Fanfic: Autodestruição - AyA | Tema: Ponny
POV Anahi
Não foi difícil convencer meus pais à me levarem para Nova York, que não viam diferença entre eu estar por aqui ou lá. A minha viagem acabou sendo marcada para uma semana depois, e passei esse tempo empacotando minhas coisas e comprando o que fosse necessário de vestuário.
Não voltei mais no Elite Way, nem tinha motivo para tal. Dul e Mai vieram me visitar uma tarde, e mesmo que elas ainda fossem me ver no aeroporto, choramos as três já com saudade antecipada. Se tinha uma coisa que eu me arrependia de deixar para trás era a amizade que criamos, nunca tinha tido amigas como elas, amigas verdadeiras.
Era sexta de noite, véspera de minha viagem. Estava vendo em minha cama um filme água com açúcar e comendo um pote de sorvete. A mocinha tinha acabado de se declarar e foi rejeitada. Poderia ser mais irônico?
Pensei em trocar de canal, mas algo me impediu. Queria saber como ela iria lidar com a situação. Mesmo que eu não deixasse transparecer, eu estava muito insegura sobre largar tudo. Eu estava prestes a começar uma nova vida, em outro lugar e com outras pessoas por perto, e isso me dava medo.
E ainda que eu estivesse morrendo de vontade de quebrar aquele nariz torto para baixo do Poncho, de nunca mais olhar na cara dele, tinha uma parte de mim que não queria deixá-lo. Que queria fingir que tinha esquecido o quanto suas palavras me destruíram, queria estar perto dele, nem que fosse como só amiga.
Era frustrante não saber qual parte de mim ouvir. Decidi prestar atenção no filme, não ganharia nada refletindo incessantemente sobre o que estava sentindo.
A mocinha acabou indo embora também. Ela, que era uma pessoa quebrada e perdida, acabou se encontrando quando decidiu esquecer o homem que a magoou e focar no trabalho e em si mesma. Virou uma empresária bem sucedida, uma mulher mais confiante, em paz consigo mesma. Ela realmente conseguiu esquecê-lo, e arranjou um namorado maravilhoso e que se preocupava com ela. Um namorado que não estilhaçaria seu coração nunca.
Eu assistia com os olhos vidrados na tela, e me peguei desejando ter tudo aquilo que ela conseguiu conquistar. Eu queria aquela vida para mim, e eu iria conseguir, pode ter certeza.
A campainha tocou e ignorei. Tocou outras três vezes até me dar conta de que estava sozinha em casa. Peter tinha sido dispensado para ver sua mãe doente e o resto dos empregados já tinham ido embora.
Desci as escadas correndo para atender, tendo de ouvir seja lá quem fosse o impaciente que estava na minha porta, tocar a campainha outras quatro vezes de maneira longa e muito barulhenta, por sinal.
- Caramba, não sabe esperar... – Parei de falar ao abrir a porta e tomar um susto.
- Oi. – Poncho disse com um sorriso envergonhado.
Eu tentei fechar a porta na cara dele, mas me impediu ao segurá-la com uma mão. Por que tinha de ser tão mais forte que eu?
- O que você quer? – Perguntei sem paciência.
- Você. – Disse decidido, com um olhar intenso sobre mim que me faria derreter-me, se fosse em outras circunstâncias.
- Que palhaçada é essa? – Falei irritada.
Ele não podia simplesmente aparecer na minha porta é dizer aquilo depois de tudo o que aconteceu.
- Você precisa desistir dessa loucura, Anny. – Tentou se aproximar de mim, mas estendi minha mão, mantendo a distância.
- Eu não vejo como uma loucura.
- Você acha mesmo que é uma boa ideia abandonar tudo assim? O colégio, suas amigas, toda a vida que está acostumada a ter... Eu? – Me olhava magoado.
- Acredite, eu estou bem feliz com a possibilidade nunca mais ver a sua cara. – Disse dura.
- Eu não acredito em nada do que você acabou de dizer. – Ele segurou meu rosto entre suas mãos, me olhando bem no fundo de meus olhos. - Você não sabe mais viver sem mim, Anny. É nisso que eu acredito.
