Fanfics Brasil - Capítulo 36 Autodestruição - AyA

Fanfic: Autodestruição - AyA | Tema: Ponny


Capítulo: Capítulo 36

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POV Poncho


Quando vi pela janela do avião, Nova York embaixo de mim, meu coração disparou só de saber que estava perto dela novamente. Um ano parecia uma década, sem ela comigo.


Após a aterrissagem, o avião ficou rodando pelas enormes pistas do JFK, demorando para se aproximar dos túneis de passagem. Eu fiquei impaciente, tamborilando os dedos ansiosamente e acabando por incomodar a senhora que estava sentada ao meu lado, que me destinava olhares feios.


Enfim houve a permissão para os passageiros retirarem os cintos e eu me levantei em um pulo para pegar minha mochila no bagageiro acima de mim.


Eu estava na primeira fileira da classe executiva, mas me mantive de pé no corredor, esperando que a porta de saída fosse aberta. Estava elétrico demais para me manter sentado.


Quando ouvi o som da porta sendo destrancada, e o ar frio vindo em minha direção, saí apressadamente, quase correndo, e chocando as aeromoças e os outros passageiros.


Levei meia hora para passar pela imigração, a fila estava imensa. Depois passei direto pela esteira de retirada de bagagem e pelo free shop.


Peguei no estacionamento da locadora de carros, um Maserati GranTurismo vermelho e pus no GPS o endereço que consegui com Peter, depois de muita insistência de minha parte.


Eu dirigia com um frio na barriga por conta do nervosismo de vê-la outra vez, mas estava confiante de que ela iria me perdoar. Algo dentro de mim dizia-me isso.


Quando estava parado diante de um sinal vermelho, olhei pela janela ao meu lado e notei uma doceria. Lembrei na hora do que Ucker me disse, sobre dar para ela chocolates. Sem me importar com mais nada, saltei do carro ali mesmo e tranquei-o, ouvindo alguns xingamentos dos motoristas que estavam atrás.


Entrei na loja e na falta de Ferrero Rocher, comprei cinquenta bombons com recheio de doce de leite, em uma caixa em formato de coração vermelha.


De volta na rua, percebi que a poucos metros tinha uma pequena floricultura. Estava com sorte, é impressionante. Fui até lá e entrando, meus olhos bateram em um buquê de rosas brancas. Comprei-as e voltei para o carro estacionado no meio da pista, sem me importar com as diversas buzinadas que estava recebendo.


Céus, as pessoas em Nova York são mesmo muito estressadas.


Após vinte minutos, estava estacionado em frente ao prédio onde ela morava. Era grande e imponente, com um hall de entrada luxuoso. Fiquei olhando de dentro do carro, de repente faltando coragem para me mexer. Fechei os olhos e inspirei fundo, tentando me acalmar. Repeti mentalmente várias vezes que eu conseguia fazer isso, até me sentir confiante de novo. Abri os olhos sorrindo, mas meu sorriso morreu ao vê-la saindo de seu prédio. Acompanhada.


Anny estava de mãos dadas com um cara, ele falando alguma coisa em seu ouvido e ela rindo docemente. Levei uma mão ao peito, sentindo uma forte dor por ali de repente. Pareciam tão felizes juntos. Pareciam apaixonados. Era a minha visão do inferno, pode ter certeza.


Ele lhe deu dois selinhos e achei por um momento que eu fosse vomitar, meu estômago inteiro se revirando.


Eles caminhavam para longe de mim e eu perdia-os de vista aos poucos. Mesmo sabendo que era pura tortura, saí do carro, e segui-os de longe, não me fazendo ser notado. Eles atravessaram a rua e entraram no Central Park.


Era primavera e o parque estava coberto de ipês rosa que desabrochavam, era um cenário de tirar o fôlego, com um toque de romantismo no ar. O sujeito arrancou uma flor de uma das árvores e colocou atrás da orelha dela, em seguida abraçando-a pela cintura e puxando-a para si, dando um beijo intenso nela.


Pareceu que meu mundo tinha acabado ali. Eu já tinha sofrido muito nessa vida, mas nada se comparava ao sentimento de descobrir que tinha perdido o amor de minha vida.


Eu me senti incrivelmente estúpido, eu a tinha entregue por completo à mim, a garota mais linda e doce que já conheci me amava e deixei-a escorrer por minhas mãos. Um ano antes, sabia que tinha de ir naquele aeroporto impedir que ela se fosse, meu corpo inteiro pedia para que eu corresse atrás dela, mas fui muito medroso e covarde, permaneci deitado na minha cama, sofrendo por sua ida enquanto ela embarcava. Agora estava pagando por minha idiotice, pelo meu medo.


