Fanfic: Autodestruição - AyA | Tema: Ponny

P.O.V. Anahi

Terminava de me arrumar em meu quarto do hotel. Eu usava um vestido prata que deixava minhas costas desnudas. Estava passando um gloss em frente ao espelho e podia ver o olhar julgador que Maite, uma de minhas companheiras de quarto, lançava sobre mim. Via que ela se perguntava se devia me dizer algo que estava engasgado em sua garganta. Decidi por tirá-la daquela tormenta.

- Quer me dizer algo? – Virei-me e perguntei a ela. Seu semblante tomou um tom de pânico. – Olha Maite, eu não mordo. É sério, se tiver algo para falar comigo, diga. Não vou te fazer mal. – Então seu rosto se suavizou.

- Olha, Anahi. Eu sei que eu não te conheço bem e não deveria estar te dando uma lição de moral, mas é que...Tem certeza que é uma boa ideia sair escondida? Recebemos instruções bem claras de que não poderíamos sair do resort. – Maite dizia de modo tímido.

- Tudo vai ficar bem, relaxe. – Ela bufou com a minha resposta.

Olhei bem para ela. Mesmo num lugar quente como aquele, usava um pijama careta que cobria totalmente seus braços e pernas. No cordão que usava em seu pescoço, tinha um pingente com a imagem de Nossa Senhora. Tivera certamente uma criação muito severa que influenciava em sua visão do mundo até hoje. Pelo pouco que a conhecia, já sabia que Maite era uma boa moça. Daquelas que sentam na frente da sala, tiram dez em tudo e obedecem os mais velhos. Se vestia como se estivesse nos anos 30 e não usava maquiagem.

Nesse momento, Dulce saiu do banheiro já vestida e maquiada. Tinha pedido para se juntar a mim em minha saída com os garotos. Era o oposto de Maite. Sua aparência exalava atitude, a começar pelos cabelos vermelhos. Embora suas vestes casuais fossem bem extravagantes, estava agora em um belo vestido roxo tomara que caia.

- Vamos, Anahi? – Ela me perguntou entusiasmada.

- Vamos, os garotos já devem estar esperando. Tchau Maite. – Acenei e puxei Dulce pela mão para fora do quarto.

Encontramos os meninos encostados em um carro que não era a Lamborghini de Poncho. Percebi que eles nos olhavam com os olhos arregalados e bocas abertas em formato de O. Quase babando. Derrick, principalmente, me olhava como se pudesse tirar meu vestido ali mesmo.

- Vocês estão lindas. – Ucker constata e vejo uma troca de olhares entre ele e a ruiva.

- Obrigada. – Ela responde de maneira sem graça.

Poncho, Derrick e eu percebemos o clima que estava rolando entre aqueles dois e seguramos o riso.

- Bem, vamos indo, então. Como o meu carro só tem lugar para duas pessoas, eu aluguei esse conversível Ford Mustang. Anny, você vem na frente comigo. E Derrick, você fica atrás segurando vela. – Ucker e Dulce engasgaram e Derrick lançou um olhar mortal a Poncho.

Entramos no carro e seguimos em direção a boate. Durante todo o caminho, Poncho e Derrick se zoavam. Os dois tinham uma amizade bem mais superficial da que Poncho tinha com Ucker. Além de mim, ele só confiava em Ucker para contar seus problemas e toda a sua m****.

Este estava de cochichos com Dulce desde o momento que entramos no carro. Ocasionalmente, deixavam escapar uma risada mais alta.

Eu me virei no sentido da janela aberta em meu lado, e fechei os olhos enquanto sentia a gostosa brisa que batia e bagunçava meus cabelos. Nem percebi quando Poncho estacionou o carro.

- Ela dormiu? – Perguntou Derrick.

Percebi que falavam de mim e abri meus olhos, dando de cara com Poncho. Seu nariz estava a centímetros do meu e podia sentir sua respiração em minha boca. Me senti de repente tonta.

- É...Eu só ia te acordar. – Falou enquanto se afastava de maneira constrangida.

