Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos
Anahí narrando:
Pensei que ao chegar em casa fosse me sentir um pouco mais leve ou ao menos parar de chorar, mas não. Corri ao meu quarto me joguei na cama, pedindo para que aquela dor parasse de machucar tanto. Quando fechava meus olhos, via fleches do que tinha acabado de acontecer, e um desespero enorme tomava conta de mim por inteira. Me sentia em um universo paralelo. Minha cabeça parecia flutuar, e ao mesmo tempo girar. Eu mal conseguia pensar em outra coisa. Estava enlouquecendo.
Ricardo ainda tentou conversar comigo, mas eu só soube chorar o caminho inteiro até minha casa. Culpei minha mãe por ter escondido de mim todos esses anos, e não queria nem ver a cara do Fábio, que para mim, foi o pior traidor. Traiu não só Ruth, que não merecia nem uma gota de todo sofrimento que passou a vida inteira, mas também traiu seu irmão. IRMÃO! Acho que essa palavra foi mais valorizada séculos atrás. Não queria mesmo encontrar-me com Fábio. Meu estômago revirou só de pensar em encontrar sua cara em minha frente, e sua voz dizendo “minha filha, eu amo você, sabia?” Não. Fábio acho que não amava nem a si mesmo, porque se amasse, não fazia nada dessas coisas... ou talvez amasse só a si mesmo. Dane-se.
Chorei a noite inteira naquele dia. Não tive forças nem para tomar banho. Christopher ainda brigou comigo quando chegou da faculdade, dizendo que eu precisava sair da nostalgia em que tinha me enfiado, mas minha única resposta foi jogar o travesseiro em sua cara e pedir que me deixasse em paz. Eu tinha acabado de receber uma das piores notícias da minha vida, não iria me recuperar tão cedo. Talvez um dia passasse, mas eu ainda não conseguia nem fingir sorrisos. Eu só queria morrer.
Não dormir a noite toda. Fiquei ouvindo música e vendo as fotos que tinha com Alfonso, no meu celular e no meu computador. Chorei ainda mais. Eram tantos momentos felizes, apesar de sofrermos muito para estarmos juntos. Tantos sorrisos que dei em um ano, que acho que não daria mais em uma vida inteira. Eduardo também me fez sorris muito quando namoramos, mas nada se comparava ao Poncho. Nem mesmo o amor que sentia por ele e que tinha a impressão de que sentiria a minha vida toda. Até mesmo depois dela. Talvez.
Christopher dormiu comigo para não me deixar sozinha, mas estava tão cansado por causa da faculdade e do estágio, que capotou. Agradeci por seu sono ser como tijolo, porque não me ouviu chorar. Depois das quatro da manhã, deitei-me ao seu lado e o abracei com força, imaginando ser Alfonso ao meu lado. Não foi muito bom, porque deu ainda mais vontade de chorar, mas o abraço de Christopher me consolou muito. Tínhamos uma ligação estranha, tirando Alfonso, ele era a única pessoa que me fazia ficar bem comigo. Ainda mais depois de ter “perdido” Alfonso. Sem Christopher eu estaria ainda mais no fundo do poço.
Amanheceu o dia e eu ainda estava de olhos abertos com a cabeça no peito do Chris. Faltava pouco para o despertador tocar, então resolvi não esperar. Desliguei e fui tomar meu banho. Demorei mais de meia hora, querendo que toda a dor e angústia se esvaísse de mim. Christopher ainda bateu na porta perguntando se eu estava bem, mas eu não consegui dizer “estou”, e no outro minuto voltei a chorar. Voltei ao quarto enrolada na toalha. Coloquei a camiseta do uniforme, uma bermuda jeans um pouco abaixo do joelho, sapatilha vermelha, pequenos brincos, e não me maquiei. Ainda procurei a escova de cabelo que usava, mas não encontrei em parte alguma. Christopher também costumava usar, e muitas vezes esquecia no meu quarto. Peguei minha bolsa, e desci as escadas. Resolvi pentear com um pente que tinha na bolsa da escola.
Ricardo estava sentado em uma das pontas da mesa, Alicia ao seu lado, como sempre fazia. Acho que ainda tentava puxar saco todos os dias, mas papai já não era o mesmo com ela. Na verdade em breve ela voltaria a morar com a sua mãe, mesmo não querendo e implorando para ficar. Ricardo estava de mudança e não queria levar Alicia, queria viver sua vida com Ruth e os filhos dela. Queria ir com Ricardo onde quer que fosse. Mas minha realidade não era essa. Eu não podia ignorar o exame, e não podia fugir. Tinha que ficar mesmo contra a minha vontade. Papai já tinha conversado comigo sobre isso.
