Fanfics Brasil - Capítulo 134 Os Opostos Se Completam

Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos


Capítulo: Capítulo 134

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Alfonso narrando:



Dois dias se passaram e o meu estado era deprimente. Não me barbeava, meu cabelo estava caindo nos olhos, perdendo o corte, banho era coisa rápida, no dia anterior foi apenas com água, não saia de casa, não queria nem ver e nem falar com ninguém, e só almoçava e jantava em meu quarto. Descia apenas para pegar comida, mas não aguentava quando me interrogavam sobre o meu estado, se estava bem ou não. Será que perguntavam de propósito? Era um saco. Cada palavra deles me faziam lembrar que eu não podia ter mais a branquinha como namorada. Era como se esfregassem isso na minha cara.



Bingo ainda aparecia na minha casa todos os dias, e teimava em me fazer companhia, mesmo eu pedindo para ficar sozinho. Tudo bem, parte me sentia bem. Eu me sentia querido pelos meus amigos. Eles se importavam comigo. Mas eu não queria ser grosso com mais ninguém, e quando ficava triste, eu tinha consciência que isso acontecia. Por isso preferia me isolar. Ficar sozinho com a minha mente até tudo dentro de mim se acalmasse. Levasse tempo que for. Mas, vai fazê-lo entender isso. Não tinha jeito.



Minha mãe tinha tentado falar comigo, mas foi apenas para contar sobre o exame de DNA. Estava marcado para segunda-feira. Branquinha havia concordado com isso, e bem... Eu não sabia exatamente me definir. Por um lado eu queria ir, e provar à todos que não éramos irmãos. Nos amávamos demais para isso acontecer. Porém, a outra, estava apavorada. Se desse positivo, não tinha mais saída. Eu não poderia nem a desejar e nem amá-la de maneira diferente, como mulher. Teria que aceitar que era apenas minha irmã e nada mais. Enquanto houvesse a dúvida, ninguém poderia recriminar meus sentimentos, ninguém iria poder afastá-la de mim ou me proibir de amá-la. Enquanto houvesse a dúvida, ainda restava um pequeno consolo.



Tudo bem, pensamento insano achar que isso era consolo, mas não ter a certeza de uma resposta que eu não queria, poderia ser melhor do que saber realmente que éramos irmãos. Que realmente tínhamos o tal laço sanguíneo que nos obrigava a nos manter distantes.



Porém, apesar de não saber se eu queria mesmo fazer o exame, fui praticamente obrigado a concordar. Ouvir minha mãe dizer que Anahí chorava todas as noites, e queria saber se realmente éramos irmãos, me angustiou. Eu não poderia negar isso à minha menina. Era o mínimo que poderia fazer por alguém que me amava tanto. Era o mínimo que eu poderia fazer até mesmo por mim, que também a amava muito.



Combinado. Segunda- feira acabaríamos de vez com toda aquela angústia. Ou não. Mas, pelo menos colocaríamos uma pedra na interrogação que nos separava. Colocava um fim em uma etapa de nossas vidas e um recomeço para outra etapa. O negócio era rezar e esperar. Era nossa única saída.



Confesso que não era muito de rezar. Sempre acreditei em Deus, os Santinhos e anjinhos de sua corte Celestial (como dizia minha mãe), mas rezei poucas vezes. Acho que uma, para dizer a verdade. Quando meu pai saiu de casa. Somente aquela vez virei a noite implorando à Deus que fizesse minha mãe parar de chorar e meu pai voltar para casa. Apesar do meu pai não ter voltado, minha mãe parou de chorar e com muito esforço, acabou seguindo sua vida. Tentando arrumar um emprego ou bicos como babá para nos alimentar e pagar as contas. Mas naquele momento, ali no meu quarto deitado na cama chorando novamente, me peguei implorando baixinho à Deus que fizesse o exame dar negativo, pois amava aquela mulher como jamais amei qualquer outra que fosse antes. Eu amava demais e doía tanto. Eu precisava me apegar muito, muito em Deus.



Aos poucos minha angústia foi passando e eu sentia meus olhos pesados. Acertei-me à cama e acabei pegando no sono.



Acordei algum tempo depois, com uma ligação para mim. Miguel não disse quem era. Pensei ser alguma coisa do escritório, então atendi. Como soube que Ricardo iria abrir na próxima semana, pensei que quisesse minha ajuda para alguma coisa.



Ainda faltava confessar sobre a moto, e esperar para saber se eu ainda continuava ou não trabalhando para ele. Parte de mim queria continuar, porque o emprego era bom, a grana ótima, e ter a companhia do Ricardo era agradável. Nos entendíamos bem, ele me dava liberdade para fazer o que eu queria. Mas, por outro lado eu estava tocando o dane-se. Sem empolgação alguma para trabalhar, principalmente com o pai da garota que eu amava, tendo que conviver amargamente com isso.



