Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos
Maite narrando:
Havia voltado na boate naquela segunda-feira, logo após todos saírem para trabalhar. Recebi mil recomendações médicas para não ficar nervosa, mas eu precisava conversar com o Derrick. Precisava convencê-lo de que o filho era dele. Mesmo que não se casasse comigo ( e não era o que eu queria), ele tinha que assumir o que fez. Ambos estávamos bêbados, não estávamos cientes de nossas ações, mas ainda assim eu precisava que assumisse nosso filho. Leonardo era apenas uma sementinha em meu ventre, não tinha culpa dos desmiolados de seus pais, e não merecia crescer sem uma figura paterna.
Alfonso cresceu sem o pai, Miguel... E isso me fez ter medo que Léo também passasse por isso. Ainda mais eu que não tinha mais minha casa, me distanciei de toda minha família e ainda não tinha um emprego. Eu precisava tentar alguma coisa. Precisava fazer que Derrick ao menos me escutasse.
Cheguei à boate por volta das 8hs. Derrick fazia a contagem do dinheiro com seu pai, e eu sabia disso, pois havia me informado. Então, certamente naquela hora já estaria por lá. Alguns seguranças me impediram de entrar, mas por fim, convenci de que iria embora, mas precisava falar com Derrick, pois corria risco de vida. Se tinha culpa no cartório ou não, não fazia ideia, mas pelo menos consegui o que queria.
Derrick apareceu na porta da boate com a maior cara de taxo, até tentou recuar quando viu quem era, mas eu o segurei pela camiseta, ameaçando que se não falasse comigo, eu iria fazer da vida dele o pior pesadelo. Acabaria com a sua fama, e com todo o topete dele e de seu pai, que era da mesma laia.
- Você tem dez minutos – disse ele – Contados no relógio e nada mais.
Respirei fundo. Derrick, apesar de não nos conhecermos muito bem, me tirava do sério. Se não fosse meu filho, eu jamais iria atrás dele.
- Só quero que assuma seu filho! Já conversamos sobre isso. Estou quase para ter o Léo, e quero que você assuma, só isso. Não quero casar, e todo o dinheiro da pensão, será somente dele, mas quero que acima de tudo, tenha um pai!
Derrick riu, como se eu fosse completamente louca. Aproximou-me lentamente e negou com a cabeça.
- Não vou assumir absolutamente nada. Da mesma forma que ficou comigo, poderia ter ficado com qualquer outra pessoa.
- Eu jamais fiz isso antes, e não faria... – bradei, mas ele ergueu a mão direita, me interrompendo.
- Quem me garante? – sorriu de lado – Você não pode me garantir nada. Não nos conhecemos, menina. Jamais te vi antes por aqui, então, não se faça de sonsa. Está na cara que queria apenas meu dinheiro, mas não terá. Vai. Embora. – disse entre dentes – E não volte mais! Ou serei obrigado a tomar sérias providências.
- Quando ele nascer, vou esfregar o exame de DNA na sua cara – cuspi as palavras. O segurança entrou em minha frente, empurrando-me para me afastar de seu patrãozinho – Você vai pagar, Derrick. Eu não quero seu dinheiro, idiota! Você vai se arrepender de não querer seu filho!
Derrick apenas riu, enquanto entrava novamente à boate. Virei-me em direção à rua, mas quando dei um passo, senti uma dor imensa no pé da barriga, fazendo-me curvar. Os seguranças não me ajudaram, apenas me olharam meio receosos, sem saber o que fazer. Respirei fundo, mas minha vista escureceu. E então, não me lembro de mais nada. Apaguei.
Alfonso narrando:
-Eu deveria ter te dado uma surra, sabia? – andei de um lado para o outro no quarto do hospital, enquanto Maite apenas me escutava de cabeça baixa – Quantas vezes é preciso dizer para não ficar nervosa? Você está com uma gravidez de risco, Maite, quer morrer?
