Fanfics Brasil - Capítulo 107 Os Opostos Se Completam

Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos


Capítulo: Capítulo 107

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Anahí narrando:



Bingo não queria me levar até a minha casa, alegando que Alfonso o mataria se ele fizesse isso. Mas, com um jeitinho todo especial, ele acabou indo, mesmo resmungando o caminho inteiro como um velho caquético. Assim que chegamos, ele parou sua moto na calçada e eu desci tirando o capacete, o entreguei e chamei, mas Bingo não quis entrar. Disse que ficaria ali fora porque não conhecia meus pais, nem meu tio, e estava sem jeito de entrar. E logo desconfiei que assim que eu não demoraria, pois não queria deixá-lo tanto tempo do lado de fora.



Entrei em casa rapidamente e como não vi o carro do meu pai na garagem, fiquei mais tranquila, só pedia para que demorasse o tempo em que eu estivesse por ali. Dei alguns passos pelo enorme quintal, enquanto sentia uma vontade de correr para encontrar logo minha mãe. Apesar de todos os apesares, eu sentia uma enorme falta da dona Regina e de toda a sua confusão em pessoa.



-Para Fábio – ouvi uma risadinha, antes de entrar na sala, e ergui as sobrancelhas, esperando para ouvir mais coisas.



A primeira coisa que me passou pela cabeça, era que minha mãe não estava em casa e meu tio estava com alguma mulher por ali, mas quando coloquei a mão na maçaneta, que ouvi novamente a gargalhada da mulher, pude reconhecer perfeitamente que era da minha mãe. Abri a porta lentamente e os dois estavam no sofá maior da sala rindo. Entrei calmamente e fiquei observando os dois que pareciam tão felizes juntos, que me fez estranhar. Pigarreei e os dois me olharam assustados.
Não sei explicar como estavam, a posição deles... Mas a mão do tio Fábio parecia estar um pouco acima da coxa da minha mãe, e ela tentava segurá-la, enquanto ria escandalosamente. Se eu não os reconhecesse bem, diria que estavam tendo alguma coisa, ou no mínimo iriam ter se eu não tivesse chegado naquele instante.



- FILHA! – minha mãe se levantou rapidamente e correu para me abraçar como se nada tivesse acontecido. Deu para ver que o clima estava estranho, e ambos estavam constrangidos, mas não quiseram deixar aquilo transparecer.



Correspondi seu abraço e a apertei em meus braços o máximo que consegui. Tio Fábio também me abraçou fortemente, e me encheu de beijos no rosto, me fazendo sorrir.



- Que saudades! – disse ela, enquanto me puxava para o sofá – Cadê o garoto?



Entortei os lábios e a olhei.



- Sei lá. Deixou um recado dizendo que teve que sair, mas não disse onde foi. – revirei os olhos – Deixa pra lá, mãe. Outro dia eu apresento vocês.



Minha mãe compreendeu, mas tio Fábio me lançou um olhar que nem meu próprio pai lançou quando descobriu que Alfonso e eu estávamos ficando. Fiquei completamente confusa, e ao perguntar o que ele tinha, meu tio foi curto e grosso, deixando expresso que estava completamente desapontado.



- Que garoto? – franziu o cenho – Nada de garotos, Anahí. Primeiro estudos!



O Senhor Ricardo voltou disfarçado de tio Fábio?



Fiquei sem entender absolutamente nada daquela reação que teve. Minha mãe parecia assustada, e lhe deu um cutucão em sua costela, que o fez despertar para a realidade e perceber que eu não era sua filha. Acho que o carinho que sentíamos um pelo outro era tão grande , que o fez criar uma coisa de pai comigo. Um elo.



- Desculpe-me – me olhou calmamente – Qual é o nome do garoto? O que ele é seu? Onde está ficando?



- Fábio! – minha mãe o cutucou novamente, e tio Fábio se calou, mantendo seus olhos em mim. Não entendi nada sobre seu interrogatório, mas achei aquilo tudo tão engraçado, que nem me importei.



- Estou namorando tio – respondi calmamente – Estou ficando na casa dele, onde sou muito bem tratada por todos, e principalmente pela minha sogra – sorri – O nome dele é Poncho. Bom, não é o nome, mas provavelmente vai querer ser chamado assim, então...



Tio Fábio mudou a feição completamente, e o que parecia preocupado e protetor, passou para assustado e intrigado. Ignorei sua reação, já sabendo que era tão paranoico quanto meu pai, e então ele se levantou meio desnorteado e subiu as escadas rapidamente.



- O que deu nele? – perguntei confusa, e minha mãe olhou para escada engolindo em seco.



Ela voltou seu olhar para mim, e esboçou um sorriso tão frouxo que me deixou ainda mais confusa do que antes, sem conseguir entender onde queriam chegar com aquela reação toda. Não era possível que saber da notícia do meu namoro, tenha provocado aquela reação nos dois.



- Não foi nada. - respondeu minha mãe - Quer comer alguma coisa?



