Fanfics Brasil - Capítulo 131 Os Opostos Se Completam

Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos


Capítulo: Capítulo 131

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Anahí narrando:



Estava em estado de choque. Não conseguia piscar, e nem desviar minha atenção do Ricardo. Não olhei nem para a Ruth para saber se era verdade, mas pelo silêncio, com certeza mentira não era. E bem, conhecendo meu pai como conhecia, não era do seu feitio brincar com uma coisa dessa, nem mesmo mentir para proteger outra pessoa. O máximo que ele poderia fazer se o filho não fosse dele, era defender Ruth e ajudá-la financeiramente. Mas, assumir um filho que não era seu, e sem ter um pouco de intimidade que fosse com ela, isso não se sujeitaria a tanto.



Ficou um silêncio tão incomodo naquela sala, que eu desejei que fogos explodissem para ter qualquer coisa sonora. Para não nos angustiarmos ainda mais. Fiquei na expectativa de qualquer resposta que fosse, ou até mesmo uma mínima reação do tio Fábio, mas nos primeiros quatro minutos, ninguém se manifestou.



Fábio estava inerte, calado. Encarava Ricardo sem expressão alguma em seu rosto, mas seus olhos estavam confusos. Ricardo permanecia intacto, como se tivesse firme em sua atitude. Sem arrependimentos. Talvez esperando um soco na cara ou um grito, mas parecia saber muito bem o que estava fazendo. Acho que no fundo sabia que era a coisa certa, e do jeito que era, acho que pensou que deveria ser realmente sincero, que não devia nada a ninguém. Ruth por sua vez, permanecia quieta no canto do sofá. Seus dedos enfiados em seus cabelos, e a cabeça baixa, apoiando seus braços nos joelhos. Parecia perdida, desesperada. Fiquei com pena, mas não consegui me mexer, não queria ser eu a tomar iniciativa de quebrar o silêncio.



Aproveitando os pensamentos que vagavam nesse bebê, pensei no Alfonso. Pensei que talvez ele não soubesse ainda, ou com certeza iria atrás do meu pai tirar satisfação. Fiquei preocupada, imaginando o que faria se soubesse. Ainda mais sendo filho do Ricardo, algo que nos uniria ainda mais. Seriamos irmãos e teríamos um irmão. Confusão total na cabeça de todos, principalmente do pequeno Miguel. Tadinho, teria tanta coisa para digerir com apenas cinco anos de idade. A história era complexa demais para ele, mas ainda assim precisavam ser sincero com ele, ou crescia acreditando em uma coisa que era completamente fora de sua realidade.



Ainda quietos, ouvi meu celular tocar. Salva pelo gongo daquele momento agoniante.



Subi correndo as escadas, entrei no meu quarto e peguei o celular que estava em cima da minha cama, jogado. No fundo, pensei que fosse Alfonso, e acho que queria realmente que fosse. Queria tanto ouvir sua voz... nem que fosse para dizer apenas um “oi, nem sei porque liguei, mas... liguei”... Eu só precisava realmente ouvir sua voz.



Ao olhar no visor, identifiquei que era de sua casa, o que fez a pontinha de esperança crescer em meu peito. Já sorria feito uma tola quando atendi.



-Alô?



A pessoa fez uma pausa enorme. Meu coração disparou muito “que seja meu moreno”, pensei enquanto esperava a criatura se manifestar do outro lado da linha.



- Oi, branquinha.



Apesar do apelido, minha esperança foi dolorosamente arrebentada. Era voz de criança, só podia ser do Miguel. Respirei fundo, e engoli o nó na garganta que estava prestes a nascer.



Ainda me perguntava por que ele não queria falar comigo, porque me ignorava covardemente. Tudo bem, era doloroso vê-lo e saber que não era mais meu, mas, não falar com ele e ser proibida de estar no mesmo ambiente que ele estava, era ainda mais doloroso.



- Oi, pequeno – respirei fundo. Meu coração ainda disparou, mas naquele momento percebi que era de esperança interrompida, decepção – Aconteceu alguma coisa?



Para meu desespero, um novo silêncio se fez presente. Miguel falava tão pausadamente, que estava me deixando ainda mais nervosa. Sinceramente, eu estava quase saindo de casa e indo ver com os meus próprios olhos o que de tão grave poderia estar acontecendo. Para ele me ligar, só poderia ser urgente.