Estava no meio do trabalho quando ligaram no escritório do Ricardo, dizendo que Mai estava no hospital desacordada. Minha mãe estava trabalhando, só eu mesmo que poderia ser encontrado. Acho que deveria ter o número no celular da Mai. Avisei minha mãe e com a permissão de Ricardo, voei para o hospital na Zona Norte. Ricardo me levou de carro, o que ajudou muito para que eu não demorasse.
Estava irado, pois ela sabia que não deveria ir atrás do pai desnaturado do Leonardo. Eu disse que a ajudaria com tudo, disse que sustentaria como se fosse o pai e dava até o meu nome se ela quisesse, mais era teimosa demais. Derrick não dava a mínima, e mesmo assim ela insistia em conversar com o cara. Fazia questão de que ele assumisse o filho e ainda desse seu nome. Ta... Ás vezes Maite vivia no mundo dos sonhos.
Estava irritado mesmo. Nervoso demais. Ela colocou a vida em risco mais uma vez, por alguém que não merecia. Não tinha palavras para dizer o quão irritado estava. Queria matar Maite, mas enquanto ainda era pecado e errado, resolvi agredi-la verbalmente. Pelo menos eu não seria preso por isso.
- Estou com uma vontade quase incontrolável de apertar seu pescoço – bradei, ainda andando naquele quarto, quase abrindo um buraco no chão. Olhei para Maite que permanecia da mesma forma, mas uma lágrima pingou no lençol, e aquilo me cortou o coração.
Não precisava chorar.
- Você não sabe o que eu estou sentindo. – argumentou com a voz quase inaudível – Meu peito dói todos os dias quando me olho no espelho e vejo o tamanho da minha barriga. Isso me lembra do quanto fui irresponsável por beber tanto e transar com qualquer um em um canto abandonado de uma boate – pausou. Parei nos pés da cama e a olhei com atenção – Eu sei que não vai entender, mas eu me sinto culpada. Queria falar com o Derrick, porque não quero que o meu filho cresça sem um pai. Pai biológico, Poncho – me olhou – Acho que você sabe o que é isso. E o pior é que eu spu a culpada. Eu fiz meu filho com um cara que eu nem conhecia.
Engoli em seco. Maite tinha razão. Eu sabia bem como era crescer sem um pai, sabia que todas as vezes que meus coleguinhas de escola contavam algo sobre seus pais, meu coração parecia ser pisoteado sem dó nem piedade. No dia dos pais, eu inventava febre, mas minha mãe me forçava a ir à escola, pois sabia que era mentira. Uma desculpa porque me sentia humilhado. Todos tinham seus pais, ou a maioria, e eu ao invés disso, tinha minha mãe ou Joana que ás vezes ia quando mamãe não conseguia sair do serviço. Lembro-me que uma vez soquei um dos meninos por dizer que nem meu pai me suportou. Foi embora porque não gostava de mim. Fiquei de castigo e ainda fui suspenso pela diretora.
É. Isso eu não poderia tirar a razão de Mai. Ela estava certa e eu... sem argumentos. Por saber exatamente como era a dor de não ter um pai, não queria que Leonardo passasse pelo que passei, embora não fosse acontecer exatamente a mesma coisa. Eu não tinha a presença de um homem para substituir meu pai e me ensinar tudo o que ele não ensinou, mas o Léo teria a mim. Eu o ajudaria no que precisasse, e seria um excelente pai, assim como tentava ser para o Miguel. Poderia não ser a mesma coisa, mas pelo menos me teria ao seu lado, mesmo que me chamasse apenas de padrinho e não pai.
