Fanfic: Autodestruição - AyA | Tema: Ponny
POV Poncho
- Eu não acredito que você vai deixá-la ir embora. – Ucker me olhava indignado.
Estávamos os dois em nosso quarto no colégio, eu sentado em minha cama, tentando ler um livro, e ele de pé me enchendo a paciência, como sempre.
Revirei os olhos, não aguentando mais ouvir sobre aquele assunto. Estava cansando e com olheiras profundas, resultado de passar a noite inteira em claro, revirando de um lado ao outro da cama, muito atordoado para conseguir pensar em dormir.
- Eu fiz o possível. – Disse seco, desistindo de ler e abaixando o livro. – Agora se ela quer ir, que vá. Não sou nenhum cachorrinho para ficar correndo atrás dela.
Ele começou a rir, balançando a cabeça em negação e cruzando os braços na altura do peito.
- Que é? – Perguntei fazendo uma expressão de desprezo.
- Você é orgulhoso demais, não é possível. – Falou com divertimento. - A mulher da sua vida indo embora e você preocupado em não fazer papel de palhaço.
- Ela não é a mulher da minha vida. – Soltei irritado e o maldito começou a rir novamente.
- Nessa nem você acredita, meu amigo. Por que é tão difícil de admitir?
- Por que você se mete tanto, Ucker? – Retruquei, mudando de assunto. - Por que é tão importante para você, ver eu e ela juntos?
Ele se sentou à minha frente e coçou o maxilar, antes de suspirar pesadamente.
- Eu fiz muito mal à vocês dois e eu sinto muito. – Tinha um olhar triste e podia se notar o arrependimento na voz. – Acho que é a minha maneira de compensar por tudo. – Deu de ombros.
- Você sabe que eu não tenho ressentimento por aquela época, não? Quero dizer, eu te acho um filho da puta, mas um filho da puta do bem.
- Eu te acho um babaca, Poncho. E é isso, só um babaca mesmo. – Nós dois rimos.
- Eu ia ficar quieto, mas como você gosta tanto de se meter na minha vida... – Deixei suspenso no ar.
- Vai, desembucha logo de uma vez. – Falou sem muita paciência.
- Já que você gosta tanto de bancar o guru amoroso para mim, vou retribuir só dessa vez. Não sei, acho que estou me sentindo benevolente hoje. – Fiz uma careta desgostosa, e ele riu. - Enfim, acho que você devia chegar logo na Dulce. Ela tá tão na sua, cara.
- Você acha? – Perguntou sem disfarçar o sorriso de canto.
- Raspe minha cabeça se eu estiver errado. – Disse confiante.
- Por mais que eu queira muito essa mulher, eu iria adorar ver você careca. Já consigo até imaginar alguns apelidos que eu poderia por em você... – Segurou o queixo entre o dedão e o indicador e fez cara pensativa. – Cabeça de ovo, aeroporto de mosquito, Kinder Ovo, bola de boliche... Cabeça de pinto, essa foi boa, confessa.
- Só que eu não vou perder a aposta. – Sorri arrogante e pus meus braços atrás da cabeça, me encostando na cabeceira.
- Como pode ter tanta certeza? – Me perguntou com um olhar desconfiado.
- Simples, eu sou bom pra enxergar essas coisas. – Falei presunçoso.
- Tão bom que conseguiu notar que a Anny estava apaixonada antes dela dizer, não é mesmo? – Disparou com deboche.
Meu rosto inteiro se endureceu ao ouvir aquilo.
- Não toque mais no nome dela na minha frente. Pra mim está morta. – Disse em tom frio e cortante.
Ele levantou as mãos em sinal de redenção.
- Não está mais aqui quem falou. – Ele se pôs de pé. - Bom, eu tenho que comprar pétalas de rosa e encher o quarto de uma garota com elas, para poder pedi-la em namoro. Até mais. – Falou todo sorridente.
- Vai lá Don Juan. – Provoquei-o.
Peguei um travesseiro e joguei nele, que acabou por conseguir desviar. Foi até a porta e abriu-a, parando em seguida, como se pensasse se devia dizer alguma coisa que estava entalada na garganta.
- Poncho? – Chamou, receoso, minha atenção.
- Uhm?
- Se você correr, ainda dá tempo de alcançar ela no aeroporto. – Deu-me um olhar encorajador e saiu em seguida, fechando a porta atrás de si.
POV Anahi
Peter tinha voltado pela manhã da casa de sua mãe doente e pode me levar ao aeroporto, junto de Dul e Mai, que queriam se despedir. Após fazer o check-in e livrar-me das bagagens, ficando apenas com uma mala de mão, caminhei com os três até em frente à entrada da sala de embarque. A partir dali não poderiam me acompanhar, e eu estaria sozinha.
