Fanfic: Autodestruição - AyA | Tema: Ponny

P.O.V. Poncho

Me sentia bem. Me sentia incrivelmente bem. Me sentia vivo. A pouca luz que tinha aqui antes, deu lugar a um cômodo bastante iluminado. As cores cobriam tudo. E eram vibrantes, fluorescentes. Lasers de cores roxa, verde, vermelho, azul e amarelo se misturavam e dançavam em sintonia com o ritmo da música. A batida eletrônica estava mais alta do que nunca, e podia senti-la pulsar por todo o meu corpo. Era como se eu estivesse dentro da música. Cada nota me tocava.

Toda vez que alguém esbarrava em mim, descargas elétricas percorriam todo o meu corpo numa intensidade que jamais pensei ser possível. Precisava de mais. Precisava tocar.

Tinha uma mulher dançando de maneira bastante vulgar ao meu lado. Empinava e rebolava sua bunda várias e várias vezes, enquanto ia até o chão. Encaixei meu corpo ao seu por trás e quase cheguei ao ápice do prazer somente com a sensação de outro corpo no meu. Não sei quanto tempo fiquei ali, me deliciando com meu abdômen em suas costas, minhas mãos tocando seus braços. Era uma sensação surreal.

De repente, vi Anny dançando por perto. Sorria e se movia ao ritmo da música animadamente. Estava tão feliz quanto eu. Quis compartilhar aquele momento com ela, queria rir ao seu lado. Fui em sua direção com dificuldade. Haviam muitos corpos no caminho e toda vez que encostava neles sentia que ia até a Lua e voltava. Quando ela me viu, abriu caminho entre as pessoas que nos separavam, sem se importar se as estava empurrando.

Ficamos frente a frente, enfim. Sorríamos como dois idiotas. Ela tomou a iniciativa e me deu um forte e caloroso abraço. Oh céus! Aquilo era o inferno de bom!

- Dança comigo, Ponchito. – Falou em meu ouvido de forma quente e sensual.

E eu não poderia negar nada à aquela mulher naquele instante.

Colamos nossos corpos, ela de costas para mim. Deslizei minhas mãos por toda a lateral de seu corpo, sentindo suas curvas e como elas se modelavam diante de mim. Quando apertei sua coxa, ela gemeu para mim. Suas mãos estavam em meu pescoço, o acariciando. Passei uma mão para cima e para baixo de sua barriga lisa, provocando arrepios nela e em mim.

Anny se virou e juntou nosso corpos de frente. Seus seios se esfregando em meu peito. Deslizei meu nariz por seu pescoço enquanto ela passava seus dedos de maneira suave em meus cachos negros. Comecei a plantar pequenos beijos em sua mandíbula, indo até detrás de sua orelha. Ela arfou com a sensibilidade.

Afastei meu rosto do dela somente o suficiente para encará-la. Pensava se devia dar o próximo passo. Saber o gosto de meus lábios nos dela. Em todos esses anos de amizade, nunca ultrapassamos essa barreira. Mas naquele momento, parecia valer tão malditamente a pena.

Segurei seu rosto e lhe fiz um carinho com o polegar. Seus olhos azuis brilhavam para mim, ao mesmo tempo em que com seus braços enlaçava meu pescoço. Ela queria aquele beijo tanto quanto eu. Podia sentir isso.

Me aproximei lentamente, quase explodindo com a ansiedade de tomá-la para mim. Vi-a fechar seus olhos e fiz o mesmo. Quando roçava meu nariz no dela, ela me empurrou. Abri meus olhos e vi que ela fazia uma careta. Me perguntei o que tinha feito de errado.

- Anny, você está bem?

Iria me aproximar dela de novo, mas ela fez sinal com a mão de que eu ficasse aonde estava. Nisso, ela botou toda a bebida que tinha ingerido para fora. Não foi pouca coisa.

Ucker, Dulce e Derrick então apareceram sabe se lá de onde. Derrick segurou Anny de pé.

- A respiração dela tá muito baixa. – Ele disse depois de analisá-la.

- Ela vai entrar em coma alcoólico. – Ucker passou a mão em seus cabelos, estava muito nervoso. Veio até mim e pôs sua mão em minha testa. - P**** Poncho! Você tá muito quente! Temos que levar os dois para o hospital agora! – Ele falava com um semblante de medo. - Dulce, você segura a Anny. Derrick, me ajuda aqui a levar o Poncho.

- Não estou entendendo o que está acontecendo. – Dulce disse preocupada.

- Ele tomou ecstasy e agora está tendo um superaquecimento. Se não fizermos nada, Poncho pode morrer. – Explicou Derrick.

(...)

Eu e Anny parecíamos perdidos, alheios ao que nos estava acontecendo quando estávamos no carro. Ela estava bastante sonolenta e tinha dificuldade para formar frases. Já eu, estava sentindo minha pele queimar. Parecia que tinha morrido e enfim chegado no inferno. E pelo pouco que conseguia captar da conversa que Ucker estava tendo com os outros enquanto dirigia, a morte não me estava tão longe assim.

Não tinha mais noção de nada quando era arrastado em uma maca pelo hospital.