Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Alfonso narrando:

Dois meses sem ela. Dois meses procurando coisas para ocupar meu tempo livre para não pensar nela. Dois meses que eu lutava contra minha própria mente para não fumar maconha. Ou coisas mais fortes, só para não pensar na branquinha. Pensar que eu a tinha, mas não pedi para que ficasse.

Eu entrava em seu Facebook todos os dias, como um viciado. Mas não tinha atualizações dela há semanas. Nem com a Angelique ela falava direito. A última notícia que recebi, foi que estava muito focada nos estudos, e não queria se distrair.

Eu sentia falta dela. Uma falta quase insuportável.

Tinha noites que eu pensava que não veria a luz do dia, porque meu peito doía de uma maneira única para mim. Maneira que jamais tinha sentido antes.

Faltavam dois meses para o Natal, e o que eu mais queria de presente, era ela de volta ao meu lado.
Eu estava focado no meu trabalho mais que nunca. Subi de cargo, sendo um secretário exclusivo do Ricardo, e ganhando um pouco mais que antes. No começo eu não queria. Ser moto boy já estava ótimo, mas com tanta insistência dele, acabei aceitando.

Baladas não eram mais rotinas dos finais de semana, mas ás vezes os caras conseguiam me arrastar para noitada.

E foi numa dessas noites que conheci Isabele, que para não enlouquecer, acabei me apegando à ela.
Não era com Anahí. Não mesmo. Mas era como uma válvula de escape. Com ela ao meu lado, conseguia não entrar em becos procurando uma saída, e apesar de tudo, ela me fazia bem.

Maite estava meio afastada, estranha demais para o meu ver. Não a reconhecia. Antes éramos melhores amigos, e da noite para o dia passou para colega, ou nem isso.

Estava tudo tão complicado, que tinha a impressão que enlouqueceria à qualquer momento. Ou no mínimo, trancaria- me no quarto e pediria para o tempo correr.

Era um sábado, e a Isa estava dormindo em casa. Não era algo comum, porque minha mãe não gostava. Era sempre uma briga lascada quando Isabele dormia comigo.

Estava um tempo chuvoso, frio, e não dava a mínima vontade de sair da cama.
Isabele estava deitada em meu peito, e eu beijei seu rosto para que ela acordasse. Porém, seu sono era tão profundo, que demorou cerca de dez minutos até que despertasse.

-Bom dia – disse ela – Que horas são, amor?

- Hora de acordar antes que minha mãe acorde – ri – Eu te deixo em casa. Vamos?

Isabele pareceu não gostar. Sua cara era a mesma toda vez que eu dizia que ela tinha de ir embora. Bom, eu só tentava evitar que dona Ruth pegasse um nosso pé, e talvez até proibisse de aparecer em casa.

Contrariada, ela levantou e foi tomar banho. A segui, e tomamos banho juntos. Meia hora depois nós saímos, nos arrumamos, e fomos direto para sua casa, que não era tão longe dali. Nos despedimos, e eu voltei pra minha casa, querendo dormir ainda mais.

Assim que pisei na sala, vi minha mãe parada na porta da cozinha de braços cruzados.

Lá vem bronca!

- E aí mãe? – beijei seu rosto, como se nada tivesse acontecido – Bom dia.

Eu entrei na cozinha, e ela me seguiu, ainda com uma cara de impor respeito em qualquer pessoa.

- QUANTAS vezes eu pedi para não dormir com essa menina aqui, Alfonso? QUANTAS VEZES?

Peguei um copo, coloquei água e bebi, ainda de costas pra ela.

Terminei, coloquei o copo na pia, e virei de frente, olhando-a nos olhos.

- Relaxa, dona Ruth! Qual a implicância com a garota? Não entendo! – suspirei – Com a Anahí a senhora não era assim, mãe. Quantas vezes ela veio aqui em casa e dormiu comigo?

Minha mãe relaxou os ombros e sentou à mesa, respirando fundo.

- A Anahí é diferente, e ambos sabemos que não é só pra mim.

Sim. Eu sabia. Tinha plena consciência do quanto Anahí era diferente, e do quanto significava pra mim. Mas, eu tentava todos os dias colocar na minha cabeça que eu poderia esquecê-la. Poderia. Eu era mais forte que o meu pensamento, era mais forte que o meu cérebro e podia controlar minha mente.
Mentira.