- Já que ela está acordada, vamos logo. – Falou Ucker e em seguida abriu a porta traseira do carro. Todos o seguimos para fora.

Em frente a boate havia uma imensa fila. Quem estivesse em seu final levaria horas para entrar no estabelecimento.

- Nossa, e agora? – Dulce perguntou com espanto.

- Ruiva, acho que você não conhece esses daqui. – Derrick apontou para mim e Poncho. – Eles entram onde quiserem, quando quiserem. Veja só.

Poncho foi até o segurança que guardava a entrada. Após poucas palavras, ele se virou para nós e fez um movimento com a mão que indicava que devíamos segui-lo. A porta foi aberta para nós e entramos. O local inteiro já era bastante exclusivo, mas Poncho nos levou até uma área VIP que ali tinha.

Estava tocando algum DJ conhecido internacionalmente, enquanto corpos dançavam colados e bebidas eram o tempo todo esvaziadas. Decidimos todos por ir até o bar, e Poncho segurou a minha mão para que eu não me perdesse dele. Chegando lá, eu e Dulce nos sentamos nas banquetas dispostas em frente ao balcão.

- Anny, você vai querer o de sempre? – Ele me perguntou e eu assenti com a cabeça. – E você Dulce, o que vai querer? – Poncho agora voltava sua atenção para ela.

- Ah, eu vou beber o mesmo que a Anahi. – Ela disse meio indecisa.

- Tem certeza? A Anny gosta de tomar vodka com Red Bull.

Ela ponderou por um minuto mas acabou dizendo:

- Tenho certeza sim.

Então ele foi pedir nossas bebidas.

P.O.V. Poncho

Estávamos eu e os garotos encostados no balcão esperando as bebidas ficarem prontas. Quando elas finalmente chegaram, tirei de meu bolso um saco plástico com algumas pastilhas. Mostrei para Ucker e Derrick.

- Querem experimentar? – Perguntei.

- Isso é bala? Tá louco Poncho? – Ucker me respondeu exaltado.

- Com isso aí eu não quero me meter não. – Falou Derrick com uma expressão de medo.

- Qual é, vocês dois. Não querem se sentir eufóricos e vivos? – Tentei convencê-los em vão.

- Não preciso de uma droga pra me sentir assim. É realmente uma pena que você, sim, precise. – Ucker me olhava com pena. Detestava aquele olhar. Não precisava da pena de ninguém.

- Então eu vou me divertir sozinho. – Falei fazendo pouco caso do julgamento deles. Levei uma das pastilhas coloridas em minha boca e bebi minha cerveja para que pudesse engolir.

- Se isso daí der m****, não conte comigo pra te ajudar. – Ucker me disse com raiva e saiu logo em seguida.

Peguei as bebidas das meninas e fui até elas. Tinha um cara cercando a Anny. Fiquei subitamente irritado e pondo as bebidas em cima do balcão, me aproximei e disse:

- O que você quer com a minha garota? – Ele se afastou dela. Vi que ela me olhava surpresa.

- Nada, foi mal aê colega. – Em seguida foi embora.

- Vocês dois estão juntos? – Dulce perguntou com incredibilidade em sua voz. Eu e Anny nos olhamos.

- Não. Ele só estava tentando me proteger daquele imbecil. – Ela se virou para mim. – Obrigada. Ele estava realmente enchendo o meu saco.

- Nada. – Sorri e entreguei suas bebidas. – Sempre que precisar de um namorado de fachada, estou aqui. – Lhe dei uma piscadela e ela sorriu.

- Sabe, vocês deviam ficar juntos de verdade. Tem uma química muito boa. – Anny corou violentamente e eu abaixei minha cabeça, sem graça. Da onde ela tirou aquela ideia absurda?

- N-nós d-dois? Você só pode estar louca, Dulce Maria. – Anny bebeu então seu copo inteiro.

- É ué. Se não tivesse coisa aí, vocês não teriam tido essa reação toda.

- Vamos dançar Dulce. Vem. – Anny puxou a ruiva e foi para longe de mim.

Decidi dançar também, esperando que o efeito do ecstasy me atingisse.