Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Alfonso narrando:

A Any entrou aqui praticamente arrastada. Fiquei realmente preocupado. Se aquilo era como o pai tratava um filho, não consigo imaginar em ter um pai. Entrei pra pegar mais documentos, e a Joana me olhava de uma maneira entristecida, fiquei intrigado.

-O que foi, Jô?

A Anahí, tadinha! Essa irmã dela sempre sai por cima de tudo. Aposto que está levando a maior bronca por uma coisa boba. – ela entortou levemente os lábios, e me entregou duas pastas – Depois você pode comer alguma coisa, Poncho. Sua mãe me contou que não tomou café, e por enquanto são só essas duas. Fique com o celular ligado, se tiver mais serviço te ligo, mas permaneça por perto.

Eu assenti, peguei as pastas e fui pra fora do escritório. Fiquei esperando a Any sair, torcendo pra não demorar. Foi quando saiu uma loira, da mesma altura da Any, e parecia preocupada. Ela caminhou até um banco que havia na calçada, e se sentou respirando muito pesado.

- Está tudo bem? – perguntei, sem me aproximar.

- Acho que sim – disse ela – Vou saber quando minha amiga sair de lá de dentro.

- A Any é sua amiga? –aproximei-me dela, e seu rosto se ergueu para que pudesse me ver – Aconteceu alguma coisa para o pai dela fazer isso?

- Sou a melhor amiga dela. – sorriu- O senhor Ricardo não precisa de motivos para brigar com a Any, ele simplesmente briga quando sente vontade.

- Sério? – Perguntei incrédulo – Será que ela vai demorar a sair?

- Você é o Alfonso? – perguntou, sorrindo. Eu sorri espontaneamente só de suspeitar que a Any tivesse comentado sobre mim. Apenas assenti. – Ela me falou de você a manhã toda. – ela riu

Fiquei feliz em ouvir que a Any falava de mim para sua amiga, confesso.

- Que bom – sorri de lado, tentando disfarçar a alegria que senti – Vou esperá-la um pouco – olhei no relógio – Queria falar com ela antes de fazer as entregas.

A menina sorriu, e então ficamos esperando Anahí, naquele silêncio angustiante. Virei-me em direção à porta, quase desistindo de esperá-la, e então a vi sair correndo, como se estivesse fugindo de algo. Parei em sua frente, e a abracei com força, fazendo-a parar bruscamente.

- Calma, branquinha – disse à ela – O que foi?

- Meu pai – disse em meio aos soluços – Quero sumir, Poncho – ela retribuiu o meu abraço, fortemente, e chorou mais ainda, no meu ombro – Meu pai não gosta de mim.

- Como não gosta de você, menina? Ficou maluca? – afastei-me dela vagarosamente, o suficiente para que pudéssemos nos encarar, e então limpei cada lágrima sua, delicadamente, enquanto acariciava seu rosto. – Pais tem manias de nos dar bronca, mas é para o nosso bem –sorri de lado – Às vezes minha mãe também me deixa louco, mas eu sei que ela me ama. Tudo o que faz, é por me amar demais.

- Machucar não é amar, Poncho – ela mostrou seu braço que estava realmente marcado. O pai dela devia ter uma força imensa, porque quase dava pra ver seus dedos contornados ali – É só minha irmã aparecer que ele quer mostrar quem manda.

- Seu pai é louco, só pode! – segurei seu braço, e cariciei, dando um beijo logo em seguida – Quando casar sara – sorri brincalhão, e recebi seu primeiro sorriso naquele dia.

- Minha mãe fala isso pra mim.

- A minha também falava – revirei os olhos – Agora ela fala para o meu irmão.

- É pequeno?

- Cinco anos – sorri – Mas eu não falo essas coisas de gay, não! Eu falo: “Miguel, seja homem e para de chorar, caramba! Um machucadinho de merda.”

Anahí deu uma gargalhada gostosa de ouvir, e me empurrou sem força.

-Palhaço! –brincou

- Tudo pra te ver sorrir – acariciei seu rosto, e nos perdemos um no olhar do outro.

Anahí fechou seu sorriso o suficiente para deixá-lo apenas de leve, e então abaixou a cabeça, parecendo constrangida. Afastei-me dela, lembrando das entregas que ainda tinha que fazer.

- Tenho que ir – beijei seu rosto, e caminhei até a moto.

- Vai trabalhar? – perguntou, enquanto eu colocava o capacete.

- Sim, tenho duas entregas. Mas...depois estou livre. Quer fazer alguma coisa? – não importei-me nem um pouco por ter sido tão direto. Eu estava gostando da sua companhia, e o que dependesse de mim, nos falaríamos todos os dias. – Podemos dar uma volta, o que acha?

- Eu vou pra casa com a Angel – ela olhou a garota sentada no banco. – AH! Trouxe a blusa que me emprestou ontem.

- Sério? – sorri, sacana – Que bom, porque esqueci de pegar quando sair. Vai ter que entregá-la hoje, então, terá de me ver de novo.

Arranquei com a moto sem esperar por respostas, mas quase pude ver seu sorriso lindo.

Anahí narrando:

Você vai sair com ele! – disse Angelique, enquanto eu ainda permanecia parada no mesmo lugar, feito uma idiota, sem conseguir para de sorrir – Vai espairecer, amiga!

- Mas e você? – eu queria sair com Alfonso, não nego, mas não queria deixá-la sozinha. Tinha a convidado para vir ao escritório comigo, e não seria nada agradável deixá-la por causa de um garoto.

- Any, você vai sair, ouviu bem? –sorriu- Não se preocupe comigo. E a propósito, ele é lindo demais!

- Não é, menina? Aquele sorriso dele me derrete. – abanei-me com as mãos, e a Angelique riu – O Alfonso é tão legal, Angel, tinha que ver ontem quando estava chorando na praça e ele colocou um dos lados do seu fone, no meu ouvido. Dançou comigo na frente de todos, só pra fazer sorrir, acredita?

- O Alfonso existe? – disse, eufórica- Vou perguntar se de onde ele vem, existem mais desses.

Eu ri, e ficamos conversando até o Alfonso voltar. A Angelique se despediu de nós rapidamente, e foi para o ponto de ônibus.