Fanfic: Autodestruição - AyA | Tema: Ponny

POV Anahí

Eu seria incapaz de esquecer aquele nome e rosto. Apesar de eu ter bebido muito na noite em que nos conhecemos, William me deixou tão intrigada, com seus segredos e seu jeito misterioso, que eu me lembro de tudo perfeitamente.

- Flashback –

- William Levy? – Perguntei.

- Você sabe o meu nome? Foi a velha chata da Sra. Herrera que te contou sobre mim?

Eu fiquei chocada com a atitude desrespeitosa dele, mesmo que não tivesse falado nenhuma mentira.

- Ela mencionou o seu nome para mim, mas já sabia quem você era por causa do seu pai.

Toda a sua expressão se fechou com a simples menção ao seu pai.

- O grande Alexandre Levy. – Disse cínico e tomou todo o uísque que tinha em seu copo.

- Uau, já percebi que não gosta que falem do seu pai.

- Você também não deve gostar que falem do seu.

Olhei para ele intrigada.

- Por que diz isso?

- Porque eu sei que o seu pai é exatamente igual ao meu. – Deu de ombros. – Temos mais coisas em comum do que você pensa, Anahí.

- Você fala como se me conhecesse.

Ele se aproximou mais de mim, sem tirar os olhos dos meus. Estava tão perto de mim que nossos narizes quase se tocavam e eu podia sentir sua respiração soprando em minha boca.

- Talvez eu conheça. – Sussurrou como se fosse um segredo.

- Como você poderia me conhecer? Nunca nos vimos antes. – Falei em descrença.

- Você pode nunca ter me visto, mas eu com certeza já te vi. – Tinha um sorriso charmoso e enigmático no rosto.

- Fim do Flashback –

Parece estranho demais para ser coincidência que um dia após eu voltar para esse colégio, ele aparecesse assim.

O que diabos ele estava fazendo ali, afinal?

- William, por favor, escolha um lugar e se sente. – O professor se dirigiu à ele.

Então ele caminhou lentamente pela sala e escolheu se sentar justamente na carteira atrás de mim. Eu pude sentir o cheiro de sua colônia cara invadindo o meu espaço. Era forte e particularmente desagradável.

Querendo saber se ele estava me olhando, não resisti a tentação de dar uma olhada para trás. Dei de cara com duas esferas cor de mel bem vidradas em mim. Ele me deu o que eu supus ser o seu melhor sorriso arranca calcinhas mas que, francamente, não chegava aos pés dos sorrisos do Poncho.

- A aula é ali na frente, Anahí. – Ele apontou para o quadro.

- Por que você está aqui?

- Uhm, porque eu quero aprender, passar em um vestibular, garantir um futuro melhor para mim e todas essas baboseiras que os adultos dizem?

- Tem certeza de que você não está me seguindo?

- Não seja tão convencida. – Ele riu e balançou a cabeça negativamente. - Você pode ser bonita, mas com certeza não vale tanto esforço.

- Então por que você disse que me conhecia? Por que você veio estudar no mesmo colégio que eu?

De repente eu senti que tinha alguém parado de pé ao me lado e, ao me voltar para olhar, encontrei o professor Madariaga me olhando com uma cara nem um pouco agradável.

- Me desculpe, estou interrompendo a sua conversa? Oh, por favor não pare, continue. – Falou com ironia.

- Perdão, professor. Eu vou ficar quieta.

Madariaga então começou a caminhar em direção a frente da sala. Eu ia me virar para prestar atenção, quando meus olhos se cruzaram com os do Poncho.

Como já era de se imaginar, ele não parecia nada contente. Por que eu fui arranjar um namorado tão ciumento?

Tá, tudo bem. Eu admito que gostava dos seus ciúmes.

Poncho continuava me olhando de cara feia, mas eu ignorei isso e simplesmente sorri para ele, ao que sua expressão se suavizou.

- Anahí, se você não olhar para a frente agora mesmo, eu vou ter que te mandar para a direção.

Eu me virei para a frente tão rápido, como se minha vida dependesse disso.

Céus, o que tinha dado no professor hoje? Ele estava insuportável!

Eu abri o meu caderno e comecei a anotar o que estava escrito no quadro, tentando me focar somente na aula. Mas meu foco não durou muito, porque logo o William se aproximou da minha cabeça e sussurrou no meu ouvido:

- Agora eu fiquei confuso. Você está namorando o Ryan Rockefeller ou o Alfonso Herrera?

Pera aí! Mas que porra está acontecendo?!

O quanto esse cara sabia da minha vida??

Eu arranquei um pedaço da folha de papel e escrevi uma mensagem, em seguida dobrei e tomando cuidado para que o professor não percebesse, passei o bilhete para trás. Não demorou muito para que eu o recebesse de volta.

"Como você sabia sobre o meu namoro com o Ryan? Aliás, como você sabia que o nome dele é Ryan?"

"A identidade dele e o namoro de vocês não é nada tão secreto assim. Eu devo ter lido sobre isso em alguma revista de fofoca."

O que ele falou fazia sentido. A família do Ryan era muito rica e famosa, era natural que sua vida inteira saísse em revistas.

Talvez eu estive desconfiando demais do William. Pode ser que eu estivesse ficando paranóica?

Bem, o melhor que eu podia fazer agora era deixar toda essa história de lado por um tempo e ver onde ia dar.

Pensando assim, eu novamente tentei prestar atenção na aula.

- ... Os empiristas defendem que o conhecimento é primariamente obtido pela experiência sensorial, mas alguns radicais vão além, afirmando que o conhecimento só é obtido pela experiência sensorial e por mais nenhum forma...

- Ei, Anny. – Ryan me chamou baixinho.

Deus, aquele definitivamente não era o meu dia.

Eu resolvi fingir que nem tinha ouvido, e então ele continuou tentando conseguir a minha atenção.

Quando o Madariaga se virou para escrever alguma coisa no quadro, um bilhete foi jogado no meu colo. É, isso era algo que eu não podia fingir que não tinha visto. Sem alternativa, tive que abrir o papel.

"Eu quero conversar com você depois da aula. Acho que ainda temos muita coisa para falar."

Eu ia pegar uma caneta e escrever uma resposta, mas antes que eu pudesse fazer isso, outro bilhete veio parar em minha mesa. Esse dizia:

"Por que você não para de receber bilhetinhos desses dois?"

Essa era a letra do Poncho. E mesmo que eu não reconhecesse a letra, eu saberia do mesmo jeito que foi ele que escreveu. Quem mais me mandaria um recado possessivo?

Eu comecei a escrever de volta, mas então William me entregou outro bilhete. Esses três queriam me enlouquecer, só pode!

"Você está saindo com os dois aos mesmo tempo, não é? Quem diria, com essa cara de santa."

Enquanto estava com a cabeça abaixada lendo, eu comecei a sentir uma estranha sensação de que estava sendo observada. Lentamente levantei a cabeça, e o que vi foi Madariaga olhando de mim para os meus bilhetinhos.

- Anahí, para a diretoria agora mesmo.

- Graças a Deus! – Eu deixei escapar aliviada e a sala inteira riu.

Eu não podia estar mais contente de passar um tempinho longe desses garotos.

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 Esses três vão enlouquecer a Anny hahahaha