Fanfics Brasil - Capítulo 125 Os Opostos Se Completam

Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos


Capítulo: Capítulo 125

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Alfonso narrando:



Abri os olhos vagarosamente, enquanto sentia o sol bater neles e no meu corpo. Estava morrendo de calor, com gosto ruim na boca, com a cabeça rodando e um pouco desnorteado. Percebi que estava em um banco na praça, deitado. Estava sem meu tênis que tanto almejei e compre com meu primeiro salário. Passei a mão no bolso e percebi que estava também sem o meu celular. Fechei meus olhos com força e me veio um flash de tudo – ou quase tudo - que houve na noite anterior. A moto que vendi em troca de maconha, e a alucinação que me fez esquecer de tudo por alguns segundos. O pior de tudo é não saber exatamente onde estava. Andei tanto com a moto, que a única coisa que me lembrava é que ainda era a Zona Norte. Mas onde, eu já não sabia muito bem. Até ligaria para o Bingo, mas fui assaltado, pegaram meu celular e tênis em troca de eu ficar ali ou estaria morto. Fiquei alguns minutos ainda sentado, pensando em como voltar para casa, mas com a dor de cabeça que me encontrava, mal conseguia pensar em alguma coisa que me movesse dali. Em volta não havia nenhum telefone público, e ainda era cedo demais para que as lojas estivessem abertas para tentar usar o telefone de alguma delas.



Respirei fundo e comecei a andar por aquele lugar em busca de alguma ajuda, mas não encontrei nenhuma pessoa que pudesse me disponibilizar seu celular. Bom, considerando os meus trajes sujos, o rosto que deveria estar com cara de ontem e os pés no chão... Acho que nem eu mesmo acreditaria e confiaria numa pessoa assim. Concordo que o mundo não está para brincadeira, e se até mesmo um engomadinho de terno e gravata pode assaltar um banco, o que não pensar de um moleque como eu que nem dinheiro para voltar para casa não tinha?



Esperei por alguns minutos que me pareceram eternos, até que finalmente a primeira loja da praça abriu as portas. Era uma loja de móveis, e parecia ser tudo de ótima qualidade. O cara que abriu usava terno e gravata como se fosse advogado. Fiquei receoso porque realmente o cara não me pareceu humilde. Pensei que fosse me colocar para correr, mas ainda assim fui até ele com o rabinho entre as pernas. Eu precisava tentar alguma coisa.



Como esperei, o resultado não foi um dos melhores. O cara me olhou como se fosse roubá-lo, e foi se afastando com o olhar de soslaio e a mão espalmada para mim, como se quisesse em parar, mas não encostava. Eu tentava explicar que eu não queria nada para mais que apenas um telefonema. Expliquei também com toda calma do mundo, que havia sido assaltado e queria pedir para alguém ir me buscar, mas nada adiantou. Senti-me envergonhado pela maneira como me olhava. Acabou chamando atenção até de suas vendedoras que já ameaçaram chamar a polícia caso não me afastasse.



Tudo bem, tudo bem! Eu estava envergonhado, mas tinha que concordar mais uma vez que era uma reação normal. Por mais que eu desejasse ajuda, tinha que concordar que com aquela roupa e descalço, eu não encontraria muita coisa.



Tentei em mais quatro lojas, e todas agiram da mesma forma. Os gerentes olhavam amedrontados, enquanto as vendedoras ameaçavam chamar a polícia. Me passou pela cabeça que pela quantidade de maloqueiros que dormiam naquela praça, já deveriam ter sido assaltados muitas vezes. Por isso o receio, e o medo em cada olhar que recebia. O difícil foi convencer alguém de que eu não queria nada mais que um telefonema. Queria ajuda para sair de lá, pois se quer sabia voltar para casa.




Na minha última tentativa, encontrei um senhor com o coração enorme. Era dono da loja de sapatos. Uma pequena loja que ficava no meio de duas enormes lojas de roupas. Se não tivesse uma placa enorme na porta, acharia difícil encontrar ou identificar que era uma loja de sapatos.



Entrei já agradecendo por ter me acolhido e disponibilizado seu telefone sem nem interrogar muito. Bastou apenas que eu dissesse que estava perdido e desesperado, que ele foi solicito e não negou ajuda. Eu sabia que no mundo tem alguma pessoa bondosa.



Peguei o telefone e pensei para quem ligaria. Entre tantas opções, o Bingo era quem me salvava das enrascadas e vice-versa. Sempre contávamos um com o outro, por mais que ainda tivesse o Cris e o Dado como nossos amigos. Nossa relação era forte. Poderia soar gay, mas nossa sintonia era diferente da que tínhamos com os outros amigos. Sempre considerei os três como meus irmãos, mas Bingo ainda era o que mais me entendia.



