Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Ela estava com sua camisa completamente rasgada, com os cabelos desgrenhados, e o botão da sua calça jeans, aberto. O cara, aliás um velho desdentado me olhou com a cara menos agradável do mundo. Parecia um cão babando em cima da garota. Voei com tudo em seu pescoço, e o prensei na parede com a mão em seu pescoço.

-Ficou maluco? – eu disse, com a raiva saindo pelos meus olhos – A garota vêm aqui trabalhar e é isso que fazem com ela? Quem está por trás disso, hein? – apertei seu pescoço – Fala!

- Está... me machucando! – ele tossiu.
- Você ainda não viu nada! – dei um soco na sua boca, e o apertei ainda mais – Fala de uma vez que estou perdendo a paciência!

- Foi um advogado – tossiu – Era pra pegar um moleque que vinha entregar os documentos, mas apareceu essa gostosa e...
-Mais respeito – acertei um soco em seu olho – É melhor não cruzar mais o nosso caminho, beleza? Senão vai acontecer coisa pior com você! – o soltei com fúria – Fala o nome do advogado!

- Sei lá, moleque! – respondeu novamente com um sorriso cínico.

- O nome? – dei um chute nos países baixo dele.

- Alberto, Carlos... sei lá! – disse, enquanto gemia e se abaixava.

- SAÍ DAQUI! – gritei pra ele, e caminhei até Any rapidamente – Tudo bem? Ele fez alguma coisa?

- Fora passar a mão, não – respondeu agarrada nos seus joelhos, como se fosse uma garotinha indefesa – Que nojo – abaixou a cabeça, e começou a chorar mais.

- Ei, agora está tudo bem – a abracei querendo consolá-la ao máximo – Fica calma, branquinha.

- Obrigada, Poncho de verdade – ela me abraçou forte, e se aconchegou em meu peito – Mas, como veio parar aqui?

- Peguei o endereço com a Joana, e fui nos lugares que você foi. – afaguei seus cabelos – Desculpa por isso, era pra mim!

- Não, você não tem culpa – suspirou – Tenho certeza que foi armação do Cadu. Ele é filho do Alberto, amigo do meu pai, e adora pregar peças com quem não vai com a cara. Só não entendi como não o vi por lá.

- Me desculpa, cara – a apertei ainda mais – Vêm, vamos embora daqui. Veste minha blusa.

Tirei minha blusa de moletom verde, e coloquei nela para poder tampar os rasgados de sua camisa. Num ato impensado, coloquei a mão no botão da sua calça para fecha-lo, e ela me olhou sem graça.

- Foi mal – disse, afastando-me dela – Você está bem, mesmo?

- Estou, fica tranquilo – sorriu- Obrigada, Alfonso. Você foi o meu herói. Se não tivesse a ideia de pegar o endereço e vim me procurar, nem sei o que poderia ter...

- Passou, tá? – a interrompi – Não vamos falar mais disso – beijei sua testa, e peguei em sua mão para sairmos dali.

Foi estranho quando beijei sua testa. Nunca havia sentido um carinho tão grande por uma pessoa assim, logo de cara. Eu tinha vontade de protegê-la, e ao ver nas mãos daquele velho insano, tive vontade de matá-lo. A Any me encantava toda vez que sorria. Parecia que nos conhecíamos há séculos.

Anahí narrando

Só Deus sabe a gratidão que fiquei pelo Alfonso ter aparecido naquele momento! Se não fosse ele, não gosto nem de pensar o que poderia ter me acontecido. Minha camiseta rasgada já era indício do que poderia rolar.

O Alfonso era tão atencioso que me encantava cada vez mais com cada gesto seu. Sua preocupação com uma estranha, era realmente algo cativante, e não se esquecendo do seu sorriso torto, que era uma paisagem para apreciar durante uma tarde toda.

Saímos dali rapidamente, e então subimos na moto prontos para darmos o fora daquele lugar. Em meia hora, estávamos de volta ao escritório, mas isso já eram 18:30, e sinceramente eu não tinha cabeça para continuar ali. Queria sumir por um instante, e esquecer daquele dia em que a única coisa boa, foi ter conhecido o Poncho.

- Obrigada por tudo – disse entregando-lhe o capacete – De verdade Poncho, obrigada!

- Não precisa agradecer, linda – ele sorriu de canto, e olhou para o capacete como se não quisesse pegá-lo –Não quer que eu te leve em casa? – ele estava sendo gentil demais para abusar. Acho que não teve tanto contra-tempo com uma pessoa, como estava tendo comigo em apenas um dia. Não quis ser chata, então achei melhor recusar.