Peter estava visivelmente emocionado, olhos vermelhos e embaçados, mas se controlava para não chorar na minha frente, ele sabia que isso só tornaria a despedida ainda mais difícil para mim. Ele veio em minha direção e me deu um abraço apertado, acariciando o meu cabelo.
- Minha menina, se cuide está bem? Eu fico preocupado com você morando sozinha num apartamento tão grande. – Disse apreensivo e eu ri de sua preocupação exagerada.
- Eu não vou estar sozinha, o apartamento vai estar lotado de empregados e, bem, meus pais devem aparecer lá de vez em nunca, se eu tiver sorte. – Brinquei e ele entortou levemente os lábios para cima, fazendo força para não rir de seus patrões.
- Saiba que se as coisas não acontecerem como você espera, pode sempre voltar para casa. – Tranquilizou-me.
- Eu sei que sim. – Sorri para ele, que deu dois passos para trás, deixando Maite se aproximar.
Ela me abraçou e pôs minha cabeça em seu peito, enquanto eu a abraçava pela cintura.
- Nós vamos sentir muito a sua falta, Anny. – Disse me apertando mais contra ela. - Você é uma pessoa maravilhosa e forte, e eu tenho certeza de que vai superar tudo pelo que está passando, e ainda vai ser muito feliz, onde quer que seja.
Estava tentando me manter firme, mas ao ouvir suas palavras me pus emocionada e meus olhos se encharcaram, as lágrimas começando a escorrer pela bochecha. Mai sentiu que eu estava molhando-a e se afastou, limpando o meu rosto com seus dedos.
- Obrigada. – Funguei. - Eu vou sentir tanto a sua falta.
- Você bem que poderia nos fazer algumas visitas, de vez em quando. – Ela soltou como quem não quer nada.
- Contanto que seja fora do Elite Way, para que eu não tenha que ver você-sabe-quem. – Disse divertida e ela riu.
Mai abriu espaço, me deixando de frente para Dulce, que tinha um beiço e fazia força para não chorar. Nós ficamos as duas nos encarando por alguns segundos, bastante emocionadas, até que ela se jogou em mim, me apertando em seus braços com tanta força que poderia ser capaz de me quebrar.
- Ai Dul, isso tudo é saudade antecipada de mim? – Perguntei cômica.
- É sim, agora cala a boca e me abraça de volta também. – Me respondeu chorosa.
Apertei-a de volta na mesma intensidade.
- Ai, sua doida. Tá me machucando. – Disse rindo.
Nós nos soltamos, as duas botando as mãos nas costelas doloridas.
- Anny... É muito egoísmo da minha parte não querer que você vá? – Me olhava desolada e eu entrelacei nossas mãos.
- Não é. Acho que nem eu mesma quero ir. – Dei de ombros.
- Olha, se isso te fizer sentir melhor, eu posso dar uma surra no tal carinha que você não quer mais ouvir o nome. – Falou séria e eu tive vontade de rir.
- Me faria sentir melhor, com toda certeza. Mas não seria o suficiente e você sabe disso.
- Homens são todos uns idiotas mesmo. – Disse revoltada e tive a impressão de que ela estava se referindo à outro carinha.
- Só porque você-sabe-quem foi um imbecil comigo, não quer dizer que o Ucker vai fazer o mesmo com você. Aliás, o Ucker é bem diferente dele. Sempre foi mais romântico e sério com seus relacionamentos, e ele gosta mesmo de você, que é o mais importante.
- Você acha que eu devo dar uma chance para ele? – Tinha os olhos brilhando com expectativa.
- Eu acho que você não iria se arrepender. – Sorri para ela, que me retribuiu da mesma forma.
- Anny, eu juro que se você não vier nos visitar, eu sou capaz de juntar toda a minha mesada guardada e pegar um avião até Nova York para ir te ver. Mas você não vai gostar nenhum pouco de ver a minha pessoa porque, bem, eu vou estar furiosa por você me ter feito gastar todas as minhas economias. – Me ameaçou meio de brincadeira, meio falando séria.
- Também te adoro, ruiva. – Falei irônica.
Ela me abraçou de novo, dessa vez sem me deixar com falta de ar. Após um breve momento, ela me soltou.
- Vai logo antes que eu te obrigue a ficar à força. – Disse fungando.
Peguei minha mala e acenei para os três, me virando e colocando o cartão de embarque no dispositivo que abria a passagem para a sala do raio-x. Dei uma última olhada para trás, eles ainda me olhando e sorrindo para mim, antes de eu me perder de suas vistas.
Passei pelo raio-x, pela parte onde colocava o passaporte em uma máquina e depois essa fazia o reconhecimento facial e enfim pude chegar ao free shop, onde aproveitei para comprar alguns chocolates e outros doces para comer no avião. Sempre gulosa, eu sei.