Liguei desesperadamente e no segundo toque ele atendeu. Pareceu aliviado, mas foi logo soltando os cachorros. Tive a impressão de que se tivéssemos cara a cara, rolaria muito mais do que apenas um soquinho no olho. Quando Bingo dava para ficar estressado, era como eu. E eu que era estressado por natureza, não dava uma boa combinação.



- Quer deixar todo mundo maluco, irmão? Perdeu a noção do juízo? – bufou – Acho que não tem noção da reviravolta que fez aqui na sua casa. Sua mãe foi parar no hospital, Maite está passando mal aqui na sal casa, seu irmão chorando com o Dado no quintal e a Anahí está vindo desesperada! Aonde você está?



Respirei fundo tentando controlar minha raiva, pensando em tudo o que tinha causado em apenas uma noite. Na verdade não sei se fiquei com mais raiva de mim, ou do Bingo gritando comigo como se eu fosse criança.



- Não sei onde estou – respondi ríspido – Eu andei muito ontem, e acabei me perdendo. Tudo o que sei é que não sai da Zona Norte. Estou em uma praça que tem um monte de lojas, mas não reconheço aqui.



Escutei uma voz ao fundo, e foi impossível não reconhecer. Eu quis chorar ao ouvir o quão desesperada parecia estar. Mantive-me firme apenas porque pensei que chorar não adiantaria, mas por dentro meu coração se arrebentou.



- Bingo! É ele? – pausou – Deixa eu falar com ele, por favor! Deixa-me...



- Espera, branquinha. Estou tentando localizar o maluco do Alfonso – disse Bingo – Depois deixo você falar com ele.



- Pergunta se ele está bem – soluçou – Amor, volta para casa! – ouvi mais próximo do bocal.



Merda. Foi impossível não derramar uma lágrima ao ouvi-la me chamando de amor. Eu tentava ignorar o quanto meu coração disparou, mas não deu, foi mais forte que eu. Anahí ainda tinha um efeito sobre mim que chegava a ser surreal. Considerando que fazia apenas dois dias desde o descobrimento fantástico... Então eu ainda sentiria aquelas coisas muitas vezes. Talvez para sempre.



- Diga a ela que estou bem – afirmei a voz – Mas não a quero ai quando voltar! Se ela não for embora agora, não digo onde estou.



Foram as palavras mais duras que soltei desde que soube que éramos irmãos, mas eu tinha que tomar aquela atitude. Se não parássemos de nos tratar como namorados, seria cada vez mais difícil nos desprender um do outro. Eu não era masoquista e até o exame de DNA eu tinha que procurar um jeito melhor de tratarmos aquele sofrimento todo. A única solução que encontrei foi agindo rude na tentativa de nos manter distantes um do outro. De nos afastar de vez até o resultado. E se desse positivo? Era uma alternativa que ainda não era descartada. Tínhamos que ser racional por mais que doesse.



Doeu muito em mim dizer aquilo, mas eu precisava. Se Anahí não conseguia ser forte o suficiente para ver no embaraço que nos metemos por culpa de nossos pais, eu tinha que ser. Por mais duro que fosse, por pior que eu me sentisse, tinha que encarar a realidade. Essa era minha palavra final pelo menos até o resultado do exame. Se fosse positivo, melhor ainda, mas se desse negativo, já estaríamos afastados um do outro, e “acostumados” a sermos apenas irmãos, como seria nossos planos para o futuro, nossos filhos e até o que faríamos depois que ela se formasse. Talvez já casasse, talvez morássemos juntos...



A primeira lágrima contida escorreu quando me dei conta mais uma vez de que não poderíamos ser nada, e que eu não queria ser nada com ela. Estava inerte, perdido em minha própria vida bagunçada, em um labirinto em que me colocaram como se eu fosse apenas uma peça de xadrez. Como se alguém me movesse sem que tivesse controle de mim mesmo, e eu não conseguia enxergar o fim do jogo, uma saída.



Embora tentasse manter-me sereno ao menos por fora, por dentro estava completamente desolado, perdido. Queria enroscar-me nos braços da minha mãe como se ela fosse meu escudo, mas ao mesmo tempo queria sumir para algum lugar que me tirasse daquela solidão. Que me fizesse esquecer de tudo aquilo. De toda aquela dor sem fim.