Eu apenas tentava fugir todos os dias, do sentimento que tinha por ela. Do amor imenso que ainda sentia. Era algo incomum, algo que jamais vi na vida, e cada dia aumentava mais.

- Hum – disse, tentando não dar muita importância. Tentando não seguir esse assunto.

Eu tentava não admitir a mim mesmo que gostava tanto assim dela.

- Alfonso, você já errou demais com a menina – disse ela – Vai atrás antes que a perca.

- Já perdi, mãe – ri, forçado – A perdi no momento que mandei ela seguir sua vida.

Beijei a cabeça da minha mãe e subi para o meu quarto.

Não sei por que, mas me deu um instalo assim que fechei a porta. Eu precisava entrar no Facebook da Anahí.

Com o aumento que ganhei no serviço, deu para comprar um notebook.

Entrei no meu Facebook, e logo vi uma atualização dela. Uma atualização depois de quase dois meses.

Sorri sem perceber, ouvindo meu coração acelerar de maneira brusca. Antes mesmo de ver quais eram as fotos.

Cliquei na primeira.

“Hoje o dia foi para colocarmos o assunto em dia. Amei o sábado contigo, amiga! Obrigada pelos conselhos, e por ouvir minhas palavras que de dez, onze era sobre ele. Eu amo você! – Com Dafne Willians.”

Eu sorri. Sem saber explicar, sorri. Porque pensei que poderia ser pra mim aquela legenda. Poderia ser sobre mim que ela passava horas conversando com suas amigas. E aquilo realmente encheu meu peito de paz.

Mesmo depois de dois meses, Anahí ainda pensava em mim, e talvez sentisse ainda a mesma coisa que eu sentia. Nem tudo estava perdido como eu imaginava. A branquinha ainda era minha.

Porém, meus pensamentos mudaram assim que abri a segunda foto.

Minha vontade foi de jogar o Notebook no chão, como se estivesse jogando todo o meu sentimento junto.

“Te reencontrar foi tão bom! Meu pequeno príncipe – Com Joe Stuart.”

- Seu o cacete! – esbravejei alto, para mim mesmo – Merda!

Foi aí que meus pensamentos mudaram, e mil outros aterrorizaram- me.

Anahí não podia estar ficando com aquele cara novamente. Não podia ficar com ele, porque era minha. Nem distância, nem as circunstâncias, poderiam mudar isso. Não poderiam mudar o meu sentimento.

Fiquei irado, revoltado e com uma dor imensa em meu peito. Joguei tudo que havia na minha frente, contra a parede. Foram porta-retratos, travesseiro, e quando arremessei meu celular na porta, minha mãe abriu no mesmo instante, quase acertando-a.

- O que é isso? Ficou maluco?

Não respondi. Apenas abaixei-me perto da minha cama, e com as duas mãos na cabeça, comecei a chorar como uma criança indefesa.

Minha mãe pareceu assustada. Eu acho que em toda minha vida, só chorei em sua frente quando era criança. Depois, só voltei a chorar por causa do meu pai. E tentava evitar que minha mãe visse.

Chorar por uma mulher não era estranho somente para mim, mas acho que pra ela, também. E pra todos que estavam presenciando essa minha caída por conta da Anahí.

Minha mãe sentou ao meu lado, abraçando-me forte, e me colocando contra seu peito. Seus dedos acariciavam meus cabelos delicadamente, mas ao invés de me acalmar, estavam me dando cada vez mais vontade de chorar.

- Que foi, filho? – perguntou ela – O que aconteceu?

- Acho que a Anahí me esqueceu, mãe – respirei fundo – Estou me sentindo um idiota aqui chorando por ela, velho! Não acredito que ela me esqueceu em dois meses.

- Não a julgue – disse, baixo – Você está com a Isabele, Poncho, não pode julgar a Anahí por seguir sua vida.

- Ela era minha, mãe. Não importa a Isabele, cara. A Anahí é minha!

Não iria adiantar sermões de ninguém. Anahí era sim, minha, e nenhuma palavra contra, conseguiria enfiar na minha cabeça que era no passado, mas presente era de outro.

Minha mãe ficou comigo até que eu me acalmasse. Falou palavras carinhosas, mas que daquela vez, não conseguiram me acalmar de maneira alguma.

Quando ela saiu, decidi fazer a coisa certa mais infantil que já fiz na vida.