Fanfics Brasil - Capítulo 115 Os Opostos Se Completam

Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos


Capítulo: Capítulo 115

39 visualizações Denunciar


Anahí narrando:



Depois de uma noite maravilhosa como aquela, eu só poderia ter um sono pesado, realmente. Me sentia leve, inteira. Sem preocupações no nosso espaço, nos braços do Alfonso. Tive sonhos bons que me fizeram querer dormir mais e mais. Acordei às 8 horas para ir ao banheiro, mas nem me preocupei em acordar o Alfonso. Ainda estava morrendo de sono e cansaço. Aproveitei o sono pesado do meu amor, e voltei ao seu lado sem demora, para desfrutar mais um pouco daquele conforto e aconchego.



Dormi por mais um tempo que pareceram séculos, e então acordei com o barulho do celular que, quase joguei na parede. Pensei que fosse a Angelique, e estava pronta para pedir que me deixasse dormir. Mas, quando peguei o celular, me assustei. Eu jamais esperei em receber aquela ligação.



Pulei da cama ainda não acreditando no nome que via, e apertei o botão para atender, porém voz nenhuma saia. Nem minha, e nem a do outro lado da linha, que no caso era o meu pai.



Ficamos em um silêncio agonizante por alguns minutos. Pensei em puxar assunto, mas não conseguia nem dizer “alô”. O pior de tudo é que o doutor Ricardo pareceu estar com o mesmo problema. Talvez por vergonha, desconforto ou receio. Mas se fosse para ficar em silêncio, para que ligou? Pacientemente ainda esperei iniciar a conversa por mais um longo minuto, mas novamente outra frustração... Não houve nada mais que o som da respiração.



Respirei fundo e finalmente criei coragem para falar alguma coisa, pensando que se eu não fizesse, ele faria muito menos. Acontece que meu pai sempre foi um ótimo advogado e excelente em argumentos. Mas, se tratando dos próprios sentimentos, ele não sabia lhe dar. Principalmente porque na maioria das vezes se achava a pessoa mais certa e correta da face da terra, e raramente pedia desculpas por algo que fez.



- Ligou errado? – perguntei calmamente, apenas para falar alguma coisa. Aquele silêncio estava incômodo demais, então eu precisava puxar assunto.



Se fosse engano, era melhor desligar logo do que nos machucar ainda mais.



- Não – respondeu, com uma voz que não conhecia ou vi poucas vezes. Era uma voz rouca, talvez embargada – Eu liguei exatamente para quem eu queria, só não sei como iniciar uma conversa.
Mesmo naquele momento, o Doutor Ricardo não conseguia baixar sua guarda. Nem mesmo para aguardar outras pessoas, nem mesmo para simplesmente deixar alguém contente. Acho que era medo de demonstrar seus sentimentos. Às vezes eu até me perguntava se já tinha sofrido muito por alguém, mas pela pose de “machão” sempre achei que não. Ou era criação ou simplesmente por se achar um advogado de grande importância.



- Dizer alô já seria um começo – disse ríspida – Ou explicar o motivo da ligação.



Era estranho eu falar assim com o meu pai. Isso jamais tinha ocorrido antes. Acontece que eu estava esgotada. Tinha chegado no meu limite e não conseguia disfarçar o quão magoada estava por tudo o que ele tinha me causado. Por tudo que tinha passado por sua causa.



Um novo silêncio se fez presente, e me trouxe uma nova agonia. Senti meus olhos arderem de vontade de chorar, mas não deixei que minha lágrimas caíssem. Achei que não valesse a pena. Talvez por ser meu pai, ou talvez por amá-lo tanto. Eu tinha impressão que era mais pela segunda opção.



- Liguei por... é... – gaguejou, e fez uma nova pausa que tornou a me agoniar – Feliz Ano Novo.



Fechei meus olhos com força e deixei minhas lágrimas descerem sem esforço.



- Obrigada para você também – sussurrei, sem tentar transparecer a voz embargada.



- Eu não ia ligar, pois não sabia como iria reagir mas nunca passamos uma comemoração longe um do outro. Precisava ouvir sua voz – disparou rapidamente, quase sem respirar. Somente no final da frase que puder ouvir sua respiração pesada sendo solta. Parecia vir da alma para dizer a verdade.



- Eu disquei o número do escritório ai em casa, pois sabia que o senhor estaria lá – confessei – Como sempre enquanto nos arrumamos. Mas não consegui deixar que a ligação se completasse. Estava com medo...



- Não! – interrompeu-me – Filha, sou seu pai, não precisa ter medo.



Ouvir a palavra filha e a palavra pai sair de sua boca na mesma frase foi muito emocionante. Talvez doloroso, mas de forma positiva. Eu queria acreditar que voltaríamos nos falar em breve, e que tudo o que todo o contato perdido durante os anos fossem resgatados. Eu sentia muita falta dele, do que éramos. Sentia falta de um abraço, ou de simplesmente receber um sorriso logo pela manhã como era antigamente. Queria meu pai de volta.