- Para de me dar bronca e me entende – continuou – Eu sei que deveria zelar mais pela vida do meu filho, mas só quero que ele tenha um pai, Poncho, só isso. De uma maneira ou de outra, estou apenas pensando nele. Meu filho, embora eu possa parecer uma maluca irresponsável, é o meu bem mais precioso. Eu o amo, mesmo querendo esganar o pai dele. Mesmo que eu tenha sido expulsa de casa por conta disso, mesmo que não tenha vindo em uma boa hora, e nem da maneira que eu queria. Aliás, eu nem queria ter filhos antes dos trinta, se lembra? – riu – Mas estou aqui, com ele dentro de mim, e amando a sensação dos seus chutes. Amo ir ao médico e ouvir seu coraçãozinho. O amo demais e... – uma lágrima escorreu de seus olhos – Eu o amo! O amo mais que a minha vida, e é por isso que eu vou brigar até o fim da minha vida pela felicidade do Léo.
Mais uma vez fiquei sem argumentos, e a única coisa que pensei em fazer, foi abraçá-la. A apertei em meus braços e deixei que chorasse. Que desabafasse todas as suas mágoas, tristezas, derrotas e arrependimentos. Mesmo que não iria mudar o fato em que se encontrava, ela precisava disso, e foi o que fez. Chorou por minutos e minutos... Até que Ricardo e o enfermeiro entraram no quarto.
- Com licença, senhor, precisa sair para fazermos os últimos exames dela – calmamente, olhou no relógio e pegou uma agulha na pequena mesa ao lado da cama – Você terá alta mais tarde, mas por enquanto, é bom que descanse. Sua pressão ainda está muito alta.
Nos despedimos de Maite e saímos do quarto para que o enfermeiro pudesse fazer o exame. Eu queria poder ficar e me redimir, ou até mesmo lhe fazer companhia, mas como Mai já era de maior de idade, ela não podia ter companhia, e eu tinha um trabalho ainda... Precisava voltar ao serviço.
Autor(a): anyeponcho
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Uma semana depois. Alfonso narrando: Aquele dia, Maite voltou para casa tarde, por volta das 20h, de carona com o pai do Bingo. Ela já se sentia melhor, mas como a gravidez era de risco, foi recomendado um repouso ainda mais rígido. Nada de coisas com muito sal, nada de muitos doces, nada de andar de lá pra cá, e muito menos ficar nervosa. Qua ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 246
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degomes Postado em 16/08/2019 - 07:06:00
Contínua 🙏
anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:29:34
Continuei =)
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AnaCarolina Postado em 11/08/2019 - 18:54:57
Mas como assim gente? Me diz que esse exame foi alterado
anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:30:28
Será? Vamos saber o que aconteceu daqui a alguns capítulos... Só digo uma coisa: a história é AyA, então....
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AnaCarolina Postado em 30/07/2019 - 09:17:33
Aaaaah esse momento é todinho meeeeu Continua
anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:52:08
=) Foi pequenininho o poste, mas, mais tarde tem mais ;)
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luananevess Postado em 28/07/2019 - 21:35:41
Continua
anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:51:23
Continuando.... =)
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AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:16
Continuada <3
anyeponcho Postado em 18/07/2019 - 23:37:48
Postei 2 vezes hoje 😀
AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:44
Continua* hehehe
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AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 18:36:10
Caramba, que merda! Não vejo a hora de tudo se resolver de vez :'(
anyeponcho Postado em 14/06/2019 - 17:07:20
Eu também :) Mas, infelizmente vai demorar um pouquinho pra acontecer
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AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 13:59:58
Oláaaa já já vou ler os capítulos e volto pra comentar <3
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AnaCarolina Postado em 04/05/2019 - 00:05:27
Cadê você?
anyeponcho Postado em 14/05/2019 - 20:49:51
Volteiiiii!!! Passei por uns momentos ruins, mais agora estou de volta =)
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AnaCarolina Postado em 09/04/2019 - 21:51:48
Tadinha da Mai :(
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AnaCarolina Postado em 31/03/2019 - 22:43:19
Que bom que apesar de tudo o Ricardo entendeu e não demitiu ele... Continua