A culpa que estava sentindo me atordoava os pensamentos, minha cabeça parecia prestes a explodir.


Vi ela pegando na mão dele e puxando-o em direção ao lago de água azul intenso. Ele fazia que não com a cabeça, rindo, e ela ria de volta e o puxava com mais força. Caminharam por um deque de madeira e ele entrou dentro de um pedalinho de cisne branco, em seguida dando a mão para ajudá-la a entrar também.


Partiram aos beijos, que foram interrompidos quando ele começou a fazer cosquinhas na barriga dela, que dava gargalhadas gostosas e pedia para ele parar.


Fiquei parado no deque, olhando eles se divertirem. Estava me punindo ao permanecer ali, eu queria que a dor me consumisse, matasse tudo de bom que tinha restado em mim. Eu merecia.


Quando não consegui mais suportar, me virei e fui embora.



POV Anahi


Ryan dava várias mordidinhas no meu maxilar, suas mãos fazendo um carinho gostoso na minha cintura. Eu me sentia relaxada e olhava o parque, ficava mais bonito do que nunca na primavera, o verde habitual misturado com o rosa dos ipês. Era domingo, então haviam mais pessoas por ali, as crianças correndo e brincando com bambolês. Alguns homens improvisavam um jogo de futebol americano num canto mais afastado. Uma senhorinha dava migalhas aos pombos que se juntavam em volta dela. Um casal de meia-idade estavam sentados em um banco, abraçados bem juntinhos e dando alguns discretos beijos de vez em quando, tentando tomar cuidado para que ninguém visse.


Meu olhar parou no deque.


Não podia ser. Poncho?


Parecia diferente, mais magro e abatido. O cabelo estava mais comprido, os cachos negros puxados para trás, e tinha uma barba por fazer. Mesmo assim eu o reconheceria facilmente em qualquer lugar, não importando o tempo que se passasse.


Ele se virou para ir embora e me desesperei. Não sei o que me deu, só sabia que tinha de alcançá-lo, precisava vê-lo de perto, tocar nele, simplesmente estar ao seu lado.


- Ryan, vamos voltar agora! – Falei afobada.


- O que foi? Está se sentindo mal? – Pôs a mão em minha testa, preocupado.


- Não, eu só quero sair daqui! Anda, me ajuda a virar a direção dessa porcaria! – Estava muito nervosa.


Nós viramos o cisne de frente para o deque e eu pedalei apressada, parecendo que ia quebrar o pedal. Eu estava perdendo-o de vista.


- Vai, Ryan, me ajuda caramba!


- Anny, o que aconteceu com você?


- Eu preciso muito fazer xixi, é isso. – Menti. – Agora pedala mais depressa!


Depois de muito cobrar Ryan por velocidade nos pés, chegamos no deque e eu saí correndo, sem me importar de deixar meu namorado para trás.


Corria e olhava para todos os lados, não deixando de analisar nenhum canto sequer. À medida que demorava mais para achá-lo, fui me desesperando. Eu não podia deixá-lo escapar assim de mim, não.


Onde você estava, Poncho?


Acho que o procurei por uma hora, percorrendo todas as redondezas daquele lago. No final estava completamente exausta, o sol do começo de tarde estava me queimando e me deixando desidratada. Sentei-me em um banco de madeira, pondo os cotovelos nos joelhos, o rosto entre as mãos, me sentindo derrotada.


Mas o que diabos ele estava fazendo em Nova York?


Não havia nenhum motivo para ele estar ali naquela época. Não era possível que estivesse em uma viagem porque ele teria aula no dia seguinte. Não tinha nenhum apartamento, nenhum negócio de família, absolutamente nada que o ligasse à essa cidade.


Será que eu realmente o vi em carne e osso? Poderia minha mente estar me pregando peças? Eu estava agora delirando com Poncho, que ótimo!


Fazia tanta força para tentar esquecê-lo para então começar a ter visões com ele. Era só o que me faltava!


- Anny, até que enfim eu te encontrei! – Ryan apareceu encharcado de suor, parecia que tinha corrido uma maratona. – Jesus, você me deixou tão preocupado quando sumiu daquele jeito.


- Desculpe, eu estava bastante apertada e precisava muito encontrar um banheiro. – Respondi me sentindo culpada por ter deixado Ryan para correr atrás de uma ilusão de meu ex melhor amigo.


- Você o encontrou? – Perguntou com as sobrancelhas erguidas.


- Einh? Do que você está falando? – Me pus nervosa.


Ele sabia que eu vi Poncho?


