Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Alfonso narrando:

Ver Anahí chorando em minha porta desesperadamente foi uma das piores coisas que aconteceram na minha vida. Suas lágrimas incessantes, seu coração disparado que dava para perceber, seu corpo inteiro tremia, e sua mão estava tão gelada que mais pareciam pedras de gelo.

Fui sincero o tempo todo. A abracei, a beijei e a confortei da melhor maneira possível. Queria que ela dividisse sua dor comigo, mesmo sem nem saber do que se tratava, mas imaginava. Só poderia ser alguma coisa relacionada à Ricardo. E considerando que estava fugida de sua casa, só poderia ser algo muito, muito sério.

Assim que terminamos o banho, Anahí se enrolou na toalha e eu a peguei no colo, colocando-a sentada na cama. Peguei uma cueca box vermelha e uma camisa branca e coloquei nela.

-Trouxe roupa, branquinha? – perguntei e ela assentiu – Cadê suas coisas?

- Soltei quando você me pegou no colo, amor – peguei uma camiseta verde e vesti. Peguei uma cueca box preta e coloquei – Quer comer alguma coisa?

- Não, moreno, obrigada – se deitou na cama, olhando o teto. Ainda com aquela aparência de cortar o coração.

Caminhei até ela, e deitei-me ao seu lado, puxando-a para deitar em meu peito. Ficamos em silêncio por bastante tempo. Ali, sem ninguém para interferir. Somente nós dois abraçados e ouvindo nossas próprias respirações. Meu celular tocou, quase atrapalhando o clima, mas não permiti que isso acontecesse. Desliguei e voltei a abraçá-la.

Não demorou muito até que Anahí dormisse. Levantei com cuidado para que ela não acordasse, vesti uma bermuda folgada de ficar em casa e desci para a sala. Minha mãe estava sentada em um sofá tricotando e a Mai no outro, jogando vídeo- game com o Miguel. Sentei-me ao lado deles e respirei fundo.

- Ricardo me ligou – disse minha mãe, enquanto apoiava as agulhas no colo para poder me olhar. Abaixou o óculos e suspirou.

Sabia que não iria colocar empecilho pelo fato da Any estar ali, mas iria falar sobre isso não somente comigo, mas com ela também. Minha mãe estava muito amiga do Ricardo nos últimos tempos. Desde quando Anahí apareceu na minha casa quando estávamos meio brigados, eles se aproximaram de tal forma que às vezes dava até impressão de não ser somente amizade. E talvez fosse por isso que ela queria ser imparcial. Não defender Anahí, mas também defender seu lado.

- E o que ele queria? – passei a mão no rosto – É por causa dele que a branquinha está mal, não é?

- Sim – entortou os lábios – Eles tiveram uma discussão serríssima e Anahí disse que ficaria aqui em casa por alguns dias. Não me importo que fique, filho, até porque, Ricardo disse que se eu concordasse, não iria ficar contra. Mas, - apertou os lábios – preciso conversar com ela.

Eu sabia que dona Ruth gostava das coisas certas e não adiantaria protestar contra. Em partes ela tinha razão, e eu também queria saber o que estava acontecendo a fundo, porque para Anahí pensar em sair da própria casa, do conforto que tinha e dos braços de sua mãe, só poderia ser algo realmente grave.

- Tudo bem, mãe, mas deixei para amanhã. Anahí está dormindo e está bem abalada.

Minha mãe concordou com a cabeça e mudou de assunto para fazer com que aquele clima tenso que estava se formando, ficasse mais leve. Ficamos horas conversando e rindo das palhaçadas do Miguel e a birra da Maite por não conseguir nos ganhar no vídeo-game, até que ouvimos passos na escada. Quando olhei, era a branquinha com os olhos inchados e a carinha amassada por ter dormido demais. Abri meus braços e ela sorriu meio constrangida, caminhando até mim e se aninhando em meu colo.

- Que bom que acordou – beijei seu rosto – Está melhor?

- Com você sempre estou – nos selou – Oi, gente, desculpem chegar e nem falar com vocês. Desculpe minha falta de educação, dona Ruth – Anahí tentou sair dos meus braços, mas eu a segurei com mais força – Poncho, deixa eu cumprimentar sua mãe – tentou novamente e eu a apertei – Alfonso!

- Tá, já que não me quer, - a soltei – Vou abraçar a Maizinha!

Anahí me olhou de osbrancelha erguida, mas não disse nada. Cumprimentou minha mãe e a Mai com um beijo no rosto, e o Miguel com um beijo na testa. Quando se afastou, para a minha surpresa, sentou-se no sofá ao lado da minha mãe, e ficou emburrada.

Eu sabia que Anahí morria de ciúmes da Mai e vice-versa, mas na hora da brincadeira, havia me esquecido tudo o que havia ocorrido. Até da briga que tiveram por minha causa. Mordi o cantinho do lábio reparando na besteira que tinha feito e olhei para Mai.

- Vai falar com ela! – sussurrou – Anda!

Fiz o que ela havia “delicadamente” mandado, mas assim que me levantei, Anahí se levantou, pediu licença e subiu as escadas sem nem me olhar. Olhei para minha mãe que balançou a cabeça negativamente e riu.

- Sabe que a menina tem ciúmes e só fala besteira!

Sim, eu sabia. Mas foi só uma brincadeira, poxa.

- Vou levar algumas coisas para ela comer – respirei fundo – Posso pegar uma rosa do seu jardim, mãe?

- Pode – riu – Acho melhor levar meia dúzia. Anahí não tem cara de que desculpa fácil, não.