Fanfic: Autodestruição - AyA | Tema: Ponny

POV Anahi

Poncho parou sua Lamborghini na entrada da luxuosa mansão e um funcionário abriu minha porta para que eu saísse do carro. Poncho entregou as chaves para o manobrista e me deu seu braço para que eu segurasse.

Em seguida, subimos as escadarias cobertas por um tapete vermelho que levavam até a porta da casa. Aqueles degraus estavam cobertos de jornalistas e fotógrafos em suas bordas, que tiravam fotos e esperavam conseguir uma pequena entrevista com os ilustres convidados do Baile Anual de Caridade Mexicano.

- Alfonso, Anahi. Uma palavrinha para o programa La Oreja, por favor.

Eu e ele nos entreolhamos, pensando se deveríamos aceitar. Poncho por fim sorriu e me disse:

- Eu bem que gostaria de ver a cara do Ucker e do Chris quando souberem que eu apareci na televisão.

- Acho que umas perguntinhas não fazem mal a ninguém. – Falei para ele.

Caminhamos até o repórter e dissemos que ele podia nos entrevistar.

- Você está muito bonita hoje, Anahi. Esse vestido quem desenhou foi seu pai, o empresário da moda Enrique Portilla?

- Não, na verdade é um Valentino. – Dei um sorriso amarelo.

- Você não usa as roupas da marca que te sustenta e dá o que comer todas as noites?

- Não fazem muito o meu estilo. – Digo sem-graça.

- Mas que ingrata. – O repórter diz para a câmera. Depois se volta para nós novamente. – E você Alfonso? Sempre aparecia em cada evento desse tipo com uma mulher diferente. Não conseguiu uma acompanhante e teve de se contentar em vir com a melhor amiga?

- Eu posso conseguir uma acompanhante quando eu quiser, mas eu quis vir com a minha melhor amiga.

- Puxa, obrigada. – Falei de modo irônico e baixo para que só ele escutasse.

- Por que você quis vir com ela? Estão ficando? – O repórter perguntou mais animado.

- Não! – Falamos juntos.

- Somos só amigos. – Ele falou.

- Quase como irmãos. – Eu completei.

- Eu nunca iria querer beijar a Anahi. – Poncho disse enquanto fazia uma careta. Bastardo.

- Eu tenho até problema em ficar perto demais do Alfonso. Sabe, ele tem um bafo bem podre. – Devolvi na mesma moeda.

Ele me olhou chocado e dei um sorriso cínico para ele, que começou a sorrir também.

- A Anahi não costuma depilar as pernas.

Como ele ousa?

- O Alfonso não toma banho.

- A Anahi comia cola quando criança.

- O Alfonso tem sérios problemas com gases.

- A Anahi fazia xixi na cama até os doze anos.

- O Alfonso... – Paro quando olho para o repórter.

Ele tinha um sorriso do tamanho da cara, vendo o rumo que aquela entrevista tinha tomando. Só então me dei conta que aquilo que estávamos dizendo passaria em rede nacional e seria tomado como verdade pelas pessoas. Todo o México iria me achar uma nojenta.

- É... Nós só estávamos brincando, temos um senso de humor incomum. – Poncho tentou concertar as coisas.

- Por favor me diga que você não está transmitindo ao vivo. – Eu pedi.

- É ao vivo, sim. – O repórter disse com imensa satisfação.

Queria ser um avestruz nesse momento e enfiar minha cara dentro de um buraco.

- Alfonso e Anahi, muito obrigado pela inesquecível entrevista ao programa. Voltamos para os estúdios. – Ele recebeu uma confirmação de que estava fora do ar. – São dois idiotas, não é possível. – Ele dizia aos risos.

- Vem, Anny. Vamos entrar logo. – Ele me puxou para dentro do grande salão de entrada.

Estava cheio com as pessoas mais ricas e famosas do país, em seus trajes caríssimos e ostensivas jóias e relógios. Todos muito sorridentes e gargalhando muito a cada coisa sem-graça dita.

Me encolhi em seu peito, ainda muito envergonhada.

- Esquece aquilo, ninguém vai realmente levar a sério. Estávamos claramente brincando.

- Eu preciso de uma bebida bem forte. Só assim para tirar isso da minha cabeça.

Ele me olhou de maneira reprovadora, mas acabou indo em direção ao bar.

Eu comecei a andar distraída pelo local, não queria ficar esperando Poncho parada e olhando para o chão. Olhava as pessoas a minha volta e reconhecia a maioria dos rostos, eram sempre as mesmas pessoas que frequentavam esses eventos.

Quando já tinha dado tempo suficiente de Poncho ter pegado minha bebida, eu ia voltar para onde ele me deixou, quando uma mão segurou meu braço.

- Anahi?

Me virei para olhar quem era.

- William Levy? – Perguntei.

- Você sabe o meu nome? Foi a velha chata da Sra. Herrera que te contou sobre mim? – Falou com deboche o nome dela.

Eu fiquei chocada com a atitude desrespeitosa dele, mesmo que não tivesse falado nenhuma mentira.

- Ela mencionou o seu nome para mim, mas já sabia quem você era por causa do seu pai.

Toda a sua expressão se fechou com a simples menção ao seu pai.

- O grande Alexandre Levy. – Disse cínico e tomou todo o uísque que tinha em seu copo.

- Uau, já percebi que não gosta que falem do seu pai.

- Você também não deve gostar que falem do seu.

Olhei para ele intrigada.

- Por que diz isso?

- Porque eu sei que seu pai é exatamente igual ao meu. – Deu de ombros. – Temos mais coisas em comum do que você pensa, Anahi.

- Você fala como se me conhecesse.

Ele se aproximou mais de mim, sem tirar os olhos dos meus. Estava tão perto de mim que nossos narizes quase se tocavam e eu podia sentir sua respiração em minha boca.

- Talvez eu conheça. – Sussurrou como se fosse um segredo.

- Como você poderia me conhecer? Nunca nos vimos antes. – Falei em descrença.

- Você pode nunca ter me visto, mas eu com certeza já te vi. – Tinha um sorriso charmoso e enigmático no rosto.

Ele tinha alguma coisa em sua postura misteriosa que estava me mantendo ali com ele, ao invés de eu ir procurar Poncho. Ele estava me escondendo alguma coisa importante e eu sentia a necessidade de descobrir o que era.

- Me conta melhor. – Pedi.

Ele olhou para o lado, em seguida seu foco voltou para mim outra vez.

- Seu namorado não está gostando nenhum pouco de te ver aqui comigo.

Virei minha cabeça na direção que William olhará antes e vi Poncho segurando fortemente minha bebida na mão. Parecia que quebraria o copo de tanto que ele apertava o vidro. Suas sobrancelhas estavam franzidas e seus olhos pareciam capazes de despedaçar William por inteiro.

Dei um passo para trás, me afastando dele. O olhar de Poncho teve um efeito muito grande sobre mim, que mesmo sem estar fazendo nada de errado, acabei por me sentir culpada de estar tão perto de William.

- Tenho uma proposta para te fazer. Você dá um perdido nesse nervosinho e vem comigo para um lugar mais calmo e em troca eu te conto tudo o que você está morrendo de vontade de saber.

- Se eu não for com você, não vai me dizer nada?

- Não. – Ele sorriu. – E aí, topa?