Fanfic: Autodestruição - AyA | Tema: Ponny

POV Poncho

- Anahí, mas que palhaçada é essa? Decidiu imitar Dona Flor e seus dois maridos? – Perguntei revoltado, já de pé ao lado da cama e muito inquieto, enquanto ela fechava seu sutiã e terminava de abotoar a camisa.

- Poncho, me deixa explicar o que eu pensei. – Pediu um pouco apreensiva, se levantando e postando de frente para mim, e segurando meu rosto entre suas mãos.

- Acho bom você ter um belo motivo. – Falei de cara fechada, fazendo birra e evitando de olhá-la.

- Eu te digo o meu motivo assim que você voltar a olhar para mim. – Olhei-a e ela sorriu levemente, com satisfação. – Assim está melhor. Bem, enquanto você e eu estávamos nos acertando aqui, eu cheguei a esquecer que estava namorando ainda com Ryan, na minha cabeça confusa eu automaticamente tinha deixado de estar com ele assim que comecei a estar com você. Mas quando ele me ligou, eu me dei conta de que ainda estava presa a ele e que tinha de por um ponto final nessa estória. O jantar que ele me convidou pareceu uma boa oportunidade de conversar e romper amigavelmente. – Deu de ombros e fez um bico adorável.

- Se ele tentar te beijar antes de você terminar com ele, você não vai deixar, não é? – Questionei um pouco mais calmo, mas ainda irritado.

- É óbvio que não, seu bobo. – Deu-me um tapinha na testa e riu. – Eu estou com você agora e não quero saber de Ryan e nem mais ninguém. – Pôs os braços envolta de meu pescoço e me mordiscou o queixo, em seguida me dando um selinho. – Eu só tenho olhos pra você, amor. – Disse meiga com um sorriso de me tirar o ar.

E de repente toda a irritação que eu estava sentindo se dissipou e meu coração amoleceu.

- Deus, como eu estou com vontade de te beijar agora! – Exclamei, pondo uma mão em sua cintura e a outra em suas costas, trazendo-a para junto de mim.

- Está esperando um convite formal para fazer isso? – Perguntou descontraída, um leve sorriso nos lábios.

Eu nem respondi, só tomei sua boca para mim, em um beijo de enlouquecer a cabeça, assim como todos os outros beijos que eu trocava com a Anny.

(...)

- Senhor, desculpe a insistência, mas isto daqui é um restaurante. É necessário que o senhor faça um pedido. – O garçom apareceu pela terceira vez para me perguntar o que eu iria desejar comer. O homem estava já sem paciência com a minha demora.

- Eu vou querer uma sopa de alho francês. – Pedi sem nem mesmo olhar o menu, só para enxotá-lo logo dali.

- Não vai querer nenhum prato principal, senhor? – O garçom continuava insistindo e pondo em risco a minha tentativa de me manter escondido.

- Não, só a sopa mesmo, obrigado. – Lancei-lhe um sorriso cínico e ele se foi, irritado.

Acho que alguém iria cuspir na minha sopa.

Escondendo-me por trás do menu, voltei minha atenção novamente ao par que estava a quatro mesas de distância. Anny e o americano já estavam ali tinha vinte minutos e nada dela terminar com ele, isso estava me deixando incomodado.

Fazendo um pouco de esforço, consegui ouvir o que eles conversavam.

- Meu pai ficou irado comigo por eu simplesmente largar tudo e vir morar no México, ameaçou me deserdar e tudo. Eu não duvido nada que ele realmente cumpra a sua promessa, do jeito que é teimoso. – O babaca se fazia de coitado para ela, e eu pude notar que Anny ficou sentida.

- Ryan, err... – Ela coçou a cabeça e sorriu sem graça. – Você não acha que é melhor obedecer o seu pai e voltar para os Estados Unidos? Se ficar aqui, você vai acabar perdendo toda a sua fortuna.

Ele se inclinou na mesa e levou uma mão ao rosto dela, acariciando sua bochecha. Senti meu sangue ferver e tive de usar todo o meu autocontrole para não ir até lá e quebrar alguns daqueles dentes ridiculamente brancos que ele tinha.

- Anny, de nada me importa toda a minha riqueza se eu não te tiver comigo.

- Você não acha que está sendo um pouco radical? Quero dizer, como você vai se sustentar se for deserdado? – Ela se reclinou na cadeira, afastando-se da pata dele. Boa garota.

- Eu tenho minhas próprias economias, de um dinheiro que ganhei investindo na bolsa de valores. É o suficiente para me sustentar bem até o fim do ensino médio, e quem sabe até o fim da faculdade. Depois, eu arranjaria um emprego como outra pessoa qualquer. – Deu de ombros e tomou um gole de seu vinho branco, enquanto ela suspirava pesadamente e deixava seus ombros caírem.

- Ryan, isso que você está fazendo é loucura. Desistir de bilhões de dólares por mim? Eu com certeza não valho isso.

- Para mim vale, amor. – Disse todo apaixonado, encarando-a profundamente nos olhos. Eu tive vontade de vomitar com aquela cena patética. – Engraçado, parece até que você está tentando se livrar de mim. – Ele riu descontraído e ela se pôs visivelmente nervosa, como sempre ficava em situações assim. Eu a conhecia tão bem que já sabia que ela iria gaguejar.