Ainda perdido em pensamentos, ouvi aquela voz calma e fraca que eu tanto amava, e que me tirou dos devaneios. Senti ainda mais vontade de chorar, e ao contrario do que sentia todas às vezes que nos falávamos, daquela vez, quis desligar o telefone, ou gritar para que ela chamasse o Bingo de volta, sem dar-lhe chances de dizer absolutamente nada.



- Volta – pediu baixinho – Por favor, volta! Estou preocupada com você.



Respirei fundo procurando as palavras incertas, que não me fizesse vacilar na minha decisão. Seria doloroso, iria magoá-la, mas eu precisava ir até o fim na minha linha de raciocínio. Era o melhor para nós dois.



- Não preciso da sua preocupação- forcei-me a ser grosso, enquanto apertava meus olhos com força para não chorar – Eu volta quando quiser, ou melhor quando você for embora.



Sua pausa fez-me ter a impressão de que estava sentida e ao mesmo tempo tentava prender as lágrimas. Doeu aquele silêncio, mas não voltei atrás.



- Não fala assim – sussurrou, após algum tempo – Eu preciso te ver.



- Não quero você ai, está me ouvindo? Eu vou voltar e não se preocupe porque estou muito bem. Mas, vai embora!



Anahí soltou seu primeiro soluço, fazendo-me sentir ainda pior. Eu queria pedir desculpas, mas não o fiz e não o faria. Repetia em minha mente conturbada o tempo todo “é o certo, é o certo.”



- Por que está falando assim comigo? – perguntou com a voz embargada – Poncho, eu quero te ver. Me certificar de que está bem. Poxa, não faz assim, por favor!



- Por favor digo eu, Anahí – forcei um suspiro pesado, para que ela pensasse que eu estava de saco cheio – Vai embora da minha casa, agora!



- Amor...



- Manda o Bingo me ligar quando você for embora. O número está marcado no identificador. Caso contrário não vou sair daqui!



Desliguei o telefone ainda com o coração partido. Sentia-me otário, embora algo ainda me dizia que era melhor para ambos. Eu queria fazer o melhor, queria poder acertar, já que todos erraram conosco.
Ainda fiquei ali parado perto da mesa esperando o Bingo ligar de volta, mas não aconteceu nos próximos trinta minutos que ainda estive ali. Cansei de esperar e sentei-me na calçada, deixando o dono da loja avisado para me passar o telefone caso um tal de Bingo ou Marcelo ligasse.



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Autor(a): anyeponcho

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Anahí narrando: -Eu prometo que digo como ele está – disse Bingo, enquanto me convencia a ir embora, e deixar que ele conversasse calmamente com Alfonso. Era a única maneira que tinha de saber onde estava e como estava Eu estava muito preocupada. Confesso que desde que Bingo me ligou para perguntar se Poncho estava comigo, minha cabeça d&a ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 246



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  • degomes Postado em 16/08/2019 - 07:06:00

    Contínua 🙏

    • anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:29:34

      Continuei =)

  • AnaCarolina Postado em 11/08/2019 - 18:54:57

    Mas como assim gente? Me diz que esse exame foi alterado

    • anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:30:28

      Será? Vamos saber o que aconteceu daqui a alguns capítulos... Só digo uma coisa: a história é AyA, então....

  • AnaCarolina Postado em 30/07/2019 - 09:17:33

    Aaaaah esse momento é todinho meeeeu Continua

    • anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:52:08

      =) Foi pequenininho o poste, mas, mais tarde tem mais ;)

  • luananevess Postado em 28/07/2019 - 21:35:41

    Continua

    • anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:51:23

      Continuando.... =)

  • AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:16

    Continuada <3

    • anyeponcho Postado em 18/07/2019 - 23:37:48

      Postei 2 vezes hoje &#128512;

    • AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:44

      Continua* hehehe

  • AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 18:36:10

    Caramba, que merda! Não vejo a hora de tudo se resolver de vez :'(

    • anyeponcho Postado em 14/06/2019 - 17:07:20

      Eu também :) Mas, infelizmente vai demorar um pouquinho pra acontecer

  • AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 13:59:58

    Oláaaa já já vou ler os capítulos e volto pra comentar <3

  • AnaCarolina Postado em 04/05/2019 - 00:05:27

    Cadê você?

    • anyeponcho Postado em 14/05/2019 - 20:49:51

      Volteiiiii!!! Passei por uns momentos ruins, mais agora estou de volta =)

  • AnaCarolina Postado em 09/04/2019 - 21:51:48

    Tadinha da Mai :(

  • AnaCarolina Postado em 31/03/2019 - 22:43:19

    Que bom que apesar de tudo o Ricardo entendeu e não demitiu ele... Continua


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