Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Anahí narrando:

Nos separamos rapidamente, arfando, e então ele caminhou até a porta, enquanto eu fingia estar ali me pintando há horas. Alfonso saiu sem deixar que Ruth me visse, e então eu terminei de me maquiar rapidamente. Fechei a bolsinha e coloquei na pia, para depois entregar novamente à ele. Desci, e caminhei até a cozinha, onde estavam todos. Julia, também estava, para a minha felicidade. E o abraçou assim que me viu. Alfonso por sua vez não correspondeu ao abraço, e se soltou, indo ao lado do meu pai.

-Vamos jantar?- perguntou, Ruth – Fiquem a vontade.

Sentamos à mesa, e o Alfonso sentou de frente pra mim. Não me agradou o fato de sua prima estar ao seu lado, mas fiquei na minha. Nos encaramos o jantar inteiro. A lasanha estava sim uma delícia, mas estar próximo ao Alfonso, trazia sensações tão boa, que era impossível não corresponder aos seus olhares.

Ainda nos olhávamos como dois babacas, quando Ruth nos interrompeu.

- E então... – pigarreou de leve, acho que tentando chamar nossa atenção – Você tem mais irmãos, Any?

A olhei rapidamente, e sorri, tentando não demonstrar a vergonha que estava sentindo naquele momento.

- Sim – sorri – Tenho mais dois irmãos e uma irmã.

Meu pai como já era de se esperar, começou a falar da minha irmã com orgulho estampado em sua cara. Falava como se ela fosse filha única, ou o exemplo a ser seguido. Olhei para Alfonso, e acho que ele percebeu que eu estava desconfortável. Apenas li seus lábios quando disse “eu prefiro você”. Sorri, apenas sorri. E toda a mágoa do meu pai, havia se passado instantaneamente.

Ficamos conversando mais. Aliás, eles conversavam, enquanto Alfonso e eu conversávamos ainda pelo olhar. Poncho pegou o celular do bolso ainda na mesa, e escreveu uma mensagem que me intrigou. Mas logo o meu celular vibrou. Sua mensagem era pra mim.

“Bem que tu podia dormir aqui, hein, branquinha? Dormir comigo, juntinho, hã? Pede pro teu pai.”
Eu sorri, e assenti. Só fiquei esperando o momento certo.

Terminamos de comer, e todos voltamos à sala. Ruth e meu pai ficaram no sofá que ficava mais no canto da sala, perto da parede, conversando animadamente. Miguel se distraiu com o vídeo game, como sempre e a Júlia estava me provocando, tentando abraçar e beijar o Poncho, enquanto ele ficava olhando pra mim. Eu fiquei na poltrona, sozinha. Ora olhava Alfonso, ora olhava minhas unhas, mas continuei na minha. Até que ele veio em minha direção, pegou na minha mão e me levantou sem que eu pudesse perguntar onde iríamos. Levou-me para fora de casa, encostou-se no muro e me abraçou por trás. Aqueles braços gostosos que precisamos todos os dias para lembrarmos o quanto podemos ser especiais, sabe? Desses abraços inteiros, intensos... Sem medo, sem receios, apenas um abraço apertado. Ficamos quietos. Acho que realmente não precisávamos de mais nada, ali, só um do outro. Somente isso.

De repente Alfonso colocou meu cabelo de lado, e começou a roçar seus lábios na minha nuca, estremecendo-me por inteira. Senti todos os meus pelos se arrepiarem, e meus olhos se fecharam quase que automaticamente. Encostei minha cabeça em seu peito, e entreabri meus lábios, soltando um suspiro extenso.

- Estou com saudades – disse ele, apertando minha cintura de maneira gostosa.

Alfonso continuou com os lábios na minha nuca fazendo-me perder o resto da minha sanidade mental. Mordi meus lábios e arfei, assim que sua mão direita adentrou minha camiseta, chegando até um dos meus seios.

- Também estou – sussurrei – Larga de ser safado na rua – com dificuldade, disse à ele, inutilmente.

Alfonso simplesmente ignorou, e continuou com os carinhos pela minha barriga, cintura e seios.
Complicado era a palavra certa. Eu tentava me segurar, me estava ficando excitada. Se sua intenção era me provocar, sua missão estava sendo concluída.

- Dorme aqui, vai? – beijou meu ombro – Quero tanto dormir contigo, mina. E não só dessa maneira que tu pensa, quero dormir, entende? Acordar contigo do meu lado.

Eu sorri. Só soube sorrir, aliás.

- Eu também quero – disse, baixinho – Vou ver com meu pai, moreno. Tomara que ele deixe.

Os carinhos continuaram, até que ouvimos vozes se aproximarem. Alfonso tirou a mão de dentro da minha camiseta, e me abraçou normalmente, ainda por trás. Continuamos calados olhando a rua, como se realmente estivéssemos entretidos.

- Vamos então, Any? – disse meu pai – Senão daqui a pouco sua mãe surta.

Soltei-me do Poncho e virei para o meu pai, com uma carinha de cachorro abandonado, que não sabia se funcionaria, mais iria tentar.

- Pai, posso dormir aqui?

A cara do meu pai não foi a mais tranquila. Seu olhar me fuzilou por alguns instantes, e eu sabia que não deixaria.

- Filha, amanhã você volta, tá? – sorriu fraco – Vamos que já está tarde.

Virei em direção ao Poncho e o abracei com força, sendo retribuída da mesma forma. Alfonso beijou meu rosto e eu lhe dei um selinho demorado.

- Tchau, moreno – sorri de lado – Amanhã nos vemos.

- Tchau, branquinha – beijou minha testa.

Virei em direção ao meu pai e caminhei até ele. Ruth conversava algo com ele, e em poucos segundos ele assentiu e me olhou sorrindo de lado.

- Tudo bem, vai. Eu converso com a sua mãe – revirou os olhos e riu. Meu pai rir era realmente raridade. Não foi uma gargalhada exagerada, mas foi algo que se eu pudesse, tiraria foto ou filmaria para guardar pra sempre.

- Obrigada, pai! – beijei seu rosto – Amanhã estarei em casa, direitinho, tá?

- Tá – ele sorriu – Cuida dela, rapaz.

- Opa. Pode deixar, Ricardo. Amanhã eu a levo em casa.

Meu pai assentiu, se despediu de todos nós e foi embora. Sua mãe também logo entrou, nos deixando ali sozinhos novamente.

Assim que me virei em sua direção, Alfonso abriu aquele sorriso lindo que eu tanto amava, e que deixava seus olhos ainda mais brilhantes. Era um sorriso sincero, incapaz de não ser retribuído. Parecíamos dois bobões com sorrisos de rasgar os lábios.

- Agora tu é minha, mina – aproximou-se passando seus braços pela minha cintura, e colando-me ao seu corpo – Pensei que tu nem viesse nesse jantar – sorriu de lado – Tão marrenta, que pensei que não fosse querer, depois das minhas mensagens.

- Eu não queria – passei meus braços pelo seu pescoço e colei nossas testas – Mas meu pai insistiu tanto, que eu acabei vindo. Ainda bem que eu vim.

- Também acho – mordeu o lábio inferior maliciosamente – Aí, vamos subir? Temos muito o que fazer la em cima ainda, branquinha.

- Você é safado, Poncho – mordi seu lábio inferior e assenti.

Alfonso riu.