Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Alfonso Narrando:

“Dona dos meus olhares, me rouba suspiros e ares. Até que fim te achei, fui em muitos lugares... Sinto falta até de quando me perturbava. Minha branquinha.” – Com Anahí Portilla.

Fiquei na sala assistindo televisão com o Miguel o resto da tarde. Maite também estava em casa ainda, mas passou a maior parte do tempo dormindo no meu quarto.

Contar à minha mãe que ela estava grávida e precisava de um abrigo, foi complicado. A veia quase surtou, e até nos ameaçou com um rolo de macarrão, mas no fim deu tudo certo. Até ofereceu para que Maite dormisse no quarto do Miguel, e ele dormiria comigo, até que tudo se ajeitasse em sua vida.

As horas passaram, e tudo o que eu pensava era na branquinha. Eu parecia um idiota pensando no que estava fazendo, se havia realmente comido ou me enrolado, e se estava feliz, assim como eu estava.
Na hora de dormir foi uma farra danada, porque Maite ficou enchendo meu saco, dizendo que eu era um retardado quando estava apaixonado, e o Miguel ficou me zoando, também. Até que eu me irritei e fiz cócegas nos dois, até pedirem para parar.

Depois de tomar banho, escovar meus dentes e arrumar a cama. Deitei-me com o Miguel. Ele entrou logo depois coçando os olhos, e com uma fralda de pano na mão direita.

Miguel tinha mania de passar a ponta da fralda no olho fechado, para poder dormir.

- Apaga a luz e vem dormir de conchinha comigo – disse, brincando.

Miguel riu, apagou a luz e pulou na cama rapidamente.

- Como é dormir de coxinha?

Eu ri.

- É conchinha, pirralho. Deita que eu te mostro - disse, ainda me divertindo com a situação. Miguel deitou, e eu o abracei por trás, com força.

- É assim?

- É – dei risada – Gostou?

- Credo, Poncho, assim quem dorme é casal. Já vi filme assim – se soltou de mim, e deitou na ponta da cama, de barriga pra cima – Saudades da branquinha, Poncho.

- Eu também, pirralho – suspirei – Bom, boa noite.

- Boa noite.

Virei-me ao lado oposto que ele, e fechei meus olhos, e pensando na Any, acabei dormindo.
Duas semanas depois.

Era véspera de Natal, e estava uma loucura em casa. A mãe do Bingo, do Cris e do Dado, como de costume, se juntavam com a minha todo ano, e armavam uma ceia imensa, como se fossem alimentar um batalhão. Era uma verdadeira bagunça. Chesters sendo assados, peru, tortas, doces à beça, e nós quatro feito maluco comprando as coisas que faltavam. Maite por sua vez, só dormia. Era o que mais fazia, dormia e enjoava.

De noite, lá estávamos nós todos reunidos, já todos arrumados. Eu ainda esperava por um telefonema da Any. Fazia duas semanas que não recebia noticias suas, isso porque ela me ligaria.

Eu ainda esperava ansioso por receber o seu Feliz Natal, e nada. Estava começando a ficar chateado.
Meia noite. Oramos para Jesus, demos Feliz Natal à todos, brindamos e eu me sentei na mureta de casa, ainda com a minha bebida, esperando pela Any.

- Vamos comer, cara. Só falta você – Bingo parou na minha frente e, encostou ao meu lado, na mureta que eu estava. Também estava com uma taça de champanhe na mão, mas ao contrário da minha, a dele estava cheia.

- Vou esperar mais um pouco – levei a taça à boca, e dei uma golada da bebida – Ela vai ligar, cara, sei que vai.

Bingo deu de ombros, me olhou novamente, e voltou para dentro de casa sem dizer mais nada.
Pisquei algumas vezes, e senti uma mão em meu ombro. Ergui o meu olhar e vi o Cris.

- Poncho, sua mãe disse que se não for comer agora, vai ficar sem – bateu em meu ombro.