Faltava meia hora para o meu embarque e decidi ir logo para o meu portão. Sentei-me em um dos assentos que tinham por ali e não pude deixar de olhar em volta o tempo todo. Acho que no fundo eu tinha esperança de que ele, como numa cena digna de filme, pudesse aparecer correndo e se declarasse para mim, me impedindo de entrar no avião.
Chacoalhei a cabeça, me livrando do estúpido pensamento. Era patético ainda manter essa expectativa. Ele não viria, ele não me amava.
Me distrai com uma revista até que ouvi chamarem pelo meu voo. Entrei na fila da executiva e mostrei o passaporte e a passagem para o funcionário, entrando em seguida no túnel que levava ao avião.
Agora não tinha mais volta.
Prévia do próximo capítulo
POV Poncho - Um ano depois – *Música: The Reason – Hoobastank* Acordei com uma dor de cabeça tão absurda que parecia que meus miolos estavam explodindo. Ainda de olhos fechados, pude sentir uma forte claridade em cima de mim, o sol esquentando o meu rosto. Argh, quem foi que deixou a persiana aberta? Levantei com dificuldade, cambaleando ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 182
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Feponny Postado em 26/08/2019 - 01:11:32
Vollllllta
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anyeponcho Postado em 11/06/2018 - 23:44:57
Saudades!!!
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anyeponcho Postado em 15/05/2018 - 15:57:19
Quero maissssss
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anyeponcho Postado em 23/04/2018 - 01:40:39
Kkkkkkkk Tadinha da Any com esses garotos. O Poncho com ciúmes é a coisa mais fofa e maravilhosa, adoro quando ele sente ciúmes dela :)
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ponnyayalove Postado em 13/04/2018 - 21:20:18
Anny dando graças a Deus por ir para a diretoria kkkk ´louca mesmo,cnt
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Angel_rebelde Postado em 13/04/2018 - 19:45:05
Definitivamente Ryan, Levy e Poncho combinaram de deixar a Anny em saia justa kkkkkkkkkkkkkkk quem mandou ser tão adorável q nem ela né ? :3 Mas é melhor ela decidir dar um basta logo antes q Poncho brigue com eles ñ apenas por ciúmes e sim para mostrar q as senhas da fila dela acabaram e o cargo de namorado dela já foi preenchido U.u Coooooooooooonnttt Por Angel_rebelde
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ponnyayalove Postado em 11/04/2018 - 22:22:32
Não creio nisso pega a Angelique aquela vadia Willian e deixa Anny quieta kkk
amandaportilla Postado em 13/04/2018 - 07:19:12
Kkkkkkkkk Morri com esse comentário. Bem que o William podia deixar a Anny em paz mesmo, porque tá pra nascer cara mais chato!
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Angel_rebelde Postado em 11/04/2018 - 18:57:51
Queee azaar esse do Poncho ! Quando pensou ter se livrado do Ryan, agora vem o Levy ! Puuutssss :@ Anny foi ridícula em fazer ceninha fingindo q ela ñ está com o Poncho apenas para Ryan se sentir menos mal ¬¬ Na hora q estiverem sozinhos, espero q ela tenha uma explicação mto boa para ter agido assim. Coooooooooooooooooooooooonttt Por Angel_rebelde
amandaportilla Postado em 13/04/2018 - 07:17:24
Desse jeito que tão as coisas, o Poncho ainda vai perder a cabeça por causa de tanto ciúmes kkkkkk Ah eu não achei tão ruim assim o que a Anny fez. É tipo a mesma coisa que rolou com a Mia e o Miguel na primeira temporada, quando eles esconderam o namoro pra não magoar Celina, Giovanni e Julieta.
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anyeponcho Postado em 10/04/2018 - 00:01:07
Ansiosa por amanhã kkkkk vão botar fogo no quarto kkkk
amandaportilla Postado em 11/04/2018 - 08:35:02
Foi mal te decepcionar, mas vai ter que esperar mais um pouco pra ver se rola deles matarem toda essa saudade no quarto kkk
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Angel_rebelde Postado em 09/04/2018 - 19:01:37
Mesmo rabugentos eles são meeeu casaaaal maaaaaaaaaaais lindoooooooo *---* Poncho qndo deixa de ser besta consegue a Anny de volta e ainda aumenta o amor q ela sente por ele <3333 Coooooooooooooooonnttt Por Angel_rebelde
amandaportilla Postado em 11/04/2018 - 08:32:54
Casalzão toppp mesmo. Poncho sabe direitinho o que fazer pra deixar a Anny boba por ele. Mesmo que os dois vivam fazendo burradas, um acaba sempre perdoando o outro. Não tem jeito, é o amor kkkk