Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Anahí narrando:

Ruth explicou tudo o que estava acontecendo para Maite. Choramos mais e minha pressão acabou baixando. Fui colocada em uma cadeira perto delas. O médico me avaliou, mas não deu remédio, apenas me deixou em observação e prometeu voltar em alguns segundos para medir minha pressão novamente.
Cerca de trinta minutos depois, o médico acabou voltando e nos examinou novamente. Eu me sentia melhor. Minha pressão havia voltado ao normal, mas fui recomendada a não ficar nervosa e manter-me em repouso no dia seguinte. Bom, devido aos acontecimentos dos últimos dias, seria impossível não nada fácil manter-me calma.

-Bom, - disse ele, avaliando os exames da Maite – a senhorita também tem que ficar calma. Os seus exames mostram pressão alta, e como está nos últimos meses de gravidez, qualquer nervoso poderá ser fatal. O parto pode ser de risco.

Maite arregalou os olhos e as lágrimas preencheram seus olhos. Receber aquela notícia foi praticamente um tapa na cara. Apesar do filho ser de um desnaturado e desconhecido filho do dono da boate que frequentava, o amor que Maite tinha por esse filho, já era imenso. Até mesmo eu que era apenas sua amiga ou quase isso, já tinha me apegado ao feto sem nem ver a carinha dele. Sabíamos somente que era um menino, e isso já bastava.

Abracei Maite tentando ser forte, tentando consolá-la ao máximo. O doutor Sérgio virou-se em direção à Ruth, e a fisionomia não era a mesma. Com um sorriso doce surgiu em seus lábios e ele estendeu sua mão direita.

- Parabéns – disse ele. Ruth o olhou confusa, mas antes que pudesse perguntar o motivo, Sérgio continuou – Você está grávida de quase três meses.

CHO-CA-DA! Essa palavra destacava muito bem a cara de nós três. Estávamos chocadas. Aliás, eu parecia a mais surpresa de todos. Maite ainda soltou um “eu sabia” e Ruth assentiu, dizendo que desconfiava mas não queria acreditar. Fiquei curiosa para saber de quem era. Eu sabia que ela se encontrava com um homem que, não revelava nem sob tortura, mas fiquei morrendo de vontade de perguntar quem era.

Assim que o médico pediu licença para se retirar, Ruth relaxou seu corpo na cama e começou a chorar. A abracei forte e afaguei seus cabelos.

- Não fica assim – disse à ela – Um filho pode vir para colocar alegria na sua vida, Ruth. Fica calma.
Ruth se afastou e me encarou de maneira tristonha. Limpei suas lágrimas com o polegar e beijei sua testa.

- O Alfonso vai me matar, e além de tudo eu... – soluçou – Eu não posso ter esse filho, Any. O pai dele é... – ela me olhou, mas não respondeu quem era. Ainda pensei em insistir, mas achei que não fosse o momento. Ela estava abalada, que resolvi deixar para outro dia.

Fiquei o resto da tarde com elas, até me certificar de que estavam bem. Elas tiveram alta, e eu as levei de táxi até sua casa. Não entrei, não queria que as duas presenciasse outra briga, considerando que Alfonso estava grosso comigo. Fiquei ainda parada por um tempo, enquanto Ruth chamava alguém para abrir o portão. E... Foi exatamente Alfonso que abriu. Ele não me viu, mas meu coração doeu quando o vi, de longe, sem nem poder tocá-lo.

Respirei fundo e pedi para o taxista seguir até a Zona Sul, que era meu destino. Seria melhor não falar com ele pelo menos naquele dia.

Alfonso narrando:

-Como a senhora está? – perguntei sem nem esperar que entrasse em casa. Beijei seu rosto e o da Mai, e depois nos sentamos no sofá.

Marcelo ainda estava em minha casa, mas depois daquele sermão enorme que me passou mais cedo, não disse mais nada. Apenas me fez companhia e tentou me distrair no videogame. Perdi todas as partidas pois não estava com a cabeça ali. Estava dividido entre minha mãe, a Mai e a minha branquinha.

Minha mãe me olhou de uma maneira indefinida, e ao mesmo tempo deixou que as lágrimas escorresse em sua face. Maite sentou ao meu lado e colocou a mão em minha coxa. Ergui as sobrancelhas e olhei para minha mãe sabendo que tinha alguma coisa para dizer. Elas queriam me falar algo, mas pareciam estar fora da coragem.

- Amor...- disse minha mãe – Filho, não briga comigo, mas tem uma coisa que preciso te contar.

Fechei meus olhos com força, mas os abri voltando a olhá-la. Não era possível que eu não poderia ter paz. Quando pensava que não faltava nada para ser revelado, lá estava alguém afim de me soltar uma bomba. Eu já não sabia se aguentava outro assunto forte. Não sabia se poderia suportar mais tristezas.

Eu me senti perdido antes mesmo de ela me contar o que estava acontecendo. Já imaginei mil maneiras de me matar sem muita dor. Acho que deixei transparecer em meu rosto que não estava muito agradável com a conversa antes mesmo de começar, porque minha mãe torceu os lábios e negou com a cabeça.

- Depois eu falo – disse rapidamente, como se sentisse medo da minha reação. Ela se levantou e eu me levantei junto, a segurando pela mão.

- Não, mãe – respirei fundo – O que a senhora tem? O que está acontecendo?

Minha mãe olhou para Maite por cima dos meus ombros e respirou fundo.

- Bem, - umedeceu os lábios – Vou falar de uma vez antes que eu desista – apertou os olhos com força – Estou grávida!

Como assim?

Eu nem sabia que minha mãe estava namorando alguém, quanto mais grávida. Como assim?
Fiquei completamente perplexo. Olhava para minha mãe pedindo uma explicação, mas palavras não saiam da minha boca. Marcelo também estava surpreso, menos Maite, que parecia saber de tudo antes de todos. Respirei fundo e me levantei, deixando-as na sala. Minha cabeça estava tão turbulenta, que se eu falasse qualquer coisa naquele momento, não sairia coisas muito boas.

Subi para o meu quarto sem dizer nada. Fechei a porta e me deitei na cama olhando o teto que me pareceu a coisa mais interessante para mim naquele momento.

Minha cabeça estava tão conturbada. Eu não conseguia controlar meus pensamentos. Estava dividido entre Anahí e a gravidez da minha mãe. Era novidade, e eu não estava conseguindo aceitar aquilo muito bem, principalmente porque não sabia de quem era aquele filho. Logo minha mãe que nunca foi de se envolver com ninguém dessa maneira, aparece com um filho.

Fiquei horas pensando, e ainda assim não cheguei a conclusão alguma. Marcelo não me procurou mais, e nem a Mai ou minha mãe. Respeitaram meu silêncio o tempo inteiro, e eu agradeci por isso. Não estava pronto para conversar e nem ouvir mais alguma coisa que me surpreendesse, ou explodiria.