Não queria ir. Ainda tinha esperanças de que ela fosse ligar. Ainda esperava por uma ligação sua.

- Depois eu vou. Se ficar sem, de boa.

Cris me olhou como se repreendesse com o olhar, mas resolveu não falar nada. Agradeci por não ter que começar uma batalha com ele e toda aquela gente que estavam lá. Eu esperaria por ela à noite toda.

Logo, Cris resolveu entrar, e fiquei sozinho novamente, com meu pensamento à mil. Não me reconhecia mais, porque naquele momento, meu coração implorava por ouvir sua voz. Nas minhas testas já tinham gotículas de suor, só de imaginar que ela pudesse não ligar.

Preferia pensar que alguma coisa tivesse acontecido. Londres já eram quatro da manhã, e nada.
Entrei quando eram meia noite e meia, e então finalmente me juntei à todos para ceiar. Miguel estava quase dormindo com os cotovelos à mesa, e o rosto apoiado no seu punho cerrado. Mas ainda assim, todos me esperaram até eu desistir de esperar a Anahí.

Devorei aquela mesa deliciosa, ignorando meus pensamentos que queriam me enlouquecer. Eu estava muito chateado. Só queria um telefonema, e nada. Se não fosse tão caro, eu mesmo ligaria, mas Anahí sabia que eu não tinha condições de bancar uma ligação de tão longe.

Meia hora depois todos estávamos satisfeitos. Bom, quase todo mundo. Bingo ainda devorava uma coxa do chester, como se não houvesse vida após aquela refeição. A Vitória ligava de cinco em cinco minutos, mas ele não atendia. Comida para ele era realmente coisa séria. Cris por sua vez, foi ligar para a Angelique, e até pensava em se encontrar com ela ainda naquela noite. Dado havia se sentado no sofá, acariciando sua barriga. A mulherada estavam ainda na mesa conversando, e os pais dos meninos estavam bebendo cerveja no fundo da casa.

Peguei o celular ainda com a esperança em alta, e nada. Irritado, resolvi ligar. Deixei tocar duas vezes e desliguei para que ela retornasse. Dane-se que eram quase cinco da matina. Anahí deveria me dar o feliz Natal, caramba!

Assim que desliguei, o celular começou a tocar. Era ela.

- Me ligou? – seu tom de voz parecia tão normal, que até estranhei. Não era seu gênero falar comigo daquela maneira.

- Não me ligou? – Indaguei da mesma forma, tentando controlar meu tom de voz. Eu estava realmente irritado.

- Deveria?

Respirei tão fundo, que pensei que pudesse sufocar à qualquer momento.

- Aconteceu alguma coisa?

- Por que queria que eu ligasse?

- Queria seu feliz Natal, sei lá. Pensei que fosse me ligar.

- Quer meu feliz Natal? Tudo bem. Feliz Natal – respirou fundo – Boa noite. São cinco da manhã, Alfonso!

- Se desligar não perca o seu tempo em me procurar quando vier ao Brasil, beleza? Na boa, não estou entendendo nada. Não estávamos bem?

- Estávamos sim. Até eu saber de tudo!

- Tudo? Tudo o que, mina? Endoidou?

Ela riu sarcasticamente.

- Alfonso, eu não sou idiota, tá legal? Vi a foto que postou da Maite. Vi que ela está grávida e morando com você – suspirou – Não me faça de idiota, que eu detesto isso. Você poderia ter sido sincero, que talvez até estaríamos bem agora. Eu cansei de tudo, sério. Eu não quero mais ouvir o seu nome! Estou me sentindo uma idiota por ter dito que te amo, e você esfregando aquela foto no Facebook para quem quisesse ver. Seu estúpido! Eu odeio você! – soluçou – Se é meu feliz Natal que quer, ok... Feliz Natal. ME ESQUECE!

E assim, sem dizer mais nada, ela simplesmente desligou na minha cara

Ah, você não fez isso, branquinha – ri, morrendo de raiva – Não fez isso!

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São dois cabeças duras! Quem concorda? 

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