Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos
Anahí narrando:
Pisquei algumas vezes sentindo-me presa em um filme de terror sem fim. Olhei para Alfonso, sentindo minhas pernas fraquejarem, e por um momento pensei que fosse morrer ali mesmo, na frente de todos.
Aquela história de irmãos não podia ser verdade. O destino não nos juntaria para nos apresentar como irmãos em alguma parte da vida. Já tínhamos passado por tantas coisas, já tínhamos nos beijado, feito amor, sorrido, terminado, voltado, chorado, beijado novamente... Não podia ser real. Era tarde demais para enxerga-lo apenas como sangue. Eu já o amava de outra forma.
-Não pode ser – sussurrei, olhando para Alfonso – Não somos irmãos!
- Você é minha filha – disse Fábio – Eu sei que omitimos isso de você, mas tivemos nossos motivos. Sua mãe não podia contar a verdade à ninguém! Por isso sai de casa – olhou para Poncho – Eu queria passar mais tempo com a minha filha, minha menininha...- respirou fundo fazendo com que uma lágrima escorresse – Queria acompanhar sua evolução, crescimento. Não dava para abandoná-la – sorriu – Você era minha bonequinha, filha.
Tio Fábio fez menção de tocar o meu rosto, mas desviei rapidamente e corri para os braços de Alfonso. O abracei tão forte, que nem me lembrei de onde estávamos. Eu precisava senti-lo, e queria não sair mais de seus braços.
Eu ainda queria acreditar que era engano.
Todos na festa tinham parado de falar para prestar atenção no que estava acontecendo. As feições eram mais confusas, assustadas e surpresas. Mamãe saiu da cozinha com lágrimas nos olhos e parou ao lado do tio Fábio, que naquela altura eu já não sabia se deveria chamá-lo de tio mais ou apenas pelo nome próprio. Porque pai, eu ainda não conseguia aceitar. Alfonso me abraçava ainda mais forte, e senti meu ombro sendo molhado. Percebi que assim como eu, ele também chorava quase desesperadoramente, mesmo sem emitir sons.
- Você não pode ser minha irmã – sussurrou no meu ouvido – Você é a minha mulher.
Ouvir aquelas palavras só aumentaram o meu desespero. De repente quase não senti minhas pernas e o resto do meu corpo. Abri os olhos devagar e enxerguei todas as pessoas meio destorcidas, embaçadas. Apoiei-me em Alfonso sentindo meu corpo desfalecer. Tudo escureceu inesperadamente, e então eu apaguei ainda desejando que tudo não pasasse apenas de um sonho ruim.
Alfonso narrando:
- Ricardo, a Anahí desmaiou – disse desesperado, enquanto a erguia em meus braços.
Ricardo correu até mim e me guiou até a escada, mandando eu subi até seu quarto. Respirei fundo e ignorei Fábio que tentava pegá-la de mim. Subi as escadas ora olhando seu rosto desejando que despertasse rapidamente. Que voltasse a sua consciência, voltasse para mim. Ricardo me ajudou abrindo a porta, e então caminhei até a cama, colocando-a deitada. Sentei ao seu lado e me curvei para alcançar seu rosto.
- Coloca esse pano em seu nariz – disse uma senhora para mim – É álcool.
Coloquei em seu nariz, e ao inalar, Anahí foi se mexendo aos poucos. Logo abriu seus olhos lentamente e me olhou meio perdida, como se pedisse para contar que era tudo uma mentira, que ainda éramos namorado. Deduzi que fosse esse seu pensamento, porque era exatamente isso que eu pensava, que desejava no fundo da minha alma.
Eu ainda estava chocado, e queria chorar como poucas vezes na vida, mas me segurei ao máximo. Detestava demonstrar fraqueza. Não gostava que as pessoas sentissem pena de mim. Poderia até ser a coisa mais normal do mundo, já que metade daquela festa chorava e a outra metade nos olhava assustado. Como se fossemos malucos ou estivéssemos equivocados. Bom, as duas opções seriam menos dolorosas do que encarar a dura e cruel realidade.
Anahí apoiou suas mãos na cama paralelas ao próprio corpo e sentou-se, ficando próxima à mim. Sua mão direita tocou meu rosto com as pontinhas dos seus dedos, como se me detalhasse com toda a sua calma. Passou pela barba por fazer, meus olhos se fecharam instantaneamente, minhas bochechas, meu nariz e meus lábios, os contornando delicadamente. Abri meus olhos devagar e me aproximei mais um pouco, deixando nossos rostos o mais próximo que consegui, sem tocar nossos lábios.