- O banheiro. – Falou óbvio.


- Ah, o banheiro, é claro! – Bati com a mão na testa, que estúpida que estava sendo. Não havia como ele saber sobre meus delírios. – Encontrei, sim.


- Bem, agora que você já resolveu seu probleminha, que tal almoçarmos no Loeb Boathouse? Se eu te conheço bem, deve estar morrendo de fome. – Disse espirituoso, sorrindo de canto.


- Err, errou. – Dei-lhe um sorriso amarelo. – Esse sol forte me deixou um pouco tonta. Eu quero voltar para casa, pode ser?


- Claro. – Me acariciou os braços.


Íamos nos levantar, quando meu celular começou a tocar. Ryan e eu nos entreolhamos antes de eu atender.


- Alô.


- Anahi, só me escute, está bem? – Era meu pai quem falava.


- Ok. – Respondi preocupada. Meu pai nunca me ligava, a menos que fosse de extrema importância.


Ryan me olhava atordoado, então pus o celular no viva-voz, para que ele pudesse entender minha preocupação.


- Não queríamos chegar a esse ponto mas, como você sabe, as coisas não tendo sido fáceis para a empresa nesse último ano. – Usava o mesmo tom de voz frio a quem se dirigiria à um funcionário. - Alguém tem difamado de modo incessante a Portilla Designs e estou perdendo mercados importantes, como Estados Unidos, Inglaterra, Itália, Brasil, China. Tentei sustentar tudo o máximo de tempo que foi possível, pegando empréstimos para manter nosso estilo de vida luxuoso, esperando que talvez as difamações acabassem logo e as coisas melhorassem, mas não foi o que aconteceu. – Suspirou frustado e pela primeira vez em anos vi-o demonstrar fragilidade. – Não posso mais continuar com isso, os juros não param de aumentar de maneira assustadora. – Parou de falar por um instante, só se ouvindo a sua respiração na linha. - Enfim, onde quero chegar é que fiz um acordo com o banco para conseguir pagar todos os empréstimos. Vai ser necessário vender todas as nossas propriedades, inclusive o seu apartamento em Nova York, já comprei uma casa mais singela para morarmos. Compre uma passagem de avião para essa semana ainda, na econômica. – Disse a palavra com nojo. – Não se preocupe com a sua educação, já conversei com o diretor Pascoal e, como você tem excelentes notas, consegui uma bolsa de estudos para você. Vai poder se formar no Elite Way. Depois me mande a data e o horário de chegada do seu voo, para que Peter possa te buscar no aeroporto. Bem, é só isso. – Desligou sem se despedir.


Só podia ser um pesadelo, não era possível.


Parecia que tudo tinha sido arrancado de mim de uma só vez, meu conforto, minhas regalias e minha paz de espírito. Eu sempre tive de tudo o melhor e agora estava pobre. Não pobre realmente, mas para mim era como se fosse.


E como se não bastasse, teria de voltar para o colégio de que quis fugir. Estaria agora todos os dias próxima de Poncho novamente e, embora eu tivesse acabado de correr por uma hora procurando-o, eu não estava pronta para tê-lo sempre por perto outra vez.


- Você está bem? – Ryan me perguntou.


- Sinceramente? Não, não estou. Eu acabo de perder tudo.


- Amor, sei que já falamos, ou melhor, brigamos sobre isso antes... – Deixou escapar um pequeno sorriso. - Mas agora a situação mudou. – Ele pegou em minhas mãos. - Por favor, me deixe te ajudar.


- Ryan, não comece. – Pedi cansada.


- Ok, sem dinheiro, eu já sei. Mas e se eu te ajudasse de outra forma? – Sugeriu misterioso, com uma leve satisfação no olhar.


- Como? – Perguntei agora interessada.


- E se você viesse morar comigo no GE Building? – Questionou-me animado, parecendo até uma criança.


- No arranha-céu imenso que a sua família tem? – Tive vontade de rir. – Quantos andares tem aquela torre? 60?


- São 70 andares. E porque você está rindo? – Ele me olhava sem entender.


- Você mora em qual andar?


- No 64º, eu tenho o andar todo só para mim. – Disse simples, como se não fosse nada demais.


- Ryan... – Passei a mão em seu rosto, acariciando-o suavemente. - Mas nem morta que eu vou pegar 64 andares de elevador cada vez que eu quiser sair por cinco minutos para ir na padaria.


- É só por isso que você não quer morar comigo? – Ele tinha uma expressão confusa. – Se for, saiba que os elevadores no GE são super rápidos.


- Não é só por isso. Na verdade o problema é que não acho que estamos prontos para dar um passo tão grande. Nós namoramos a seis meses, é cedo demais para brincar de casados.