Ainda não tinha recebido nenhum e-mail ou ligação do Ricardo me dizendo quando abriria novamente o escritório. Então supus que ainda estivesse de férias, o que era ótimo. Eu simplesmente ainda não tinha cabeça alguma para meter as caras no meu serviço. Algumas coisas que eu ajudava Ricardo, era complexas demais. Eu já tinha meus problemas, ter de entender e ajudar os outros, era um pouco demais para mim. Eu precisava de um tempo, deixar minha cabeça se tranquilizar, para depois voltar a ativa.
Peguei o telefone e gelei instantaneamente ao ouvir de quem era realmente a voz que ecoou no outro lado da linha. Foi demais para mim.




-Oi.



Com apenas um oi, um mísero oi dito em voz baixa, quase inaudível, fez meu coração pular tanto em meu peito, que eu sinceramente pensei ser o fim da linha para mim. Minha respiração aumentou, e senti meu quarto inteiro rodar. Era a minha mulher.



- Oi – disse, apenas. Não consegui perguntar o que queria, e nem falar qualquer outra coisa que fosse. O nó na garganta era tão imenso, que pensei que a qualquer momento fosse cuspi-lo junto a outras palavras.



Ficou um silêncio tenso. Eu não ousei quebrá-lo, e Anahí parecia estar na mesma forma, ou talvez pedindo as palavras, ou ainda segurando o choro. Só sei que me agoniou ainda mais. Eu me controlei muito para não dizer “fala logo o que quer.” Não funciono muito bem quando fico nervoso.
Depois de alguns minutos, Anahí enfim quebrou nosso silêncio.



- Não atende mais minhas ligações... Por quê? – seu tom de voz era suave, baixinho. Mesmo sem saber como era sua expressão, parecia realmente uma garotinha assustada.



Engoli em seco. Não iria chorar no telefone, mas... Caramba! Como doía aquilo.



- Me ligou? – perguntei surpreso. Não havia recebido nenhuma ligação dela. Só se me ligou pelo celular.



- Sim. Ligo todos os dias, na verdade – suspirou – Algumas vezes desligo antes de chamar, outras chamam e ninguém atende. Ontem um cara atendeu, mas não reconheci a voz. Ele disse que não conhecia nenhum Alfonso, mas que gostou da minha foto.



Sorri. Era uma foto que ela estava tomando sorvete, com os cabelos em seu rosto por causa do sol. Linda como sempre.



- Ouve um problema com ele, fui roubado – apertei os lábios. Não contei o resto da história. Não precisava que ela ficasse sabendo o quão idiota eu tinha sido em um momento meu de desespero.



- Foi assaltado? – perguntou surpresa – Você está bem, amor? – pausou. Senti meu coração bater descompassadamente por causa do apelido... “amor”...



- Estou bem, não se preocupe! – respirei fundo. O coração ainda batia acelerado, anunciando o quão idiota havia ficado.



- Como não me preocupar, Alfonso? – soltou o ar pesadamente – Você está bem?



Não. Eu não estava nada bem. Eu não a tinha mais, não tinha como estar cem por cento bem. Ela parecia tentar querer iniciar uma conversa, mas nada era normal mais. Não dava para nos tratarmos da mesma forma, era estranho demais.



- Sim – menti. No fundo ela deveria saber que pelo tamanho do amor que eu sentia com certeza bem não estaria. No máximo vivendo, que era realmente o que estava acontecendo.



Não perguntei como ela estava, pois era nítido pelo seu tom de voz, o quanto não estava bem. Só por ter ligado todos os dias, não precisava saber de mais.



- Eu sinto sua falta. Não me ignora mais não, por favor. Não podemos ser namorados mais, eu entendi, mas... Não me ignora. Eu te amo tanto.



Fechei meus olhos prendendo suas palavras. Meu peito doeu novamente, como se tivesse sido novamente estilhaçado. Como se alguém o arrancasse do meu peito, e o jogasse contra a parede, o quebrando em mil e um pedaços. Doeu muito.



Anahí não fazia ideia do quanto eu também a amava.



- Eu tenho que desligar. Preciso arrumar algumas coisas aqui – era mentira, óbvio. Eu estava em meu quarto a toa, sem nada para fazer e sem ninguém para conversar. Mas ainda assim precisava achar alguma desculpa para não continuar conversando com Anahí. Ou então meu psicológico estaria ainda mais ferrado.



Respirei fundo. Meus olhos estavam ardendo, e eu previa lágrimas, mas prendi. Anahí soltou um soluço que pareceu ter escapado de sua garganta, o que me fez querer morrer.



Era doloroso demais vê-la chorando e não poder falar nada. Eu não podia dizer que tudo ficaria bem, porque, por mais que eu quisesse que realmente ficasse bem, parte de mim não tinha muita esperança.



- Deixa eu te ver? – sua voz saiu mais como um miado. Acho que ela não queria demonstrar estar chorando, mas não resolveu muita coisa. Sua voz estava trêmula demais.



