram a me zoar e dizer todas aquelas coisas que eu já tinha ouvido um milhão de vezes. Sobre como eu supostamente estou apaixonada, que ela me amarrou e todas essas baboseiras que eles sempre diziam.

- Poncho, eu posso falar com você?

Os dois patetas então se calaram e eu olhei para cima. Derrick estava ali ao lado da mesa e tinha uma expressão cautelosa.

- Não tenho nada para falar com você. – Falei seco.

- Sua amizade é importante para mim, por favor me escute. – Seu tom era suplicante.

- Engraçado, a sua não vale um centavo. – Peguei em minha latinha de refrigerante e dei um gole.

- Eu realmente estou arrependido pelo que fiz aquela noite. Ela nunca mais voltou a olhar na minha cara. – Seu olhar era triste.

- Porque ela é inteligente e viu que você não vale a pena, Derrick.

- Você sabe que eu nunca faria mal à ela ou tentaria forçá-la a nada.

- Me poupe. – Eu ri em descrença.

– Eu estava bêbado naquela noite e você sabe que eu não sei me controlar direito quando bebo.

- Então que tivesse ficado longe dela.

- Eu simplesmente não consegui. Vi ela dançando toda animada e eu queria estar ali com ela. Você sabe como eu sou louco pela Anny há anos.

Senti uma vontade muito forte de socar seu nariz já cicatrizado, outra vez. Mas me contive cerrando os punhos.

- Se fosse mesmo tão apaixonado por ela, não teria tentado forçá-la a algo que ela não queria.

- Você melhor do que ninguém deveria saber como essa garota é capaz de mexer com os sentidos de um cara e fazê-lo perder o controle.

- Por que está dizendo isso? – Perguntei.

- Eu vejo vocês dois andando pra lá e pra cá por todo o colégio aos beijos e risos. Você nunca foi assim. Está tão apaixonado por ela do que eu.

- Você está vendo coisas. – Me defendi.

Ele bufou e colocou as mãos dentro dos bolsos da calça.

- Eu espero que algum dia você me perdoe. Você era meu melhor amigo, Poncho. – Falou e em seguida se virou para ir embora.

- Desgraçado! – Liberei toda a minha raiva em um soco na mesa.

Ucker me encarava como se quisesse dizer algo.

- Fala logo, vai. – Disse para ele.

- Por que você não pode perdoar o Derrick? Ele está bem abatido e arrependido. – Falou com pena.

- Porque ele magoou a Anny, eu não posso perdoar esse tipo de coisa. – Me reencostei na cadeira.

- Ela está ótima, o total oposto de magoada. Graças à você, ela parece melhor do que nunca.

- Como você mesmo falou, graças à mim, que estou cuidando bem dela e impedindo que algum outro idiota tente brincar com ela.

Ucker e Christian começaram a rir

- Você parece um namorado possessivo falando.