- Me solta! – Fez o que eu mandei, contrariado. – Por que você está fazendo isso?
- Fazendo o quê? – Franziu o cenho.
- Por que está querendo me confundir? – Olhei-o magoada. – Por que num dia me diz que não me ama e no outro tenta me convencer a ficar?
Ele passou as mãos no cabelo e suspirou.
- Você é o que eu tenho de mais importante e não quero te perder.
- Você não pode simplesmente me dizer essas coisas. Não mais.
- Por que não?
- Me faz acreditar que você quer me iludir de propósito. – Passei a mão no pescoço, estava com um nó na garganta. – Você não me ama, já deixou isso claro. Então não se declare para mim. Eu não quero ouvir sobre como somos almas gêmeas, que eu sou a pessoa mais importante do mundo para você, tudo o que te mantém vivo, e nenhuma das outras merdas que você já me disse. São todas mentiras.
- Eu nunca menti para você. – Disse desolado. – É tudo a mais absoluta verdade, eu...
- Não é não. – Cortei-o. – São coisas que se dizem para alguém por quem se está apaixonado, e não para a sua melhor amiga.
- Mas você também sempre me disse essas coisas. – Tentou argumentar.
- Porque eu sim estou apaixonada, idiota! – Gesticulei com as mãos, querendo deixar bem claro o meu ponto. – Eu não sabia que te amava, mas o sentimento sempre esteve ali. Eu podia dizer coisas românticas para você, porque eram verdade. Você não tinha esse direito. – Fechei meus olhos. - Se não me ama, não me iluda, não me diga coisas bonitas que não sente realmente.
- E se eu não souber o que eu sinto?
Abri meus olhos, sem acreditar que ele estava me dizendo aquilo. Dei dois passos em sua direção e comecei a socá-lo repetidas vezes no peito.
- Pare de me dizer essas coisas. Pare. Você não tem pena do que está fazendo com a minha cabeça? – Perguntei ressentida.
Ele pegou em meus pulsos, me fazendo parar de socá-lo.
- Eu não quero te magoar, eu não estou fazendo isso de propósito. Nunca faria, por Deus! – Começou a acariciar meus pulsos. – Eu disse que não te amo, mas não tenho tanta certeza disso. Eu... eu me sinto confuso.
- Confuso? – Repeti, tentando assimilar.
- Você sabe que eu nunca lidei bem com os meus sentimentos, e é por isso que já fiz tanta merda na vida. Eu sempre procurei escapatórias para não ter de lidar com o que estava sentindo. Agora eu vejo que a nossa amizade colorida foi uma dessas escapatórias também. Era fácil, beijar e não pensar, simples assim. Até que pareceu se transformar em namoro. Quando notei isso, comecei a reparar melhor nas coisas, em como toda vez que eu te via, parecia que você era a única no mundo. Em como toda vez que eu estou quieto, você consegue brotar magicamente na minha mente. Como seu sorriso parece iluminar a minha alma.
Eu estava apavorada, morrendo de medo de perguntar, mas meu corpo inteiro, cada minúscula célula, parecia gritar para que eu tentasse.
- Eu vou perguntar outra vez, Poncho. – Inspirei com força, tomando coragem. – Você me ama?
Por favor diga que sim.
Ele encostou sua testa na minha e fechou os olhos, enquanto eu continuei encarando-o, precisando desesperadamente de sua resposta.
- Eu não sei. Eu não sei. Perdão, Anny. – Falou com pesar e eu me afastei.
Não. Não. Não. De novo não. Por que eu fui perguntar?
Como eu sou idiota de ter tido esperança.
- Bem, parece que eu tenho a minha resposta, afinal. Não pude me contentar com um não, eu tinha de ouvir outro não, é claro. – Soltei debochada mas para mim mesma do que para ele.
- Você não ouviu o que eu disse? Isso não é um não.
- Para mim é a mesma coisa. Eu estou indo embora amanhã, talvez nunca mais nos vejamos, e você só consegue me dizer um não sei. Você acha que está lutando por mim, mas na verdade está me deixando ir embora, porque não consegue dizer as três palavras que me fariam desistir de tudo por você. – Engoli em seco. – Você não me ama, aceite isso, como eu acabei de aceitar.