Não respondi. Doeu tanto pensar no que éramos e deixamos de ser, que quando dei por mim, estava quase chorando feito uma criança ao lado do Alfonso que permanecia dormindo. Tentei não soluçar, mas falhei. O soluço saiu tão alto, que o moreno se remexeu assustado ao meu lado e me abraçou rapidamente ao ver que eu estava em prantos.



- O que houve, amor? – perguntou preocupado – Ei... Me diz...



Respirei fundo e entreguei o telefone, onde meu pai ainda estava na linha.



- Meu pai – neguei com a cabeça – Não consigo falar mais nada.



Alfonso se descobriu, pegou o telefone e foi para a varanda, me deixando sozinha e impotente na cama com meus soluços alto. Me encolhi em posição fetal, e deixei que as lágrimas fluíssem.


Alfonso narrando:



-Ricardo? – perguntei ao telefone assim que cheguei a varanda.



Podia jurar ter escutado um soluço abafado, mas achei melhor não questionar. Com certeza estava chorando assim como Anahí. Eram dois cabeças duras que ao invés de pedir desculpas e voltar a se falar, pareciam masoquistas. Preferiam o lado do sofrimento, da dor.



- Alfonso? – respirou fundo – A Anahí...



- Ela está abalada – interrompi – É melhor vocês se falarem outra hora.



Novamente Ricardo ficou calado por alguns segundos, e novamente ouvi um soluço. Esperei seu tempo, até que voltou a falar com a voz um pouco mais firme que antes.



- Pede para ela se encontrar comigo dia 10; pede para ao menos almoçar comigo no aniversário dela – respirou fundo – Sinto a falta dela. Sei que sou orgulhoso, mas eu a amo.



Eu me encaixei naquela frase. Foi praticamente a mesma que tinha dito no dia em que brigamos.



- Tenho certeza que ela vai te desculpar, Ricardo, pois também sou orgulhoso mas já nos resolvemos.


– pausei – Fique calmo que logo tudo se resolverá. Anahí não é rancorosa. Vou conversar com ela, e ela vai almoçar com você, sim.



- Obrigado – disse rapidamente, com a voz embargada- Fico grato se conseguir essa proeza garoto.



- Que isso. Eu quero ver vocês bem. Eu amo a sua filha, Ricardo, de coração. Faço tudo por ela e muito mais – a olhei – Só não a magoe novamente.



Ricardo soltou um riso abafado e suspirou.



- Olha só... Era eu quem deveria te dizer isso – pausou – Mas, tem razão. Não vou magoá-la. Quero apenas colocar uma pedra na nossa briga, quero que fiquemos em paz – pausou – Vou desligar, garoto. Obrigado por tudo e feliz ano novo.



- De nada. Feliz ano novo ao senhor também.



Após desligar o celular, voltei ao quarto e sentei ao lado de Anahí que ainda chorava desolada. Como se o mundo estivesse desabando em sua cabeça sem que ninguém pudesse fazer absolutamente nada.
Ainda tentei ser impacial para não ser injusto com ninguém, mas é óbvio que iria ficar ao lado dela. Não só por amá-la, mas também por ser realmente a injustiçada nessa história toda. Eu que olhei de fora da situação, não podia descordar com o sofrimento da branquinha.



Debrucei-me por cima da Anahí que ainda chorava inconsolável, e beijei seu rosto calmamente. Distribui beijos por toda a extensão de seu rosto e pescoço. Anahí colocou seus braços em volta do meu pescoço e me segurou próximo ao seu rosto. Seus olhos continuavam fechados, o que me deixou maluco para beijá-la.



- Amor, não fica assim – sussurrei – Não foi bom terem se falado?



Anahí abriu seus olhos e respirou fundo, mantendo a conexão dos nossos olhos.



- Foi, amor. Mas me doeu tanto – fungou – Não queria ficar brigada com ele. Sinto falta dele.



Respirei fundo e achei que fosse uma ótima oportunidade de falar sobre o aniversário dela. Era bom falar de uma vez, porque poderia tentar convencer Anahí caso protestasse no começo. Porém, para a minha surpresa ela topou na hora. Disse que era bom ter uma conversa definitiva com ele, e que apesar de não querer brigar no dia do seu aniversário, queria sim ao menos vê-lo.



Minha única preocupação foi fazerem as pazes e ela siar da minha casa. Por mias que eu tivesse consciência que uma hora ou outra isso poderia acontecer, queria acreditar que demoraria. O namoro continuaria, claro, mas iria ser estranho voltar a acostumar a chegar em casa e não tê-la ali para me recepcionar e me mimar. Deitar e não ter mais seu corpo na cama. Iria ser muito estranho e não estava preparado para isso.



