Fanfic: Autodestruição - AyA | Tema: Ponny
POV Anahi
De olhos fechados, tateei a cama, procurando pela pessoa que deveria estar ali. Não encontrei-o, mas ainda podia sentir o cheiro de seu perfume caro impregnado no travesseiro. Cocei os olhos e com preguiça os abri, e dando uma boa olhada em todo o quarto tive a confirmação de que eu estava sozinha. Peguei a camisola de seda vermelha que foi parar no chão na noite anterior, vestindo-a em seguida.
Abri a porta e fui em direção à cozinha, parando na soleira ao ver Ryan virando panquecas na frigideira. Ao invés de virá-las com uma espátula, como uma pessoa normal faria, ele tentava girá-las no ar, mas não levava muito jeito com a coisa. Uma das panquecas caiu no chão, outra foi parar em seus cabelos loiros.
Eu comecei a rir, entregando que eu estava o observando. Ele se fingiu de bravo ao me ver.
- Quer dizer que a senhorita estava me espionando?
Fui até ele e lhe dei um selinho, tirando a massa de panqueca da sua cabeça depois.
- Deixa que eu termino isso. – Tentei pegar a frigideira de sua mão, mas ele me impediu.
- Nada disso. – Suspirou e virou com a espátula as panquecas que restavam. – Eu queria te levar o café da manhã na cama, mas você acordou antes do que eu esperava. – Disse um pouco desapontado.
- O que eu fiz para receber um tratamento tão especial hoje? – Perguntei já sabendo a resposta.
- Me deu a melhor noite da minha vida. – Sorriu apaixonado para mim e me deu um beijo na testa em seguida. – Bem... – Começou de repente constrangido. – Você já tinha me dito antes que não era mais virgem, mas eu queria saber... Esquece, é melhor deixar para lá.
- Ryan, diz logo. – Incentivei-o.
- É... – Coçava a nuca e tinha um sorriso envergonhado. – Ontem foi mais especial para você do que a sua primeira vez?
A pergunta me pegou de surpresa. Quando as coisas começaram a ficar sérias com Ryan, ele quis saber sobre meus relacionamentos passados, e eu lhe contei superficialmente. Mas nunca achei que ele fosse me pedir para comparar.
Ele era um bom namorado, romântico e atencioso, que estava sempre ali por mim, e o mais importante, que nunca iria me machucar. As coisas com ele eram sempre seguras, e meu coração não corria o risco de ser despedaçado outra vez. Mas por mais que ele fosse maravilhoso comigo, eu não conseguia amá-lo.
Não tinha nem comparação as duas transas. Quando estive nos braços de Poncho pareceu que tudo no universo tinha encontrado o seu lugar, era tudo simplesmente tão certo que parecíamos feitos um para o outro. O mundo fora daquela sacada pareceu não existir enquanto eu senti ele dentro de mim, e o tempo pareceu tornar-se mais lento, horas que viravam minutos, minutos que viravam segundos.
Já com Ryan foi bom, eu confesso. Mas não me senti entregue por inteira à ele, meu corpo estava ali mas minha mente pareceu viajar. Além da estranha sensação que tive o tempo inteiro de estar faltando algo, tesão ou amor, ou talvez os dois juntos.
- Anny, você está me ouvindo? – Ele estralou os dedos na minha frente.
- Ahn, o quê? – Perguntei desorientada e ele me olhou com as sobrancelhas erguidas, como se esperasse por uma resposta. – Ah sim, me lembrei. – Dou um sorriso sem graça para ele. - Você queria saber se ontem foi mais especial do que a minha primeira vez. – Respirei fundo. - Err... Claro que foi, seu bobinho.
Um milagre eu conseguir mentir sem gaguejar, obrigada Senhor!
Ele sorriu satisfeito para mim, depois colocando as panquecas em um prato, uma por cima da outra, e jogando mel por cima, acrescentando por fim alguns morangos em volta. Pôs ainda dois ovos fritos no prato e um pouco de bacon. Encheu um copo com suco de laranja, botou tudo em uma bandeja e voilà, meu café da manhã estava pronto.
- Agora você vai voltar para a cama e fingir que está surpresa quando eu entrar no quarto com a bandeja.
Eu peguei a bandeja e levei eu mesma para o quarto, tendo que ouvir as reclamações do meu namorado atrás de mim.
- Poxa amor, assim tira todo o romantismo.
- Desculpe, mas você já devia saber que eu não tenho paciência pra essas suas coisas. – Falei, rindo da indignação dele.
