Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos
Anahí narrando:
-Eu prometo que digo como ele está – disse Bingo, enquanto me convencia a ir embora, e deixar que ele conversasse calmamente com Alfonso. Era a única maneira que tinha de saber onde estava e como estava
Eu estava muito preocupada. Confesso que desde que Bingo me ligou para perguntar se Poncho estava comigo, minha cabeça dá mil voltas sem chegar a lugar algum. Estava tão perdida sem ele e sem saber como estava, que não conseguia parar de chorar de maneira alguma. Desesperada, era esse o estado em que me encontrava.
- Não quero ir embora, entende? – respirei fundo – Marcelo, eu preciso saber dele. Preciso ver com meus próprios olhos e saber que ele está bem.
Bingo respirou fundo pela milésima vez e sentou-se ao meu lado. Apesar de conversar comigo calmamente, deu pra ver claramente que estava ficando impaciente. Talvez por querer saber de uma vez onde o Alfonso estava, e eu com o meu pit, estava atrapalhando tudo. Sem tirar o fato de que Maite e Ruth estavam passando mal, e o Miguel chorando desesperadamente nos braços do Gustavo, enquanto sua amiga (ou namorada) Juliana, também tentava acalmá-lo de alguma forma.
Por mais que eu estivesse louca para vê-lo para tentar me sentir um pouco mais calma com ele por perto, Bingo me convenceu na quinta tentativa, de que era melhor eu ir embora, ou Alfonso não falaria onde estava para que ele pudesse ajudar. Contrariada e com o corpo inteiro dolorido por ter contraído os músculos até o momento em que me sentei no sofá, acabei decidindo ir para minha casa. Eu não queria prolongar sua volta, pois isso doeria ainda mais em todos nós.
Peguei a minha bolsa de cima da mesinha de centro, me despedi do Bingo e sai da casa do Alfonso. Antes, ainda fiz Bingo me prometer que ligaria para me certificar de que estava bem. Qualquer notícias ele ligaria rapidamente, mesmo que Poncho pedisse para não ligar. E me restava esperar realmente, e acreditar nas palavras de Marcelo. Além disso tinha que rezar para que Alfonso não o convencesse de que o melhor era não contar nada para mim.
Desci a rua da casa ainda com os pensamentos no meu moreno. Tudo girava a minha volta, toda vez que pensava em que lugar Alfonso havia se enfiado. Olhava as ruas perto da casa na esperança de encontrá-lo, até chegar no ponto de ônibus. Não via nada parecido com ele, nem mesmo a moto que era impossível não reconhecer, por causa da cor verde limão que tinha.
O ônibus demorou tanto a chegar, que pensando e pensando, resolvi não ir para casa. Liguei para o Bingo e ele me disse em que hospital Ruth havia sido levada com a Maite. Eu tinha que visitá-las, ao menos. Ruth era uma mãe para mim, e apesar das minhas desavenças com a Mai, eu me preocupava. Ela tinha sido uma boa amiga nos tempos em que tive hospedada na casa do Alfonso.
Cheguei ao hospital vinte minutos depois. O ônibus estava tão lotado, que eu sai da lá cheirando mil perfumes diferentes. Suada e com os cabelos desgrenhados. Parecia até que eu também estava amassada, de tanto que me imprensaram contra os assentos, até eu encontrar a porta dos fundos, onde desceria.
Desci quase em frente ao hospital, só precisei descer um pouco a rua, e lá estava ele sorrindo para mim. Caminhei até a porta com rapidez, ansiosa para saber o que tinha acontecido. Elas pareciam tão bem nos dias anteriores... Tirando o fato de que Ruth andava com enjoos esquisitos, e cansaços extremos. A Maite era realmente sua gravidez. Só podia ser isso, e me deixou mais tranquila em partes. Embora eu não soubesse o grau de estresse que estava. Para ter parado no hospital não estava nada bem. Caso contrário um descanso resolveria.
Me aproximei da recepção e a moça que atendia era tão simpática apenas por olhá-la, que me incentivou a sorrir. Mesmo que não fosse algo muito empolgante, eu consegui sorrir sinceramente, desde o meu aniversário. E um dia todo sem sorrir, não parecia nada comigo.
Perguntei onde estavam as pacientes: Maite Perroni e Ruth Herrera. Rapidamente ela olhou em seu computador, revelando-me a seguir, que elas estavam sendo examinadas na enfermaria, mas que dependendo do que tivessem, iriam ser transferidas para um quarto. Agradeci a recepcionista, e caminhei até o elevador para chegar à enfermaria.
O corredor era silencioso, mas engana-se quem pensa que estava muito vazio. Ao abrir a porta, vi pessoas passando mal, e algumas gritando de dor e desespero. Estava assustada, mas já que estava ali, não iria desistir até encontrá-las.
No cantinho da sala, estavam elas. No fundo. Uma ao lado da outra em macas diferentes. Sorriram ao me ver, e eu sorri de volta de uma forma quase forçada, mas ao mesmo tempo aliviada por vê-las bem. Pelo menos aparentemente. Embora a fisionomia de Ruth estivesse preocupada, ela parecia estar confiante. Acho que conhecia seu filho o suficiente para saber que cometia loucuras, mas graças a Deus sempre ficava bem.
Aproximei-me das duas e as olhei por um momento, apenas analisando o caso em que se encontravam. Dei um beijo em seus rostos e sentei-me na maca da Ruth. Sua mão rapidamente segurou a minha, e lágrimas se formaram em seus olhos. Não entendi muito bem se tudo aquilo era apenas por causo do Alfonso, mas algo me dizia que não, que tinha muito mais.
Maite me olhava com curiosidade, mas também não ousou abrir a boca para iniciar um assunto e quebrar o silêncio. Era mais fácil eu quebrar, do que as duas. Principalmente Ruth que parecia querer chorar.
- Como estão? – as olhei novamente, acompanhando a expressão de cada uma delas, que mudava conforme pensavam no que responder.
Mai suspirou e negou com a cabeça.
- O médico ainda não disse nada, mas acho que a pressão subiu – entortou os lábios – Não estou muito bem ainda. Sinto-me um pouco fraca.
- Ainda não veio ninguém falar com você? – perguntei incrédula. Tudo bem, era considerável que aquilo era apenas um pronto socorro, e não tendo muita estrutura e nem muitos médicos, tivemos sorte por sair de lá antes do dia clarear.
Ruth sentou-se um pouco e me olhou desolada.
- Eles vieram, mas depois dos exames não voltaram mais – suspirou – E o Alfonso, minha querida? Conseguiram encontrar?
Talvez não fosse apropriado conversar com ela sobre ele ali no hospital antes de saber o que tinha, mas eu não podia mentir e nem esconder. Era seu filho, e ela tinha o direito de saber onde estava. Pensei que pudesse também acalmá-la, então disse tudo o que sabia.
Contei que Alfonso tinha ligado, mas que não me queria em sua casa. Não expliquei maiores detalhes, nem o porquê de ele tentar nos afastar. Apenas contei que tinha uma coisa que nos impedia de ficarmos juntos, e por esse motivo ele não queria contar onde estava enquanto eu não fosse embora.
Surpreendentemente Ruth disse que sabia de tudo, e que queria ir a minha casa conversar com Fábio, o que não achava ser uma boa, mas sabia que ela tinha esse direito. Acho que até eu em seu lugar, iria querer conversar com o cafajeste do meu ex marido, ou então estapeia-lo até que perdesse a consciência.
O saber de tudo que ela se referia, eu não entendi muito bem se era só o fato de ele estar morando em minha casa, ou TUDO mesmo. Incluindo a parte de que fora traída e que eu sou o fruto da discórdia que dividiu sua família. Engoli em seco ainda criando coragem para perguntar. Sentia-me envergonhada por saber que fui a causa de Fábio sair de casa. Fui causadora de todas as brigas e sofrimentos. Fui causadora inconscientemente até pelo que Alfonso passou para cuidar de sua família e principalmente seu irmão recém nascido.
- Você sabe de tudo? Tudo mesmo? – meu coração acelerou tanto, que pensei seriamente que enfartaria. A Mai nos olhava confusa. Como se estivéssemos maluca por aquele assunto subentendido.
Ruth assentiu e apertou um pouco mais a minha mão. Aceitei aquilo como um gesto de carinho. Confesso que estava morrendo de vontade de abraçá-la. Precisava ser acolhida por alguém, por uma pessoa que pudesse me receber como se fosse sua filha. E quando digo pessoa, refiro-me a alguém que pudesse ocupar pelos menos por minuto o lugar de mãe, já que dona Regina estava oculpada demais roubando o marido dos outros.
- Sei de tudo – deixou a primeira lágrima escapar – Eu sinto muito, querida.
Eu sentia muito. Sentia muito por ser filha do Fábio, por ser filha da Regina e pelos dois serem safados o suficiente para trair Ricardo e Ruth, e ainda permanecerem intactos, como se nada tivesse acontecido. Estava sentindo-me culpada, mesmo que não fosse exatamente minha culpa. Era vergonhoso pensar em tudo o que aconteceu. O pior ainda foi ter descoberto justamente no dia do meu aniversário.
- Eu é quem sinto, Ruth – abaixei a cabeça – Estou me snetindo mal por ter destruído sua família, e ainda mais pelo Alfonso que teve que perder toda a sua juventude e infância para assumir o papel de pai, marido e cuidar de tudo. Arrumar emprego, assumir novas responsabilidades e ter de encarar uma vida que ele nem fazia ideia por onde começar.
Ruth começou a chorar sem emitir sons, apenas deixando suas lágrimas caindo. Fiquei com o coração ainda mais apertado. Não queria causar aquela reação em ninguém, muito menos em Ruth que era uma mulher forte e de se orgulhar. Sempre fez de tudo para os seus filhos. Viveu para eles e por eles, ainda mais quando o crápula do tio Fábio os abandonou. Se tinha alguém que não merecia sofrer, esse alguém era sem dúvida alguma a Ruth.
Ela apertou um pouco mais forte a minha mão e me puxou, fazendo-me sentar mais perto. Abraçou-me com certa dificuldade por conta do soro que estava em seu braço e depositou um beijo carinhoso em meu rosto.
- Não se culpe, anjo – sussurrou – Se alguém é vítima nisso tudo, esse alguém é você. Não se sinta mal. Fábio era maior de idade quando me traiu, e sabia muito bem o que estava fazendo. Regina e Fábio não fizeram inconscientemente e nem foi deslize, pois ficaram juntos durante anos. Então, você não tem que se culpar, me ouviu bem? – afastou-se de mim, e acariciou meu rosto – Você é uma menina de ouro, Any, e eu agradeço a Deus por ter aparecido em nossas vidas. Fez tão bem para o meu menino, sabia? Acho que ele nunca foi tão feliz quanto foi com você.
Aquilo caiu com força brusca em meus ouvidos. Minhas lágrimas voltaram ainda mais veloz do que antes. Eu estava tentando prende-las, mas não consegui. Ouvir que ele era feliz comigo me partiu em milhões de pedaços. E agora? Não poderíamos ser mais nada, o que restará dele? De mim? De nós? O que nos transformaríamos se só poderíamos nos olhar com olhar fraterno, um carinho distante do que tínhamos, um carinho de amigos, irmãos. E se não conseguíssemos isso jamais? E não queria ser “nada” na vida dele, nem irmã.
Ruth me abraçou novamente enquanto chorava, e pela primeira vez não senti a paz que sempre emanava dela. Acho que nada poderia tirar o peso de não ter Alfonso como meu amor. Pelo menos nada naquele momento. Por alguns segundos talvez, mas naquele momento não estava funcionando.
- Não chora, meu amor – disse docemente, enquanto afagava meus cabelos – Eu sei que por agora nada funcionará. Nem palavras, nem abraços... Mas, eu vou estar com você, tá? Conta comigo sempre que precisar. Em breve tudo isso se acalmará. Você encontrará alguém que conseguirá amar mais do que ama meu filho.
Neguei com a cabeça e me afastei em um pulo da maca. Encarar aquela realidade... Como? Eu jamais iria amar outro garoto como amava Alfonso, jamais. O modo como eu o amava era inédito em minha vida. Jamais tinha sentido algo tão imenso, tão inexplicável. Aliás, jamais tinha amado alguém tanto assim antes. Já havia me apaixonado, e até pensei que fosse amor, no caso do Eduardo que foi meu primeiro em tudo, mas o que eu sentia por Alfonso era imensurável.
- Não amarei outra pessoa, Ruth. Alfonso sempre será o meu amor – abaixou a cabeça – Sempre! Eu...
- Podem me explicar o que está acontecendo? – pediu Maite, fazendo-me encará-la – Por que você e o Alfonso não podem ficar juntos? O que aconteceu com vocês?
E lá vamos nós outra vez explicar como passamos de tudo para nada com a velocidade da luz.
Autor(a): anyeponcho
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Alfonso narrando: Bingo retornou a ligação quase uma hora e meia depois de eu ter desligado o telefone na cara da minha branquinha. Expliquei que estava sem moto, mas não entrei em detalhes de como tinha a “perdido”. Simplesmente disse que não estava com a moto e que depois explicaria melhor, mas que antes eu só precisaria ir e ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 246
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degomes Postado em 16/08/2019 - 07:06:00
Contínua 🙏
anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:29:34
Continuei =)
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AnaCarolina Postado em 11/08/2019 - 18:54:57
Mas como assim gente? Me diz que esse exame foi alterado
anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:30:28
Será? Vamos saber o que aconteceu daqui a alguns capítulos... Só digo uma coisa: a história é AyA, então....
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AnaCarolina Postado em 30/07/2019 - 09:17:33
Aaaaah esse momento é todinho meeeeu Continua
anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:52:08
=) Foi pequenininho o poste, mas, mais tarde tem mais ;)
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luananevess Postado em 28/07/2019 - 21:35:41
Continua
anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:51:23
Continuando.... =)
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AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:16
Continuada <3
anyeponcho Postado em 18/07/2019 - 23:37:48
Postei 2 vezes hoje 😀
AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:44
Continua* hehehe
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AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 18:36:10
Caramba, que merda! Não vejo a hora de tudo se resolver de vez :'(
anyeponcho Postado em 14/06/2019 - 17:07:20
Eu também :) Mas, infelizmente vai demorar um pouquinho pra acontecer
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AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 13:59:58
Oláaaa já já vou ler os capítulos e volto pra comentar <3
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AnaCarolina Postado em 04/05/2019 - 00:05:27
Cadê você?
anyeponcho Postado em 14/05/2019 - 20:49:51
Volteiiiii!!! Passei por uns momentos ruins, mais agora estou de volta =)
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AnaCarolina Postado em 09/04/2019 - 21:51:48
Tadinha da Mai :(
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AnaCarolina Postado em 31/03/2019 - 22:43:19
Que bom que apesar de tudo o Ricardo entendeu e não demitiu ele... Continua