Fiquei a consolando por um bom tempo, e já era quase 14 horas. O resto da tarde foi como dia pós festa. Com as sobras de comida e sobremesa que foi realmente uma delicia. Não deixei que ficasse triste. Ou pelo menos tentei distraí-la um pouco até pareceu ter funcionado. Como minha mãe mal saiu do quarto e Miguel tinha ido brincar com o sue amigo e sua namorada, passamos o resto da tarde no meu quarto nos curtindo e assistindo filme. Confesso que foi um dos melhores programas da minha vida.


Narração extra:



Passava das 16 horas quando Ricardo foi vencido pelo freio de seu coração que o impedia de falar com Ruth, e telefonou para sua casa. Tentou quatro vezes, e na última quem atendeu foi Alfonso. Como não sabia o que falar e explicar ao garoto, desligou o telefone sem nem ao menos se identificar. Sua vontade de falar que Alfonso e Anahí eram irmãos, tinha que esperar mais um pouco, pois Ruth parecia querer evitá-lo.



Ricardo estava agoniado, e se antes não poderia nem se quer olhar para o seu irmão, naquele momento piorou ainda mais. A ceia de ano novo só não foi mais triste porque Christopher fazia palhaçadas propositais para amenizar o clima, embora sua vontade também fosse chorar por conta da falta que Anahí fazia. A grande família já tinha tido ano novo mais feliz.



Maite sentia algumas dores na barriga, mas achou que não fosse nada demais. Havia visto novamente o pai do seu filho de longe, mas não conseguiu falar com Levi. O garoto estava sempre acompanhado por alguém, e quando sozinho, evitava Maite de tudo que era jeito. A primeira conversa deles tinha sido pesada demais. Mai o acusava de engravidá-la e ele dizia que a garota estava ficando louca. A partir daí Levi evitava pisar até na mesma calçada que a garota, com medo de que novas acusações fossem feitas.
Os dias foram se passando e logo chegou o dia do aniversário de Anahí. A tão esperada independência, e o tão esperado reencontro entre ela e seu pai. Ricardo havia passado todos os dez dias atrás de Ruth para que descem um jeito entre Anahí e Alfonso, mas a mulher o evitava de tudo quanto era maneira. Tinha medo de conversar com Ricardo, tinha medo de descobrir as sensações que tinha e que ela por ter dois filhos, desconfiava do que poderia ser. Mas era dia de festa, e o que não sabiam é que Regina e Fábio preparavam uma festa enorme com direito a família inteira. Nem mesmo Ricardo sabia disso. Anahí apenas apareceria para dar um beijo em sua mãe depois que saísse do restaurante com seu pai, e nem demoraria muito.



Isso é o que pensava.



Festa armada, Alfonso de companhia na toca do coelho,e a família toda reunida. A festa seria mais animada do que todos poderiam imaginar.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): anyeponcho

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Anahí narrando: -Parabéns à você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos na minha vida – ouvi um cantar longe, parecia estar dentro do meu sonho. Continuei de olhos fechados e logo senti beijos por toda a extensão das minhas costas. Percebi que estava nua e logo me lembrei da noite maravilhosa que tive anteriormente. A ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 246



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • degomes Postado em 16/08/2019 - 07:06:00

    Contínua 🙏

    • anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:29:34

      Continuei =)

  • AnaCarolina Postado em 11/08/2019 - 18:54:57

    Mas como assim gente? Me diz que esse exame foi alterado

    • anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:30:28

      Será? Vamos saber o que aconteceu daqui a alguns capítulos... Só digo uma coisa: a história é AyA, então....

  • AnaCarolina Postado em 30/07/2019 - 09:17:33

    Aaaaah esse momento é todinho meeeeu Continua

    • anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:52:08

      =) Foi pequenininho o poste, mas, mais tarde tem mais ;)

  • luananevess Postado em 28/07/2019 - 21:35:41

    Continua

    • anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:51:23

      Continuando.... =)

  • AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:16

    Continuada <3

    • anyeponcho Postado em 18/07/2019 - 23:37:48

      Postei 2 vezes hoje &#128512;

    • AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:44

      Continua* hehehe

  • AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 18:36:10

    Caramba, que merda! Não vejo a hora de tudo se resolver de vez :'(

    • anyeponcho Postado em 14/06/2019 - 17:07:20

      Eu também :) Mas, infelizmente vai demorar um pouquinho pra acontecer

  • AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 13:59:58

    Oláaaa já já vou ler os capítulos e volto pra comentar <3

  • AnaCarolina Postado em 04/05/2019 - 00:05:27

    Cadê você?

    • anyeponcho Postado em 14/05/2019 - 20:49:51

      Volteiiiii!!! Passei por uns momentos ruins, mais agora estou de volta =)

  • AnaCarolina Postado em 09/04/2019 - 21:51:48

    Tadinha da Mai :(

  • AnaCarolina Postado em 31/03/2019 - 22:43:19

    Que bom que apesar de tudo o Ricardo entendeu e não demitiu ele... Continua


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais