Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Anahí narrando:

- Não vai responder? –perguntou Angelique, enquanto estávamos conversando, já deitadas na cama esperando o sono aparecer – Ele está arrependido, amiga.

- Arrependimento não apaga o que a pessoa fez – apertei os lábios – Já dei uma chance, Angel, e agora ele faz tudo de novo. Cara, eu não estou com ele por falta de opção, e sim porque o jeito dele, - sorri – mexe demais comigo. Até as roupas e as tatuagens, me encantam.

- Pelo menos responde, Any – entortou os lábios – Vê o que ele quer, amanhã.

- Talvez – respirei fundo – Mas não vou responder agora. Alfonso pensa que estou nas mãos dele? Pois bem, eu não estou.

Virei- me para o lado oposto da Angel, e ela não se atreveu a dizer mais nada, e também não iria adiantar. Minha decisão estava tomada, não sou palhaça. Alfonso tem que aprender que nem todas as pessoas são traiçoeiras, e nem todas as garotas caem em seus pés. Se ele realmente quer ficar comigo até eu voltar de Londres, ele vai ter que provar. Dessa vez desculpas não irão bastar.

Acordei no dia seguinte, e já levei meus pensamentos ao Poncho. Era quinta-feira, já, e logo estaria voltando à Londres. Não era para ser exatamente assim. Eu vim focada em não me envolver mais com o Poncho, e pensando que ele não cruzaria novamente minha vida. Mas não só cruzou como eu acabei dando uma nova chance para ficarmos, nos conhecermos melhor, mesmo que no fim tudo acabasse em amizade. O que eu não esperava jamais, é que ele viesse com o assunto de parar novamente. Logo quando faço mil planos de como passar quinze dias ao seu lado, ele resolve mudar o caminho. Naquele momento eu nem sabia mais o que fazer, se arriscava novamente, se deixava o tempo passar, ou se pedia para o meu pai adiantar minha viagem. Não era justo com a minha família, mas talvez se eu prolongasse, eu prolongaria a dor da volta. Levantei-me e fui até a varanda com o celular em mãos, sem saber se responderia ou não a mensagem. Ao pensar nos momentos que passei com ele, queria responder... Mas ao lembrar que ele dá ouvidos à Mai do que sua própria consciência...

- Ei – disse Angelique ainda sonolenta, fazendo-me despertar dos meus pensamentos – O que está fazendo aí?

- Ei – disse Angelique ainda sonolenta, fazendo-me despertar dos meus pensamentos – O que está fazendo aí?

- Pensando – suspirei – Não sei se respondo Alfonso, se vou atrás, ou se simplesmente ignoro.

Angelique se levantou e parou ao meu lado, abraçando-me e apoiando sua cabeça em meu ombro. Suspirei profundamente e olhei à frente, onde havia uma pequena casa verde, com uma rede na varanda e duas crianças brincando. Meus pensamentos tornaram a voar, e eu olhei meu celular. Naquele momento, veio uma mensagem do Alfonso. Abri, e estava escrito apenas: “Bom dia, branquinha.”

- Meu, se tu não casar com ele, eu caso – ela riu, e eu bati de leve em sua mão – Amiga, ele está arrependido, fala com ele.

- Não sei. Estou me sentindo estranha, entende? – entortei os lábios – Estou sentindo falta de falar com ele, mesmo que não faça tanto tempo que ele me pediu para pararmos de novo. Mas ele me faz bem, Angel. Somente por existir, me faz bem. Só que não consigo admitir que ele venha me dizer que estou com ele por uma aventura. Que vou esquecer dele, porque ele é pobre e não é pra mim. Quem ele pensa que sou? – respirei fundo – O pior, não te contei – disse, baixo. Angelique levantou sua cabeça e me olhou desconfiada – Nós transamos, e acho que é por isso que fiquei ainda mais chateada. Será que era só isso que ele queria?

- E iria atrás de ti pra quê se já conseguiu o que queria? – apressou-se em argumentar – Na boa, amiga, acho que o Alfonso se deixou influenciar por essa tal de Mai, mas também te curte, como você curte ele.

Fiquei pensando em suas palavras, mas ainda assim não tive coragem de responder a mensagem do Alfonso. Meu medo era ele pensar que estava afim dele, e começar a pisar em mim. Bem, já tinha escutado os conselhos da Mai duas vezes, quem iria garantir que não ouviria uma terceira vez? Angelique não disse nada, apenas lançou-me um olhar, como se tivesse repreendendo-me, mas não liguei. Estava fazendo o que o meu coração estava mandando, embora eu sentisse falta de vê-lo.