Eu não queria comer nada, queria apenas uma explicação para a reação dos dois, mas sabia que não conseguiria tão cedo. Tudo bem que eu só havia namorado o Eduardo antes, e poderia ser estranho depois de anos, eu estar namorando novamente. Mas, ainda assim não achava que fosse motivo para tais reações e cara confusas. No mínimo um “se cuida”, era o que eu esperava deles.



Neguei comida e continuamos conversando por algum tempo. Contei sobre tudo o que tinha acontecido comigo nos últimos dias, e minha mãe me entendeu e me deu vários conselhos sobre meu pai e Alfonso. Eu queria ir embora o quanto antes para não cruzar com o doutor Ricardo, mas minha mãe não queria que eu fosse embora. Dizia com uma carinha completamente triste, que gostava muito de mim, e que sentia a minha falta.



- Eu amo a senhora, mãe. Mas preciso ir – disse novamente, pela milésima vez. Minha mãe sorriu e eu a retribuí. Seus lábios tocaram minha bochecha, e ela me olhou nos olhos de maneira indefinida.



- Volta quando? – fez beiço automaticamente, e eu apenas sorri.



- Quando o Ricardo sair, me liga que eu venho, tá? – beijei sua testa – Agora preciso ir, mãe. O Poncho vai surtar quando souber que vim sem ele.



- Tudo bem – beijou meu rosto – Mas é para vir, entendeu?



Assenti, e então caminhei até a porta para poder sair. Estava lá mais de uma hora. O Bingo estava parado na calçada com sua moto, e eu não podia ignorar as horas que eram. Quase oito, e o Alfonso poderia já estar querendo me matar.



Quando abri a porta, meu mundo parou de girar e eu gelei completamente, ainda sentindo meu coração acelerar nos batimentos cardíacos. Meu pai estava ali com os olhos totalmente avermelhados, parado à minha frente me encarando com a mesma intensidade que eu o encarava. Minha real vontade era abraça-lo forte e dizer para esquecermos nossas brigas, mas ao mesmo tempo em que queria isso, eu queria também sair correndo e tentar esquecer que tinha visto-o.
Meus pés cravaram no chão, e os dele pareciam iguais. Não conseguíamos nos mover, e nem falar nada. Só nos encarávamos como se fosse a primeira vez. Nos encarávamos talvez com saudade e uma pontinha de “quero você aqui”, “quero ficar”.



Acho que percebendo o quão patético parecíamos estar, minha mãe pigarreou, e nos despertou daquele transe interno em que nos encontrávamos. Dei um tchau de longe para minha mãe, e passei pelo meu pai sem ser impedida, e sem nem me importar que era ele. Bem, eu tentei não demonstrar, porque eu sentia saudades dele.



Corri tanto, mas tanto, que cheguei quase sem fôlego na moto que Bingo ainda me esperava. Seus braços logo me apertaram, e eu recebi aquele abraço acolhedor, que só não era mais aconchegante que o do Alfonso. Fiquei quieta algum tempo, só tentando esquecer o jeito como meu pai me olhou. Eu havia sentido tanta vontade de abraça-lo, que doeu todo o meu corpo quando reprimi essa vontade.



Assim que consegui me recuperar, deixando alguns soluços soltos na garganta, subimos na moto e fomos embora para a casa do Alfonso novamente. Eu ainda dei uma última olhada para trás e achei ter visto meu pai da janela de seu quarto, mas não tinha certeza se era apenas minha vontade, ou se ele realmente estava lá.


Fábio e Regina:



Assim que Anahí saiu, Regina subiu as escadas com tanta rapidez, que tinha de agradecer por não ter tropeçado em seus degraus. Ela caminhou com passos largos até o quarto de Fábio, e entrou sem nem mesmo bater antes ou se preocupar com Ricardo, que já estava ali. Ela bateu a porta e o olhou como se quisesse espanca-lo a qualquer momento. Fábio por sua vez, estava com os olhos cheios de lágrimas. Seu peito estava a ponto de explodir, e guardar aquele segredo de Anahí, chegava a sufocá-lo.



O fato era que Fábio largou Ruth e seus dois filhos, quando descobriu que a filha da mulher que tanto amava, poderia ser sua filha. O amor que sentia por Regina era tão imenso, tão inexplicável, que em um dia qualquer, onde poderia ser igual a todos os outros, Fábio resolveu fazer a maior loucura de sua vida e abandonou sua família para viver com sua filha mesmo que tivesse que fingir que ela era apenas sua sobrinha. O carinho que tinha pela Anahí, era muito forte. Regina precisava chamar sua atenção vez ou outra para que ele não ultrapassasse os limites e dissesse o que não poderia.



E estava quase.



Eles prometeram deixar a história para lá. Fábio prometeu que deixaria assim, como Anahí fosse apenas sua sobrinha, contanto que ficasse ao seu lado pelo resto da vida. Mas estava quase mudando de ideia. Ele queria protegê-la, queria poder abraçá-la e dizer o quanto a amava. Sem medo, sem segredos, sem que aquilo fosse estranho demais para quem era apenas um tio. O segredo estava sendo um massacre. Tinha dias que Fábio parecia que explodiria se não contasse à ela, ou até mesmo para Ricardo que sua querida filha, não era bem sua filha.