Comi na cama e ele deu algumas beliscadas em meu prato, o que me deixou um pouco irritada porque, bem, eu não divido comida.
Ryan ligou a televisão em um canal de economia, coisa que ele adorava, e eu me distrai com uma revista. Estava ignorando com louvor tudo o que era dito pelo economista, as palavras entravam por uma orelha e saíam pela outra, até que escutei um nome muito familiar e minha atenção se voltou para a tela.
- A Portilla Designs, que entrou no mercado americano tem menos de um ano, enfrenta atualmente diversas acusações, como de trabalho análogo à escravidão, suborno à autoridades e sonegação fiscal. Há uma grande rejeição dos consumidores ante o escândalo empresarial, e também há insegurança dos investidores para apostar em uma marca que vê dia após dia suas ações caírem. Sem alternativas, a subsidiária norte-americana será fechada e a Portilla Designs encerrará muito em breve suas operações nos Estados Unidos. É um caso bem... – Peguei o controle remoto e apertei o botão de desligar, vendo a tela ficar preta.
- Achei que a situação estava melhorando. – Ryan disse lamentoso, com aqueles grandes olhos castanhos dele mostrando pena por mim.
- Só piora. – Falei aflita, olhando para o nada. - Estamos perdendo muito dinheiro, eu estou ficando bastante preocupada.
Ele me abraçou de lado e me deu um beijo na orelha.
- Sabe que se precisar, é só me pedir. – Deixou subentendido a palavra dinheiro.
Meu namorado era tão absurdamente rico que me fazia parecer pobre ao lado dele. Sua família tinha o controle da Exxon Mobil, Chevron Texaco, BP Amoco, e outras 21 empresas. Ryan Rockefeller poderia muito bem ser descrito como um dos donos do mundo, tamanho era o poder que sua família tinha.
- Eu não quero o seu dinheiro, eu não preciso ser sustentada. – Estava ofendida pela sua sugestão.
- Mas você mesma disse que estão perdendo muito dinheiro. Eu só quero ajudar. – Disse em tom manso, deslizando os dedos sobre o meu cabelo.
- Eu prefiro perder tudo à ser bancada por alguém, entenda isso.
- Anny, eu poderia te dar um bilhão de dólares agora mesmo e não me faria falta. – Disse se vangloriando. – O que te custa aceitar a minha ajuda?
- Custa a minha dignidade, que é algo que não tenho a menor vontade de vender.
Me levantei da cama, querendo um pouco de distância. Ele estava conseguindo me tirar do sério com essa ideia de me bancar.
- Você está sendo muito orgulhosa, não é como se eu estivesse te comprando ou algo assim. Eu só quero ajudar a pessoa que eu amo.
Ele arregalou os olhos e tampou a boca ao se dar conta do que deixou escapar. Eu fiquei em pé petrificada, sem saber como agir ou o que dizer. Embora já estivéssemos namorando a seis meses, nunca nenhum de nós tinha dito as três palavras.
Nunca ninguém tinha me dito antes, não com aquele significado romântico. Era tão estranho, tão decepcionante enfim ouvir o que eu queria, mas da pessoa errada.
- Eu não quis dizer isso. – Falou exasperado, o desespero evidente na face. Para em seguida bufar e abaixar a cabeça. – Quem eu quero enganar? Eu sou completamente louco por você, Anny. – Levantou o rosto, me mirando com expectativa. – E você?
Oh merda. O que eu faço agora?
Eu não queria mentir para ele, mas ao mesmo tempo ele estava me encarando ansioso, e eu podia ver desespero no fundo daqueles olhos castanhos profundos. Eu podia me ver na mesma situação, um ano antes.
Eu não queria fazê-lo passar pelo mesmo que eu passei, a dor de não ser amado de volta. Ryan não merecia sofrer assim.
Acabou sendo fácil decidir o que eu iria dizer.
- Eu também te amo. – Sorri para ele, que veio correndo até mim, me abraçando e rodopiando pelo quarto aos risos.
- Eu nem acredito que você me ama mesmo! – Disse extasiado, o sorriso do tamanho do mundo.
Nem eu acredito.
Ele me deu quatro selinhos antes de me por no chão, para em seguida tomar minha boca em um beijo esfomeado, que retribui.
- Vamos sair para comemorar. – Disse decidido, ainda sorrindo feito bobo.
- Aonde você pretende me levar, posso saber? – Perguntei achando graça.
- Se agora fosse de noite, eu te levaria para jantar no topo de algum arranha-céu, com certeza daria uma bela vista. – Ele olhou seu relógio no pulso. – Mas como ainda são onze da manhã, vai ter de se contentar com um passeio de mãos dadas no Central Park.