Alfonso narrando:

Estava esperando apenas um bom dia da branquinha, mas isso não aconteceu. Ela não apareceu na hora do meu almoço, e não deu notícias mais. Queria vê-la, estava com saudades, já, mas ainda assim preferir esperar seu tempo. Torcendo pra que ela voltasse a falar comigo antes de voltar à Londres. As horas voaram, porque aquela quinta-feira estava realmente repleta de documentos para entregar. Ocupou a minha mente, de certa forma, mas na hora de ir embora, pensei novamente na Any, se ela me procuraria ou não. Voltei pra casa, cumprimentei minha mãe, jantei e fui tomar banho. Ainda bem que a Mai não estava por lá para me importunar, eu nem tinha cabeça pra aguentar suas crises de carência ou de imaturidade. Vesti apenas uma cueca box vermelha, e me deitei. Ainda olhei o celular, mas nada havia ali, nem um sinal da Anahí. Respirei fundo, fiquei para o lado e tentei dormir.

No dia seguinte, era feriado para a minha alegria. Dormir até as 14h, depois de comer qualquer besteira no armário, colei na casa do Bingo, pois sabia que era churras. Assim que entrei na sala, vi a Angelique do lado do Cris, e isso fez com que o meu olhar percorresse a casa inteira em segundos. Bingo, Angelique, Cristian, Vitória e Dado riram, e eu os olhei confuso.

- A Any não veio – disse Angelique – Está enfurnada na casa dela.

Era realmente ela quem eu procurava, mas tentei não transparecer isso.

- Quem disse que eu estava procurando ela? – ri, sem humor – Mas tipo, ela não vem?

Eles riram novamente, e eu me sentei na escada emburrado.

- Não sei – respondeu Angel – Acho que nem vêm, Poncho.

-Você a chamou? – perguntou Cris para a Angel – Disse que tinha churrasco na casa do Bingo?

- Nem lembrei, sabia que ela não concordaria, Cris – ela me olhou, entortou os lábios e voltou a atenção ao Cris.

Eu sabia que era a minha culpa, mas queria que ela estivesse ali. Queria, mesmo, viu! Não disse mais nada, apenas flutuei em meus pensamentos, enquanto ouvia o papo deles.

- Manda uma mensagem para ela – disse Bingo – Fala pra ela vir, Angel.

Angelique me olhou como se perguntasse minha opinião. Eu tentei dar de ombros, mas minha cabeça foi mais rápida e eu assenti. Parecia aqueles cachorros que colocam de enfeite no console do carro, e conforme o movimento, a cabecinha dos cachorros movem sem parar. Achei bizarro, aff. Angelique sorriu de lado e escreveu algo em seu celular. O papo continuou, mas eu mirei o celular, tentando ouvir o barulhinho da mensagem. Cinco minutos depois, mais ou menos, tocou.

- Ela disse que não sabe se vai dar – disse, me olhando – Ela vai sair, mas se der, passa mais tarde nem que for pra dar um oi pra gente.

- Poxa, Any nos trocou – disse Bingo, divertido – Dá isso aqui que vou brigar com ela.

Ele ligou para a Any, que não demorou em atender. Bingo colocou no viva- voz e sorriu pra mim.

- Oi amiga? – disse ela. Saudades daquela voz. Mesmo não passando tanto tempo, ela fazia falta.

- Oi, amiga, não vem mesmo, né? Chateado.

- Nossa Angel, o que fizeram com suas cordas vocais? – riu –Ô, fica chateadinho não.

- Vai sair com quem, podemos saber? – disse, brincalhão, e ela riu novamente.

- Podemos? Ai, Bingo, não estou no viva-voz, né?

- Está! – o pessoal fez coro e ela riu – Sério, meu, não vai vir? Mó churras bom aqui, mó galera... O Poncho, também.

- Marcelo! – o repreendi, e ele riu, sem som.

- Ai que drama, garoto! – riu – Vou sair com um amigo, ele me chamou antes. Mas se der, prometo que passo, tá?

- Que amigo? – perguntou Angel – Bê?

- É. Vamos tomar sorvete, acho. Sei lá.

- Trocar churras por sorvete? – disse Cris, incrédulo – Podemos comprar sorvete também, se o problema é esse.

- Vou ver, mas não é certeza, tá gente? – disse em tom de voz desanimado – Não é justo furar com o Bê.
- Trás ele – disse Bingo – Pelo menos você vai estar aqui.

O repreendi com o olhar, mas dei de ombros. Se isso a fizesse vir...

- Vou ligar pra ele e mando uma mensagem para a Angel.

- Beleza, gatinha. Acho que deixou uma pessoa mais feliz que todas.

O repreendi novamente com o olhar, e a Any ficou em silêncio por alguns segundos, até a Angel puxar assunto.

- Se tu não vier é mancada, amiga. O Bernardo não vai se importar, tenho certeza.

- Vou ver Angel, já disse – suspirou – Bom, vou ligar pra ele, tá? Depois mando mensagem.

- Ta bem – disse Angel – Beijos, amiga.

- Beijoooooos – o resto do pessoal disse em coro.

- Beijos – disse ela.

- Beijos, branquinha – disse, um tanto baixo. Pensando que talvez ela não tenha escutado.

- Outro, Poncho. – disse ela, fazendo-me sorrir involuntariamente.