Respirei fundo, beijando sua mão quando novamente tocou meus lábios.
- Eu te amo muito para ser sua irmã – sussurrou – Não pode ser verdade.
Neguei com a cabeça e deixei uma lágrima escorrer do meu olho esquerdo.
- Faremos o DNA, e provaremos que isso não passou de um equivoco do Fábio- sorri de lado – Não somos irmãos, vida, eu sinto que não somos.
Anahí me abraçou forte, e eu retribui da mesma forma, querendo a prender em mim o quanto podia.
Fábio, Ricardo, a senhora que me deu o lenço, Alicia e mais uma moça que pelo que entendi era sua mãe, estavam parados perto da porta um ao lado do outro nos observando. Todos choravam, menos Alicia que parecia ter um sorriso irônico nos lábios, e Fábio que mantinha seu maxilar cerrado e olhos atentos ás nossas ações. Observando tudo com o olhar crítico, como se repugnasse até nosso abraço ou o carinho que Any tinha feito em meu rosto.
Eu sentia meu coração se contorcer de dor dentro de mim. Sentia meus músculos se contrair, enquanto ainda tentava segurar minhas lágrimas que queriam vir em forma de enxurrada. Aproveitei todos os minutos que Anahí esteve em meus braços sem me importar com quem estivesse vendo. Queria aproveitar, pois não sabia quando iríamos nos abraçar novamente. Principalmente se tudo aquilo fosse realmente verdade.
Afastei-me lentamente dela e colei nossas testas.
- Você está melhor? – sussurrei – Acho que sua pressão baixou.
Anahí selou nossos lábios e fungou.
- Só fica aqui comigo que eu fico bem –soluçou – Eu te amo tanto, marrentinho.
- Eu também te amo muito, branquinha – sorri de lado – Mas, eu preciso ir. Tudo ainda está confuso demais em mim, acho que precisamos colocar a cabeça em ordem.
Anahí se afastou abruptamente de mim e negou com a cabeça, ainda olhando-me nos olhos.
- Não preciso de tempo nenhum longe de ti, amor – soluçou novamente – Vou com você, então.
Sem esperar minha resposta, Any colocou-se de pé e pegou em minha mão para que eu me levantasse. Ricardo se aproximou de nós dois e pousou sua mão direita em seu ombro, fazendo-a olha-lo ainda com aqueles olhos perdidos de partir o coração. Não tinha o brilho de sempre, não tinha cor quase. Eram os olhos mais triste que tinha visto na vida.
- Filha, deixa o Alfonso ir. Acho que vocês precisam de um tempo e, é melhor que fique aqui – disse calmamente. Porém aquelas palavras não diminuíram em nada a dor que ambos sentíamos. Nem o modo doce que Ricardo pronunciava tais coisas, não poderia fazer com que nos sentíssemos melhor.
Eu não queria me afastar de Anahí, para dizer a verdade. Queria poder ficar com ela independente do que fôssemos, mas Ricardo poderia ter um pouco de razão. Acho que não somente nós dois, mas sim todos que presenciaram a cena infame na sala, precisávamos de um tempo para assimilar e absorver tudo.
- Não quero que vá – sussurrou me abraçando novamente – Fica mais um pouquinho, amor. Só mais um pouquinho.
Fechei meus olhos e deixei que minhas lágrimas caíssem rapidamente. Abracei Anahí de volta e abri meus olhos, encontrando Ricardo me olhando também emocionado. Eu queria pedir permissão para ficarmos pelo menos um pouco a sós, mas fiquei sem jeito. Poderiam pensar que teríamos alguma despedida, e eu não queria causar maiores danos ou constrangimentos. Mas, por sorte ele leu meus pensamentos, e em poucos segundos pediu para que todos se retirassem.
Fabio ainda protestou e fez um drama imenso dizendo que éramos irmãos e se ficássemos estaríamos pecando e cometendo incesto, mas Ricardo foi firme, e praticamente arrastou meu pai para fora do quarto, deixando apenas Anahí e eu abraçados perto da cama, chorando como duas crianças indefesas, que veem seus brinquedos serem roubados, sem que ninguém pudesse fazer absolutamente nada.
Ainda estava doendo muito, talvez da mesma forma que doeu quando meu pai foi embora, ou até mesmo quando não quis impedir Anahí de ir para Londres. Me sentia perdido diante daquele fato inédito, inesperado. E as palavras de Fábio dizendo que éramos irmãos, ainda martelavam e ecoavam em minha mente. Eu queria poder fazer alguma coisa, mas a única opção que eu encontrava naquele momento, era deixar-me chorar abraçado a minha princesa enquanto ainda podíamos estar juntos. Tudo bem que eu não poderia beijá-la bem tão pouco sermos como antes pelo menos até o resultado do DNA, mas eu queria poder estar com ela e consolá-la mesmo que somente como amigos, ou talvez... irmãos.