- Só se pudermos dar uma volta de pedalinho no lago. – Pedi com charme, segurando as mãos na frente do corpo e fazendo biquinho. - Você nunca quis andar naquele cisne comigo.
- Anny, hoje eu estou tão feliz que sou capaz de pular da Ponte do Brooklyn se você me pedir. – Disse com divertimento.
- Só deixe eu me trocar, volto num instante. – Dei-lhe um beijo na bochecha e sai correndo em direção ao closet.
- Já estou vendo que esse instante vai durar uma hora! – Escutei-o dizer por detrás da porta.
Prévia do próximo capítulo
POV Poncho Quando vi pela janela do avião, Nova York embaixo de mim, meu coração disparou só de saber que estava perto dela novamente. Um ano parecia uma década, sem ela comigo. Após a aterrissagem, o avião ficou rodando pelas enormes pistas do JFK, demorando para se aproximar dos túneis de passagem. Eu fiquei impacie ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 182
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Feponny Postado em 26/08/2019 - 01:11:32
Vollllllta
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anyeponcho Postado em 11/06/2018 - 23:44:57
Saudades!!!
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anyeponcho Postado em 15/05/2018 - 15:57:19
Quero maissssss
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anyeponcho Postado em 23/04/2018 - 01:40:39
Kkkkkkkk Tadinha da Any com esses garotos. O Poncho com ciúmes é a coisa mais fofa e maravilhosa, adoro quando ele sente ciúmes dela :)
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ponnyayalove Postado em 13/04/2018 - 21:20:18
Anny dando graças a Deus por ir para a diretoria kkkk ´louca mesmo,cnt
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Angel_rebelde Postado em 13/04/2018 - 19:45:05
Definitivamente Ryan, Levy e Poncho combinaram de deixar a Anny em saia justa kkkkkkkkkkkkkkk quem mandou ser tão adorável q nem ela né ? :3 Mas é melhor ela decidir dar um basta logo antes q Poncho brigue com eles ñ apenas por ciúmes e sim para mostrar q as senhas da fila dela acabaram e o cargo de namorado dela já foi preenchido U.u Coooooooooooonnttt Por Angel_rebelde
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ponnyayalove Postado em 11/04/2018 - 22:22:32
Não creio nisso pega a Angelique aquela vadia Willian e deixa Anny quieta kkk
amandaportilla Postado em 13/04/2018 - 07:19:12
Kkkkkkkkk Morri com esse comentário. Bem que o William podia deixar a Anny em paz mesmo, porque tá pra nascer cara mais chato!
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Angel_rebelde Postado em 11/04/2018 - 18:57:51
Queee azaar esse do Poncho ! Quando pensou ter se livrado do Ryan, agora vem o Levy ! Puuutssss :@ Anny foi ridícula em fazer ceninha fingindo q ela ñ está com o Poncho apenas para Ryan se sentir menos mal ¬¬ Na hora q estiverem sozinhos, espero q ela tenha uma explicação mto boa para ter agido assim. Coooooooooooooooooooooooonttt Por Angel_rebelde
amandaportilla Postado em 13/04/2018 - 07:17:24
Desse jeito que tão as coisas, o Poncho ainda vai perder a cabeça por causa de tanto ciúmes kkkkkk Ah eu não achei tão ruim assim o que a Anny fez. É tipo a mesma coisa que rolou com a Mia e o Miguel na primeira temporada, quando eles esconderam o namoro pra não magoar Celina, Giovanni e Julieta.
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anyeponcho Postado em 10/04/2018 - 00:01:07
Ansiosa por amanhã kkkkk vão botar fogo no quarto kkkk
amandaportilla Postado em 11/04/2018 - 08:35:02
Foi mal te decepcionar, mas vai ter que esperar mais um pouco pra ver se rola deles matarem toda essa saudade no quarto kkk
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Angel_rebelde Postado em 09/04/2018 - 19:01:37
Mesmo rabugentos eles são meeeu casaaaal maaaaaaaaaaais lindoooooooo *---* Poncho qndo deixa de ser besta consegue a Anny de volta e ainda aumenta o amor q ela sente por ele <3333 Coooooooooooooooonnttt Por Angel_rebelde
amandaportilla Postado em 11/04/2018 - 08:32:54
Casalzão toppp mesmo. Poncho sabe direitinho o que fazer pra deixar a Anny boba por ele. Mesmo que os dois vivam fazendo burradas, um acaba sempre perdoando o outro. Não tem jeito, é o amor kkkk