Fanfic: Autodestruição - AyA | Tema: Ponny

POV Poncho

Eu abri os olhos e estranhando o fato de não ter ouvido o alarme do despertador, peguei o celular para checar a hora. Foi então que vi que tinha acordado meia-hora mais cedo do que devia. Dando uma olhada pelo quarto, me dei conta que o Ucker e o Chris ainda estavam dormindo.

Eu até podia deixar os dois terem o descanso deles em paz, mas eu estava muito ansioso para contar que eu e a Anny estávamos namorando. Eu queria ter contado na noite anterior, depois de voltar do restaurante, mas quando cheguei no quarto, eles já estavam os dois no quinto sono de beleza.

Eles já tinham dormido demais. Foda-se, eu ia acordá-los e então contar a grande novidade.

Eu peguei uma buzina à gás de dentro do armário e me posicionei entre as camas dos dois, e então apertei-a, saindo um som ensurdecedor que fez eles pularem da cama, assustados.

Eu fiquei rindo descontroladamente enquanto via eles demorarem alguns segundos para se situarem. Pareciam mais duas baratas zonzas.

- Você... – Ucker apontou ameaçadoramente para mim. – Mas que porra?!

- Quando eu penso que você não poderia ser mais filho da puta, aí você se supera. – Falou o Christian, para em seguida jogar um travesseiro na minha cara.

- Ei. – Joguei o travesseiro nele de volta. – Onde está espírito matutino de vocês?

- Vai se ferrar. - Chris resmungou antes de voltar para a cama e se embrulhar com o edredom, como se estivesse em um casulo.

Não sei o porque, mas achei aquilo engraçado e comecei a rir.

- Você tá estranhamente feliz hoje. – Ucker me analisou. – Que bicho te mordeu?

- Eu estou namorando a Anny.

- Espera, eu acho que eu escutei mal. Repete o que você falou.

- Eu estou namorando a Anny.

- Não! Eu não acredito! – Ucker ficou boquiaberto. – Eu já estava pensando que vocês dois nunca iam se acertar. Mas... Como? Quero dizer, ela já tem um namorado, o tal do Ryan.

- Ela terminou com ele ontem à noite. – Falei sorrindo.

- É até difícil de acreditar. – Ele começou a rir. – A Anny apareceu ontem, depois de um ano fora, com um namorado de brinde e em um dia você conseguiu ela de volta? Cara, você precisa me contar qual o seu segredo.

Eu ia dizer alguma coisa convencida de volta, mas então notei que o Chris estava nos espionando por debaixo do edredom, ouvindo a conversa mas sem querer ser notado. A verdade é que tínhamos nos distanciado muito nesse ano por causa de meu comportamento babaca com todos aqueles que se importavam comigo. Bem, já era a hora de concertar isso.

- Uhm, Chris? Eu sei que você está me ouvindo.

Ele subitamente saiu de baixo das cobertas e se levantou da cama, indo em direção à porta.

- Eu já entendi, vou deixar vocês conversarem em particular.

- Não, Chris. Não é isso o que eu quis dizer. Eu na verdade queria me desculpar pelo jeito que eu venho te tratando a tanto tempo. Sei que nada justifica, mas eu queria me explicar. Eu estava me sentindo realmente mal e então pensei que se ela tinha me abandonado, por que não vocês também? Eu decidi ser grosseiro achando que assim vocês se afastariam logo de uma vez, ao invés de um distanciamento lento e sutil, o que seria mais difícil para mim de lidar.

Ele me pareceu um pouco surpreso, talvez pelo fato de que, pela primeira vez eu, que sempre me escondia atrás de uma personalidade convencida, deixei à mostra uma das minhas inseguranças.

- Quando ela partiu, isso realmente acabou contigo, não é mesmo?

- Sim.

- Então tá tudo bem. Eu entendo o porque de você ter agido do jeito que agiu.

Eu fui até ele e, o que era para ser um aperto de mão, acabou virando um abraçado com alguns tapinhas nas costas.

