Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Alfonso narrando:

Logo depois que a Anahí foi embora, tinha acabado o churras pra mim. O dia foi tenso. Maite passou dos limites, e eu não sabia o que fazer, já que desculpas não foram o suficientes para Any me desculpar. Sentei-me no sofá e fiquei conversando com os caras mais uns trinta minutos. Tentei prestar atenção, mas sei lá, estranhamente minha cabeça não estava ali. Não queria mais ficar ali, também.

- Vou me mandar – disse aos caras, que estranharam. Eu sempre era o último a ir embora. Ficávamos na maior farra e curtição até altas horas. Mas ainda eram 20h, e eu estava louco pra ir pra minha casa.

- Que é isso, cara, fica aí – disse Bingo – Tu sempre vai depois.

- Estou meio cansado, dor de cabeça. Mas depois falo com vocês – me despedi de todos e fui embora.

Fiquei jogando vídeo- game com o Miguel um bom tempo. Depois jantei com ele e minha mãe, e ás 22h fui para o quarto. Liguei a televisão e fiquei assistindo até pegar no sono. Dia seguinte acordei 12h. Já almocei logo, e me sentei na varanda do meu quarto pra comer um pacote de bolacha. Fiquei ali pensando, até sentir alguém pular nas minhas costas.

- E aí, carinha – disse, sabendo que era o Miguel – Quer bolacha?

- Morango? – desceu das minhas costas e sentou do meu lado – Eu quero – ele pegou uma, e me olhou confuso – A moça não vêm mais aqui? Achei ela muito bonita.

- Que moça, pequeno? A Any? – perguntei, e ele assentiu enquanto atacava sua bolacha como se não tivesse vida após isso – Vêm não, moleque – sorri de lado.

- Por quê? – entortou os lábios – Poxa, Poncho, eu gosto dela. Trás ela aqui hoje pra passarmos a tarde vendo desenho.

- Nem vai dar, pequeno – acariciei seus cabelos – Nós somos só amigos e ela tem outros amigos. Outras coisas pra fazer. Depois nós assistimos, tá? Nós dois.

Ele assentiu, e eu o entreguei o resto da bolacha. Fiquei em silêncio só ouvindo o barulhinho que ele fazia para mastigar. Pensei na Any. Pensei, pensei, pensei e pensei. Quando deu 14 h, fui pra sala assistir filme com o Miguel, e essa foi a minha tarde. Até minha mãe chegar às 18 h. Às vezes ela trabalhava até no sábado.

- Oi meus amores – disse ela, sorrindo. As mãos haviam várias sacolas de supermercado. Claro que eu e o Miguel a seguimos até a cozinha para ver o que ela tinha comprado.

- Oi, mãe – disse, beijando seu rosto.

- Oi mamãe – disse Miguel, pulando em seu colo – O que trouxe pra nós?

Nós rimos, e ela o colocou sentado na mesa. Fomos abrindo sacola por sacola, e eu fui ajudando minha mãe a guardar as coisas. Eram algumas compras para repor o que faltava no armário. E com o dinheiro que eu dava, dava para ajudar, conseguia comprar até doces para nós. Os olhinhos do Miguel brilhavam ao ver os pacotes de bolachas, biscoitos e até caixas de bom-bons. Depois de guardar tudo, nós jantamos macarrão instantâneo – que era algo mais rápido, já que minha mãe estava atrasada para fazer a janta e cansada – e depois fomos para a sala. O Miguel ficou jogando vídeo- game, minha mãe fazendo crochê, e eu olhando o meu celular e pensando. Bingo estava enchendo meu saco por SMS.

“Ia passar na sua casa, mas tu anda muito gay”

“Hã?”

“Pô, Poncho, vai atrás da mina. Diz que a ama kkkk.”

“Não a amo, veado! Só sinto a falta dela.”

“Vai atrás do prejuízo, mano.”

“Velho, ela não quer mais nada comigo. Hoje tentei beijá-la e ela se esquivou. Vou fazer o quê?”

“Uma vez sua mãe disse uma frase, e eu não esqueci mais. Não sei se tu lembra, mas ela disse: Vai atrás do que tu acredita. Se não der certo, tenta de novo. Porque se tu acredita, então vale a pena.”

“Mas nessa caso, não sei se vale, irmão. Falta uma semana pra ela ir embora de novo.”

“Prefere ser feliz por sete dias, ou infeliz por se arrepender de não ter feito nada enquanto podia?”

“Sei lá, mano. Queria pelo menos me entender com ela, sacas? Sermos amigos? A branquinha faz falta.”

“Esse não é o Alfonso que eu conheço. Meu amigo sempre foi atrás das coisas que quis.”

Fiquei pensando em tudo, e tomei finalmente uma decisão. Tomei meu banho, enxuguei-me, coloquei uma camiseta branca, calça jeans, tênis branco, boné branco e vermelho virado pra trás, perfume, e pronto. Peguei meu capacete, chave, carteira, celular e desci.

- Mãe, vou dar uma volta – beijei seu rosto.

- Se for demorar avisa, filho. Senão fico preocupada.

- Pode deixar, dona Ruth – beijei a testa do Miguel, e sai.

Acho que era isso que eu precisava...Tentar. mesmo que não desse certo, mesmo que não voltássemos a ficar. Pelo menos me entender com ela, era o que tinha em mente. Aquele clima de distância estava me causando um aperto estranho no peito. A queria por perto. Mesmo como amiga, mesmo só pra ver seu sorriso lindo e olhos enormes e brilhantes. Branquinha me fazia falta.