- E-eu?? M-me livrar de v-v-você? – Ela bebeu todo o vinho de sua taça de uma só vez, tentando relaxar.

- Você fica tão bonitinha quando gagueja, mas não entendo porque você simplesmente começa a gaguejar às vezes do nada.

Do nada? Ela só faz isso quando está nervosa, imbecil. Ele realmente não a conhece em nada.

Ela pegou a garrafa de vinho e encheu sua taça novamente, bebendo tudo.

- Anny, pega leve. – Ele lhe tirou a taça da mão, pondo-a afastada dela, como se ela fosse uma criança e ele estivesse confiscando o seu brinquedo.

- Ryan, eu preciso te dizer uma coisa, então fique quieto e só me escute, antes que eu perca a coragem. – Seu semblante estava bem sério e vi que o americano ficou preocupado, mas se manteve calado como ela pediu. Ela estava ficando muito vermelha, e acho que estava prendendo o ar sem ao menos perceber. Comecei a ficar agoniado e pensei em ir até lá, checar se ela estava tendo um surto ou coisa do tipo, mas Anny logo soltou o ar e eu também respirei aliviado. – Céus, isso é mais difícil do que eu imaginava. Bem, eu poderia ficar enrolando mas não acho que tornaria as coisas menos dolorosas para você, então vou ser direta. Eu quero terminar.

Isso foi música para meus ouvidos.

- Você está fazendo isso porque eu vou provavelmente ser deserdado? – Perguntou em choque, os olhos parecendo vazios e perdidos.

- É, é exatamente por isso, claro. – Ela ainda mentia mal, mas o otário era muito tapado e nem percebia. - Eu estou preocupada com você e não quero que se prejudique por minha causa. Volte para Nova York, vai ser o melhor para você. – Ela pegou em sua mão por cima da mesa, mas ele retirou-a, magoado.

- Sou eu quem tem que decidir sobre o que vai acontecer comigo, você não tem esse direito. Quando que vai entender que eu não me importo com a grana? Que eu te amo e estou disposto a jogar tudo para o alto para ficar com você. – Ele levou uma mão ao canto do olho.

Eu estava ficando louco ou eu vi escorrer uma fina lágrima?

- Ryan... – Ela o olhou com pena, parecia bem chateada de estar fazendo aquilo. – Nós nos conhecemos a só um ano, namoramos seis meses... É muito pouco tempo para você cometer loucuras por mim, você nem me conhece de verdade, como pode dizer que me ama.

- Eu me apaixonei por você no momento em que te vi pela primeira vez, sentada naquela primeira carteira da sala de aula. Parecia tão triste e tão frágil, que me deu vontade de cuidar de você, te proteger de tudo o que estivesse te fazendo mal. – Ele fungou, seu nariz estava bem vermelho. – Não duvide de meu sentimento por você.

- Desculpe de verdade por isso. – Agora ela estava chorando também. Que merda era aquela? – Você foi muito importante para mim durante todo esse tempo, me ajudando com a depressão que eu tive. Eu realmente não queria te magoar.

Ele se levantou da cadeira e foi até ela, ficando de joelhos ao seu lado, assim estando os dois na mesma altura.

- Então não termine comigo. – Pegou em sua mão e deu um beijo. – Eu não preciso de mais nada, só de você.

- Ryan, eu não... – Ela começou mas ele a interrompeu.

- Você me disse naquela manhã no seu apartamento que me amava, era realmente verdade? – Ele olhava-a com expectativa.

Mas que porra era essa??? Ela amava esse filho da puta???

- Err... V-você s-sabe qq-que sim. – Disse nervosa, olhando a todo momento para os lados e eu suspirei aliviado.

Ela estava mentindo, não o amava de volta.

- Então por que, meu amor? Por que você está me deixando?

- Eu já te disse. – Ela catou uma lágrima que escorria pela bochecha. – Eu estou pensando no seu melhor.

Ele, desesperado, tentou beijá-la, achando que essa podia ser sua última chance de tentar mantê-la ao seu lado, mas ela desviou o rosto, fazendo-o beijar sua bochecha. Anny se levantou de supetão e murmurou bem baixo alguma coisa para ele, que eu não consegui ouvir, e então saiu andando em passadas largas, com lágrimas molhando-lhe a face.

O caminho para a saída do restaurante passava pela mesa onde eu estava e ao vê-la se aproximar, tentei me esconder atrás do menu, mas foi inútil. Ela já tinha me notado.

Mirou-me por um segundo, parecendo irritada por eu estar ali espionando-a e invadindo sua privacidade, antes de ir embora sem me dirigir a palavra.

Mas que merda toda foi aquela? Por que terminar com o babaca a deixou tão abalada?

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Eita, mesmo não amando o Ryan, ele mexeu com ela 

Poncho tá se sentindo ameaçado, coitado. Mas também né, até chorar pra terminar com o Ryan, ela chorou.

Comentem, lindonas.

Respondendo comentário do Facebook:

Maria Vitoria:  Não foi bem uma Tretaaaa mas o capítulo teve o seu draminha, que parece que está virando habitual kkkk