Pensei em dizer ou gritar para ele me responder, mas esperei pacientemente até que continuasse por livre espontânea vontade. Paciência que eu quase não tinha, mas tentei.



- Desculpa, branquinha, Alfonso estava falando comigo. Mandou eu não demorar no telefone – quase pude ouvir seus olhinhos se revirarem. Pensei em perguntar algo sobre ele, se estava bem ou como estava, mas não tive coragem – Eu sei que papai está ai com você, Any. Sei que está morando na sua casa. Me deixa vê-lo? Vem me buscar.



Aquilo francamente... foi como se arrancassem meu coração com a unha. Meus olhos encheram ainda mais de lágrimas, e algumas ate escorriam pela minha face. Foi de partir o coração ouvir algo desse jeito, e o pior é que eu não soube o que fazer. Não sabia se Fábio queria vê-lo, e tinha pavor só de pensar que ele pudesse ser tão arrogante com ele, como foi com a doce Ruth.



- Pequeno, não posso...



- Branquinha, - interrompeu-me com a voz embargada – prometo te obedecer. Se quiser eu nem o abraço, nem faço nada. Só queria vê-lo, queria que ele me visse glande, sabe? Acho que a última vez que ele me viu, eu ainda era um bebê. Agora eu até cuido da mamãe, sou o segundo homem da casa. Não acha que o papai se orgu... orgu... – pausou. Miguel não sabia a palavra.



- Orgulharia, pequeno.



- Isso. Não acha que ele... Isso aí, de mim?



Eu ri pela maneira como falava. Ri de sua ingenuidade em acreditar que Fábio ainda gostava dele ou do Alfonso. Miguel não via maldade nas coisas, e isso era o que mais doía. Eu também não sabia que meu tio fosse uma pessoa assim, cruel, mas descobri da pior forma. Confesso que a ficha ainda estava caindo, mas a cada contato, descobria algo novo que me fazia querer não conhecê-lo. E para dizer bem a verdade, eu não conhecia. Pensei que conhecesse, mas não... Não aquela pessoa que dei um tapa na cara em minutos atrás. Aquele eu realmente nem sabia quem era.



Não sabia o que pensar, muito menos o que responder. Dizer que seu pai não era tão bom quanto eu também pensava, seria como quebrar seu coração novamente, em mil pedacinhos. Não queria isso. Não queria destruir a esperança de um ser tão inocente quanto ele. Tão pequeno, que ainda via o mundo de forma indolor.



- Bem, acho que sim, meu lindo – fechei os olhos com força. Eu não sabia mentir, mas dizer a verdade, não era um bom caminho por enquanto.



- E então... Pode me levar? – pausou. Não respondi – Se não puder hoje, espero até amanhã. Tudo bem, branquinha. Só me leva para conhecer meu papai, por favor.



- Sua mamãe está de acordo? – foi a única coisa que consegui dizer. E se Ruth não soubesse, eu não poderia levar e estaria tudo bem.



- Não sei onde a mamãe está. Ela saiu sem dizer aonde ia – pausou novamente. Fiquei em silêncio esperando que continuasse.



- Miguel, vai tomar banho. Já disse que a mamãe não vai gostar de te ver no telefone quando chegar – disse Alfonso. Ouvir sua voz, simplesmente não tinha preço. Tudo bem que não fazia muito tempo que estávamos sem nos ver, mas era sempre bom ouvi-lo ou vê-lo, era como se meu coração sorrisse novamente.



- Já vou Poncho – bufou – Estou terminando de falar com a branquinha!



Mordi o cantinho interno da boca. Desejei que Alfonso quisesse falar comigo, mas em poucos minutos não ouvi mais nada. Nem Miguel não falava mais nada. Respirei fundo e soltei uma bufada no final da respiração.



- Miguel, é melhor falar com sua mamãe antes, está bem? Espera ela chegar e fala que queria conversar com seu papai. Se ela deixar, pede para o seu irmão me mandar uma mensagem, que amanhã cedinho eu te pego e trago. Tudo bem?



Talvez Miguel não tenha gostado tanto assim da minha oposição. Sua pausa demonstrou que não estava totalmente satisfeito, mas eu não iria mudar de ideia. Se era para fazer algo certo, então vamos por parte. Jamais passaria por cima de Ruth. Principalmente porque não era uma brincadeira, o assunto era sério demais.



