Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Anahí narrando:

Dois meses se passaram desde que me mudei pra Londres. As coisas estão até que bem. Comecei um curso de línguas para melhorar meu inglês, e até vou terminar os estudos por aqui, mesmo. Fiz amizade com a Rachel e o Joe. Eles são irmãos, ingleses, mas falam o português muito bem. O pai deles é brasileiro, e sempre exerce o português com eles. Já até fiquei com o Joe algumas vezes, mas nem se compara ao beijo do Poncho, sinceramente. Confesso que estava até com saudade da sua pegada. Enfim, naquele momento, estava decidindo entre ir ou não ao Brasil. O aniversário da Angel seria daqui a uma semana, e meu pai – não sei que milagre – deixou que eu voltasse para comemorar com ela. O ruim de tudo isso era a volta. Ainda estava me adaptando com tudo, e foi doloroso despedir-me de todos. Mais despedidas não sei se aguentaria.

- Cara, vou sentir sua falta – disse Joe, afundando o rosto no meu pescoço – Não vai ficar muito lá não, né?

- Eu nem sei se vou Jô – entortei os lábios – Mas se eu for, vou ficar acho que 15 dias.

- Vai sentir saudades? – perguntou com dengo – Vai pensar em mim?

Eu sorri e ergui seu rosto, lhe dando um selinho.

- Vou – disse, sem certeza alguma.

Eu gostava dele, de verdade. Mas o Brasil me traria tantas coisas que sinceramente não tinha certeza de que teria tempo para sentir saudades dele. Meu pai não deixa que eu sinta outra coisa a não ser mágoas, então...

- Ai, não vou deixar você ir – murmurou, rindo – Dá um beijo, mô.

Eu coloquei a mão na sua nuca e o puxei, colando nossos lábios em um beijo calmo e gostoso. Suas mãos pousaram na minha cintura, onde ele acariciava lentamente, me causando sensações boas, arrepios bons. Não tão intensos quanto o do Poncho, mas bons. Mordi seu lábio,e soltei, selando-nos novamente. Nossas línguas se esbarravam com paciência, e eu, apesar de curtir aquele momento, tive um pequeno desvio de pensamento. Foi o Alfonso que me veio na mente. A incerteza de voltar ao Brasil. Será que o reencontraria? Tentei espantar aqueles pensamentos, e encerrei o beijo com um selinho antes mesmo do nosso fôlego acabar.

- Acho melhor ir Joe, está ficando tarde – selei-nos novamente.

- Se você resolver ir, me avisa? – perguntou e eu assenti – Tchau, Any – ele nos selou, e então foi embora.

Joguei-me no sofá e fiquei pensando, pensando, e quase fundindo minha mente. No fim, acabei resolvendo ir. Angelique estava muito chateada comigo, e eu não queria isso. Ela era tipo, uma irmã pra mim, e eu não queria perder sua amizade. Iria sim, mesmo que tivesse que passar semanas chorando de saudades da minha mãe, até me acostumar novamente.

Alfonso narrando:

Era uma sexta-feira, e eu estava com o Bingo, a Vitória, o Cris e a Angel em sua casa. O Bingo e a Vitória haviam se entendido, e pra quem não queria confessar que está apaixonado, está dando um grande passo querendo pedi-la em namoro. Eram 21:30 e, estávamos conversando sobre o aniversário da Angel que seria no dia seguinte. Por culpa da Any, ela não estava querendo uma festa que tinha organizado há meses, ela queria apenas um bolinho para não passar em branco, e nós estávamos tentando convencê-la de que deveria comemorar seus 18 anos com estilo.

- Poxa, Angel, você esperou tanto por esse dia – disse Vitória – A Any não fez por mal, só não pode vir.
- O pai dela disse que pagaria sua passagem, que deixaria que viesse comemorar comigo – disse, emburrada – Mas ela só pensou em si mesma, pensou em sofrer tudo de novo quando voltar.

- Que egoísta – resmunguei, estralando meus dedos compulsivamente – E é exatamente por isso que deve fazer sua festona, Angel. A Anahí não merece que cancele algo seu, por causa de uma imaturidade da parte dela – peguei em sua mão e a puxei para que levantasse – Vai, quero ver um sorriso nesse rosto.

A Angel forçou um sorriso que nos fez rir, e então suspirou.

- Tá, eu vou continuar a organizar as últimas coisas da festa – entortou os lábios – Vocês são demais, sabia? – ela olhou para o Cris, e o Bingo pigarreou, percebendo o mesmo que eu. Estava formando um certo clima ali.

- Não vou só o Cris que esteve contigo esse tempo todo não, senhorita Angelique – disse Bingo, zoando – Merecemos esse olhar de gratidão também.

- Cala a boca, Marcelo – Cris resmungou, constrangido – Vitória, beija esse mala. Só assim ele faz algo que preste e nos deixa em paz.

Nós rimos e os dois se olharam novamente. Hum, a festa vai render.

- Bom, vocês vão ser os primeiros a chegarem, né? – perguntou Angel – Sei lá, queria vê-los primeiro. Nada melhor do que ver amigos e família antes dos demais. – ela sorriu e nós a abraçamos em grupo.
- Nós vamos dormir contigo e vamos juntos – Cris brincou – E quando digo dormir junto, é na mesma cama, todos nós.

