Fanfic: Autodestruição - AyA | Tema: Ponny

POV Poncho

- Ô meu amigo, mais duas doses aqui pra gente. – Falei enrolado para o barman.

Anny começou a rir como uma louca do nada.

- Qual é a piada? – Perguntei já rindo junto.

- Você. Tá falando tão engraçado.

- Você devia me respeitar, eu vou te ensinar modos. – Falei me aproximando de seu rosto.

Ela botou uma mão em meu rosto e fechou os olhos quando nossos narizes roçaram. Fiquei alguns segundos encostando nossos lábios e depois afastando, até que ela me puxou pela nuca e enfim iniciamos um beijo.

- Com licença, senhor.

O barman interrompeu-nos com nossas tequilas já preparadas. Anny pegou o sal e ao invés de levá-lo à sua boca, ela passou em meu nariz e então lambeu-o.

- Eu gostei disso. – Falei sorrindo.

Peguei o sal e passei nos lábios dela, lambendo-os em seguida. Tomamos nossas doses e ela pegou o limão e o segurou na boca, virado para mim. Entendi que ela queria que eu chupasse o limão dela em sua boca e foi o que fiz. Depois ela fez o mesmo em minha boca.

- Melhor jeito de tomar tequila. – Eu disse rindo.

- Eu não quero mais ficar aqui. – Ela falou de repente emburrada.

- Aonde você quer ir?

Ela inclinou a cabeça para o lado e fez um adorável biquinho.

- Eu quero ir para a pista de dança. Vamos dançar, Poncho. – Disse determinada.

Ela levantou da cadeira em um pulo e começou a me puxar pelo braço até perto da banda de jazz e dos outros casais que dançavam.

Segurei sua cintura enquanto ela enlaçava meu pescoço com seus braços. Comecei a movê-la de um lado para o outro de maneira desengonçada e ela ria sem parar de minhas habilidades para a dança.

- O que você tá fazendo? Parece mais que a gente tá dançando forró.

- Você fala de mim, mas fica aí pisando a cada 10 segundos nos meus pés com esses seus saltos pontudos.

- Eu sei dançar muito bem, ok? Só estou um pouco tonta e não consigo coordenar meus pés direito.

- Eu não quero dançar assim, Anny. – Falei chateado.

- E você quer dançar como?

- Assim. – Levantei-a e comecei a girá-la.

Ela deu um gritinho, mas depois levantou os braços como se estivesse em uma montanha-russa e ria bastante. Todos à nossa volta ficaram nos olhando e julgando, mas nem eu nem ela nos importávamos. Estávamos bêbados demais para seguirmos regras de conduta idiotas.

Abaixei-a e começamos a dançar de uma maneira esquisita, as vezes eu pegava sua mão e a fazia dar um giro, que deixava ela mais tonta ainda. Então ela tinha uma crise de riso e batia em meu peito, dizendo que eu iria deixá-la enjoada.

- Chega. Eu não quero mais fazer isso.

- O que você quer fazer? – Perguntei arrastado.

- Vamos conversar com os convidados. Vem. – Saiu me puxando novamente.

Paramos em frente à dois senhores de idade de nariz empinado.

- Olha, Poncho. – Ela apontou para um deles. - Eu achei que ninguém usava mais esses monóculos ridículos. – Ela se virou para o senhor. – Me diz, você por acaso tem miopia em um só olho?

- Com licença, eu vou pegar isso daqui emprestado. – Peguei o monóculo do senhor e pus em mim. – Fiquei bonito, Anny? – Perguntei convencido.

- Tá feio, eu não gostei. Tira isso. – Fez cara de emburrada.

- Me devolve isso, rapaz. – O senhor tomou furioso o monóculo de mim e depois ele e o outro com quem conversava saíram de perto de nós.

- Por que eles foram embora? Não gostaram da gente? – Anny perguntou confusa.

- Acho que eles foram no banheiro. Sabe como é que é, nessa idade deles a bexiga já não aguenta. – Comecei a rir muito e ela me acompanhou.

- Eu quero conversar com alguém da nossa idade, que não precise sair correndo para fazer xixi. – Seus olhos percorreram o salão, até se fixarem em um ponto específico. – Olha ali o William.

- Deixa esse mané no canto dele, Anny. – Fiquei irritado por ela mencioná-lo.

- Mas ele é jovem e tem uma boa bexiga. – Ela parou e pensou por um momento. – Quero dizer, eu acho que ele tem uma boa bexiga. Já pensou de ele tiver incontinência urinária? Coitadinho.

Eu dou uma alta gargalhada.

- Que foi? – Ela perguntou.

- Ele faz xixi nas calças. Agora eu nem preciso me preocupar dele te roubar de mim, eu já ganhei porque eu não faço xixi nas calças, só na privada. E no mictório. E as vezes no chuveiro.

- Ai Poncho, mas que nojo. – Ela fazia uma careta engraçada. – Eu não quero mais falar de xixi.

- Mas foi você que começou a falar de xixi.

- Não, foi você. – Disse segura.

- Eu tenho certeza que foi você. – Acusei-a.

- E eu tenho certeza infinita de que foi você.

Aproximamo-nos um do outro, nos encarando bem de perto, como se estivéssemos a ponto de brigar. Ela me olhava com raiva que eu retribuía. Então deixamos escapar um pequeno sorriso.

- Eu não quero brigar com você. – Ela disse.

- Eu também não. – Tenho uma crise de risos então. – Sabe no que eu estava pensando?

- No quê?

- Naquela frase “Não faça guerra, faça amor”. – Eu tinha um sorriso safado no rosto.

- Então vamos fazer amor aqui mesmo. – Ela disse alegre.

- Aqui, aqui?

- Por que não?

- Eu acho que poderíamos ser presos. – Falei encabulado.

- Mas eu estou com tanta vontade, Poncho. A gente tem tentado há dias, mas sempre aparece alguém para interromper quando já estamos quase tirando a roupa.

- É, se não é o Ucker e o Chris, então é a Dulce e a Maite que aparecem do nada.

- Mas eles não estão aqui, não vão poder nos atrapalhar agora.

Eu paro e penso por um momento.

- Sabe onde eles também não estão? – Pergunto entusiasmado.

- Dentro do seu bolso? – Ela me responde e começamos a rir.

- Não, sua bobinha. Eles não estão no hotel que fica a duas quadras daqui. Podemos pegar a suíte presidencial e aproveitar a noite.

- Tá esperando o quê? Vamos logo. – Pegou em minha mão e começou a me puxar até o carro.