Senti minha vista embaçar, as lágrimas querendo surgir. Eu só precisava aguentar um pouco mais.
- Anny... – Ele tentou começar mas o cortei.
- Como esclarecemos tudo, eu não tenho mais nada para falar com você. Tenha uma boa vida, Poncho. – Forcei um sorriso.
- Anny, pelo amor, pare de tentar fugir. Está tudo bem você ter medo da dor, mas ela não vai simplesmente sumir se você for embora.
- Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. – Continuei.
E a pior também.
- Anny, pare de se despedir, caramba! – Ele me agarrou os braços. – Você é forte, pode lidar com tudo isso aqui. Perto de mim, que é o seu lugar. – Falava desesperado.
Levei minha mão ao seu rosto, acariciando-o. Ele se acalmou sobre o meu toque e fechou os olhos. Eu fiquei o olhando, querendo memorizar eternamente cada detalhe de sua face.
Mesmo sabendo que isso tornaria a despedida ainda mais difícil, não pude evitar fechar meus olhos e aproximar minha boca da dele. Eu precisava desesperadamente de um último beijo, beijá-lo sabendo que seria a última vez e então apreciar o máximo cada pequeno toque, porque nunca mais poderia ter a sensação maravilhosa dos lábios macios de Poncho em contato com os meus.
Rocei meu nariz no dele, sentindo sua respiração pesada e cortada soprando em minha boca. Minhas mãos foram parar em sua nuca, as dele firmes em minha cintura, como se quisesse me prender ali.
- Fica comigo. – Sussurrou.
Eu o puxei para mim, tomando sua boca com ferocidade, que após um instante de surpresa, ele correspondeu. Dei passagem para a sua língua exigente, que se enroscou e brigou com a minha.
Era incrivelmente intenso, talvez como nunca antes, por se tratar da última vez. Tantas sensações acontecendo ao mesmo tempo e se misturando, fazendo minha cabeça girar. As borboletas voando em meu estômago, e o friozinho gostoso que provocavam. Todos os fios de meu corpo arrepiados. Me sentia febril, por dentro estava em chamas.
Ele pegou em minhas coxas, me levantando e imprensando de maneira brusca contra a porta. Eu puxava seu cabelo e mordia sem me conter seu lábio, deixando a marca de meus dentes ali. Eram lábios macios, pareciam feitos para se morder.
Ele levou os beijos para meu pescoço, e fez de tudo por ali. Primeiro uma lambida da base até meu maxilar. Para em seguida, morder-me inteira e me fazer arfar. Chupou depois onde tinha me mordido com mais força.
Minhas mãos entraram por debaixo de sua camisa e não medi a força com que o arranhei as costas. Ele gemeu ao sentir minhas unhas se afundando em sua pele, a dor misturada com o prazer.
Ele levou a boca ao meu ouvido e mordeu o lóbulo.
- Não me deixe. – Implorou.
Agarrei seu rosto e beijei-o de novo, sem querer ouvir mais nada. O que começou intenso e rápido, aos poucos o foi se tornando mais suave, lento. Sabíamos que estava acabando, que logo o beijo seria finalizado e com ele nossa relação.
Ele me pôs no chão e fez o que eu não tinha coragem de fazer, soltar nossas bocas uma da outra.
Eu olhei para ele, meu coração apertado e contendo a vontade de chorar. Abri a boca para falar, mas ele me interrompeu.
- Não se despesa. Você não pode fazer isso comigo. – Ele me olhava angustiado.
Eu não podia suportar ele me olhando desse jeito quando eu devia mandá-lo embora.
- Adeus, Poncho.
Sua expressão se fechou, mudando para mágoa.
- Quer saber? Eu não vou mais ficar aqui implorando. Você me disse que por não dizer as três palavras, eu estava te deixando ir embora, mas isso não é verdade. Eu fiz tudo o que eu podia, eu lutei por nós mais do que você, que decidiu fugir, com muito medo de se machucar mais. Agora quem vai se despedir sou eu. Que você seja muito feliz bem longe daqui, Anny.