- Você é um palhaço – ela riu – Mas me diverte muito.

Assim que os pais da Angel chegaram, resolvemos ir. A noite passou rápido demais. Cheguei em casa cansado, comi qualquer coisa, tomei banho e fui dormir. No dia seguinte acordei às 13 h. Almocei arroz, feijão, batata frita e salsicha. Até que estava muito bom. Fiquei de boa com os garotos até a hora de ir para a casa da Angelique. Tomei um banho, troquei de roupa, avisei minha mãe, peguei a moto e fui. O Cris acabou indo comigo. Eram 15 h quando chegamos lá, e a festa só iniciaria ás 20h. Porém as horas passaram rápido, a conversa e as brincadeiras fluíam tão rapidamente que quando vimos já era a hora de irmos para o salão que seus pais haviam alugado.

Assim que chegamos, tinham só alguns parentes mais próximos dela. A maioria que estavam, tinham a nossa faixa de idade. Até porque o tema era balada. Estava tudo lindo, de verdade. Da hora, mesmo! Parecia que eu tinha entrado numa boate top, cara. Era igual. Ela tinha um primo DJ, e ele já estava escolhendo as melhores músicas daquela noite. Nossa, aquilo ia ser muito show, só fiquei observando. O globo central com as luzes, já estava ligado. A fumaça, as bebidas. Tudo estava demais.

- Nossa, já está chegando gatas – disse Dado, ao meu lado – Puts, hoje desencalho, fera.

- Se liga vai acabar se apaixonando – eu ri. Dado era fácil demais de se apegar, o mais sentimental do grupo. Isso complicava um pouco porque a foça dele era sinistra. Mas já estávamos acostumados, na verdade.

E então, ás 22h aquilo ali estava abarrotado até demais. Acho que de 200 pessoas que a Angelique convidou, haviam umas 500. Ela ainda parecia estar triste por causa da Anahí, mas conseguiu se distrair com todos que a amparava, e até com o Cris que não parava de tentar fazê-la rir. Fui para perto deles e comecei a dançar, até parar uma loirinha na minha frente. Ela sorriu toda tímida, e eu me aproximei, puxando-a pela cintura.

- Posso dançar com você – disse em seu ouvido, devido a música alta.

- Pode – disse, envergonhada – Amigo da Angel?

- Sim – afastei-me dela, peguei sua mão e a beijei – Alfonso, prazer – sorri de lado – E a sua graça?
- Sou Bruna. Prima da Angelique.

Anahí narrando:

Havia chegado em casa por volta das 14h. Fui paparicada pra caramba pelo Christopher e minha mãe, que não queria desgrudar de mim. Incrível como mesmo por pouco tempo longe deles, sentia uma falta imensa até do modo como os dois me olhavam. Eram olhares carinhosos, amorosos. Como se me amassem profundamente e me quisessem sempre por perto, coisa que meu pai não sabia fazer. Até o tio Fábio me olhava com mais carinho do que o Doutor Ricardo. E pra “variar”, ele nem estava em casa. Foi ter um dia de pai e filha com Alicia. Mas nem quero pensar nisso pra não estressar. Mamãe me entupiu de comida, até eu implorar para que parasse, a barriga chegou até a doer de tão estufada que estava. Christopher não quis sair do meu lado em momento algum, e era muito bom. Tomei banho, troquei de roupa e dormir de conchinha com ele.

Acordei eram 18:45 com o Christopher enchendo o meu rosto de beijo. O abracei forte e fui jantar para começar a me arrumar. Tomei outro banho e fui arrumar-me para fazer uma surpresa à Angel. E lá estava eu descendo com o Chris no salão onde a Angel tinha alugado para os seus 18 anos. Entramos no salão de mãos dadas, e eu procurei a Angelique por toda aquela imensidão de pessoas. Fiquei me perguntando se ela conhecia a metade das pessoas que estavam lá, era muita gente mesmo! Fomos andando, e esbarrando em todos, até que a encontrei perto do bar com um garoto. Ela estava sorrindo de cabeça baixa, assim que a ergueu, eu acenei para chamar sua atenção,e por cima dos ombros do menino, ela me viu e deu um grito enorme, fazendo até o DJ parar a música.

-Algum problema, Angel? – perguntou Paulinho, no microfone.

- Não, Paulinho, continua com a música – ela respondeu, e correu até mim, me dando aquele abraço esmagador que eu tanto sentia falta. Era uma abraço daqueles que eu precisava pelo menos nas primeiras semanas que estive em Londres – GAROTA, COMO FAZ ISSO COMIGO? VOCÊ DISSE QUE NÃO VIRIA, E EU CHOREEEEIII TANTO!

- Ai amiga, que saudade! – disse, ainda abraçada nela - Eu também chorei tanto pensando que não poderia estar aqui. Mas meu pai foi bondoso, e cá estou – desvencilhei-me do abraço e sorri feliz – Feliz aniversário, minha Angel. Tudo de melhor pra ti!

- Obrigada – disse, e voltou a me abraçar – E obrigada por estar aqui, Any, isso é muito importante pra mim.