- Tá tudo muito legal, estou até emocionado. – Ucker brincou, fingindo enxugar uma lágrima. – Mas a gente devia se arrumar logo porque o Poncho deve tá morrendo de vontade de ver a loirinha dele.

(...)

Estávamos os três no pátio, bem de frente para a escada, esperando as garotas descerem. Enquanto Christian estava bem relaxado, Ucker parecia tão ansioso quanto eu para ver sua namorada.

- Elas não estão demorando demais? – Perguntei. - Já tá quase na hora da aula.

- Relaxa, a Anahí deve estar querendo se produzir toda pra você. Sabe como as mulheres são.

- Mas e a Dul, por que ela não desce logo? – Ucker quis saber.

- Vocês não entendem nada de mulher? Nem sei como os dois tem namoradas. Eu vou explicar pra ver se vocês entendem, com certeza a Dulce e a Mai estão lá em cima ajudando a loira a se arrumar pro primeiro dia de namoro. – Chris imitou voz de mulher.

Então eu vi o americano se aproximar de nós, como quem não quer nada. Nossos olhos se cruzaram e assim se mantiveram por algum tempo, fixos um no outro. Eu é que não ia desviar primeiro, era quase uma questão de honra.

Eu notei que o cara estava acabado, com olheiras profundas de quem não conseguiu pregar o olho a noite toda. Parecia ter chorado também. Não posso dizer que senti pena ao vê-lo nesse estado, o cara era um completo imbecil.

De repente escutei o som de saltos altos na escada e me virei para olhar quem era, na esperança de que fosse ela.

E era. Cochichava com as suas amigas, as três rindo muito. Ela tinha um sorriso tão lindo, capaz de iluminar o ambiente inteiro. Foi então que me notou, e o sorriso deu lugar a um olhar enigmático.

- Oi meu amor. – Dulce falou, para em seguida se jogar nos braços do Ucker.

- Hey, linda. – Ele deu um beijo no topo da cabeça dela.

Anny estava de frente para mim, e eu não sei explicar mas senti uma vontade louca de beijá-la, quase como se precisasse dos seus lábios nos meus para poder sobreviver.

Eu tentei então lhe dar um selinho, mas ela virou o rosto e me abraçou. Por um momento eu não entendi nada do que estava acontecendo, mas então ela sussurrou em meu ouvido:

- O Ryan está nos observando. Eu não quero que ele saiba agora.

Porra, esse americano me atrapalha até mesmo quando ele nem sabe que está me atrapalhando.

Ela se afastou de mim e fingiu um sorriso bem forçado, que era até mesmo engraçado.

- Eu estou tão feliz que nós fizemos as pazes, Poncho. Eu estava com muita saudade do meu melhor amigo!

Os outros quatro começaram a rir, já começando a entender que ela estava querendo esconder a nossa relação.

Anny continuou com o seu fingimento e eu simplesmente fiquei quieto. Não concordava em ela fazer tanto esforço só para não magoar o ex, mas era melhor deixar para discutir isso quando estivéssemos os dois sozinhos.

Deu a hora da aula e todos nos dirigimos para a sala. Eu sentei no fundo da sala, junto com os garotos, e as meninas se sentaram na segunda fileira. O professor Madariaga logo apareceu e se postou de frente para a turma.

- Bom dia para todos vocês. – Ele ouviu só alguns murmúrios de “bom dia” de volta. – Eu estou achando vocês muito desanimados hoje. Parecem até estar com sono. – Ele caminhou até a carteira do americano. – Nossa, Ryan. Você está péssimo! Não dormiu direito? Enfim, o que eu queria dizer mesmo? Ah, sim! Nós vamos receber um aluno novo hoje, então tratem de melhorar essas caras. Pode entrar, garoto!

Quando eu vi quem era, quase não acreditei. Não era possível que eu fosse tão azarado assim!

- Desculpa, eu esqueci o seu nome. – O professor se dirigiu à ele.

- É William. William Levy.

Primeiro o americano, agora ele.

Eu estava sendo perseguido por caras que queriam a minha garota.

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Ele está de volta kkkkkk Até sexta!