Fanfic: Autodestruição - AyA | Tema: Ponny

POV Anahi

Ainda de olhos fechados, senti um braço me rondando em minha cintura e um corpo colado ao meu. Sua cabeça estava entre meu pescoço e ombro, me dando pequenos beijos. Seu delicioso perfume de notas amadeiradas e minerais invadia minhas narinas, me fazendo querer agarrá-lo e afundar meu rosto em seu pescoço.

Eu me virei, já abrindo os olhos, e Poncho me deu um beijo na ponta do nariz.

- Até que enfim acordou, dorminhoca. – Tinha um sorriso tão lindo no rosto.

- Que horas são? – Perguntei enquanto me espreguiçava.

- Duas da tarde. – Ele disse e eu arregalei meus olhos.

- Como eu dormi tanto? – Questionei incrédula.

Ele me deu um sorriso malicioso.

- Você ficou bastante cansada depois do que fizemos. – De repente seu semblante ficou sério. – Não se arrependeu, não é?

Levei meus dedos ao seu cabelo, fazendo um cafuné.

- É lógico que não, seu bobinho. Foi a melhor noite da minha vida.

- É? E o que você acha de repetirmos a dose? – Disse já me agarrando a cintura e me colocando em cima dele.

Eu aproximei meus lábios dos dele, quase tocando-os.

- Eu acho que você não vai ganhar o que quer de novo tão cedo assim. – Falei provocante.

Ele emburrou-se e eu não pude deixar de rir.

- Por que você está sendo tão má comigo?

- Porque eu estou com muita fome e tudo o que consigo pensar agora é em atacar esse frigobar.

Saí de seu colo e fui até a pequena geladeira. Peguei a latinha de batatas chips, uma barra de chocolate e outra de cereal. Eram as únicas coisas ali dentro que não eram bebidas.

- Sabe, eu podia ligar para a recepção e pedir comida no quarto. – Ele sugeriu.

Minha barriga roncou bem alto.

- Mas iria demorar, e como você pode ver, eu estou realmente com muita fome. – Disse e em seguida coloquei o chocolate inteiro de uma só vez em minha boca.

Ele tirou o telefone do gancho que estava em cima da cômoda e discou um número.

- O que você está fazendo? – Perguntei.

- Eu te conheço, Anny. Você come demais, só isso não vai ser o suficiente para matar a sua fome... Olá, boa tarde. Eu gostaria de pedir dois filé mignons com arroz, batata assada e salada. É para o quarto 3001. Obrigado. – Botou o telefone no gancho.

(...)

Botei o último pedaço da carne suculenta em minha boca, fechando os olhos e gemendo em apreciação. Quando os abri novamente, Poncho me olhava de maneira intensa.

- Que foi?

- Por que eu achei isso que você acabou de fazer tão incrivelmente sexy?

- Porque você me ama. – Falei brincando sem pensar no que eu estava dizendo.

Poncho tossiu e se pôs constrangido.

- Eu não quis dizer isso! Eu só estava brincando! – Tentei esclarecer rapidamente.

- É, foi só uma brincadeira. Eu sabia disso. – Disse normalmente, mas eu também o conhecia muito bem e podia perceber que só estava fingindo que não estava envergonhado.

Quando foi que a palavra amor virou um tabu entre a gente?

Tudo sempre estava tão bem entre a gente, até alguém mencionar namoro e sentimentos. Era impressionante a rejeição que tínhamos por qualquer coisa que contivesse envolvimento emocional.

Eu precisava de um de espaço para pensar um pouco naquele momento.

Peguei um maço de Marlboro e um isqueiro em minha clutch e entrei na sacada. Ascendi o cigarro e dei uma longa tragada.

Droga. Eu devia estar tentando parar.

Soltei a fumaça pela boca.

Por que fiquei também tão nervosa com toda aquela situação que acabou de acontecer? O que acontecia comigo, que me dava tanto medo e ansiedade, toda vez que pensava em Poncho e eu como um casal?

Sim, eu notava que já tínhamos ultrapassado esse lance de amizade colorida há muito tempo. Mas porque era tão difícil de admitir, até para mim mesma, que ele era meu namorado?

Coloquei o cigarro na boca outra vez, inalando e segurando um pouco a fumaça em minha boca, esperando ela esfriar.

Ouvi o barulho da porta de correr se movendo e instantes depois Poncho estava do meu lado.

Ele pegou um dos cigarros de meu maço e tomou o isqueiro de minha mão.

- Você ficou doido?? Você nunca fumou na sua vida!

- Sempre tem uma primeira vez. – Ele fez pouco caso.

- Mas por que justo agora?

- Eu quero te ajudar a perder o vício, Anny. E vou poder te ajudar muito mais se eu souber com o que estamos lidando.

Ele botou o cigarro na boca e tentou ascende-lo. Eu rapidamente tirei o isqueiro de sua mão.

- Não posso deixar você fazer isso. E se você se viciasse também? – Falei preocupada.

- Então enfrentaríamos isso juntos, como sempre tem de ser.

- Mas nós já estamos juntos, não percebe? Você não precisa fumar essa merda para poder me apoiar, porque já me apoia de diversas maneiras. É a pessoa com quem sempre posso contar, que vai estar a todo o momento ali para mim, para ouvir meus desabafos ou simplesmente me acolher e proteger entre os seus braços, o lugar onde me sinto mais segura no mundo todo. – Ele esboçou um sorriso. - É o único que realmente me compreende e não julga, porque passa pelo mesmo que eu e sente tudo o que eu sinto. Você é quem me motiva e me dá forças para levantar da cama todos os dias, eu vivo para estar perto de você. A nossa ligação é coisa que a maioria das pessoas nunca vai encontrar na vida, porque nós estamos juntos de corpo e alma, Poncho.

As palavras saíram fáceis de minha boca, como se ao invés de ouvir meu cérebro confuso, como eu sempre fazia, eu simplesmente tivesse deixado meu coração falar por mim.

E naquele exato instante eu fui atingida por uma constatação. Parecia que meu campo de visão estava embaçado por todo esse tempo, e agora eu finalmente podia enxergar o que estava bem diante de meu nariz.

Mas que tola que eu fui. Como pude demorar tanto tempo para ver?

Eu estava perdidamente apaixonada pelo meu melhor amigo.

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 A Anny já percebeu (ufa até que enfim), agora só falta o Poncho.

Seraaaaá que ele vai demorar??? Haha.

Beijos pra vocês :*