Mas o que ele não sabia, era que Ricardo já desconfiava.



Regina encarou Fábio com raiva, enquanto dava passos lentos em sua direção. Fábio respirou fundo, prevendo uma briga, e sentou em sua cama, querendo que essa história toda fosse esclarecida o mais rápido possível.



-Ficou maluco? – perguntou a mulher – Você tem que agir como um tio, Fábio! Apenas tio da Anahí.
Fábio a olhou incrédulo. Se levantou rapidamente e a encarou, tentando controlar a vontade que tinha de jogar os móveis daquele quarto contra a parede.



- Eu não sou apenas tio da Anahí! Nós sabemos disso, e eu estou farto de fingir isso tudo! – pausou – O trato que tínhamos, era eu ficar aqui sem contar nada, assim teria minha filha por perto, e conseguiria tomar o escritório do Ricardo. Mas, cansei, Regina! Os dias passam, e eu não posso nem aconselhar minha menina a não sair de casa. Eu não a tenho mais de qualquer jeito. Se contasse que sou seu pai...



- Não! – a interrompeu – O Ricardo me expulsa de casa, esqueceu? Esse foi o trato que ele me impôs, Fábio, não posso fazer nada. Se eu contasse a verdade para Anahí, ele me colocaria para fora de casa e daria um jeito de conseguir ficar com ela. Não posso.



Fábio se sentou novamente em sua cama, e deixou as lágrimas caírem por seu rosto sem sentir nem um pouco de vergonha por ter demonstrado fraqueza. Regina também chorava perto da porta, pedindo mentalmente que Fábio entendesse o seu lado.



O trato entre Fábio e Regina teria de ser levado à diante, ou Regina estaria ferrada. Teria de sair de casa sem direito a nada, nem mesmo algum dinheiro dele. Ricardo era amargurado por isso. Ser traído pela mulher que fez tudo na vida, era algo que não desculpava. Não conseguia, era mais forte do que tudo. Ricardo amava sim Anahí, amava até mais do que amava Alicia ou qualquer outro filho seu. E talvez fosse exatamente por isso que não conseguia olhá-la sem lembrar que era fruto de duas traições. Fora traído por seu único irmão,e pela mulher que amava.



Regina e Fábio ainda permaneciam em silêncio, quando algo na mente do homem estalou e ele lembrou do apelido do rapaz que Anahí namorava. Poderia parecer loucura, poderia ser insanidade... Mas seu filho tinha esse apelido desde os dez anos. “Claro que não é o mesmo”, pensava ele, enquanto tentava espantar aqueles pensamentos. Seria mundo pequeno demais de Alfonso e Poncho fossem a mesma pessoa, e seria doloroso demais se namorasse sua própria irmã.



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Autor(a): anyeponcho

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Alfonso narrando: -Vou matar Anahí – disse, assim que Mai me contou que ela havia saído com Bingo, sem nem ao menos me mandar uma mensagem avisando. No fundo eu sabia que ela ficaria chateada por eu ter saído sem dizer onde tinha ido, mas esperava apenas uma briga ou uma bronca imensa. Talvez uma pequena briga que terminasse num beijo delicioso. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 246



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  • degomes Postado em 16/08/2019 - 07:06:00

    Contínua 🙏

    • anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:29:34

      Continuei =)

  • AnaCarolina Postado em 11/08/2019 - 18:54:57

    Mas como assim gente? Me diz que esse exame foi alterado

    • anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:30:28

      Será? Vamos saber o que aconteceu daqui a alguns capítulos... Só digo uma coisa: a história é AyA, então....

  • AnaCarolina Postado em 30/07/2019 - 09:17:33

    Aaaaah esse momento é todinho meeeeu Continua

    • anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:52:08

      =) Foi pequenininho o poste, mas, mais tarde tem mais ;)

  • luananevess Postado em 28/07/2019 - 21:35:41

    Continua

    • anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:51:23

      Continuando.... =)

  • AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:16

    Continuada <3

    • anyeponcho Postado em 18/07/2019 - 23:37:48

      Postei 2 vezes hoje &#128512;

    • AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:44

      Continua* hehehe

  • AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 18:36:10

    Caramba, que merda! Não vejo a hora de tudo se resolver de vez :'(

    • anyeponcho Postado em 14/06/2019 - 17:07:20

      Eu também :) Mas, infelizmente vai demorar um pouquinho pra acontecer

  • AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 13:59:58

    Oláaaa já já vou ler os capítulos e volto pra comentar <3

  • AnaCarolina Postado em 04/05/2019 - 00:05:27

    Cadê você?

    • anyeponcho Postado em 14/05/2019 - 20:49:51

      Volteiiiii!!! Passei por uns momentos ruins, mais agora estou de volta =)

  • AnaCarolina Postado em 09/04/2019 - 21:51:48

    Tadinha da Mai :(

  • AnaCarolina Postado em 31/03/2019 - 22:43:19

    Que bom que apesar de tudo o Ricardo entendeu e não demitiu ele... Continua


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