- Tudo bem – disse finalmente. Ele suspirou – Ah! Esqueci... Poncho falou que somos irmãos... Fiquei tão feliz, mas tão feliz – soltou uma pequena risadinha – Eu amo tanto você, branquinha. Gostei de saber disso.



Então foi só você, pequeno. Pensei, mas não disse isso.



Claro que eu adoraria ter um irmão como Miguel. Ele era uma criança de se admirar. Era inteligente, atencioso... Eu o amava de todo o meu coração, mas não posso dizer que estava completamente feliz. Tê-lo como irmão, era ter Poncho também, e isso... Tenho que ser sincera, não estava nada contente com isso.



- Eu também, pequeno. E eu também te amo muito – outra mentira, mas não podia dizer a verdade. Além do Miguel ser pequeno demais para entender o complexo da vida, ainda iria achar que não o amava, e não era verdade.



Imaginei seu sorriso banguelo, faltando o canino direito.



- Miguel! – ouvi novamente. Era o moreno, e parecia ainda mais irritado do que antes.



- Já vou desligar, poxa – choramingou – Por que não posso falar com a branquinha? Está com ciúmes, irmão? Já disse que não vou roubá-la de você.



Tão inocente! Acho que nem se passava pela sua cabeça que irmãos não podem namorar. Eu por minha vez, também não expliquei nada, apenas fiquei esperando uma resposta do Poncho, ou Miguel se despedir.



- Acho que ele está com ciúmes – riu baixinho – Quer falar com ele um pouquinho?



Querer eu queria, mas... Alfonso queria falar comigo?



Antes que eu pudesse responder, já ouvi Miguel chamá-lo. Pareciam estar perto. Foquei na conversa dos dois, que dava para ouvir. Não muito bem, mas dava. Fechei meus olhos e respirei fundo. Acho que no fundo, por mais que eu tivesse esperança, sabia que ele não iria querer conversar comigo.



- Depois eu falo com ela – ouvi sua voz – Agora não.



- Mas é nossa irmã, mano – disse Miguel. Meus olhos encheram de lágrimas – Não quer mesmo falar com ela? Nem para saber como está, nada?



- Já disse que não, Miguel! – bufou – Outro dia, quem sabe?



Por mais que eu esperasse, meu coração sofreu um belo de um baque naquele momento. Tentei acha minha cama para não cair no chão, mas não fui bem sucedida.



Só sentir minha bunda bater no tapete peludo cor-de-rosa, que ficava nos pés da cama. Acabei ficando por ali, mesmo. Meu coração já estava quebrado, a bunda também... Não faria diferença.



- Branquinha...



- Eu ouvi, Miguel – o interrompi. Tentei de tudo para minha voz não sair embargada, mas acho que não resolveu muito. Eu já estava me debulhando em lágrimas.



- Desculpa, eu...



- Não há o que se desculpar, meu anjo – o interrompi novamente – Olha, vou ter que desligar, está bem? Ricardo está me chamando. Depois nos falamos. Conversa com sua mamãe e depois me manda a resposta. Eu te amo!



- Está bem, branquinha. E não liga para o Poncho, tá? Ele não quis falar, mas te ama. Confessou de tarde – riu baixinho – Eu te amo também, irmã. Fica com o papai do céu.



- Amém, pequeno. Você também – desliguei o celular e joguei novamente em cima da cama.



Ouvir que Alfonso me amava e confessou para Miguel, me destruiu mais um pouquinho.


Alfonso narrando:



-Idiota! A branquinha queria falar com você – disse Miguel – Ela estava chorando, sabia? O que custava falar com ela?



Ouvir aquilo não foi a coisa mais fácil. Eu sabia que causaria aquela reação na branquinha se me ouvisse falar daquela maneira, sabia que a magoaria, mas não tinha outra opção. Até o DNA sair, eu não poderia amolecer, se desse negativo, ótimo, eu a reconquistaria, pediria desculpas pelo meu tratamento, e admitiria estar apavorado, mas se desse positivo, pelo menos já estaríamos afastados.
Imaginar Anahí com outro cara não era nada agradável. Meu peito doía quando tentava me acostumar com a ideia de vê-la com outro rapaz a qualquer momento. Mas, eu tinha que tentar. Ela merecia ser feliz. Merecia uma vida repleta de coisas boas, e não passar anos ainda amando seu ex-namorado e atual irmão. Eu não queria isso para ela. Meu amor por ela era enorme demais para não pensar nela. Era imenso demais para eu ser egoísta. De um jeito meio torto, eu agindo assim, só pensava nela. Era confuso demais entender, mas ela era a minha prioridade. Queria muito que fosse feliz.



