Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Alfonso narrando:

Cheguei em casa quase uma hora depois. Por causa da chuva, fui obrigado a pegar leve na estrada. Eram 20 horas e, eu estava encharcado. A chuva realmente me pegou de jeito no meio do caminho. Estacionei a moto, desci, peguei meu capacete e entrei em casa ganhando um olhar repreensivo da minha mãe.

Alfonso, está ensopado! – revirou os olhos – Tira a roupa aí fora, senão vai molhar a casa inteira.
Já estava acostumado com isso, embora fosse muito bizarro tirar a roupa na porta da minha casa, dando visão para a rua. Pra me deixar ainda mais constrangido, havia dois sobrados em frente, que moravam duas garotas: a Talita e a Paula, que viviam na janela esperando a hora de eu chegar. Naquele dia não foi diferente. Olhei em direção à casa delas, e lá estavam as duas em suas sacadas. Dei um sorriso de lado e fiquei apenas de cueca box vermelha. Olhei novamente em suas direções, acenei e entrei fechando a porta em seguida.

- Tá se achando por que as duas lá babam por você, não é, mané? – disse Maite enquanto saia da cozinha com um copo de água na mão – Me poupe, Alfonso, que tosco vocês!

Maite era minha melhor amiga desde nossos dez anos. Ficávamos às vezes, e rolava até uma noite intensa, mas não pensávamos em namorar e nem nada do tipo. Bom, pelo menos eu não. Mai é solta, também, gosta de ser livre. Mas quando tinha crises de ciúmes, era realmente algo irritante.

- E aí Maitiza, está fazendo o que por aqui a esse horário? – aproximei-me dela, e a abracei, mesmo um pouco molhado e de cueca – Me esperando, é?

- Saí, Poncho, você está molhado! E sabe que não gosto desse apelido – ela me deu um selinho, e se jogou no sofá – Sim, quero dormir contigo hoje. Sei lá, está esfriando e estou a fim de dormir abraçada em ti, sacas?

- Saquei – balancei a minha cabeça negativamente, e subi para o meu quarto. Maite às vezes fazia isso, queria dormir comigo, mesmo sendo apenas isso de fato. Dormir abraçados. Embora não me agradasse muito a ideia, eu sabia que não adiantaria nada protestar.

- ALFONSO! – Mai gritou da sala – ESTOU SUBINDO!

- SOBE AÍ, GATA! – gritei de volta, e em poucos segundos vi a porta abrir. Ainda estava pegando as roupas do guarda-roupa, quando a senti me abraçar por trás. –Opa, afim hoje? Pensei que era apenas para dormir.

Quem resiste à você assim, apenas de cuequinha box? – ela beijou minha nuca, fazendo-me ouriçar-me – Quem resiste?

- Não resiste então, gata! – virei-me de frente à ela, abraçando-a pela cintura e então nos beijamos.

Anahí narrando:

Após chegar em casa, estavam todos me esperando para jantar. Desculpei-me pela demora, inventando uma desculpa qualquer sem muita enrolação. Pelo olhar que meu pai me lançou, acho que sentia-se culpado, achando que era por sua causa que eu havia sumido. Bom, preferi deixar assim para não ter que envolver o Poncho na história.

Jantei, tomei um banho rápido, e me joguei na cama. Estava realmente cansada, e queria fugir da realidade nem que fosse por algumas horas. Sorri ao lembrar-me do Alfonso, e então fechei meus olhos, dormindo rapidamente.

No dia seguinte, lá estava eu trocando de roupa enquanto sentia meus olhos arderem de sono ainda. Peguei meu material, me maquiei basicamente, coloquei uma sapatilha vermelha, acessórios discretos, e desci. Peguei uma maça na fruteira, e sai apressada para a escola. Estava a fim de ir andando, não queria encontrar-me com meu pai. Mas minha escapada foi fracassada quando ele parou de carro ao meu lado.

- Quer que eu a leve para a escola? – perguntou ele. Estranhei meu pai ter saído tão cedo, mas não estava com a mínima vontade de esticar o assunto, então apenas balancei a cabeça negativamente – Entra aí, Anahí, estou indo até o aeroporto, é caminho da sua escola.

- Não, doutor Portilla! – disse, rudimente – Estou afim de andar.

- Antes só do que mal acompanhada? – ele riu sarcasticamente – Não seja teimosa, menina. 

- Não vou entrar – parei abruptamente, cerrando meus olhos, e desisti de falar as insanidades que estavam na ponta da língua. Apenas respirei fundo, e sorri calmamente – Vai buscar a Alicia, - devido a frase “estou indo até o aeroporto” deduzi que estivesse indo buscá-la – Eu me viro.

Não esperei que dissesse mais nada, atravessei a rua e apertei meus passos louca para chegar logo ao colégio. Se meu pai pensa que vou abaixar a guarda, está enganado. Suas palavras feriam-me de modo único, e eu já estava realmente farta disso.