Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Alfonso narrando:

Ouvir a Any confessando que era ciúmes, me fez sorrir feito um idiota, pra ser bem sincero. Eu achava incrível o modo como as coisas iam tomando o rumo de forma natural. Em quatro meses que ela estava em Londres, nos falamos apenas duas, e tudo fluía tão naturalmente, que parecia que não deixamos de nos falar por um segundo.

Sorriso enorme e coração inteiro. Era assim que me senti com sua confissão. Eu queria ter uma máquina de teletransporte naquele momento, para poder ir até ela, e abraçá-la como se dois minutos depois o mundo fosse acabar.

-Fica com ciúmes não, mina – sorri – Sou seu.

Anahí se calou por alguns minutos, e logo ouvi um soluço baixo.

- E da Isabele, né? – murmurou – Ainda não esqueci da música.

- Ih, pra que revirar passado, mina? Terminei com ela já. Temos mais nada, não.

Respirou fundo, que a ouvi bufar no fim.

- Por que terminou?

- Não queria que eu terminasse? – sorri de lado – Decide, mina.

- Eu queria, é que...

- Sabe por que terminei? – interrompeu-me. Anahí apenas murmurou um “Hum?” – Porque é você que fica na minha cabeça 24 horas por dia. É você a dona dos meus sentimentos, mina. E não há outra pessoa que possa te tirar do meu coração.

- Ai, garoto! – soluçou – Quero um abraço seu.

- Então volta, branquinha! Volta que te dou quantos quiser.

- Quero agora, amor.

Eu sorri, abobalhado.

Foi tão gostoso ouvir. Acho que ainda mais gostoso, por ouvir da Any.

- Mina, não me faça ir ai – sorri de lado – Repete?

- Amoooooor – ela riu – Mas se eu for, vai ser outra despedida, Poncho, não dá.

- Nem se eu disser que sinto sua falta? – perguntei, e ela riu – Que estou com saudades? Que eu amo você?

- Ai é covardia – disse, dengosa – Eu vou ver, tá? Prometo.

- Tá, mas não demora com a resposta. Ou vou mandar seu pai te trazer pela orelha – ri – Vou desligar, branquinha. São duas da manhã aí, né?

Ela riu.

- São, mas nem estou com sono, moreno.

- Eu também não – sorri, pelo apelido – Mas é melhor descansar. Vai pensar se vale a pena vir me ver. Se vale a pena outra despedida.

- Vou pensar, meu menino.

- Covardia me chamar assim e não vir, hein? – disse, e ela riu – Boa noite, branquinha.

- Durma com Deus, amor.

- Amém. Você também. – pausei – Eu te amo.

- Eu te amo – pausou – E não é pouco, menino.

E então ela desligou.

Meu coração batia acelerado, mas finalmente estava feliz.

Maite desceu rindo, e se jogou ao meu lado.

- Que isso, hein? Tá apaixonadinho, mesmo? – ela riu – Se me contassem sobre essa melação, eu não acreditaria. O que fizeram com o meu amigo marrento?

Revirei os olhos, a puxando para um abraço. Fazia um bom tempo que não nos tratávamos como melhores amigos. E considerando que sempre andamos grudados, eu sentia falta.

- Pois é, mina. Anahí mexe comigo de uma maneira diferente – confessei, enquanto sorria quase sem perceber. Eu estava realmente contente por ter me entendido com a branquinha. Não aguentava mais todo aquele clima tenso, que eu não podia nem ao menos mandar uma mensagem à ela.

Maite sorriu de lado e entrelaçou nossos dedos.

- Percebi isso faz tempo, moreno – passou o nariz pelo meu rosto, e encostou a cabeça no meu ombro.
Ficamos quietos por um tempo, até que Mai decidiu ir dormir. Disse que estava com tanto sono, que não queria nem comer. Bem, considerando a gravidez, realmente deveria estar com sono. Minha mãe sentia isso quando estava grávida do Miguel.

Ela me deu um beijo no rosto e subiu até meu quarto, que era sempre onde dormia. Eu estava tão eufórico que nem dormir, eu não queria. Se não fosse tão caro, ligaria novamente para Anahí.

Fiquei assistindo televisão durante um bom tempo. Comi algumas besteiras que encontrei no armário, e depois me joguei no sofá. Dormir por ali, mesmo. Não tinha clima dormir com a Mai como antes. Já não era mais a mesma coisa, apesar de eu ainda querer sua amizade.

Fiz minha higiene, tomei um banho rápido e me deitei no sofá. Pensei na Anahí até dormir.

