Fanfics Brasil - Capítulo 135 Os Opostos Se Completam

Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos


Capítulo: Capítulo 135

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Alfonso narrando:


Fiquei ainda sozinho relembrando tudo o que conversamos. Minhas lágrimas caiam de maneira dolorosa novamente. Lágrimas que eu tentava segurar há dois dias. Bastou só um “oi” seu, que meu psicológico se abalou novamente. Toda a minha sanidade e lucidez foi ao espaço. Eu só queria chorar, chorar... Até meu peito parar de doer.



Ainda ali sozinho, gritando contra o travesseiro como se fosse uma criança perdida, acuada... Ouvi a porta se abrir. Não ousei olhar. Não tive forças para ver quem era. Apenas deixei que a pessoa se aproximasse. Seus passos eram lentos e receosos. Mas logo se aproximou da cama sentando ao meu lado, fazendo o colchão afundar perto da minha barriga.



- Não chora – disse baixinho. Era Maite.



Meu choro saiu ainda mais quando ela disse aquilo. Eu detestava chorar na frente das pessoas. Detestava o olhar de pena, ou a maneira que me faziam me sentir uma menininha quando tentavam me consolar. Mas sinceramente naquele momento, eu estava pouco me ferrando para o que pensavam. Estava doendo muito, mesmo. Eu não queria ser lúcido para negar aquilo. Me permitir chorar em sua frente, mesmo querendo estar sozinho.



Maite tirou o travesseiro do meu rosto e se deitou ao meu lado, no mesmo travesseiro que eu. Sua mão rodeou minha cintura. Seus lábios tocaram minha bochecha e minha testa. Fechei meus olhos e respirei fundo, tentando inutilmente parar de chorar.



- Anahí me mandou uma mensagem pedindo para vir te ver – comentou baixinho. Não respondi e nem abri meus olhos. Meu peito doía demais para eu conseguir formular qualquer palavra que fosse.



- Não chora mais – continuou – Olha só o que o seu afilhado está presenciando. Não tem vergonha? Seja homem, rapaz!



Apenas sorri de lado, mas não abri meus olhos.



Maite estava sendo uma ótima amiga como sempre foi. Irmã. Mas eu não tinha forças para responder. Se eu pudesse passar o dia inteiro gastando minhas energias em lágrimas, eu passaria.



- Poncho, sério! – respirou, fundo – Jamais te vi assim antes, está me deixando nervosa.



Abri meus olhos lentamente, lutando contra a vontade de ignorar seu comentário. Limpei as lágrimas que escorriam e a olhei sem ânimo.



- Acho que é porque jamais amei tanto alguém assim antes – passei a língua em meus lábios e continuei – Anahí foi a pessoa que mais amei, Mai. Não vou desculpar o Fábio por não ter contado que éramos irmãos. Deveria ter contado quando ainda éramos pequenos. Pelo menos evitaria todo esse sofrimento.



- Vocês poderiam ter se apaixonado mesmo assim – entortou os lábios – Não acha?
Assenti.



- Sim. Mas saberíamos que era errado. Saberíamos que éramos irmãos desde o começo, isso poderia ter ajudado muito, Mai. Poderia ter evitado toda esssa tristeza.



Maite não disse mais nada, apenas colocou minha cabeça em seu peito e me permitiu chorar até e me acalmar. Demorou mais do que imaginei. Demorou tanto que eu me acalmasse, que achei que fosse alegar meu quarto todo. Mai não protestou, não me deixou. Ficou o tempo inteiro sussurrando que tudo ficaria bem, e que amor assim não poderia ser um final tão trágico assim. Não sei ao certo que rumo toda aquela história tomaria, mas naquele momento o que eu queria mesmo era chorar.



Ficamos tempo longo ali abraçados. Não sei bem quanto tempo durou todo aquele meu drama, mas quando me acalmei, Maite estava dormindo ao meu lado. Levantei-me vagarosamente e respirei fundo, forçando-me a sair um pouco daquele quarto. Tomei um banho de vinte minutos, troquei minhas roupas e desci.



Miguel entrou em casa, correndo, quando desci o último degrau da escada. Passou por mim feito um foguete e sentou no último degrau, de cabeça baixa. Fiquei em pânico, pensando mil coisas ao mesmo tempo. Olhei em seu corpo, e não havia nenhum machucado. Sentei-me ao seu lado e o abracei.



- O que houve, pequeno?



Miguel não respondeu. Ainda pensei em insistir, mas ele chorava tanto que deixei se acalmar antes que dissesse o que tinha acontecido. Vê-lo chorando tão vulnerável, me fez chorar de novo. Mesmo sem saber o motivo que o levou a estar tão desesperado, lembrei-me dos meus, e quis novamente chorar.



Afaguei suas costas e o abracei com ainda mais forças. Minhas lágrimas tomaram meus olhos, sem caírem. Apenas ficaram pendentes, marcando presença ali. Respirei fundo. Miguel ergueu seu rosto e engoliu em seco. Sua respiração estava acelerada. Limpei suas lágrimas com os meus polegares e encostei sua cabecinha em meu peito.



- A menininha terminou comigo. Disse que o irmão dela contou para o seu papai que nos beijamos na boca - fungou – Ela disse que o papai dela brigou muito, e mandou terminar comigo. Eu quero ela, mano.



