Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Anahí narrando:

Entrei em casa e após cumprimentar a todos que estavam em casa, subi para o meu quarto, fiz a minha mala e fiquei lá pensando no Alfonso até pegar no sono. Aliás, foi a madrugada mais longa, pois meu sono demorou muito até chegar.

No dia seguinte as 10 da manhã eu já estava pronta. Mandei uma mensagem para o Alfonso dizendo que o voo estava marcado para às 11:30, e então desci para sairmos. Christopher desceu com minhas malas, as guardou no carro, e após todos entrarmos, meu pai deu partida. Chegamos no aeroporto e depois de arrumar os últimos detalhes, nos sentamos para esperar o voo. Eu olhava toda hora para a escada, e nada de ver o Alfonso. Entrava gente, saia gente, e nada do moreno aparecer com aquele sorriso lindo dele, que eu tinha certeza que iria me fazer chorar ainda mais.

Minutos passaram correndo e então deram a primeira chamada. Nos levantamos e começamos a despedida. Alicia apenas me deu um tchau frio, usando seu melhor sorriso, sem esconder a satisfação de que eu iria embora. Meu tio me abraçou fortemente, e disse para eu voltar logo, que sentia minha falta, e falta de rir de tudo comigo. Christopher queria ir junto comigo, e disse que sentiria muitas saudades. Minha mãe não queria me soltar, me deu mil recomendações, e disse que arrumaria uma maneira de fazer a cabeça do meu pai para eu voltar antes dos dois anos. Meu pai? Bom, ele sussurrou um pedido de desculpas por estar me separando do Poncho. Eu apenas sorri. Ainda ficava sem jeito de conversar com ele. Parecia que a qualquer momento levaria uma bronca imensa, que me colocaria rapidamente em meu devido lugar.

E então, deram a última chamada. Para a minha decepção, o Alfonso não chegou. Meus olhos encheram de lágrimas rapidamente, e eu decidi mandar uma mensagem.

“Mô, estão dando a última chamada. Queria te ver.”

Minutos depois ele respondeu.

“Eu não vou, Any. Boa viagem pra tu, branquinha. Deus acompanhe, e que não esqueça do que vivemos.”
“De novo isso, Alfonso? Por quê?”

“Eu não cumpri minha promessa, branquinha.”

“Que promessa?”

“De não me apaixonar.”

Alfonso narrando:

Não aguentaria ir até o aeroporto. Não aguentaria ver Anahí passando pela porta de embarque e me deixando. Não aguentaria uma despedida. Posso ser fraco, mas aquilo era demais, pra mim. Era como se eu estivesse me separando da minha mãe, ou de algo de muita importância na minha vida. E foi ali, sentado na pedra que havia no fim da rua do Cris, que era sem saída, que tive que admitir à mim mesmo o quão importante a branquinha era pra mim. Não era mais uma coisa carnal, não era atração e nem sexo bom... Era paixão, talvez amor. Sentimentos tão puros e tão sinceros que jamais senti na vida, e logo agora quando acontece, ela precisa ir.

Dois anos. Dois anos longe dela e sem saber o que seria dali em diante. Dois anos sem tocar minha branquinha, e sem poder dizer olhando em seus olhos, o quanto ela significa pra mim, e o quanto eu poderia ser somente dela. Dois anos de indefinições, de impotência, e de mãos atadas. Dois anos, que eu nem sabia se poderia ter esperança de esperá-la para tentar algo mais.

Eu só ficava repetindo à mim mesmo: “Ela não pode ir, não pode ir.” Mas a outra parte do meu cérebro, a racional, que impede que eu faça besteira algumas vezes... Essa berrava: “ela já foi, Alfonso, agora bola pra frente.”, não, naquele momento não tinha bola pré frente ou para os lados, não tinha bola, não tinha nada. Eu não conseguia parar de chorar, e pela primeira vez na minha vida, era por causa de uma mulher que não era minha mãe. Tentei bancar o forte, tentei não chorar. Mas todas as vezes que fechava os olhos, via nossos beijos, nossas noites juntos, até as briguinhas... E aquilo servia para que eu desabasse.

Ainda ali, quieto, tentando controlar a situação dentro de mim mesmo, Cris, Bingo e Dado, sentaram ao meu lado e ficaram em silêncio. Bingo colocou a mão no meu ombro. Cris ficou de pé com as mãos no bolso da calça jeans surrada, e Dado colocou a mão no meu outro ombro.

-

Fala, cara – disse, Cris – Estamos aqui contigo, brother, pra te ouvir desabafar, pra te ouvir chorar... Somos seus irmãos. Desabafa.

Ergui minha cabeça e dei de ombros.

- O que eu posso dizer, cara? Ela é a melhor pessoa que já conheci.

- Ela vai voltar, irmão – Bingo disse, confiante, ainda com a mão pousada em meu ombro em sinal de consolo.

Eu agradecia os três, por dentro. Mas nada do que eu poderia dizer, deixaria meu peito mais leve. Não naquele dia. Conforme suas palavras, dava ainda mais vontade de chorar, e eu já não estava querendo mais aquilo.

Levantei-me da pedra e enxuguei minhas lágrimas, mesmo que escorresse novas após. Que era o caso.

- Aonde vai? – perguntou Cris – Viemos ficar contigo, Poncho, tu não tá bem. Fica aí.

- Vou pra casa, galera – solucei. Passei meu braço pelo meu nariz. Tentando limpar as lágrimas, em vão – Não tem nada que possamos fazer. Anahí foi pra Londres, e agora só esperar o tempo correr.

Dois anos, que eu nem sei se quando ela voltar, ainda vamos querer um ao outro.

Virei- me de costas e fui embora. Tudo o que eu queria era chegar em casa e me enfiar debaixo do meu cobertor, esperando as horas correrem. Coisa maluca, mas é verdade.

Assim que entrei em meu quarto, senti o celular vibrar. Era a branquinha.

“Então quebramos a promessa juntos. Eu amo você.”