Respirei fundo ainda ouvindo um garoto de cinco anos me passando sermão. Não tinha como explicar à ele o que sentia. Miguel não entenderia o tamanho daquele emaranhado de complexidades que nos metemos. Por mais que eu tentasse explicar que não poderíamos ficar juntos, ele não entendia.


Achava que era algo breve, que logo nos entenderíamos. Pensava que era briguinha boba. Não sabia que era algo sanguíneo e que nos impedia de sermos um do outro novamente. Acho que só entenderia realmente quando fosse maior. Naquela idade tudo é festa, tudo é felicidade. Como se tudo pudesse ter alguma solução para deixar-nos todos felizes. Quem dera.



Marcelo acabou me dando bronca também, logo depois que Miguel saiu. Disse que Anahí estava sofrendo tanto quanto eu e que merecia meu respeito ao menos. Mas, isso era o que ela tinha... Meu respeito, meu amor. Eu pensava nela, por mais difícil que fosse os outros entenderem.



Não sai do quarto aquela noite, e nem sei que horas minha mãe chegou. Bingo dormiu novamente comigo, mas dessa vez tínhamos a companhia do Dado, que conseguiu me distrair um pouco (muito pouco) com suas histórias mirabolantes de como conseguiu ficar com quatro de uma vez na última festa que foi. Não sei se era verdade ou só para me fazer rir, mas foi divertido o modo como contou. Conseguiu me arrancar algumas risadinhas, por mais que meu pensamento ainda estivesse em Anahí.



Droga! Como amava aquela menina!



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Autor(a): anyeponcho

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Anahí narrando: Assim que desci, Fábio não estava mais lá. Ricardo e Ruth conversavam no mesmo canto do sofá que ela estivera desde quando chegou em minha casa. Aproximei-me dos dois e fiquei ouvindo o que diziam. - Amor, eu vou criar essa criança com todo o meu amor – disse ele. Meus olhos se encheram de lágrimas. Ver ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 246



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  • degomes Postado em 16/08/2019 - 07:06:00

    Contínua 🙏

    • anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:29:34

      Continuei =)

  • AnaCarolina Postado em 11/08/2019 - 18:54:57

    Mas como assim gente? Me diz que esse exame foi alterado

    • anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:30:28

      Será? Vamos saber o que aconteceu daqui a alguns capítulos... Só digo uma coisa: a história é AyA, então....

  • AnaCarolina Postado em 30/07/2019 - 09:17:33

    Aaaaah esse momento é todinho meeeeu Continua

    • anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:52:08

      =) Foi pequenininho o poste, mas, mais tarde tem mais ;)

  • luananevess Postado em 28/07/2019 - 21:35:41

    Continua

    • anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:51:23

      Continuando.... =)

  • AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:16

    Continuada <3

    • anyeponcho Postado em 18/07/2019 - 23:37:48

      Postei 2 vezes hoje &#128512;

    • AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:44

      Continua* hehehe

  • AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 18:36:10

    Caramba, que merda! Não vejo a hora de tudo se resolver de vez :'(

    • anyeponcho Postado em 14/06/2019 - 17:07:20

      Eu também :) Mas, infelizmente vai demorar um pouquinho pra acontecer

  • AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 13:59:58

    Oláaaa já já vou ler os capítulos e volto pra comentar <3

  • AnaCarolina Postado em 04/05/2019 - 00:05:27

    Cadê você?

    • anyeponcho Postado em 14/05/2019 - 20:49:51

      Volteiiiii!!! Passei por uns momentos ruins, mais agora estou de volta =)

  • AnaCarolina Postado em 09/04/2019 - 21:51:48

    Tadinha da Mai :(

  • AnaCarolina Postado em 31/03/2019 - 22:43:19

    Que bom que apesar de tudo o Ricardo entendeu e não demitiu ele... Continua


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