O silêncio apareceu naquele quarto, mas era tão enlouquecedor, que eu procurava alguma forma de quebrá-lo antes de eu surtar. Não consegui encontrar um assunto para nos distrair, nem tampouco pensar em algo que não fosse o fato de descobrirmos que poderíamos estar ligados pelo sangue.
Permanecemos abraçados por minutos e mais minutos, sem nos importarmos com o que poderiam pensar. Eu mal conseguia ouvir vozes no andar de baixo, o que me fez pensar que todos já teriam ido embora, sobrando apenas nós ali e talvez nossos amigos. Eu queria poder mandar Fábio embora para não ter que olhá-lo mais em sua cara, mas infelizmente eu não era dono dali. Não tinha direito nem se quer de despejar toda minha mágoa de cinco anos em cima dele.
Os ombros de Anahí se mexiam freneticamente enquanto eu estava perdido em pensamentos, tramando uma estratégia de fugir com ela daquela amarga realidade. Ela estava chorando novamente, como se seu desespero fizesse presente mais uma vez. Com o coração apertado e peito latejando de dor, acabei chorando com ela outra vez. Chorando por tudo o que estava acontecendo, e o que ainda poderia acontecer conforme o passar dos dias.
- Senta um pouco, branquinha – peguei em seus braços, colocando-a sentada na cama, enquanto ainda deixava seu desespero transbordar por seus olhos.
Tirei suas sapatilhas, seu vestido, e seu sutiã para que ficasse mais confortável. Caminhei até seu guarda-roupa e vasculhei um pijama bem leve de calor, para não aperta-la em lugar algum. De apertado já bastava nosso coração.
Voltei até onde ela estava e a vesti com uma camisola rosa bebê de alças finas. Beijei sua testa e fiz com que se deitasse na cama, deixando apenas um pequeno espaço para mim. Tirei meu tênis e me deitei ao seu lado com o braço direito debaixo de sua cabeça, enquanto o esquerdo envolvia pela cintura. Any colocou sua perna direita no meio das minhas e se aconchegou ainda mais, nos unindo com mais força.
Éramos praticamente um só na posição em que nos encontrávamos.
Autor(a): anyeponcho
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Anahí narrando: Acabei dormindo enquanto estava envolvida nos braços do meu amor, e sentindo as lágrimas caírem sem esforço algum. Eu não queria me lembrar daquele dia triste e agoniante, mas era difícil, principalmente porque era para ser um dia feliz. Uma data comemorativa. Meus 18 anos. Não sei como consegui dorm ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 246
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degomes Postado em 16/08/2019 - 07:06:00
Contínua 🙏
anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:29:34
Continuei =)
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AnaCarolina Postado em 11/08/2019 - 18:54:57
Mas como assim gente? Me diz que esse exame foi alterado
anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:30:28
Será? Vamos saber o que aconteceu daqui a alguns capítulos... Só digo uma coisa: a história é AyA, então....
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AnaCarolina Postado em 30/07/2019 - 09:17:33
Aaaaah esse momento é todinho meeeeu Continua
anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:52:08
=) Foi pequenininho o poste, mas, mais tarde tem mais ;)
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luananevess Postado em 28/07/2019 - 21:35:41
Continua
anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:51:23
Continuando.... =)
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AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:16
Continuada <3
anyeponcho Postado em 18/07/2019 - 23:37:48
Postei 2 vezes hoje 😀
AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:44
Continua* hehehe
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AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 18:36:10
Caramba, que merda! Não vejo a hora de tudo se resolver de vez :'(
anyeponcho Postado em 14/06/2019 - 17:07:20
Eu também :) Mas, infelizmente vai demorar um pouquinho pra acontecer
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AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 13:59:58
Oláaaa já já vou ler os capítulos e volto pra comentar <3
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AnaCarolina Postado em 04/05/2019 - 00:05:27
Cadê você?
anyeponcho Postado em 14/05/2019 - 20:49:51
Volteiiiii!!! Passei por uns momentos ruins, mais agora estou de volta =)
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AnaCarolina Postado em 09/04/2019 - 21:51:48
Tadinha da Mai :(
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AnaCarolina Postado em 31/03/2019 - 22:43:19
Que bom que apesar de tudo o Ricardo entendeu e não demitiu ele... Continua