Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Bingo Narrando:

Era uma da manhã, e eu estava na minha casa com Vitória. Já estava até dormindo.

Quando de repente o meu celular toca. Era o Alfonso.

-Pô, Poncho, não pode ligar ao amanhecer? – bocejei – Estou com sono.

- Cara, aqui é o Rodrigo, trabalho com o Alfonso – disse o tal garoto – Estou com ele aqui na balada, mas ele está alterado demais. No estágio do choro.

- Mas ele é muito burro, mano – disse, sem paciência – Só falta dizer que está chamando a Anahí – pensei alto.

O garoto riu.

- Não Anahí, mas está chamando uma garota. Branquinha.

Balancei a cabeça negativamente, incrédulo.

- É a mesma pessoa – ri – Mas é muito tapado esse meu amigo, vou te contar. – bufei.

- O cara não está nada bem. Já mandei parar de beber, mas está agressivo demais. Não sei onde ele mora, e como ele já tinha comentado comigo sobre você, procurei seu número na agenda dele e te liguei.

- Beleza cara, fez bem. Manda o endereço por mensagem que eu já estou indo ai.

- Beleza.

- Não deixa ele tomar mais nada, que depois do choro a agressividade piora, viu?! Cuidado aí. Já tomei um soco quando tentei fazê-lo parar de beber uma vez.

- Tá certo. – ele riu – Talvez fosse melhor ligar para essa garota. Poncho tá pedindo isso.

- Ela tá em Londres, cara. A história é mais complicada do que tu imagina – suspirei – Lá é madrugada, também. Acho que não seria uma boa liga.

- Estão brigados?

- Estão. Dois cabeçudos, orgulhosos e birrentos – ri – Mas amanhã passa. A única coisa que ele vai lembrar é da dor de cabeça.

- Vixi, vai ser tenso – pausou – Te passo o endereço por mensagem, então. Em minutos te mando.

- Beleza, cara, abraço.

- Abraço.

Abracei a Vitória, e dei beijinhos em seu pescoço para acordá-la.

- Oi, amor – disse ela, ainda de olhos fechados – Que horas são?

- Quase duas, amor. Um colega do Alfonso ligou aí, e pediu para buscá-lo em uma balada. O cabeção ta bêbado e chamando a Any – bufei – Vou lá e já volto, tá?

- Tudo bem, amor – abriu os olhos – Vai, lá.

A beijei rapidamente, troquei de roupa e saí feito um maluco com o carro do meu pai, sem nem ao menos pedir. Trazê-lo de moto em casa, estaria fora de cogitação. Era capaz de perder o equilíbrio no meio do caminho e eu nem perceber.

Maite narrando:

Estava dormindo tão gostoso, mas fui interrompida pelo meu celular. Pensei em tacá-lo na parede e voltar a dormir, mas considerando que estava sem dinheiro pra comprar um novo, acabei atendendo sem ao menos ver quem era.

-Acho bom ser importante. Sou uma grávida cheia de sono.

- Ei, nervosinha – pela voz, era o Bingo – Fica de boa aí, mamãe – riu – Estou aqui na porta da casa do Poncho, me ajuda aqui.

- O que aconteceu? – sentei-me em um pulo, preocupada – Que horas são?

- Duas e meia. Relaxa que ainda nada – bufou – Alfonso está bêbado, mas vou espancá-lo se ele não parar de chorar.

- É a branquinha? – ouvi Alfonso perguntar, com a voz completamente mole. Atropelando nas palavras.

- Não, Alfonso, é a pretinha! – Bingo riu – Cala a boca, cacete, e solta o meu celular!

- Bingo? – chamei – O que aconteceu?

- Mai, abre a porta aqui. Depois te explico. Estou perdendo a paciência com o Alfonso!

Sem responder, desliguei meu celular, corri até a porta, abri, e desci voando para abrir a porta da sala.
Ao ver Alfonso nos braços de Bingo, mole e chorando, me apertou o coração. Dei espaço para eles entrarem, e tranquei a porta novamente.

- Vou jogar o Poncho debaixo d´água – disse Bingo – Tomara que a tia não acorde. Ela não merece vê-lo dessa maneira.

Assenti.

- O Alfonso é burro quando quer, viu? – entortei os lábios – E o pior é que eu falei com ela hoje.
Disse “ela”, para o Alfonso não pirar caso eu pronunciasse o “Anahí”. Bingo virou-se novamente para mim, e me olhou, como quem perguntasse o que conversei com ela.

- Branquinha – murmurou Alfonso, ainda chorando.

- Espera – disse Bingo – Vou subir com esse peso, e tu me conta o que conversaram.

Assenti novamente.

Ajudei Bingo à subir as escadas com o Poncho, e o levamos até seu quarto. Enquanto Bingo o enfiava debaixo do chuveiro, peguei uma roupa limpa e coloquei na pia. Voltei para o quarto, e me sentei na cama, olhando para os meus pés, pensando em como fui tola de não ter fechado a janela.

Quinze minutos depois, Bingo voltou com o Alfonso já vestido, e pouco melhor. Pelo menos havia passado a choradeira. Bingo o colocou deitado na cama, e eu o cobri. Sem dizer nada, Alfonso virou para o lado e fechou os olhos, caindo em um sono profundo sem esforço algum.

Bingo e eu ainda ficamos conversando por um tempo. E eu contei tudo o que a Any tinha conversado comigo. Bingo ainda me perguntou se Anahí realmente ficaria em Londres no ano novo, mas nem eu mesma sabia. Ia perguntar quando eu voltei ao computador, depois de me certificar que Alfonso não ia pular da janela – mas já tinha pulado – porém, ela não estava mais lá. Tinha saído sem nem ao menos dizer nada.