Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Anahí narrando: 

As aulas passaram rastejando não via a hora de chegar a hora da saída e encontrar o Alfonso e aquele sorriso de canto que o deixava ainda mais sexy. Seus cabelos bagunçados pelo capacete, ou então por causa de seu boné de aba reta que combinava com seu modo relaxado de se vestir. Estilo malandro, maloqueiro. Com aquele andar charmoso, de macho, mesmo. Homem feito, embora aparentava ter uns 18 ou 19 anos. Alfonso não saia mais da minha cabeça, e aqueles beijos...

- Está me ouvindo? – perguntou Estefânia, que estalava os dedos na frente do meu rosto – Eita, mas em que planeta está, hein?

- Planeta Poncho – respondeu Angelique, que ria da minha cara, como se eu estivesse equilibrando-me em uma corda bamba.

Dei um leve cutucão nela, que ficou calada instantaneamente. Estefânia, era nossa amiga, mas apesar de me abrir com ela em relação a muitas coisas, tinha receio de contar certos fatos sobre minha vida. A última vez que contei que estava afim de um garoto, ela ficou com ele dois dias depois, e isso realmente me deixou frustrada.

- Poncho? – Estefânia perguntou com malícia – Quem é Poncho, hein, safadinha?

- Ninguém, Estefânia – cerrei meu olhos para Angelique, e fechei o livro de biografia que estava aberto na minha mesa. A professora já estava se despedindo, mas eu nem avia escutado o sinal.

Olha só o que o Alfonso estava fazendo com a minha cabeça.

Todos saíram alvoroçados assim que a professora se retirou, e então levantei-me começando a guardar meu material. Estefânia se despediu rapidamente, pois encontraria Charles na porta da escola, e ficamos apenas Angelique e eu até que o Rodrigo apareceu na porta. Ele se escorou, estreitando um pouco sua cabeça, e sorriu de uma maneira que me irritou um pouco.

- Oi, amor –disse ele- Vai comigo embora?

Não, eu não ia mesmo! Tinha que dar um jeito de sair sem que ele me visse com o Alfonso, ou poderia colocar tudo a perder. Já não basta a brincadeira de mal gosto que aplicou pra cima do Poncho sem ao menos conhecê-lo, imagina vê-lo comigo?

- Não, Rodrigo. Estou de castigo. – revirei os olhos como se estivesse irritada, tentando não transparecer esse meu estado de humor, e então ajeitei a alça da minha bolsa no ombro, pegando meus cadernos na outra mão – Amanhã nos falamos, ta? – tentei passar pelo Rodrigo assim que cheguei à porta, mas ele parou na minha frente, me barrando e me deixando ainda mais irritada – Rodrigo, eu tenho que ir. Se me atrasar, meu pai me mata.

- Seu pai não vai se importar. Você está comigo, afinal! – ele piscou de maneira com que fez perceber que seu ego ia muito além do que eu imaginava, e então puxou-me bruscamente pela cintura.

- Amiga, me espera na outra rua, sabe? Aquela rua que sempre ficamos conversando até meu tio chegar? – eu queria que ela me entendesse e levasse o Alfonso pra lá. Não queria ficar com ele na porta da escola. O Rodrigo poderia usar isso para fazer alguma maldade.

- Ahhhhh, sei – ela sorriu. Com certeza havia sacado o que eu quis dizer – Sim, pode deixar que te espero lá – piscou e saiu – Não demora – disse ela, já fora da sala.

- Posso ir? – perguntei friamente, enquanto o encarava querendo arrancá-lo a força da porta – Vai, Rodrigo, dá licença – minha paciência ia caindo cada vez mais. Pior que chuva pesada, pra dizer a verdade. Estava a ponto de chover granizo, de tão irritada que estava ficando.

- Um beijo? – sorriu, cínico. Não fazia ideia do quando seu sorriso me irritava – Só um beijo e eu te deixo ir.

- Tá, fecha os olhos – aproximei meus lábios dos seus, e sussurrei de uma forma que o fez fechar os olhos rapidamente – Não vale abrir, hein?

Havia um pequeno espaço ao lado do Rodrigo, se eu me expremesse um pouco com certeza passaria. E foi isso que o fiz. Sem encostar-me nele, e sem deixar escapar qualquer mínimo ruído, passei por ele e sai correndo como nunca na vida. Cheguei no portão quase sem fôlego, e então caminhei rapidamente até a outra rua, onde havia marcado com a Angelique. Chegando lá, Alfonso estava escorado em sua moto com as mãos no bolso. Senti um frio no estômago como poucas vezes na vida, e então me aproximei sorrindo.

- Oi – disse, colocando minhas coisas em cima da sua moto – Tudo bem?

- Melhor agora, branquinha – sorriu de lado – Sonhou comigo, hoje?

- Ih, convencido, hein? – fiz uma careta divertida, e dei mais um passo, ficando frente a frente com ele.
- Vou indo, gente – Angel deu um beijo no meu rosto, outro no do Poncho e voltou em direção a rua da escola. – Te ligo mais tarde amiga. Beijos.

- Beijos – disse à ela.