Respirei fundo novamente. Foi doloroso demais ouvir aquilo. Se o meu caso era doloroso, imagina o de uma criança de cinco anos, que mal entende os motivos de um adulto para querer separá-los.



- Como foi o beijo? – preocupei-me. Eu tinha dito que era apenas o encostar dos lábios, mas pensei que fosse um beijo desses, inocentes, ninguém iria separá-los.



Talvez Miguel tenha passado um pouco dos limites.



- Foi como você mandou, irmão – soluçou – Só encostei nossas bocas – limpou as lágrimas com o braço e me olhou – Eu gosto da menininha, irmão. Não quelo ela longe de mim. Por que eu não posso ter ela? É errado?



“Por que eu não posso ter ela? É errado?” essa pergunta se encaixava direitinho em minha vida. Fechei meus olhos e uma lágrima escorreu.



- Que foi, Poncho? – perguntou, ao perceber que também estava chorando – É por causa da branquinha, não é?



Suspirei e assenti. Claro que os motivos eram completamente diferentes, mas sofríamos iguais. Não poderíamos tê-las, e mesmo com pouca idade, eu sabia que estava doendo nele quanto sofria em mim. Talvez até mais, porque criança sente tudo em dobro. Adultos ainda tentam ser racionais, mais crianças não sabem. São cem por cento coração.



- Sim – respondi baixinho – Eu também não posso ter minha branquinha, pequeno.



Miguel chorou novamente, deixando que o som saísse alto. Como se doesse muito, muito mesmo. Acho que não tinha o visto assim antes, por isso fiquei tão assustado. Cheguei a me questionar se ele gostava tanto dela assim, ou só pensou ter perdido uma companhia para brincar. Seja qual for o motivo, doeu em mim a sua dor.



O apertei em meus braços, desejando que sua dor fosse minha. Apertei meus olhos, e ficamos abraçados chorando, como duas menininhas tolas e apaixonadas. Desejei que ninguém chegasse naquele momento, porque realmente foi algo bizarro, parecia que tinha morrido alguém. Miguel chorava mais alto, eu não deixei meu som escapar, mas os soluços fugiam imperceptíveis. Respirei fundo e beijei sua cabecinha.



- Poncho, fala com o pai da menininha. Pede para ele deixar ela ser minha namolada. Eu prometo, mano, prometo que não vou machucar ela – pausou. Não respondi.



O que poderia falar? Tudo bem que o pai da garotinha agiu meio infantil, mas talvez tivesse pensado que eles estivessem passado dos limites. Poxa, era apenas um encostar dos lábios inocente. Não foi nada demais. Nada para se preocupar tanto assim.



- Calma, pequeno. Vou falar com ele, tá bom? – beijei sua testa – Vai lá tomar um banho que eu vou falar com o pai dela.



Miguel apenas assentiu e subiu as escadas correndo. Acho que tinha a esperança de que eu fosse conseguir falar com o homem. Sinceramente eu não sabia se daria certo, mas para não ver meu irmão chorando daquele jeito, eu tentaria qualquer coisa. Eu só não queria ver meu pequeno tão desesperado. Era doloroso demais. Como se já não bastasse os motivos das minhas lágrimas, ainda tinha as do Miguel, também.



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Autor(a): anyeponcho

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 246



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  • degomes Postado em 16/08/2019 - 07:06:00

    Contínua 🙏

    • anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:29:34

      Continuei =)

  • AnaCarolina Postado em 11/08/2019 - 18:54:57

    Mas como assim gente? Me diz que esse exame foi alterado

    • anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:30:28

      Será? Vamos saber o que aconteceu daqui a alguns capítulos... Só digo uma coisa: a história é AyA, então....

  • AnaCarolina Postado em 30/07/2019 - 09:17:33

    Aaaaah esse momento é todinho meeeeu Continua

    • anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:52:08

      =) Foi pequenininho o poste, mas, mais tarde tem mais ;)

  • luananevess Postado em 28/07/2019 - 21:35:41

    Continua

    • anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:51:23

      Continuando.... =)

  • AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:16

    Continuada <3

    • anyeponcho Postado em 18/07/2019 - 23:37:48

      Postei 2 vezes hoje &#128512;

    • AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:44

      Continua* hehehe

  • AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 18:36:10

    Caramba, que merda! Não vejo a hora de tudo se resolver de vez :'(

    • anyeponcho Postado em 14/06/2019 - 17:07:20

      Eu também :) Mas, infelizmente vai demorar um pouquinho pra acontecer

  • AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 13:59:58

    Oláaaa já já vou ler os capítulos e volto pra comentar <3

  • AnaCarolina Postado em 04/05/2019 - 00:05:27

    Cadê você?

    • anyeponcho Postado em 14/05/2019 - 20:49:51

      Volteiiiii!!! Passei por uns momentos ruins, mais agora estou de volta =)

  • AnaCarolina Postado em 09/04/2019 - 21:51:48

    Tadinha da Mai :(

  • AnaCarolina Postado em 31/03/2019 - 22:43:19

    Que bom que apesar de tudo o Ricardo entendeu e não demitiu ele... Continua


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