- Obrigada, Poncho, mas vou chamar um táxi e...

-Não- disse, docemente – Se não quer ficar aqui, sobe que eu te levo, Any.

Estava constrangida por tudo o que ele havia feito por mim, mas não iria me fazer de rogada. Estava cansada, ainda assustada, e chateada com o meu pai. Queria voar pra casa e cair na cama depois de um banho de lavar a alma.

- Obrigada – disse, tímida – Vou aceitar a carona, então.

- Faz muito bem – disse, em tom brincalhão. O Alfonso colocou seu capacete em mim e, após eu subir na moto e agarrar sua cintura com certa força, ele arrancou a moto rapidamente, espalhando fumaça por toda a rua.

Fui indicando o caminho da minha casa, e mesmo com o capacete nos deixando quase incomunicáveis, pouco tempo depois já estava descendo da moto em frente ao meu portão. Entreguei o capacete à ele, que também havia descido da moto, e então sorri, pronta para despedir-me educadamente e entrar.

- Obrigada, mais uma vez – subi lentamente minha mão direita até uma pequena mecha do meu cabelo que havia se soltado do resto, e então coloquei atrás da minha orelha, abaixando a cabeça em um ato tímido. – Boa noite, Poncho, Deus acompanhe e cuidado com as ruas.

Cuidado com as ruas?
Sinceramente quase esganei por ter advertido-o quanto as perigosas ruas que enfrentaria com sua moto. Parecia a minha avó, e não era bem a imagem de mandona que queria deixar no Alfonso. Droga!

- Sim, senhorita! – brincou, lançando-me aquele sorriso que eu estava gostando bastante nas últimas horas. Não seria nada mal receber um sorriso desses todos os dias –Agora vá, Any. Teve um dia bem estressante e precisa descansar.

- Pra dizer a verdade, isso é tudo o que preciso, mesmo. – ri baixo, e o encarei – Você foi a única coisa boa de hoje.

As palavras saíram em uma rapidez impressionante. Não deu nem tempo de fechar a minha boca impedindo-as de serem libertas. Quando dei por mim, eu já tinha dito, e fiquei tão sem graça que senti minhas bochechas ferverem em um tom de vermelhão berrante.

- É? – Alfonso se aproximou olhando diretamente em meus olhos e, então sorriu daquela maneira linda. – Fico feliz em saber.

Pensei sinceramente que fosse tentar me beijar, e talvez não fosse o momento, embora eu quisesse muito. Àqueles lábios levemente carnudos e rosados, pareciam convidar os meus para uma bela dança. Não vou negar, fazia um esforço imenso pra não olhar em seus lábios, mas estava difícil. Pra piorar ainda mais meu auto- controle, Alfonso acariciou meu rosto, e ao sentir seu toque fiquei inteiramente desnorteada. Acho que nunca senti algo tão intenso assim. Tive a impressão naquele momento, que Alfonso não seria apenas um garoto, na minha vida.

- Bom, acho melhor ir, antes que fique ainda mais tarde – disse à ele, sem querer quebrar o clima, mas ainda com receio do que poderia acontecer ali. Não queria que Alfonso me achasse fácil por beijá-lo logo no dia em que nos conhecemos.

- Uhum – Ele sorri- Amanhã você vai trabalhar?

- Não sei – entortei meus lábios levemente, triste pelo fato de talvez não vê-lo no dia seguinte – Não são todos os dias que meu pai me chama para trabalhar com ele, sabe? Tenho que esperar pra saber. Ele avisa em cima da hora. – revirei os olhos, e o Alfonso riu.

- Bom, tomara que ele te chame – sorriu de lado – Não que queira que você trabalhe muito, mas... Queria te ver de novo.

- Eu também – disse baixinho, ainda tímida. Dei um beijo no seu rosto, e após nos encontrarmos por cinco segundos, resolvi entrar – Tchau, Poncho.

- Tchau, Any – ele sorriu e subiu em sua moto colocando o capacete, e acelerando escandalosamente a sua moto – Any? – sua voz saiu um pouco abafada devido ao capacete, mas ainda assim consegui escutá-lo, e me virei para saber o que ele queria – Você também foi a única coisa boa do meu dia.

Sem esperar por respostas, ele acelerou sua moto e arrancou-se de frente à minha casa. Fiquei parada ainda memorizando suas palavras até a hora que senti uma gota de chuva na minha bochecha, e então entrei.

E ai galera, tudo bem? O que estão achando da história? tem alguém lendo? Comentem para eu saber o que estão achando, se querem mais, o que acham que vai acontecer agora??? Um beijinho em todos.