Anahí narrando:

Passei a madrugada toda pensando na conversa que tinha tido com o Alfonso. Pensando em ir ou não ir, ligar novamente pra ele ou não, dormir ou ficar ali acordada só pensando. Sentindo minha cabeça fundir em pensamentos, sem saber o que fazer.

Eram seis horas e eu ainda não tinha conseguido dormir. Era como se eu tivesse tomado um litro de algo com cafeína, porque me sentia elétrica, eufórica, e completamente acordada. Sem um pingo de sono se quer.

Enrolei mais um pouco na minha cama, quando meu celular tocou. Sem olhar no visor, atendi.

-Alô?

- Mudamos nossos planos – era meu pai. Por incrível que pudesse parecer, sua voz não estava séria. Pensei que tivesse irritado por eu não querer passar o Natal com eles, mas não pareceu naquele momento.

- Mudaram? – confusa, estreitei meus olhos mesmo sem ele ter visto, e senti uma pontada em meu peito.

Não poderia ser o que estava pensando.

- Sim – disse ele – Iremos passar o Natal ai com você.

NÃO, NÃO!

- Pai... – minha voz saiu trêmula, e eu já sentia algumas gotículas de suor pelo meu rosto.

- O que é, Anahí? – interrompeu-me, irritado – Tudo pra você é não, agora? Tudo vai contra? – pausou – Não quer vir, mas também não quer que iremos?

Guardei novamente o leite na geladeira e me sentei no balcão, sem saber muito bem o que dizer.
Logo naquele momento que tinha finalmente pensado na possibilidade de ir, ele resolveu vir. Nossas opiniões realmente não batiam nunca.

- É que – mordi meu lábio inferior, de nervoso – eu decidi ir. Estava pensando em ir amanhã, mesmo.

- Ô coisa confusa – ele riu – Pior que sua mãe se empolgou, Any. Agora não vai ser possível trocar nossos planos.

Fiz uma pausa sem saber o que dizer, e o ouvi respirar fundo.

- Pai, queria ir aí. Por favor?

Ele fez uma pausa agoniante e suspirou.

- Vamos fazer o seguinte – pausou – Nós passamos o Natal aí, e o ano novo aqui. Pode ser?

Não respondi. Apenas respirei fundo e saltei do balcão, bebendo um leite puro como se fosse me acalmar.

- Hein, filha? – insistiu – Pode ser? Sua mãe se animou. Se você decidisse antes...

- Queria passar aí – disse, pensando no Poncho – Mas, tudo bem. Pode ser, então.

Ainda fiquei conversando um pouco com o meu pai, até que ele se despediu. Ainda iria sair para almoçar com não sei quem. Também não fiz questão de saber. Era sempre com alguém do escritório ou algum cliente.

Fiquei à toa, mexendo no notebook. Até que achei uma foto minha e do Poncho. Decidi postar.

“Ouvi sua voz, te vi chegar. Eu te abracei, sem te tocar. Acho que estou ficando louca, mas isso me faz bem. Você não tem noção da saudade que está escondida no meu peito. Saudades de tudo, até do seu orgulho imenso. De todas as suas qualidades e defeitos. De todos os beijos e abraços. Sinto sua falta, meu moreno. Muita falta” – Com Alfonso Herrera.

As horas passaram rapidamente. Fiquei estudando por horas à fio, sem almoçar. Quando dei por mim já eram 17 horas. Como estava cansada, resolvi dar uma pausa.

Entrei no Facebook novamente, e o Alfonso tinha curtido a foto, postado e postado um comentário.

“Você não sabe a falta que sinto de tu. Às vezes parece que falta um pedaço de mim, que nem mesmo sei o que é, mas acho que falta um pedaço do meu coração. Volta pra mim, branquinha!”
Fechei meus olhos com força e sorri, pensando em como deveria ter sido sua feição quando viu a mensagem. Mordi o lábio inferior, e abri os olhos novamente, lendo mais umas cinco vezes o que ele tinha escrito.

Curti.

Olhei meus contatos, e vi que ele estava online. Abri sua janelinha, mas não tive coragem de falar nada. Apenas fiquei olhando, desejando que ele me chamasse. Mas isso não aconteceu.

- Só acontece em filmes – pensei, enquanto fechava meus livros, e arrumava minha escrivaninha.
Levantei-me para guardar meu material no armário. Quando voltei, vi que a janelinha do Alfonso brilhava em um azul mais escuro. Sorri pra mim mesma e cliquei nela.