Assim que Angelique virou a rua, Alfonso me puxou pela cintura, e colou completamente nossos corpos. Eu sorri com aquilo, e passei meus braços pelo seu pescoço.

- E meu beijo, cadê? – perguntou, roçando nossos lábios – Acha que vim até aqui te ver, de graça? É ruim, hein?

- Interesseiro – mordi seu lábio inferior e puxei. Assim que soltei, o Poncho me prendeu contra seu corpo, e lambeu meus lábios como se pedisse permissão para adentrar a minha boca.

Entreabri meus lábios, e sua língua entrou como se procurasse algo urgente em minha boca. Arranhei de leve a sua nuca, e suguei levemente seus lábios, enquanto Alfonso apertava minha cintura de maneira gostosa. Senti um arrepio imenso tomando conta de mim, levantando todos os pelos dos meus braços. Mordi seus lábios, e o Alfonso lançou nossas línguas, como se lutasse por algo que queria muito. Puxei seu cabelo, e o Alfonso suspirou entre o beijo, apertando novamente minha cintura. Parei o beijo com dois selinhos, assim que nosso fôlego acabou.

- Cada vez melhor – disse ele, voltando a me beijar com volúpia.

Ficamos uns vinte minutos nos curtindo, esquecendo de todo o resto, mas o Alfonso ainda tinha que trabalhar e eu ainda estava de castigo.

- Vamos, branquinha? – disse ele, após para o beijo com um selinho – Eu te deixo na sua casa. Não queria ir, - selou nossos lábios – mas ainda tenho que trabalhar.

- Não precisa me levar não, moreno. Acho que meu tio já deve estar no portão da escola. – sorri de canto, e lhe dei mais um selinho – Agora não sei quando nos vemos, acho que só quando sair do castigo – fiz bico, e ele aproveitou para selar nossos lábios mais uma vez.

- Acha mesmo que nos veremos só quando saindo do castigo? – Alfonso estreitou seus olhos, como quem aprontaria algo, e então beijou meu pescoço. – Vou aguentar não, branquinha. Vou ver se essa semana consigo escapar de novo pra te ver – selou nossos lábios – Então, vamos?

- Vamos, moreno.

Antes que pudesse me afastar, Alfonso selou nossos lábios, e eu logo entreabri para dar passagem pra sua língua. Era um beijo calmo, diferente do beijo dos outros garotos. O jeitinho dele era de malandro até para beijar. Lentinho, porém malicioso. Era muito bom, e não dava vontade de parar de maneira alguma! Mordisquei seu lábio inferior e puxei de leve seus cabelos. Alfonso puxou-me ainda mais contra ele, estávamos super colados, e então ele me deu dois selinhos.

- Beijos, branquinha – selou nossos lábios, e colocou o capacete.

- Beijos, moreno – eu sorri completamente, abobada, e então me virei para voltar ao portão.

O Poncho passou por mim, deu uma buzinada, e eu acenei. Como passei, o carro do meu tio estava parado no portão, e eu fiquei morrendo de medo de levar bronca. Meu pai e ele não se davam muito bem. Eles tinham uma rixa antiga pelo que entendo. Nunca me contaram nada sobre isso, mas não é preciso ser gênio para perceber que os dois não se bicam. Em um certo dia, escutei meu pai dizer a minha mãe sobre traição, mas quando apareci na sala de surpresa, perguntando sobre o tal assunto, desconversaram como se eu fosse uma criança de cinco anos que não podia ouvir certos assuntos. Sei lá, mas meu tio deve ter o traído de alguma maneira.

Assim que entrei, o tio já me olhou com um sorriso de canto, diferente do modo que meu pai certamente me receberia se fosse me buscar. Eu beijei seu rosto, e o olhei com receio. Sabia que ele não era de dar broncas, mas fiquei com medo do que ele pudesse me dizer.

- Tio, eu estava na outra rua...

- Eu vi o moleque buzinando pra você – interrompeu-me aos risos – Estavam ficando?

- Sim – respondi, constrangida – Só não conta para o meu pai – suspirei – Estou de castigo.

O tio Fábio deu partida no carro, e então seguimos rumo a minha casa. Fomos conversando o caminho todo, e eu contei o motivo do meu castigo. Meu tio ficou incrédulo. Nervoso como acho que nunca vi na vida. Seu pescoço ficou em um tom avermelhado, e ele cerrou seus dentes por completo. Pensei que fosse ter algum ataque.

- O Ricardo não pode ficar agindo assim com você – disse altamente irritado – O modo como ele te trata é errado, ele não pode agir como se fosse o seu...

- Tio, ele é o meu pai – o interrompi, confusa – Por mais incompreensivo que ele seja, continua sendo o meu pai.

- O Ricardo não é... – ele me olhou meio assustado, com os olhos levemente arregalados, e então suspirou, voltando a atenção às ruas – Não é como um pai de verdade, sabe? Digo, só por causa de notas vermelhas ele te coloca de castigo?

- Bem vindo ao meu mundo, tio – sorri, balançando a cabeça negativamente, e ficamos quietos o resto do caminho que faltava.