Em seguida ele saiu, batendo a porta com raiva.
Eu me encostei nela, deslizando até o chão e deixando as lágrimas e soluços enfim escaparem.
Prévia do próximo capítulo
POV Poncho - Eu não acredito que você vai deixá-la ir embora. – Ucker me olhava indignado. Estávamos os dois em nosso quarto no colégio, eu sentado em minha cama, tentando ler um livro, e ele de pé me enchendo a paciência, como sempre. Revirei os olhos, não aguentando mais ouvir sobre aquele assunto. Estava cansa ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 182
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Feponny Postado em 26/08/2019 - 01:11:32
Vollllllta
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anyeponcho Postado em 11/06/2018 - 23:44:57
Saudades!!!
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anyeponcho Postado em 15/05/2018 - 15:57:19
Quero maissssss
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anyeponcho Postado em 23/04/2018 - 01:40:39
Kkkkkkkk Tadinha da Any com esses garotos. O Poncho com ciúmes é a coisa mais fofa e maravilhosa, adoro quando ele sente ciúmes dela :)
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ponnyayalove Postado em 13/04/2018 - 21:20:18
Anny dando graças a Deus por ir para a diretoria kkkk ´louca mesmo,cnt
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Angel_rebelde Postado em 13/04/2018 - 19:45:05
Definitivamente Ryan, Levy e Poncho combinaram de deixar a Anny em saia justa kkkkkkkkkkkkkkk quem mandou ser tão adorável q nem ela né ? :3 Mas é melhor ela decidir dar um basta logo antes q Poncho brigue com eles ñ apenas por ciúmes e sim para mostrar q as senhas da fila dela acabaram e o cargo de namorado dela já foi preenchido U.u Coooooooooooonnttt Por Angel_rebelde
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ponnyayalove Postado em 11/04/2018 - 22:22:32
Não creio nisso pega a Angelique aquela vadia Willian e deixa Anny quieta kkk
amandaportilla Postado em 13/04/2018 - 07:19:12
Kkkkkkkkk Morri com esse comentário. Bem que o William podia deixar a Anny em paz mesmo, porque tá pra nascer cara mais chato!
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Angel_rebelde Postado em 11/04/2018 - 18:57:51
Queee azaar esse do Poncho ! Quando pensou ter se livrado do Ryan, agora vem o Levy ! Puuutssss :@ Anny foi ridícula em fazer ceninha fingindo q ela ñ está com o Poncho apenas para Ryan se sentir menos mal ¬¬ Na hora q estiverem sozinhos, espero q ela tenha uma explicação mto boa para ter agido assim. Coooooooooooooooooooooooonttt Por Angel_rebelde
amandaportilla Postado em 13/04/2018 - 07:17:24
Desse jeito que tão as coisas, o Poncho ainda vai perder a cabeça por causa de tanto ciúmes kkkkkk Ah eu não achei tão ruim assim o que a Anny fez. É tipo a mesma coisa que rolou com a Mia e o Miguel na primeira temporada, quando eles esconderam o namoro pra não magoar Celina, Giovanni e Julieta.
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anyeponcho Postado em 10/04/2018 - 00:01:07
Ansiosa por amanhã kkkkk vão botar fogo no quarto kkkk
amandaportilla Postado em 11/04/2018 - 08:35:02
Foi mal te decepcionar, mas vai ter que esperar mais um pouco pra ver se rola deles matarem toda essa saudade no quarto kkk
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Angel_rebelde Postado em 09/04/2018 - 19:01:37
Mesmo rabugentos eles são meeeu casaaaal maaaaaaaaaaais lindoooooooo *---* Poncho qndo deixa de ser besta consegue a Anny de volta e ainda aumenta o amor q ela sente por ele <3333 Coooooooooooooooonnttt Por Angel_rebelde
amandaportilla Postado em 11/04/2018 - 08:32:54
Casalzão toppp mesmo. Poncho sabe direitinho o que fazer pra deixar a Anny boba por ele. Mesmo que os dois vivam fazendo burradas, um acaba sempre perdoando o outro. Não tem jeito, é o amor kkkk