Regina estava sentada ao lado de Fábio do outro lado da mesa. Seria trágico se não fosse engraçado ( sim, dessa vez a frase era ao contrário). Estava sendo bizarro demais analisar aquela cena de família feliz. Apenas peguei uma maçã e sai de casa. Papai ainda me chamou, mas eu preferi não ficar. Ainda não conseguia olhar direito nem para a minha mãe, e muito menos para o Fábio, ou... Papai biológico. Ainda tinha isso para engolir.
Estava andando pela rua, até que vi Christopher parar seu carro ao meu lado e abaixar o vidro. Apenas sorri.
- Entra – disse ele.
Eu pensei em recusar. Mas estava com o corpo inteiro dolorido. O coração estava partido, mas a impressão era que refletia no corpo inteiro. Tudo doía. Até os dedos dos pés, sem exagero. Minha cabeça latejava, os olhos pareciam estar sendo arrancados, e meu estômago doía tanto, que nem mesmo a maçã não estava fácil de engolir. Entrei no carro do Chris, coloquei o cinto e ele deu partida. Acho que por causa do silêncio, ele teve a “brilhante” ideia de ligar o rádio, mas eu desliguei quase o quebrando, quando tocou a música que Alfonso cantava para mim.
- Ei, calma! – olhou-me de soslaio, enquanto manobrava o carro. Eu apenas respirei fundo, mas não respondi – Desculpa, não sabia que ia estar tocando essa música.
Eu sei, Chris não era vidente para adivinhar o que iria tocar. Mas mesmo assim, fiquei revoltada. Como não poderia quebrar a cara do Fábio e da Regina, queria quebrar o rádio.
- Tudo bem – murmurei. Virei a cabeça em direção ao vidro do carro e apenas prestei atenção na rua, tentando esquecer tudo a minha volta.
Christopher não disse nada, e eu por minha vez, também me calei. Não tinha forças para nada, e ainda mantinha a maçã em minha mão direita, quase pretejando já.
Alguns minutos depois, o carro foi parado em frente a minha escola. Me despedi de Christopher com um beijo em seu rosto, agradeci pela carona e atravessei a rua, para encarar minha vida. Se pudesse, ficaria em casa. Não iria à lugar algum pelo menos aquele dia, mas já que o mundo não para quando um coração se parte... Eu tinha que continuar minha vida.
Autor(a): anyeponcho
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 246
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degomes Postado em 16/08/2019 - 07:06:00
Contínua 🙏
anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:29:34
Continuei =)
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AnaCarolina Postado em 11/08/2019 - 18:54:57
Mas como assim gente? Me diz que esse exame foi alterado
anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:30:28
Será? Vamos saber o que aconteceu daqui a alguns capítulos... Só digo uma coisa: a história é AyA, então....
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AnaCarolina Postado em 30/07/2019 - 09:17:33
Aaaaah esse momento é todinho meeeeu Continua
anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:52:08
=) Foi pequenininho o poste, mas, mais tarde tem mais ;)
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luananevess Postado em 28/07/2019 - 21:35:41
Continua
anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:51:23
Continuando.... =)
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AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:16
Continuada <3
anyeponcho Postado em 18/07/2019 - 23:37:48
Postei 2 vezes hoje 😀
AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:44
Continua* hehehe
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AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 18:36:10
Caramba, que merda! Não vejo a hora de tudo se resolver de vez :'(
anyeponcho Postado em 14/06/2019 - 17:07:20
Eu também :) Mas, infelizmente vai demorar um pouquinho pra acontecer
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AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 13:59:58
Oláaaa já já vou ler os capítulos e volto pra comentar <3
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AnaCarolina Postado em 04/05/2019 - 00:05:27
Cadê você?
anyeponcho Postado em 14/05/2019 - 20:49:51
Volteiiiii!!! Passei por uns momentos ruins, mais agora estou de volta =)
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AnaCarolina Postado em 09/04/2019 - 21:51:48
Tadinha da Mai :(
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AnaCarolina Postado em 31/03/2019 - 22:43:19
Que bom que apesar de tudo o Ricardo entendeu e não demitiu ele... Continua