- Então você prefere voltar para o México e deixar o que temos acabar? – Perguntou visivelmente ressentido.


- E quem disse que precisa acabar? Podemos continuar trocando mensagens, ligações não porque agora não tenho mais como pagar uma chamada internacional. – Ri sem humor, querendo chorar por dentro. – Você pode pegar seu jatinho particular e ir me ver todos os fins de semana, se quiser. Nosso namoro só acaba aqui se você quiser. – Dei de ombros, deixando claro que a decisão era dele.


- É claro que eu não quero que termine, eu te amo, esqueceu? – Falou apressado, quase atropelando as palavras. - Mas não quero ficar tão longe de você. Te ver só sábados e domingos não me parece o bastante. – Disse chateado, mas em seguida seu rosto se iluminou. – Tive uma ideia. E se eu fosse para o México junto com você?


Levar Ryan comigo para o México? Eu queria isso?


 



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 182



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  • Feponny Postado em 26/08/2019 - 01:11:32

    Vollllllta

  • anyeponcho Postado em 11/06/2018 - 23:44:57

    Saudades!!!

  • anyeponcho Postado em 15/05/2018 - 15:57:19

    Quero maissssss

  • anyeponcho Postado em 23/04/2018 - 01:40:39

    Kkkkkkkk Tadinha da Any com esses garotos. O Poncho com ciúmes é a coisa mais fofa e maravilhosa, adoro quando ele sente ciúmes dela :)

  • ponnyayalove Postado em 13/04/2018 - 21:20:18

    Anny dando graças a Deus por ir para a diretoria kkkk ´louca mesmo,cnt

  • Angel_rebelde Postado em 13/04/2018 - 19:45:05

    Definitivamente Ryan, Levy e Poncho combinaram de deixar a Anny em saia justa kkkkkkkkkkkkkkk quem mandou ser tão adorável q nem ela né ? :3 Mas é melhor ela decidir dar um basta logo antes q Poncho brigue com eles ñ apenas por ciúmes e sim para mostrar q as senhas da fila dela acabaram e o cargo de namorado dela já foi preenchido U.u Coooooooooooonnttt Por Angel_rebelde

  • ponnyayalove Postado em 11/04/2018 - 22:22:32

    Não creio nisso pega a Angelique aquela vadia Willian e deixa Anny quieta kkk

    • amandaportilla Postado em 13/04/2018 - 07:19:12

      Kkkkkkkkk Morri com esse comentário. Bem que o William podia deixar a Anny em paz mesmo, porque tá pra nascer cara mais chato!

  • Angel_rebelde Postado em 11/04/2018 - 18:57:51

    Queee azaar esse do Poncho ! Quando pensou ter se livrado do Ryan, agora vem o Levy ! Puuutssss :@ Anny foi ridícula em fazer ceninha fingindo q ela ñ está com o Poncho apenas para Ryan se sentir menos mal ¬¬ Na hora q estiverem sozinhos, espero q ela tenha uma explicação mto boa para ter agido assim. Coooooooooooooooooooooooonttt Por Angel_rebelde

    • amandaportilla Postado em 13/04/2018 - 07:17:24

      Desse jeito que tão as coisas, o Poncho ainda vai perder a cabeça por causa de tanto ciúmes kkkkkk Ah eu não achei tão ruim assim o que a Anny fez. É tipo a mesma coisa que rolou com a Mia e o Miguel na primeira temporada, quando eles esconderam o namoro pra não magoar Celina, Giovanni e Julieta.

  • anyeponcho Postado em 10/04/2018 - 00:01:07

    Ansiosa por amanhã kkkkk vão botar fogo no quarto kkkk

    • amandaportilla Postado em 11/04/2018 - 08:35:02

      Foi mal te decepcionar, mas vai ter que esperar mais um pouco pra ver se rola deles matarem toda essa saudade no quarto kkk

  • Angel_rebelde Postado em 09/04/2018 - 19:01:37

    Mesmo rabugentos eles são meeeu casaaaal maaaaaaaaaaais lindoooooooo *---* Poncho qndo deixa de ser besta consegue a Anny de volta e ainda aumenta o amor q ela sente por ele <3333 Coooooooooooooooonnttt Por Angel_rebelde

    • amandaportilla Postado em 11/04/2018 - 08:32:54

      Casalzão toppp mesmo. Poncho sabe direitinho o que fazer pra deixar a Anny boba por ele. Mesmo que os dois vivam fazendo burradas, um acaba sempre perdoando o outro. Não tem jeito, é o amor kkkk


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