Eu até pensei em concordar e vê-la. Queria realmente matar minha vontade de revê-la, de tocá-la, sentir seu cheiro. Mas, não iria aguentar apenas vê-la de longe ou beijar apenas seu rosto. Éramos impossíveis juntos. Fogueira, incêndio. Não aguentaríamos por muito tempo. Iríamos acabar cometendo um novo pecado se nos encontrássemos sozinhos. Me obriguei a ser racional, mas precisava ser.



- Não é uma boa. Sabemos o que poderá acontecer se nos vermos, e é melhor não arriscarmos – engoli em seco. Eu tentava manter a voz firme, mas a última parte, eu vacilei. Acho que deixei transparecer que estava tão triste quanto ela.



- Só ver, de longe. Prometo não te tocar, Poncho... – pausou.



Apertei meus olhos e deixei a primeira lágrima escapar.



- Mas eu não prometo! – suspirei – É melhor assim, Any. Vamos nos ver apenas segunda-feira na frente de todos. Não vamos arriscar.



Anahí deu uma pausa imensa. Novamente soluçou e respirou fundo.



- Vai dar negativo – sussurrou – Não somos irmãos.



- Não somos – repeti – O Fábio vai fazer com nós dois, não é?



- Sim – soluçou – Por favor, tente não brigar com ele. Eu sei que é difícil conviver com ele, olhá-lo... Mas não gosto quando você se mete em brigas. Quero você bem, amor.



Droga! Ela tinha que parar de me chamar de amor.



- Vou deixar para soca-lo quando o exame der negativo – disse em tom brincalhão. Anahí soltou uma risadinha baixa – Vou desligar, Any. Nos vemos segunda.



- Nos vemos segunda – pausou. Eu não disse nada. Ficamos por segundos apenas ouvindo um a respiração do outro. Até que ela o quebrou – Eu te amo!



Foi maldade, sei que foi, mas desliguei o telefone sem nem ao menos me despedir direito. Eu responderia que também a amo, e nos machucaríamos ainda mais. Tínhamos que parar com isso. Esse negócio de amor só prolonga ainda mais todo o sofrimento que essa história toda já estava nos causando. Éramos um o amor do outro, mas isso tinha que parar de alguma forma.



Desliguei o telefone e coloquei ao lado da cama, em cima da mesinha. Deitei minha cabeça no travesseiro e peguei um outro, colocando em meu rosto. O cheiro dela ainda estava lá. O cheiro de seus cabelos misturado com o perfume que usava. Eu tinha que colocar para lavar, mas não conseguia. Brigava com a minha mãe para deixar ali. Era um jeito meio insano de mantê-la por perto, de saber que tudo o que passamos não tinha sido um sonho. Foi real.



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Autor(a): anyeponcho

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Alfonso narrando: Fiquei ainda sozinho relembrando tudo o que conversamos. Minhas lágrimas caiam de maneira dolorosa novamente. Lágrimas que eu tentava segurar há dois dias. Bastou só um “oi” seu, que meu psicológico se abalou novamente. Toda a minha sanidade e lucidez foi ao espaço. Eu só queria chorar, chorar... ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 246



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  • degomes Postado em 16/08/2019 - 07:06:00

    Contínua 🙏

    • anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:29:34

      Continuei =)

  • AnaCarolina Postado em 11/08/2019 - 18:54:57

    Mas como assim gente? Me diz que esse exame foi alterado

    • anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:30:28

      Será? Vamos saber o que aconteceu daqui a alguns capítulos... Só digo uma coisa: a história é AyA, então....

  • AnaCarolina Postado em 30/07/2019 - 09:17:33

    Aaaaah esse momento é todinho meeeeu Continua

    • anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:52:08

      =) Foi pequenininho o poste, mas, mais tarde tem mais ;)

  • luananevess Postado em 28/07/2019 - 21:35:41

    Continua

    • anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:51:23

      Continuando.... =)

  • AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:16

    Continuada <3

    • anyeponcho Postado em 18/07/2019 - 23:37:48

      Postei 2 vezes hoje &#128512;

    • AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:44

      Continua* hehehe

  • AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 18:36:10

    Caramba, que merda! Não vejo a hora de tudo se resolver de vez :'(

    • anyeponcho Postado em 14/06/2019 - 17:07:20

      Eu também :) Mas, infelizmente vai demorar um pouquinho pra acontecer

  • AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 13:59:58

    Oláaaa já já vou ler os capítulos e volto pra comentar <3

  • AnaCarolina Postado em 04/05/2019 - 00:05:27

    Cadê você?

    • anyeponcho Postado em 14/05/2019 - 20:49:51

      Volteiiiii!!! Passei por uns momentos ruins, mais agora estou de volta =)

  • AnaCarolina Postado em 09/04/2019 - 21:51:48

    Tadinha da Mai :(

  • AnaCarolina Postado em 31/03/2019 - 22:43:19

    Que bom que apesar de tudo o Ricardo entendeu e não demitiu ele... Continua


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